11 de Dezembro de 2022

3a Semana do Advento ano A. Domingo

- por Pe. Alexandre

III DOMINGO DO ADVENTO
(roxo, ou róseo, creio, pref. do Advento I – III semana do Saltério)

 

Antífona da entrada

 

– Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto (F l4,4).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus de bondade, que vedes o vosso povo esperando fervoroso o Natal do Senhor, dai chegarmos às alegrias da salvação e celebrá-las sempre, com intenso júbilo, na solene liturgia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Is 35,1-6a.10

– Leitura do livro do profeta Isaías: 1Alegre-se a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio. 2Germine e exulte de alegria e louvores. Foi-lhe dada a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e de Saron; seus habitantes verão a glória do Senhor, a majestade do nosso Deus. 3Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. 4Dizei às pessoas deprimidas: “Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar”. 5Então se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos. 6aO coxo saltará como um cervo e se desatará a língua dos mudos. 10Os que o Senhor salvou voltarão para casa. Eles virão a Sião cantando louvores, com infinita alegria brilhando em seus rostos; cheios de gozo e contentamento, não mais conhecerão a dor e o pranto.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 146,7.8-9 a.9bc-10 (R: Is 35,4)

 

– Vinde, Senhor, para salvar o vosso povo!
R: Vinde, Senhor, para salvar o vosso povo!

– O Senhor é fiel para sempre, faz justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é o Senhor quem liberta os cativos.

R: Vinde, Senhor, para salvar o vosso povo!

– O Senhor abre os olhos aos cegos, o Senhor faz erguer-se o caído, o Senhor ama aquele que é justo, é o Senhor que protege o estrangeiro.

R: Vinde, Senhor, para salvar o vosso povo!

– Ele ampara a viúva e o órfão, mas confunde os caminhos dos maus. O Senhor reinará para sempre! Ó Sião, o teu Deus reinará!

R: Vinde, Senhor, para salvar o vosso povo!

 

2ª Leitura: Tg 5,7-10

– Leitura da carta de são Tiago: Irmãos: 7Ficai firmes até à vinda do Senhor. Vede o agricultor: ele espera o precioso fruto da terra e fica firme até cair a chuva do outono ou da primavera. 8Também vós, ficai firmes e fortalecei vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima. 9Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para que não sejais julgados. Eis que o juiz está às portas. 10Irmãos, tomai por modelo de sofrimento e firmeza os profetas, que falaram em nome do Senhor.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– O Espírito do Senhor sobre mim fez a sua unção; enviou-me aos empobrecidos a fazer feliz proclamação! (Is 61,1).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 11,2-11

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

– Glória a vós, Senhor!

 

– Naquele tempo, 2João estava na prisão. Quando ouviu falar das obras de Cristo, enviou-lhe alguns discípulos, 3para lhe perguntarem: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar um outro?4Jesus respondeu-lhes: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: 5os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. 6Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!” 7Os discípulos de João partiram, e Jesus começou a falar às multidões sobre João: “O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 8O que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Mas os que vestem roupas finas estão nos palácios dos reis. 9Então, o que fostes ver? Um profeta? Sim, eu vos afirmo, e alguém que é mais do que profeta. 10É dele que está escrito: ‘Eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o teu caminho diante de ti’. 11Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

São Dâmaso I, Papa

- por Pe. Alexandre

Dâmaso, de origem espanhola, nasceu em meados do ano 305. Ocupou a Sé de Roma de 366 a 384. Foi natural, ou pelo menos originário, da antiga Hispânia. Seu pai e uma irmã ao menos, Santa Irene, viveram também em Roma. São Dâmaso erigiu em Roma a Basílica de São Lourenço, que recebeu o cognome de in Damaso.

Viveu num período de grande agitação para a Igreja. No tempo de seu Pontificado, era Bispo de Milão o grande Santo Ambrósio e São Jerônimo punha sua formidável inteligência ao serviço da Igreja. São Dâmaso teve que enfrentar um cisma causado por um antipapa, isso no início do seu Pontificado. Infelizmente, esse não consistiu no único problema para Dâmaso, já que teve de combater o Arianismo, que negava a consubstancialidade de Cristo com o Pai. Sendo ele Papa, chegou quase a extinguir-se a heresia ariana. O Imperador Teodósio, se não encontrou nele um indomável mestre de moral como Santo Ambrósio, encontrou um Papa que afirmou sempre, com serena firmeza, a “autoridade da Sé Apostólica”. Dâmaso fez de tudo pela unidade da Igreja, e para deixar claro o Primado do Papa, pois foi o próprio Cristo quem quis: “E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16,18).

