11 de Janeiro de 2019

Sexta-feira depois da Epifania

- por Padre Alexandre Fernandes

Antífona da entrada

 

– Para os retos de coração surgiu nas trevas uma luz: o Senhor cheio de compaixão, justo e misericordioso (Sl 111, 4).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus todo-poderoso, que o Natal do salvador do mundo, manifestado pela luz da estrela, sempre refulja e cresça em nossas vidas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1 Jo 5, 5,13

 

– Leitura da primeira carta de são João – Caríssimos: 5quem é o vencedor do mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? 6Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo. (Não veio somente com a água, mas com a água e o sangue.) E o Espírito é que dá testemunho, porque o Espírito é a Verdade. 7Assim, são três que dão testemunho: 8o Espírito, a água e o sangue; e os três são unânimes. 9Se aceitamos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior. Este é o testemunho de Deus, pois ele deu testemunho a respeito de seu Filho. 10Aquele que crê no Filho de Deus tem este testemunho dentro de si. Aquele que não crê em Deus faz dele um mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus deu a respeito de seu Filho. 11E o testemunho é este: Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. 12Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho não tem a vida. 13Eu vos escrevo estas coisas a vós que acreditastes no nome do Filho de Deus, para que saibais que possuís a vida eterna.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 147B, 12-13.14-15.19-20  (R: 12a)

 

– Glorifica o Senhor, Jerusalém!
R: Glorifica o Senhor, Jerusalém!

– Glorifica o Senhor, Jerusalém! Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou.

R: Glorifica o Senhor, Jerusalém!

– A paz em teus limites garantiu e te dá como alimento a flor do trigo. Ele envia suas ordens para a terra e a palavra que ele diz corre veloz.

R: Glorifica o Senhor, Jerusalém!

– Anuncia a Jacó sua palavra, seus preceitos, suas leis a Israel. Nenhum povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos.

R: Glorifica o Senhor, Jerusalém!
 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 – Jesus pregava a boa-nova, o reino anunciando, e curava toda espécie de doenças entre o povo (Mt 4,23).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc  5, 12-16

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

– Glória a vós, Senhor!  

12Aconteceu que Jesus estava numa cidade, e havia aí um homem leproso. Vendo Jesus, o homem caiu a seus pés, e pediu: “Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar”. 13Jesus estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero, fica purificado”. E imediatamente, a lepra o deixou. 14E Jesus recomendou-lhe: “Não digas nada a ninguém. Vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela purificação o prescrito por Moisés como prova de tua cura”. 15Não obstante, sua fama ia crescendo, e numerosas multidões acorriam para ouvi-lo e serem curadas de suas enfermidades. 16Ele, porém, se retirava para lugares solitários e se entregava à oração.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

São Vital

- por Padre Alexandre Fernandes

São Vital, testemunha da misericórdia; converteu muitas mulheres, ao ponto delas o ajudarem

Viveu entre o século VI e VII, foi monge, ermitão na região de Gaza, na Palestina. São Vital vivia o refúgio em Cristo Jesus, na oração e na penitência. Quanto mais alguém se refugia em Deus, sendo monge ou não, vai criando um coração cada vez mais dilatado pelo amor do Senhor. Por isso, vai se tornando pessoa de compaixão, que não julga, não condena; mas vai ao encontro do outro para ser sinal de Deus.

São Vital, movido de pelo Espírito [Santo], saiu da Palestina e foi para o Egito, instalando-se em Alexandria. A sociedade daquele tempo sofria com a prostituição, mas São Vital não as julgou, não as condenou nem foi buscar a santidade, pois quem, de fato, busca a santidade, busca assemelhar-se àquele. Falando para as autoridades religiosas do seu tempo, ele disse: “Os publicanos e as meretrizes os precedem”. Jesus falou isso (Mateus, 21) e os santos buscaram ser reflexo dessa misericórdia. Denuncie o pecado, mas, sobretudo, anuncie o amor que redime, que salva.

