10 de Novembro de 2022

32a Semana do Tempo Comum Quinta-feira

- por Pe. Alexandre

QUINTA FEIRA – SÃO LEÃO MAGNO – PAPA E DOUTOR DA IGREJA

(branco, pref. comum ou dos pastores– ofício da memória)

 

Antífona da entrada

 

– O Senhor o escolheu para plenitude do sacerdócio e, abrindo seus tesouros, o cumulou de bens.

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que jamais permitis que as potências do mal prevaleçam contra a vossa Igreja, fundada sobre a rocha inabalável dos Apóstolos, dai-lhe, pelos méritos do papa São Leão, permanecer firme na verdade e gozar paz para sempre. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Fl 7-20

 

– Leitura da carta de são Paulo a Filêmom: Caríssimo, 7 Grande alegria e consolo tive por causa de tua caridade. Os corações dos santos foram reanimados por ti, irmão. 8 Por este motivo, se bem que tenha plena autoridade em Cristo para prescrever-te tua obrigação, 9prefiro fazer apenas um apelo à tua caridade. Eu, Paulo, velho como estou e agora também prisioneiro de Cristo Jesus, 10faço-te um pedido em favor do meu filho que fiz nascer para Cristo na prisão, O­nésimo. 11 Antes, ele era inútil para ti; agora, ele é valioso para ti e para mim. 12 Eu o estou mandando de volta para ti. Ele é como se fosse o meu próprio coração. 13 Gostaria de tê-lo comigo, a fim de que fosse teu representante para cuidar de mim nesta prisão, que eu devo ao evangelho. 14Mas, eu não quis fazer nada sem o teu parecer, para que a tua bondade não seja forçada, mas espontânea. 15 Se ele te foi retirado por algum tempo, talvez seja para que o tenhas de volta para sempre, 16 já não como escravo, mas, muito mais do que isso, como irmão querido, muitíssimo querido para mim quanto mais o for para ti, tanto como pessoa humana quanto como irmão no Senhor. 17 Assim, se estás em comunhão de fé comigo, recebe-o como se fosse a mim mesmo. 18 Se em alguma coisa te prejudicou ou se alguma coisa te deve, põe em minha conta. 19 Eu, Paulo, de meu punho o escrevo; eu o pagarei, para não dizer que tu mesmo me deves a própria vida. 20 Sim, irmão, deixa que eu te explore no Senhor. Conforta em Cristo meu coração.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 146, 7.8-9a.9bc-10 (R: 5a)

 

– Feliz quem se apóia no Deus de Jacó!
R: Feliz quem se apóia no Deus de Jacó!

– O Senhor faz justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é o Senhor quem liberta os cativos.

R: Feliz quem se apóia no Deus de Jacó!

– O Senhor abre os olhos aos cegos, o Senhor faz erguer-se o caído, o Senhor ama aquele que é justo. É o Senhor quem protege o estrangeiro.

R: Feliz quem se apóia no Deus de Jacó!

– Quem ampara a viúva e o órfão, mas confunde os caminhos dos maus. O Senhor reinará para sempre! Ó Sião, o teu Deus reinará para sempre e por todos os séculos!

R: Feliz quem se apóia no Deus de Jacó!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Eu sou a videira e vós sois os ramos, um fruto abundante vós haveis de dar (Jo 15,5).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 17,20-25

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 20os fariseus perguntaram a Jesus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus. Jesus respondeu: “O Reino de Deus não vem ostensivamente. 21 Nem se poderá dizer: ‘Está aqui’ ou ‘Está ali’, porque o Reino de Deus está dentro de vós”. 22 E Jesus disse aos discípulos: “Dias virão em que desejareis ver um só dia do Filho do Homem e não podereis ver. 23As pessoas vos dirão: ‘Ele está ali’ ou ‘Ele está aqui’. Não deveis ir, nem correr atrás. 24Pois, como o relâmpago brilha de um lado até o outro do céu, assim também será o Filho do Homem, no seu dia. 25Antes, porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

São Leão Magno

- por Pe. Alexandre

Natural da Toscana, tornou-se diácono da Igreja de Roma, por volta do ano 430; dez anos depois, Leão foi enviado pela imperatriz Plácida para pacificar a Gália, disputada pelo general Aécio e o prefeito pretoriano Albino. Após alguns meses, faleceu o Papa Sisto III. Leão, seu conselheiro, foi o Sucessor. Sua consagração como Pontífice – o 45º da história – ocorreu em 29 de setembro de 440.

No ano 452 d.C., a península italiana tremia diante dos Hunos, liderados por Átila. Grande parte do norte já havia caído nas garras do invasor. As cidades de Aquileia, Pádua e Milão tinham sido conquistadas, saqueadas e arrasadas. Átila avançava na sua contínua corrida e se encontrava perto de Mântua, no rio Mincio. Ali, a história se detém e se forma. Leão Magno, eleito Papa doze anos antes, guiou uma delegação de Roma para se encontrar com Átila, o qual dissuadiu a continuar a guerra de invasão. A lenda – retomada depois por Raphael, nos afrescos das “Salas do Vaticano” – narra que o líder dos hunos se retirou após ter visto aparecer, atrás de Leão, os Apóstolos Pedro e Paulo, armados de espadas.

