09 de Julho de 2020

14a Semana Comum Quinta-feira

- por Pe. Alexandre

QUINTA FEIRA – SANTA PAULINA DE JESUS – RELIGIOSA E VIRGEM
(Branco, pref. comum ou das virgens – Ofício da memória)

Antífona da entrada

– A estrada dos justos é como a luz, cresce do amanhecer até o pleno dia.

(Pr 4,18)

 

Oração do dia

– Ó Deus onipotente e eterno, que exaltais os humildes e simples e conduzistes a santa Paulina pelo caminho da santidade através da provação, do trabalho humilde e da oração constante, concedei-nos, por seu auxílio e a seu exemplo, suportar com fortaleza os sofrimentos de cada dia e encontrar a plenitude de vossa graça no serviço às pessoas, especialmente às mais necessitadas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Os 11,1-4.8c-9

– Leitura da profecia de Oséias: Assim fala o Senhor: 1“Quando Israel era criança, eu já o amava, e desde o Egito chamei meu filho. 2Quanto mais eu os chamava tanto mais eles se afastavam de mim; imolavam aos Baals e sacrificavam aos ídolos. 3Ensinei Efraim a dar os primeiros passos, tomei-o em meus braços, mas eles não reconheceram que eu cuidava deles. 4Eu os atraía com laços de humanidade, com laços de amor; era para eles como quem leva uma criança ao colo, e rebaixava-me a dar-lhes de comer. 8cMeu coração comove-se no íntimo e arde de compaixão. 9Não darei largas à minha ira, não voltarei a destruir Efraim, eu sou Deus, e não homem; o santo no meio de vós, e não me servirei do terror”.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 80,2ac.3b.15-16 (R: 4b)

 

Sobre nós iluminai a vossa face e, então, seremos salvos, ó Senhor!
R: Sobre nós iluminai a vossa face e, então, seremos salvos, ó Senhor!

– Ó Pastor de Israel, prestai ouvi­dos. Vós, que sobre os querubins vos assentais, despertai vosso poder, ó nosso Deus, e vinde logo nos trazer a salvação!

R: Sobre nós iluminai a vossa face e, então, seremos salvos, ó Senhor!

– Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao rebento que firmastes!

R: Sobre nós iluminai a vossa face e, então, seremos salvos, ó Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

– Convertei-vos e crede no evangelho, pois o reino de Deus está chegando!  (Mc 1,15).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 10,7-15

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7“Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar! 9Não leveis ouro nem prata nem dinheiro nos vossos cintos; 10nem sacola para o caminho, nem duas túnicas nem sandálias nem bastão, porque o operário tem direito a seu sustento. 11Em qualquer cidade ou povoado onde en­trar­des, informai-vos para saber quem ali seja digno. Hos­pedai-vos com ele até a vossa partida. 12Ao entrardes numa casa, saudai-a. 13Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz. 14Se alguém não vos receber, nem escutar vossa palavra, saí daquela casa ou daquela cidade, e sacudi a poeira dos vossos pés. 15Em verdade vos digo, as cidades de Sodoma e Gomorra serão tratadas com menos dureza do que aquela cidade, no dia do juízo.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus

- por Pe. Alexandre

Hoje comemoramos a santidade de vida da naturalizada brasileira Amábile Lúcia Visintainer que nasceu no ano de 1865 e partiu para a Glória em 1942. Nascida em Vigolo Vattaro (Itália), com apenas 10 anos de idade emigrou com seus pais para o Brasil dirigindo-se para o Estado de Santa Catarina, no sul do país.

Santa Paulina, antes de entrar para a vida consagrada, dedicou-se religiosamente em cuidar de uma senhora com câncer e a partir desta experiência caridosa deu-se a descoberta do Carisma que fora reconhecido em 1895 pelo Bispo de Curitiba, Paraná, com o nome de Filhas da Imaculada Conceição.

Na oração litúrgica da Igreja é pedido a Deus para nós fiéis a virtude do serviço, motivado pelo amor, a qual mais brilhou no coração da virgem Paulina do Coração Agonizante de Jesus.

Santa Paulina, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

16. A MISSÃO SOBRENATURAL DA IGREJA

– A Igreja anuncia a mensagem de Cristo e realiza a sua obra no mundo.

– A missão da Igreja é de ordem sobrenatural, mas ela não se desentende das tarefas que afetam a dignidade humana.