O santo buscava, num período do seu dia, arrecadar fundos e, depois, à noite, ia ao encontro das prostitutas e oferecia o dobro [em dinheiro] apenas pela atenção delas. Ele anunciava Jesus Cristo como em Lucas 15, quando o apóstolo ele demonstra um coração de Deus, como do pastor que é capaz de deixar 99 ovelhas para ir ao encontro daquela que se desgarrou.

São Vital, testemunho da misericórdia que nos converte, converteu muitas mulheres, ao ponto delas o ajudarem. Algumas senhoras “piedosas” foram se queixar desse apostolado com o bispo e São Vital foi preso. No entanto, as mulheres que iam se convertendo foram até a autoridade eclesiástica.

Os fatos foram apurados e viu-se que era uma injustiça contra o santo. Injustiça maior aconteceu quando, já solto, continuou a evangelizar com este método ousado, mas um homem que comercializava as mulheres, o apunhalou pelas costas. São Vital teve forças ainda de deixar, por escrito, esta verdade que é atual para todos nós. Ao povo de Alexandria e dos demais lugares, ele dizia: “Convertei-vos, não deixais a conversão para amanhã”. Por isso, São Vital chamava à atenção para a conversão e, ao mesmo tempo, para o dia do juízo.

São Vital, rogai por nós!

FONTE: Canção Nova 

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

Tocou nele… (Lc 5,12-16)

 

            Sim, Jesus estende a mão e toca o leproso. Toca o intocável. Toca o homem de quem todos fugiam, mantendo distância. E Jesus o cura num relance. Que acontece ali? Sigamos a visão do Pe. Serge Traore:

 

            “Para curar um leproso, dizem-nos que Jesus ‘estendeu a mão e o tocou’. Que audácia em tocar um leproso! Teria verdadeiramente a necessidade de tocá-lo? Absolutamente! Ele poderia curá-lo sem o tocar. Mas, refletindo bem, direi com certeza: sim! Naquele momento, ele tinha necessidade de fazê-lo, do contrário não o teria feito. É significativo o fato de que os evangelistas atestam que Jesus “estendeu a mão”. Bastaria dizer: “ele o tocou”. Teríamos compreendido que ele havia estendido a mão para o tocar.

 

A descrição é importante. Ela nos transporta ao coração de Jesus. Ao estender a mão, ele quer, deseja, ele sente isto como uma necessidade de tocar o outro. E também ele experimentará uma sensação. Ele toca a lepra! Que sensação poderia ser essa? Eu me pergunto isto. Quanto ao leproso, ele sente que a lepra o deixa e sente-se purificado: “No mesmo instante, a lepra o deixou e foi purificado”. Eu imagino uma sensação de libertação, de bem-estar, de limpeza, de renascimento. A cura se opera nessas sensações tácteis. “A subida para as alturas é possível quando o homem nas profundezas é capaz de experimentar fortes sensações de vida.”

 

            Este é o nosso Deus. Diferente do Deus altíssimo, transcendente, fora de nosso alcance, que se apresentava oculto na nuvem do Antigo Testamento, o Deus na carne, Jesus Cristo, quer tocar e ser tocado. Um toque em suas vestes, e está curada a mulher com o fluxo de sangue. Um toque de Jesus nos olhos, e o cego passa a ver. Um toque nos ouvidos e na língua, e o surdo-mudo ouve e fala.

 

            Como bem observa o Pe. Serge Traore, “esta força não circula em volta dele, não é como um fruto sobre uma árvore. Esta força brota do contato físico com o humano sofredor. O contato produziu um novo nascimento, uma nova Criação”.

 

            E pensar que Jesus espera por nós na Eucaristia, não só para ser tocado, mas para ser tragado, como nosso alimento. Ele já disse: “Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós”. (Jo 6,53)

 

Orai sem cessar: “Se ao menos tocar em seu manto, serei curado…” (Mt 9,21)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança

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