11 de Janeiro de 2020

Epifania do Senhor - Sábado

- por Padre Alexandre Fernandes

SABADO – SEMANA EPIFANIA
(branco, pref. da Epifania – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, para que nos tornássemos filhos adotivos (Gl 4, 4).

 

Oração do dia

 

– Deus eterno e todo-poderoso, pelo vosso Filho nos fizestes nova criatura para vós. Dai-nos, pela vossa graça, participar da divindade daquele que uniu a vós a nossa humanidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1 Jo 5, 14-21

 

– Leitura da primeira carta de são João – Caríssimos: 14esta é a confiança que temos no filho de Deus: se lhe pedimos alguma coisa de acordo com a sua vontade, ele nos ouve. 15E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que lhe pedimos, sabemos que possuímos o que havíamos pedido. 16Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não conduz à morte, que ele reze, e Deus lhe dará a vida; isto, se, de fato, o pecado cometido não conduz à morte. Existe um pecado que conduz à morte, mas não é a respeito deste que eu digo que se deve rezar. 17Toda iniquidade é pecado, mas existe pecado que não conduz à morte. 18Sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca. Aquele que é gerado por Deus o guarda, e o Maligno não o pode atingir. 19Nós sabemos que somos de Deus, ao passo que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno. 20Nós sabemos que veio o Filho de Deus e nos deu inteligência para conhecermos aquele que é o Verdadeiro. E nós estamos com o Verdadeiro, no seu Filho Jesus Cristo. Este é o Deus verdadeiro e a Vida eterna. 21Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 149, 1-2.3-4.5.6a.9b  (R: 4a)

 

– O Senhor ama seu povo, de verdade.
R: O Senhor ama seu povo, de verdade.

– Cantai ao Senhor Deus um canto novo, e o seu louvor na assembléia dos fiéis! Alegre-se Israel em quem o fez, e Sião se rejubile no seu Rei!

R: O Senhor ama seu povo, de verdade.

– Com danças glorifiquem o seu nome, toquem harpa e tambor em sua honra! Porque, de fato, o Senhor ama seu povo e coroa com vitória os seus humildes.

R: O Senhor ama seu povo, de verdade.

– Exultem os fiéis por sua glória, e cantando se levantem de seus leitos, com louvores do Senhor em sua boca. Eis a glória para todos os seus santos.

 R: O Senhor ama seu povo, de verdade.
 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 – O povo, sentado nas trevas, grande luz enxergou; aos que viviam na sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz (Mt 4,16).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 3,22-30

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

– Glória a vós, Senhor!  

– Naquele tempo, 22Jesus foi com seus discípulos para a região da Judeia. Permaneceu aí com eles e batizava.23Também João estava batizando, em Enon, perto de Salim, onde havia muita água. Aí chegavam as pessoas e eram batizadas. 24João ainda não tinha sido posto no cárcere. 25Alguns discípulos de João estavam discutindo com um judeu a respeito da purificação. 26Foram a João e disseram: “Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão e do qual tu deste testemunho, agora está batizando e todos vão a ele”. 27João respondeu: “Ninguém pode receber alguma coisa, se não lhe for dada do céu. 28Vós mesmos sois testemunhas daquilo que eu disse: ‘Eu não sou o Messias, mas fui enviado na frente dele’. 29É o noivo que recebe a noiva, mas o amigo, que está presente e o escuta, enche-se de alegria ao ouvir a voz do noivo. Esta é a minha alegria, e ela é completa. 30É necessário que ele cresça e eu diminua”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

São Vital

- por Padre Alexandre Fernandes

São Vital, testemunha da misericórdia; converteu muitas mulheres, ao ponto delas o ajudarem

Viveu entre o século VI e VII, foi monge, ermitão na região de Gaza, na Palestina. São Vital vivia o refúgio em Cristo Jesus, na oração e na penitência. Quanto mais alguém se refugia em Deus, sendo monge ou não, vai criando um coração cada vez mais dilatado pelo amor do Senhor. Por isso, vai se tornando pessoa de compaixão, que não julga, não condena; mas vai ao encontro do outro para ser sinal de Deus.