– Os cristãos manifestam a sua unidade de vida mediante a promoção das obras de justiça e de misericórdia.

I. JESUS CONSUMA A OBRA da Redenção com a sua Paixão, Morte e Ressurreição. Após a sua Ascensão ao Céu, envia o Espírito Santo para que os seus discípulos possam anunciar o Evangelho e fazer com que todos participem da salvação. Os Apóstolos são, assim, os operários enviados à messe pelo seu dono, os servos enviados para chamarem os convidados às bodas, com a recomendação de encherem a sala do banquete1.

Mas, além desta missão, os Apóstolos representam o próprio Cristo e o Pai: Quem vos ouve, a mim me ouve; e quem vos rejeita, a mim me rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou2. A missão dos Apóstolos ficará intimamente unida à missão de Jesus: Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio3. Será precisamente através deles que a missão de Cristo se estenderá a todas as nações e a todos os tempos. A Igreja, fundada por Cristo e edificada sobre os Apóstolos, continua a anunciar a mesma mensagem do Senhor e realiza a sua obra no mundo4.

O Evangelho da Missa de hoje5 narra como Jesus insta com os Doze, que acaba de escolher, para que partam e cumpram a sua nova tarefa. Este primeiro encargo é preparação e figura da missão definitiva que o Senhor lhes confiará depois de ressuscitar: Ide […], pregai o Evangelho a todas as nações. Eu estarei convosco todos os dias até o fim do mundo6. Até a chegada de Jesus, os Profetas haviam anunciado ao povo escolhido do Antigo Testamento os bens messiânicos, às vezes com imagens adaptadas à sua mentalidade ainda pouco madura para entenderem a realidade que estava próxima. Agora – nesta primeira missão apostólica – Jesus envia os seus discípulos com a missão de anunciarem que o Reino de Deus prometido é iminente e manifestarem os seus aspectos espirituais.

O Senhor concretiza o que devem pregar: O Reino de Deus está próximo. Não lhes diz nada sobre a libertação do jugo romano que oprimia a nação, ou do sistema social e político no qual deviam viver, ou de outras questões exclusivamente terrenas. Cristo não veio para isso, nem para isso foram eles escolhidos. Viverão para dar testemunho de Cristo, para difundir a sua doutrina e participar a salvação a todos os homens.

Foi o mesmo caminho seguido por São Paulo. “Se lhe perguntarmos de que coisas costumava tratar na pregação, ele mesmo as compendiará assim: Julguei não dever saber coisa alguma entre vós a não ser Jesus Cristo, e este crucificado (1 Cor 2, 2). Fazer com que os homens conhecessem mais e mais Jesus Cristo, com um conhecimento que não se detivesse somente na fé, mas se traduzisse nas obras da vida, foi nisso que o Apóstolo se empenhou com todas as energias do seu coração”7.

A Igreja, continuadora no tempo da obra de Jesus Cristo, tem a mesma missão sobrenatural que o seu Divino Fundador transmitiu aos Apóstolos. “A Igreja nasceu com a missão de expandir o reino de Cristo por toda a terra, para a glória de Deus Pai, a fim de tornar todos os homens participantes da redenção salutar e de orientar verdadeiramente através deles o mundo inteiro para Cristo”8. A sua missão transcende os movimentos sociais, as ideologias, as reivindicações de grupos.

II. IDE E PREGAI que o Reino de Deus está próximo. A missão da nossa Mãe a Igreja é dar aos homens o tesouro mais sublime que podemos imaginar, conduzi‑los ao seu destino sobrenatural e eterno principalmente por meio da pregação e dos sacramentos: “Este, e não outro, é o fim da Igreja: a salvação das almas, uma a uma. Para isso o Pai enviou o Filho, e eu vos envio também a vós (Jo 20, 21). Daí o mandato de dar a conhecer a doutrina e de batizar, para que a Santíssima Trindade habite pela graça na alma”9.

O próprio Jesus nos anunciou: Eu vim para que todos tenham vida e para que a tenham em abundância10. O Senhor não se referia a uma vida terrena cômoda e sem dificuldades, mas à vida eterna. Veio libertar‑nos principalmente daquilo que nos impede de alcançar a vida definitiva: do pecado, que é o único mal absoluto. Desse modo, dá‑nos também a possibilidade de superar as múltiplas conseqüências do pecado neste mundo: a angústia, as injustiças, a solidão…; ou de suportá‑las por Deus com alegria, quando não se podem evitar, convertendo a dor em sofrimento fecundo que conquista a eternidade.

