09 de Janeiro de 2021

Epifania do Senhor - Sábado

- por Pe. Alexandre

SABADO – DEPOIS DA EPIFANIA
(branco, pref. da Epifania – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

– Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, para que nos tornássemos filhos adotivos (Gl 4, 4).

 

Oração do dia

– Deus eterno e todo-poderoso, pelo vosso Filho nos fizestes nova criatura para vós. Dai-nos, pela vossa graça, participar da divindade daquele que uniu a vós a nossa humanidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1Jo 5, 14-21

– Leitura da primeira carta de são João – Caríssimos: 14esta é a confiança que temos no filho de Deus: se lhe pedimos alguma coisa de acordo com a sua vontade, ele nos ouve. 15E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que lhe pedimos, sabemos que possuímos o que havíamos pedido. 16Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não conduz à morte, que ele reze, e Deus lhe dará a vida; isto, se, de fato, o pecado cometido não conduz à morte. Existe um pecado que conduz à morte, mas não é a respeito deste que eu digo que se deve rezar. 17Toda iniquidade é pecado, mas existe pecado que não conduz à morte. 18Sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca. Aquele que é gerado por Deus o guarda, e o Maligno não o pode atingir. 19Nós sabemos que somos de Deus, ao passo que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno. 20Nós sabemos que veio o Filho de Deus e nos deu inteligência para conhecermos aquele que é o Verdadeiro. E nós estamos com o Verdadeiro, no seu Filho Jesus Cristo. Este é o Deus verdadeiro e a Vida eterna. 21Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 149, 1-2.3-4.5.6a.9b (R: 4a)

 

– O Senhor ama seu povo, de verdade.
R: O Senhor ama seu povo, de verdade.

– Cantai ao Senhor Deus um canto novo, e o seu louvor na assembléia dos fiéis! Alegre-se Israel em quem o fez, e Sião se rejubile no seu Rei!

R: O Senhor ama seu povo, de verdade.

– Com danças glorifiquem o seu nome, toquem harpa e tambor em sua honra! Porque, de fato, o Senhor ama seu povo e coroa com vitória os seus humildes.

R: O Senhor ama seu povo, de verdade.

– Exultem os fiéis por sua glória, e cantando se levantem de seus leitos, com louvores do Senhor em sua boca. Eis a glória para todos os seus santos.

R: O Senhor ama seu povo, de verdade.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– O povo, sentado nas trevas, grande luz enxergou; aos que viviam na sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz (Mt 4,16).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 3,22-30

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

– Glória a vós, Senhor!  


– Naquele tempo, 22Jesus foi com seus discípulos para a região da Judeia. Permaneceu aí com eles e batizava.23Também João estava batizando, em Enon, perto de Salim, onde havia muita água. Aí chegavam as pessoas e eram batizadas. 24João ainda não tinha sido posto no cárcere. 25Alguns discípulos de João estavam discutindo com um judeu a respeito da purificação. 26Foram a João e disseram: “Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão e do qual tu deste testemunho, agora está batizando e todos vão a ele”. 27João respondeu: “Ninguém pode receber alguma coisa, se não lhe for dada do céu. 28Vós mesmos sois testemunhas daquilo que eu disse: ‘Eu não sou o Messias, mas fui enviado na frente dele’. 29É o noivo que recebe a noiva, mas o amigo, que está presente e o escuta, enche-se de alegria ao ouvir a voz do noivo. Esta é a minha alegria, e ela é completa. 30É necessário que ele cresça e eu diminua”.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

Santo André Corsini

- por Pe. Alexandre

Santo André Corsini

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém

Hoje a Igreja celebra a memória litúrgica de André Corsini, um santo bispo anunciado como um lobo que seria transformado pela Graça divina em cordeiro.

Nascido em Florença, no ano de 1302, André pertencia a uma família aristocrática muito conhecida na cidade, os Corsini. Seus pais, Nicola e Peregrina não podiam ter filhos. Mesmo assim não perdiam a fé na possibilidade de um milagre. Estavam sempre rezando por esta intenção. Até que veio a graça e tiveram um filho. Foi batizado com o nome de André, assim como o primeiro apóstolo de Jesus.

Os pais de tudo faziam para dar a ele uma boa formação, sobretudo no sentido moral. Mas aos 15 anos o garoto dava a eles muitas decepções. Certa vez, sua mãe, chorando, desabafou sobre um sonho que tivera sobre um lobo e que este lobo seria ele. O rapaz chocou-se, pois não imaginava que a vida de pecado e vícios que vinha levando tanto machucava sua mãe. Ela completou seu desabafo dizendo que em seu sonho, o lobo entrava em uma Igreja e se transformava em cordeiro.

Aquelas palavras tocaram seu coração. No dia seguinte, sem a mãe saber, ele entrou em uma Igreja e orou aos pés de uma imagem da Virgem Maria. A partir deste dia, uma grande mudança aconteceu em sua vida. Ele retomou os valores segundo os quais havia sido criado e iniciou um caminho de conversão. André Corsini entrou em contato com um provincial da Ordem Carmelita, demonstrando interesse em entrar para a vida religiosa.

Ainda bastante jovem, foi consagrado como membro dos carmelitas. Obedecia rigorosamente às regras e dedicava-se a uma vida de oração e penitência. Santo André ia se colocando a serviço dos doentes e dos pobres, desempenhando em favor deles os serviços mais simples, como os que realizava na cozinha. Saia também para mendigar pelas necessidades de sua comunidade. Passou por humilhações, mas nunca perdeu de vista o objetivo de levar Cristo às pessoas.