São Vital, movido de pelo Espírito [Santo], saiu da Palestina e foi para o Egito, instalando-se em Alexandria. A sociedade daquele tempo sofria com a prostituição, mas São Vital não as julgou, não as condenou nem foi buscar a santidade, pois quem, de fato, busca a santidade, busca assemelhar-se àquele. Falando para as autoridades religiosas do seu tempo, ele disse: “Os publicanos e as meretrizes os precedem”. Jesus falou isso (Mateus, 21) e os santos buscaram ser reflexo dessa misericórdia. Denuncie o pecado, mas, sobretudo, anuncie o amor que redime, que salva.

O santo buscava, num período do seu dia, arrecadar fundos e, depois, à noite, ia ao encontro das prostitutas e oferecia o dobro [em dinheiro] apenas pela atenção delas. Ele anunciava Jesus Cristo como em Lucas 15, quando o apóstolo ele demonstra um coração de Deus, como do pastor que é capaz de deixar 99 ovelhas para ir ao encontro daquela que se desgarrou.

São Vital, testemunho da misericórdia que nos converte, converteu muitas mulheres, ao ponto delas o ajudarem. Algumas senhoras “piedosas” foram se queixar desse apostolado com o bispo e São Vital foi preso. No entanto, as mulheres que iam se convertendo foram até a autoridade eclesiástica.

Os fatos foram apurados e viu-se que era uma injustiça contra o santo. Injustiça maior aconteceu quando, já solto, continuou a evangelizar com este método ousado, mas um homem que comercializava as mulheres, o apunhalou pelas costas. São Vital teve forças ainda de deixar, por escrito, esta verdade que é atual para todos nós. Ao povo de Alexandria e dos demais lugares, ele dizia: “Convertei-vos, não deixais a conversão para amanhã”. Por isso, São Vital chamava à atenção para a conversão e, ao mesmo tempo, para o dia do juízo.

São Vital, rogai por nós!

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

Esta é a minha alegria… (Jo 3,22-30)

 

            João Batista é o legítimo precursor do Messias Jesus. Pré-cursor = aquele que corre na frente. Na verdade, foi a última voz profética depois de 150 anos de silêncio das profecias em Israel. O Batista é um excelente modelo para a atuação de todo evangelizador: faz seu papel, cumpre sua missão e depois… desaparece.

 

            Terminada a sua tarefa, João espera apenas pelo desenlace no festim de Herodes, temperado em vinho e sarcasmo. Enquanto isso, brota uma reação de ciúme entre os discípulos do Batizador: “Aquele de quem deste testemunho está batizando, e todos vão a ele…”

 

            João não deve ter evitado um meio sorriso ao responder: “O amigo do noivo se alegra quando ouve a voz dele”. Ele acha natural que Jesus esteja no foco das atenções e todos o cerquem. Não espera aplausos e diplomas de mérito pelo trabalho que havia realizado.

 

            Em tempos de palcos e microfones, telinhas e telonas, sites e blogs, João Batista nos interpela ao mostrar que todo destaque cabe ao Anunciado, não ao anunciante. Eis o comentário de Louis Bouyer: “A beleza deste testemunho é pura demais para ter necessidade de ser sublinhada por nós. Jesus assume o lugar de João Batista, e este afirma que foi Deus quem lho deu. O amigo do esposo, que tudo preparou para as bodas, vindo agora o esposo, já não tem outra coisa a fazer senão retirar-se diante do dono da festa. Para João, esta retirada não é uma humilhação dolorosa: ouvir a voz do esposo que se dirige à esposa lhe dá a perfeita alegria, pois ele só havia trabalhado para isto”.

 

            Na Exortação apostólica “Evangelii Gaudium” [2013], o Papa Francisco fala sobre a “doce e reconfortante alegria de evangelizar”: “O bem tende sempre a comunicar-se. Toda a experiência autêntica de verdade e de beleza procura, por si mesma, a sua expansão; e qualquer pessoa que viva uma libertação profunda adquire maior sensibilidade face às necessidades dos outros. E, uma vez comunicado, o bem radica-se e desenvolve-se. Por isso, quem deseja viver com dignidade e em plenitude, não tem outro caminho senão reconhecer o outro e buscar o seu bem. Assim, não nos deveriam surpreender frases de São Paulo como estas: ‘O amor de Cristo nos absorve completamente’ (2Cor 5,14); ‘ai de mim, se eu não evangelizar!’ (1Cor 9,16). [EG, 9]

 

            João Batista nos ensina a receita da alegria que não passa…

 

Orai sem cessar: “Alegrai-vos no Senhor!” (Sl 32,11)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança

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