A Igreja não toma partido por opções temporais determinadas, como também não o fez o seu Mestre. Aqueles que, sem fé, o viram quase sozinho na cruz, puderam pensar que tinha fracassado “precisamente por não ter optado por uma das soluções humanas: nem os judeus nem os romanos o seguiram. Mas não; foi precisamente o contrário: judeus e romanos, gregos e bárbaros, livres e escravos, homens e mulheres, sãos e enfermos, todos vão seguindo esse Deus feito homem, que nos libertou do pecado para nos levar a um destino eterno, o único em que se cumprirá a verdadeira realização, liberdade e plenitude do homem, feito à imagem e semelhança de Deus, e cuja aspiração mais profunda suplanta qualquer tarefa passageira, por mais nobre que seja”11.

A Igreja tem como missão levar os seus filhos para Deus, para o seu destino eterno. Mas não se desentende das tarefas humanas; pela sua missão espiritual, anima os seus filhos e todos os homens a tomarem consciência da raiz de que provêm todos os males, e insta‑os a pôr remédio a tantas injustiças, às deploráveis condições em que vivem mui-tos homens e que são uma ofensa ao Criador e à dignidade humana. A esperança do Céu “não enfraquece o esforço pelo progresso da cidade terrestre, mas, pelo contrário, dá‑lhe sentido e força. Convém, certamente, distinguir cuidadosamente progresso terrestre e crescimento do Reino, que não são da mesma ordem. No entanto, tal distinção não é uma separação; pois a vocação do homem para a vida eterna não suprime, antes confirma a sua missão de pôr em ação as energias e os meios que recebeu do Criador para desenvolver a sua vida temporal”12.

Nós somos corredentores com Cristo, e devemos perguntar‑nos se levamos aos nossos familiares e amigos o dom mais precioso que temos: a fé em Cristo; e se, ao lado des-te bem incomparável, nos sentimos animados – charitas enim Christi urget nos13, a caridade de Cristo urge‑nos – a promover à nossa volta um mundo mais justo e mais humano.

III. CURAI OS DOENTES, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos…

Já nos começos da Igreja, os fiéis cristãos levavam a fé a todos os lugares, e já a partir daqueles primeiros momentos uma multidão de cristãos “tem dedicado as suas forças e a sua vida à libertação de todas as formas de opressão e à promoção da dignidade humana. A experiência dos santos e o exemplo das suas inúmeras obras a serviço do próximo constituem um estímulo e uma luz para as iniciativas libertadoras que hoje se impõem”14, talvez com mais urgência que em outras épocas.

A fé em Cristo move‑nos a sentir‑nos solidários com os outros homens nos seus problemas e carências, na sua ignorância e falta de recursos econômicos. Esta solidariedade não é um “sentimento superficial pelos males de tantas pessoas que estão perto ou longe”, mas “a determinação firme e perseverante de empenhar‑se pelo bem comum; quer dizer, pelo bem de todos e cada um, para que todos sejamos verdadeiramente responsáveis por todos”15.

A fé leva‑nos a sentir um profundo respeito pelas pessoas, por todas as pessoas, a nunca permanecer indiferentes diante das necessidades alheias: Curai os doentes, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demônios… O seguimento de Cristo manifestar‑se‑á em obras de justiça e de misericórdia, no interesse por conhecer os princípios da doutrina social da Igreja e por levá‑los à prática em primeiro lugar no nosso próprio ambiente.

De cada um de nós deveria poder‑se dizer no final da vida que, como Jesus Cristo, passou fazendo o bem16: na família, com os colegas de trabalho, com os amigos, com aqueles que encontramos casualmente. “Os discípulos de Jesus Cristo devem ser semeadores de fraternidade em todo o momento e em todas as circunstâncias da vida. Quando um homem ou uma mulher vivem intensamente o espírito cristão, todas as suas atividades e relações refletem e comunicam a caridade de Deus e os bens do Reino. É necessário que os cristãos saibam colocar nas suas relações cotidianas de família, amizade, vizinhança, trabalho e descanso, o selo do amor cristão que é simplicidade, veracidade, fidelidade, mansidão, generosidade, solidariedade e alegria”17.

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