Papa Dâmaso celebrou em Constantinopla, o II Concílio Ecumênico onde publicou a fórmula da confissão de fé, com a definição dogmática sobre a Divindade do Espírito Santo.

Em seu pontificado, ordenou o canto dos Salmos nas diversas horas do dia, nas igrejas, nos mosteiros, obrigatórios para os bispos e o clero. Foi ele quem encarregou São Jerônimo na tradução da Bíblia da língua original para o latim, língua oficial da Igreja.

Conhecido como o “Papa das Catacumbas”, São Dâmaso foi responsável pela zelosa restauração das catacumbas dos mártires. Restaurou estes antigos cemitérios e, ele próprio, lavrou inscrições em latim clássico, com a finalidade de manter notícias sobre a vida dos mártires. Em Roma, conseguiu separar Estado e Paganismo. A sua obra foi paciente e oculta, mas não medíocre nem definhante. Soube ligar à Sé apostólica todas as Igrejas e obteve do poder civil o maior respeito.

São Dâmaso, o Papa mais notável do século IV, faleceu em 11 de dezembro de 384. Na chamada Cripta dos Papas, por ele explorada nas Catacumbas de São Calisto, no fim de uma longa inscrição, escreveu: “Aqui eu, Dâmaso, desejaria mandar sepultar os meus restos, mas tenho medo de perturbar as piedosas cinzas dos santos”. Humildade e discrição de um Papa verdadeiramente santo, que de fato preparou para si a sepultura longe, num local solitário, à margem da Via Ardeatina, próximo ao sepulcro de sua mãe e irmã.

São Dâmaso, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Devemos esperar por outro? (Mt 11,2-11)

 

Toda a vida de João, o Batizador, encontrava seu sentido em uma missão única na história: apontar para o Messias esperado. E não era uma expectativa qualquer, mas traduzia séculos de esperança que o povo escolhido havia alimentado ao longo de séculos, apesar de todas as dificuldades, perseguições e intempéries da sua história.

 

De fato, ele já o fizera às margens do Jordão, ao apontar para Jesus de Nazaré e defini-lo: “Eis o cordeiro de Deus! Eis aquele que tira o pecado do mundo!” (Jo 1,29) Agora, já na prisão, de onde só iria sair morto, João Batista envia seus discípulos até Jesus com uma pergunta essencial: “És tu aquele que há de vir?” Ele se referia evidentemente ao Messias esperado. E acrescentou uma alternativa: “Ou devemos esperar por outro?”

 

Esta pergunta permanece atual, viva e pulsante, para cada homem e mulher do século XXI. Jesus Cristo nos basta? Ou, insatisfeitos, decidimos esperar por outra via de salvação?

 

Hébert Roux repete a interrogação: “Jesus é verdadeiramente o Cristo, ‘aquele que há de vir’? Toda a obra de Deus está realmente cumprida nele? Não existe mesmo um lugar ao lado dele, depois dele, para outra coisa? Tudo já está dito apenas com este único ‘nome’ e a vinda do Reino dos céus não deve suscitar em nós uma outra expectativa que não seja a única fé neste nome? Não se pode prever uma ação, uma intervenção de Deus mais evidente, mais atual, mais decisiva, de modo que não seja absolutamente necessário aceitar de imediato e sem reservas a sua exclusiva e total exigência?”

 

Muitas perguntas com uma só resposta: Jesus Cristo basta. Nele, cheio do Espírito, o Pai apostou todas as suas fichas e fez dele “o Caminho”, “a Porta”, “o Pastor”, o Senhor e Salvador.

 

Acredito, pessoalmente, que João sabia disso, mas enviou seus discípulos com tal pergunta movido por uma intenção claramente pedagógica: na iminência da própria morte, era esta a sua maneira de passar seus discípulos para Jesus. Antes de fazer a pergunta, eles haviam passado o dia ao lado de Jesus e foram testemunhas oculares dos sinais messiânicos: a cura de cegos e paralíticos, a sanidade dos leprosos, e a Boa Nova anunciada aos pobres (cf. Lc 7,22).

 

            Jesus Cristo nos basta? Ou vamos trocá-lo por algum outro “iluminado”?

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