10 de Dezembro de 2022

2a Semana do Advento ano A. Sábado

- por Pe. Alexandre

SABADO DA II SEMANA DO ADVENTO

(roxo, pref. do Advento I – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Vinde, Senhor, que estais acima dos querubins; mostrai-nos a vossa face e seremos salvos (Sl 79,4.2).

 

Oração do dia

 

– Concedei-nos, ó Deus todo-poderoso, que desponte em nossos corações o esplendor da vossa glória, para que, vencidas as trevas do pecado, a vinda do vosso unigênito revele que somos filhos da luz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Eclo 48,1-4.9-11

– Leitura do livro do Eclesiástico: Naqueles dias, 1o profeta Elias surgiu como um fogo, e sua palavra queimava como uma tocha. 2Fez vir a fome sobre eles e, no seu zelo, reduziu-os a pouca gente. 3Pela palavra do Senhor fechou o céu e de lá fez cair fogo por três vezes. 4Ó Elias, como te tornaste glorioso por teus prodígios! Quem poderia gloriar-se de ser semelhante a ti? 9Tu foste arrebatado num turbilhão de fogo, num carro de cavalos também de fogo, 10tu, nas ameaças para os tempos futuros, foste designado para acalmar a ira do Senhor antes do furor, para conduzir o coração do pai ao filho, e restabelecer as tribos de Jacó. 11Felizes os que te viram, e os que adormeceram na tua amizade!

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 80,2ac.3b.15-16.18-19 (R: 4)

 

–  Convertei-nos, ó Senhor, resplandecei a vossa face e nós seremos salvos!
R: Convertei-nos, ó Senhor, resplandecei a vossa face e nós seremos salvos!

– Ó pastor de Israel, prestai ouvidos. Vós que sobre os querubins vos assentais. Despertai vosso poder, ó nosso Deus, e vinde logo nos trazer a salvação!

R: Convertei-nos, ó Senhor, resplandecei a vossa face e nós seremos salvos!

– Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a e ao rebento que firmastes!

R: Convertei-nos, ó Senhor, resplandecei a vossa face e nós seremos salvos!

– Pousai a mão sobre o vosso Protegido, o filho do homem que escolhestes para vós! E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus! Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome!

R: Convertei-nos, ó Senhor, resplandecei a vossa face e nós seremos salvos!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas! Toda a carne há de ver a salvação que vem de Deus! (Lc 3,4.6)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 17,10-13

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

– Glória a vós, Senhor!

 

– Ao descerem do monte, 10os discípulos perguntaram a Jesus: “Por que os mestres da Lei dizem que Elias deve vir primeiro?” 11Jesus respondeu: “Elias vem e colocará tudo em ordem. 12Ora, eu vos digo: Elias já veio, mas eles não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem há de padecer por eles”. 13Então os discípulos compreenderam que Jesus lhes falava de João Batista.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

São Melquíades, Papa

- por Pe. Alexandre

Hoje, nos deixamos atingir pela santidade de vida de um Papa que buscou, no Pastor Eterno e Universal, toda a graça de que necessitava para ser fiel num tempo de transição da Igreja. São Melquíades, de origem africana, fez parte do Clero Romano até que, em 310, faleceu o Papa Eusébio e ele foi eleito sucessor de São Pedro.

No período de seu governo, Melquíades sofreu com a perseguição aos cristãos pelo Imperador Máximo. Essa perseguição só teve um descanso quando Constantino venceu Máximo na histórica batalha em Roma (312) a qual atribuiu ao Deus dos cristãos. Com isso, surgiu o Edito de Milão, em 313, concedendo a liberdade religiosa; assim, São Melquíades passou do Papa da perseguição para o Papa da liberdade dos cristãos.

Durante os quatro anos de seu Pontificado, as piores ameaças nasceram no interior da Igreja com os hereges. São Melquíades foi um grande defensor da fé, por isso, combateu principalmente o Donatismo, que contestava a legitimação da eleição dos ministros de Deus e fanaticamente se substituía a qualquer autoridade.

Melquíades  aproveitou a liberdade religiosa para organizar as sedes paroquiais em Roma e recuperar os bens da Igrejas perdidos durante a perseguição. São Melquíades por meio da Eucaristia semeou a unidade da Igreja de Roma com as demais igrejas. Recebendo o apoio do imperador, iniciou a construção da Basílica Lateranense (a primeira igreja construída em Roma).

A São Melquíades foram atribuídos decretos disciplinares e litúrgicos. Seu pontificado durou quatro anos, deixando a herança das iniciativas pastorais a São Silvestre, que dirigiu a Igreja de Roma por muitos anos.

Faleceu no ano de 314 e foi enterrado na Via Ápia, no cemitério de Calisto. Do Doutor Santo Agostinho, São Melquíades recebeu o seguinte reconhecimento: “Verdadeiro filho da paz, verdadeiro pai dos cristãos”. No Martirológio Romano, recebeu o título honroso de mártir, por ter sofrido torturas por Cristo durante as perseguições.

São Melquíades, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Elias já veio… (Mt 17,10-13)

 

A tradição judaica, mantida pelos escribas, entendia a profecia de Malaquias (cf. Ml 3,23) como um “regresso” do profeta Elias (que não morrera, mas fora arrebatado ao céu – cf. 2Rs 2,11) para anunciar a vinda do Messias prometido. O povo hebreu estava acostumado a receber mensageiros de Deus que falavam em seu nome, como os profetas da Primeira Aliança, aliás, habitualmente rejeitados e perseguidos.

 

Nesta passagem, ao afirmar que “Elias já veio”, Jesus se refere à missão de João Batista – autêntica dobradiça entre as duas lâminas da Escritura: os dois Testamentos. João seria o último dos profetas a preparar os caminhos do Senhor. E cumpriu sua tarefa até a própria morte.

 

Assim, Jesus chama a atenção para a aparente “inutilidade” da vinda de João Batista, já que ele “veio e não o reconheceram; pelo contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram” (Mt 17,12).

 

Aqui, estamos diante de uma constante na história dos homens: Deus envia seus profetas e estes são sistematicamente repelidos. Os falsos profetas sempre receberão acolhida e aplausos, pois costumam dizer exatamente o que a opinião pública deseja ouvir. Já os profetas, fiéis à mensagem recebida do Senhor, ao apontarem os crimes da sociedade e os abusos dos poderosos, acabam lançados ao fundo da cisterna (como Jeremias) ou jurados de morte (como Elias).

 

Na Primeira Aliança, os profetas eram chamados “nabi” (aquele que fala) ou “ro’eh” (aquele que vê). Triste missão a dos profetas: falar para quem não quer ouvir (“para que ouvindo, não ouçam…” Mt 13,13) e ver o que a sociedade se recusa a enxergar (“porventura também nós somos cegos? Jo 9,40).

 

Desde Elias até João Batista, manifesta-se com evidência a dupla missão do profeta: anunciar e denunciar. Desde Jesus Cristo, também a Igreja é portadora de idêntica missão, o que lhe vale a sistemática inimizade dos poderosos que pretendem escravizar o homem e odeiam seus defensores. Ao defender a vida e denunciar o aborto legal, a Igreja faz profecia. Ao defender a família e denunciar os excessos do ateísmo de Estado, a Igreja atualiza a missão dos profetas.

 

Todo leigo batizado é herdeiro da missão profética de Jesus. E seu silêncio diante dos crimes dos poderosos equivale a uma apostasia.

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