Três anos depois, em 455, foi ainda o “Papa Magno”, embora desarmado, a deter, às portas de Roma, os Vândalos da África, guiados pelo rei Genserico. Graças à sua intervenção, a cidade foi saqueada, mas não incendiada. Permaneceram intactas as Basílicas de São Pedro, de São Paulo fora dos Muros e de São João em Latrão, nas quais a população encontrou abrigo e se salvou.

A vida de Leão, porém, não consistiu apenas no seu compromisso com a paz, que levou adiante com coragem e sem cessar. O Pontífice dedicou-se muito também à defesa da doutrina. Foi ele que, de fato, inspirou o Concílio Ecumênico de Calcedônia – atual Kadiköy, na Turquia -, que reconheceu e afirmou a unidade das duas naturezas em Cristo: humana e divina; rejeitou a “heresia de Eutiques”, que negava a essência humana do Filho de Deus. A intervenção de Leão no Concílio foi feita através de um texto doutrinal fundamental: o “Tomo de Leão” contra Flaviano, bispo de Constantinopla. O documento foi lido publicamente aos 350 padres conciliares, que o acolheram por aclamação, afirmando: “Pedro falou pela boca de Leão, que ensinou segundo a piedade e a verdade”.

Sustentador e promotor da primazia de Roma, o “Pontífice Magno” deixou para a história quase 100 sermões e cerca de 150 cartas, nos quais demonstra ser teólogo e pastor, zeloso com a comunhão entre as várias Igrejas, sem jamais esquecer as necessidades dos fiéis. De fato, foi para eles que incentivou as obras de caridade em uma Roma dominada pela escassez, pobreza, injustiças e superstições pagãs; colocou em prática todas as ações necessárias – lê-se em seus escritos – para manter constantemente a justiça e “oferecer amorosamente a clemência, porque sem Cristo nada podemos fazer, mas com Ele tudo é possível”.

Seu Pontificado, que durou vinte e um anos, colecionou várias primazias: foi o primeiro Bispo de Roma a ser chamado Leão; o primeiro sucessor de Pedro a ser chamado “Magno”; o primeiro Papa, que por sua pregação, foi também um dos dois únicos Papas – o outro foi Gregório Magno – a receber, em 1754, por desejo do Papa Bento XIV, o título de “Doutor da Igreja”. A morte de Leão Magno ocorreu em 10 de novembro de 461. Segundo alguns historiadores, ele foi também o primeiro Papa a ser sepultado na Basílica Vaticana. Suas relíquias, ainda hoje, são conservadas na Capela de Nossa Senhora do Pilar, na Basílica de São Pedro.

São Leão Magno, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Não vem ostensivamente… (Lc 17,20-25)

 

Jesus está respondendo a uma pergunta dos fariseus a respeito da irrupção do Reino de Deus. Ele é uma realidade interior. Certamente não estará nas manchetes nem nos outdoors. O Reino é diferente do império do mal, que merece letras garrafais na primeira página.

 

Quer descobrir o Reino de Deus? Procure-o nas páginas internas, em letrinhas miúdas. Sabe, aquela notícia sobre a mulher do pequeno comerciante que esconde dois quilos de feijão numa sacola e leva para a viúva do bairro? Eis o Reino de Deus! Ou sobre aquela professora negra e idosa de Volta Redonda, já aposentada, que viu a molecada na praça e achou um jeito de abrir a capelinha abandonada para ali alfabetizar os pivetes? E ainda aqueles professores do colégio de ricos, em Belo Horizonte, que voltam à noite para lecionar gratuitamente aos alunos bolsistas da instituição?

 

Como? Não achou estas notícias? Claro que não vai achar: o Reino de Deus não é ostensivo, não faz propaganda, não solta foguetes. E como ele é subterrâneo, você deve ter pensado que o Reino não existia. Pois se enganou…

 

Só excepcionalmente um servo de Deus recebe os holofotes do Prêmio Nobel, como Madre Teresa de Calcutá recebeu. E ela afirmou que ali estava em nome dos pobres do mundo inteiro. O dinheiro do prêmio virou arroz para os famintos. O carro que transportou o Papa na Índia e, a seguir, foi dado para ela, também foi vendido e trocado em remédios. Em novembro de 1964, Paulo VI doou a tiara papal para ser transformada em recursos para os pobres, na véspera de sua viagem a Bombaim.

 

Não deu notícia? É claro que não. Vamos, pois, parar com nossas lamentações do tipo “o mundo vai mal”, “a juventude está perdida”, pois elas brotam de nosso olhar envenenado pela TV. Vamos abrir os olhos e olhar em volta. Há milhares de jovens que deixaram casa e família, escola e trabalho para se dedicarem aos órfãos, aos velhinhos do asilo, aos drogados da Praça da Sé.

Abra os olhos e comece a perceber o Reino vivo e pulsante: professores que não abandonaram sua missão, enfermeiras suando sangue em unidades de saúde abandonadas pelo Governo, missionários passando fome com seu rebanho, crianças economizando selos e moedinhas para contribuir com esses missionários.

 

Vamos lá! Desligue a TV e abra a janela. Neste exato momento, o Reino pode estar passando na sua rua…

 

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