Sua devoção se distinguia pelo amor fraterno e o rigor nas penitências. Seguindo os preceitos da ordem, soube sempre manter a disciplina, a disposição à pobreza, a oração e obediência às regras. Cuidou também da formação dos jovens, de acordo com os valores e tradições da Ordem Carmelita, buscava infundir em todos o zelo apostólico. Durante a peste que assolou a região, Santo André dedicou-se com coragem ao cuidado dos enfermos.

Seus estudos religiosos foram concluídos em Paris e ele foi ordenado padre. Muitos milagres foram operados por meio dele. Deus o havia abençoado com os dons da cura e da profecia.

Seus feitos fizeram com que fosse nomeado bispo da região da Toscana, uma das províncias de Florença. No entanto, recusou o cargo e para não ter de assumi-lo, se escondeu na Cartuxa de Florença. As pessoas não sabiam onde ele estava e pela necessidade, chegaram até a cogitar outro bispo. Porém uma criança de apenas seis anos, indicou no meio do povo a localização do padre André. Um anjo, em forma de criança, teria ainda aparecido  presente em todos os momentos.ao santo dizendo que não deveria temer, pois Deus estaria com ele e a Virgem Maria se faria

 

Vendo nisso uma sinal da Vontade de Deus para ele e confiando nas palavras que o Senhor o havia enviado através daquele mensageiro, Santo André aceitou assumir o episcopado e foi consagrado bispo.

Durante os anos em que atuou na diocese, foi muito amado pelo povo e respeitado pelas autoridades, chegando até mesmo a apaziguar divergências mortais entre inimigos e promover uma significativa aproximação entre a aristocracia e o povo, missão que lhe havia sido dada pelo Papa Urbano V. Foi um santo bispo e grandes são os frutos de seu apostolado.

Na noite de Natal do ano 1373, teve um desmaio e recebeu em sonho uma visita de Nossa Senhora dizendo que seu falecimento estava próximo. A partir daí, foi dominado por uma febre que não mais o deixou. A profecia se cumpriu e ele faleceu no dia 06 de janeiro, Dia da Epifania do Senhor. Foi sepultado na Igreja dos Carmelitas de Florença, onde suas relíquias permanecem até hoje.

Santo André Corsini foi canonizado em 1629 pelo Papa Urbano VIII e consagrado o padroeiro da cidade de Florença.

Santo André Corsini, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Que ele cresça, e eu diminua… (Jo 3,22-30)

 

Admirável a postura de João Batista! Logo ele, o maior entre os nascidos de mulher (cf. Mt 11,11), cheio do Espírito Santo desde a vida pré-natal (cf. Lc 1,41.44), sabe assumir uma atitude de “apagamento” diante de Jesus, o Filho do Pai…

Esta frase do Precursor – “Importa que ele cresça, e eu diminua…” – é exatamente o dístico escolhido por Matthias Grünewald para sua estranha “Crucifixão”, o painel onde João Batista, em intencional anacronismo, é postado de pé, ao lado da cruz, livro aberto em punho, com o enorme indicador apontado para o Cordeiro, a Vítima de Deus, que tira o pecado do mundo.

Creio que se trata de uma lição de grande atualidade para todos nós. Nestes tempos em que pretensos evangelizadores ocupam o lugar central do palco, sob luzes e spots, reduzindo a pessoa de Jesus a mero pretexto para capturar recursos e faturar audiência, João nos ensina a ficar na sombra, abrir caminho para o Senhor, nivelar suas veredas e, a seguir, “perder a cabeça” e sair de cena.

A lição vale também para nós, católicos, alertando párocos e agentes de pastoral para a necessidade de sair da frente de Jesus e deixar que o povo tenha livre acesso ao Salvador, sem ficar preso e dependente de suas mediações humanas. Evangelização e show estão em polos opostos, garante-nos o humilde Batizador. Com raras – e pouco duráveis! – exceções, o Evangelho não registra aplausos para a obra missionária; antes, vê-se a recusa, a oposição e os gritos de “crucifica-o!”

O evangelizador autêntico é uma pessoa preparada para o fracasso, disposta à exclusão, pronta para o sacrifício. Esta é a “hora” (cf. Jo 12,27b) ansiada pelo evangelizador, quando todas as potências do mundo se erguem para abafar sua voz e, cada vez com mais frequencia, sufocar-lhe a vida. Se chegar a este ponto, terá a confirmação de que foi fiel à sua missão…

Daí o risco de assumirmos a visão triunfalista – “somos mais que vencedores…” – que cairá por terra diante das primeiras dificuldades. Nosso Salvador só é vitorioso depois da morte. O evangelizador que não passa pela morte pessoal ainda não cumpriu sua tarefa no mundo.

Na primeira metade do Séc. XX, dois missionários italianos, padres de Bétharram, tomaram um navio para o Oriente. Após longa e insegura viagem, chegaram à China. Seguiu-se uma penosa jornada por ferrovia. A seguir, em lombo de burro, um escarpado roteiro pelas montanhas em direção à Província do Yu-nan. Com o atraso da viagem, começou a estação das chuvas e os rios subiram. Mesmo assim, os dois missionários tentaram a atravessar a correnteza e morreram afogados. Foi assim que cumpriram sua missão: dando a vida por Cristo. Um deles era irmão de meu ex-professor Pe. André Antonini

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