10 de Novembro de 2021

2a semana do Tempo Comum Quarta-feira

- por Pe. Alexandre

QUARTA – SÃO LEÃO MAGNO – PAPA E DOUTOR

(branco, pref. comum ou dos pastores– ofício da memória)

 

Antífona da entrada

 

– O Senhor o escolheu para plenitude do sacerdócio e, abrindo seus tesouros, o cumulou de bens.

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que jamais permitis que as potências do mal prevaleçam contra a vossa Igreja, fundada sobre a rocha inabalável dos Apóstolos, dai-lhe, pelos méritos do papa São Leão, permanecer firme na verdade e gozar paz para sempre. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Sb 6, 1-11

– Leitura do livro da Sabedoria: 1Escutai, ó reis, e compreendei. Instruí-vos, governadores dos confins da terra! 2Prestai atenção, vós que dominais as multidões e vos orgulhais do número dos vossos súditos. 3Pois o poder vos foi dado pelo Senhor e a soberania pelo Altíssimo. É ele quem examinará as vossas obras e sondará as vossas intenções; 4apesar de estardes a serviço do seu reino, não julgastes com retidão, nem observastes a Lei, nem procedestes conforme a vontade de Deus. 5Por isso, ele cairá de repente sobre vós, de modo terrível, porque um julgamento implacável será feito sobre os poderosos. 6O pequeno pode ser perdoado por misericórdia, mas os poderosos serão examinados com poder. 7O Senhor de todos não recuará diante de ninguém nem se deixará impressionar pela grandeza, porque o pequeno e o grande foi ele quem os fez, e a sua providência é a mesma para com todos; 8mas para os poderosos, o julgamento será severo. 9A vós, pois, governantes, dirigem-se as minhas palavras, para que aprendais a Sabedoria e não venhais a tropeçar. 10Os que observam fielmente as coisas santas serão justificados; e os que as aprenderem vão encontrar sua defesa. 11Portanto, desejai ardentemente minhas palavras, amai-as e sereis instruídos.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 82, 3-4.6-7 (R: 8a)

 

–  Levantai-vos, ó Senhor, julgai a terra!

R: Levantai-vos, ó Senhor, julgai a terra!

 

– Fazei justiça aos indefesos e aos órfãos, ao pobre e ao humilde absolvei! Libertai o oprimido, o infeliz, da mão dos opressores arrancai-os!

R: Levantai-vos, ó Senhor, julgai a terra!

 

– Eu disse: “Ó juízes, vós sois deuses, sois filhos, todos vós, do Deus Altíssimo! E, contudo, como homens morrereis, caireis como qualquer dos poderosos!”

R: Levantai-vos, ó Senhor, julgai a terra!

 

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Em tudo daí graças, pois esta é a vontade de Deus para conosco, em Cristo, o Senhor. (1Ts 5,18).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 17, 11-19

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

– Glória a vós, Senhor!

 

11Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galileia. 12Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram a seu encontro. Pararam à distância, 13e gritaram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” 14Ao vê-los, Jesus disse: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”. Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. 15Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; 16atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano. 17Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? 18Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” 19E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

São Leão Magno

- por Pe. Alexandre

O santo de hoje mostrou-se digno de receber o título de “Magno”, que significa Grande, isso porque é considerado um dos maiores Papas da história da Igreja, grande no trabalho e na santidade. São Leão Magno nasceu em Toscana (Itália), no ano de 395; e, depois de entrar jovem no seminário, serviu a diocese num sacerdócio santo e prestativo.

Ao ser eleito Papa, em 440, teve que evangelizar e governar a Igreja numa época brusca do Império Romano, pois já sofria com as heresias e invasões dos povos bárbaros, com suas violentas invasões. São Leão enfrentou e condenou o veneno de várias mentiras doutrinais, porém, combateu com intenso fervor o monofisismo que defendia, mentirosamente, ter Jesus Cristo uma só natureza e não a Divina e a humana em uma só pessoa como é a verdade. O Concílio de Calcedônia foi o triunfo da doutrina e da autoridade do grande Pontífice. Os 500 Bispos que o Imperador convocara para resolverem sobre a questão do monofisismo, limitaram-se a ler a carta papal, exclamando ao mesmo tempo: “Roma falou por meio de Leão, a causa está decidida; causa finita est”.

Quanto à dimensão social, Leão foi crescendo, já que com a vitória dos desordeiros bárbaros sobre as forças do Império Romano, a última esperança era o eloquente e santo Doutor da Igreja, que conseguiu salvar da destruição, a Itália, Roma e muitas pessoas. Átila ultrapassara os Alpes e entrara na Itália. O Imperador fugira e os generais romanos escondiam-se. O Papa era a única força capaz de impedir a ruína universal. São Leão sai ao encontro do conquistador bárbaro, acampado às portas de Mântua. É certo que o bárbaro abrandou-se ao ver diante de si, em atitude de suplicante, o Pontífice dos cristãos, e o mesmo retrocedeu com todo o seu exército.

Dentre tantas riquezas em obras e escritos, São Leão Magno deixou-nos este grito: “Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade, já que participas da natureza Divina”.

Entrou no Céu no ano de 461.

São Leão Magno, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Onde estão os nove? (Lc 17,11-19)

 

Em apenas nove versículos, um amplo panorama sobre a realidade humana! Na porta da aldeia de fronteira, dez leprosos marginalizados, definitivamente impedidos de participar da vida social. Como tantos marginais de nosso tempo…

Vendo a passagem de Jesus, cuja fama de terapeuta há havia chegado até eles, clamam de longe, mas não ousam se aproximar. Como tantos infelizes de nosso século…

Tomados de doença incurável naquela época, os dez leprosos não têm a quem recorrer. Como tantos enfermos do Brasil, aos quais os serviços de saúde se declaram sem condições de ajudar…

Necessidade e indiferença… Doença e marginalização… A quem recorrerá o pobre? Neste Evangelho, os pobres leprosos recorrem a Jesus, à espera da esmola da saúde. O verbo que eles utilizam [eleéson] é da mesma família que a palavra “esmola” [eleemosýne], associada ao termo “misericórdia”, inseparável, em grego, do substantivo eláion, o azeite – exatamente o óleo de oliva utilizado para amenizar as feridas da carne humana.

Não pedem justiça. Não pedem um acerto de contas. Não alegam nenhum mérito pessoal. Apenas clamam por compaixão. Esta é a condição da realidade humana: a miséria. Aquela miséria que faz cócegas na misericórdia e puxa o gatilho do dom…

A reação de Jesus não parece muito emocionada. Antes, alguém diria que foi algo burocrática, pois apenas os enviou aos sacerdotes do Tempo, legalmente encarregados de examinar uma pessoa e declarar sua pureza ritual (no caso de um leproso, um atestado de saúde).

Eles obedecem. E nós, modernos, já nos espantamos com sua prontidão. O que os move? Fé? Esperança? Apostam na última tábua de salvação? Não importa. Eles se põem a caminho e logo se percebem curados, sem as marcas de seu mal. Que fazer agora? Ora, curado, vou cuidar da vida. Há trabalhos a fazer. Uma família a recuperar. Novas expectativas. Assim fazem os nove judeus.

Um deles, o único samaritano, faz diferente. Refaz o caminho e volta a Jesus, prostrando-se a seus pés, neste gesto que só se realiza diante de Deus.

E Jesus a perguntar: “Onde estão os outros nove?” Pois além da fé e da esperança, quanto bem nos faria a gratidão!…

 

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