11 de Novembro de 2022

32a Semana do Tempo Comum Sexta-feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA – SÃO MARTINHO DE TOURS – BISPO

(branco, pref. comum ou dos pastores– ofício da memória)

 

Antífona da entrada

 

– Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,15).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que fostes glorificado pela vida e a morte do bispo São Martinho, renovai em nossos corações as maravilhas da vossa graça, de modo que nem a morte nem a vida nos possam separar do vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 2Jo 4-9

 

– Leitura da segunda carta de são João: 4 Muito me alegrei, Senhora, por ter encontrado alguns dos teus filhos que caminham conforme a verdade, segundo o mandamento que recebemos do Pai. 5 E agora, Senhora, eu te peço – não que te esteja escrevendo a respeito de um novo mandamento, pois se trata daquele que temos desde o princípio: amemo-nos uns aos outros. 6 E amar consiste no seguinte: em viver conforme os seus mandamentos. Este é o mandamento que ouvistes desde o início para guiar o vosso proceder. 7Acontece que se espalharam pelo mundo muitos sedutores, que não confessam a Jesus Cristo encarnado. Está aí o Sedutor, o Anticristo. 8Tomai cuidado, se não quereis perder o fruto do vosso trabalho, mas sim, receber a plena recompensa. 9 Todo o que não permanece na doutrina de Cristo, mas passa além, não possui a Deus. Aquele que permanece na doutrina é o que possui o Pai e o Filho.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 119,1.2.10.11.17-18 (R: 1b)

 

– Feliz é quem na lei do Senhor Deus vai progredindo!
R: Feliz é quem na lei do Senhor Deus vai progredindo!

– Feliz o homem sem pecado em seu caminho, que na lei do Senhor Deus vai progredindo!

R: Feliz é quem na lei do Senhor Deus vai progredindo!

– Feliz o homem que observa seus preceitos, e de todo o coração procura a Deus!

R: Feliz é quem na lei do Senhor Deus vai progredindo!

– De todo o coração eu vos procuro, não deixeis que eu abandone a vossa lei!

R: Feliz é quem na lei do Senhor Deus vai progredindo!

– Conservei no coração vossas palavras, a fim de que eu não peque contra vós.

R: Feliz é quem na lei do Senhor Deus vai progredindo!

– Sede bom com vosso servo, e viverei, e guardarei vossa palavra, ó Senhor.

R: Feliz é quem na lei do Senhor Deus vai progredindo!

– Abri meus olhos, e então contemplarei as maravilhas que encerra a vossa lei!

R: Feliz é quem na lei do Senhor Deus vai progredindo!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Levantai vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima!

(Lc 21,28).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 17,26-37

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 26“Como aconteceu nos dias de Noé, assim também acontecerá nos dias do Filho do Homem. 27Eles comiam, bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então chegou o dilúvio e fez morrer todos eles. 28Acontecerá como nos dias de Ló: comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam. 29Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, Deus fez chover fogo e enxofre do céu e fez morrer todos. 30O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do Homem for revelado. 31Nesse dia, quem estiver no terraço, não desça para apanhar os bens que estão em sua casa. E quem estiver nos campos não volte para trás. 32Lembrai-vos da mulher de Ló. 33Quem procura ganhar a sua vida vai perdê-la; e quem a perde vai conservá-la. 34Eu vos digo: nesta noite, dois estarão numa cama; um será tomado e o outro será deixado. 35Duas mulheres estarão moendo juntas; uma será tomada e a outra será deixada. 36Dois homens estarão no campo; um será levado e o outro será deixado”. 37Os discípulos perguntaram: “Senhor, onde acontecerá isso? ” Jesus respondeu: “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

São Martinho de Tours

- por Pe. Alexandre

Seu gesto: poucos personagens podem ter sua história resumida em uma única ação, tão poderosa a ponto de permanecer indelével e profunda em uma vida. São Martinho pertenceu a uma categoria especial de santos. Seu famoso manto é a antonomásia de um homem que nasceu em 316 ou 317, ao término do Tardo Império Romano, na Panônia, hoje Hungria.

Filho de um tribuno militar, Martinho viveu em Pavia, porque seu pai, um veterano do exército, havia recebido de presente um terreno naquela cidade. Seus pais eram pagãos, mas a criança era atraída pelo cristianismo; com apenas 12 anos, queria ser asceta e retirar-se para o deserto. Mas um edito imperial colocou-lhe a farda e a espada antes de seu sonho de oração em solidão. Por isso Martinho teve que se alistar e acabou em um quartel na Gália.

Seu gesto do manto ocorreu em torno do ano 335. Como membro da guarda imperial, o jovem soldado era muito requisitado para as rondas noturnas. Em uma delas, durante o inverno, Martinho deparou-se, a cavalo, com um mendigo seminu. Movido de compaixão, tirou seu manto, cortou-o em duas partes e deu a metade ao pobre. Na noite seguinte, Jesus apareceu-lhe em sonho, usando a metade do manto, dizendo aos anjos: “Este aqui é Martinho, o soldado romano não batizado: ele me cobriu com seu manto”. O sonho impressionou muito o jovem soldado que, na festa da Páscoa seguinte, foi batizado. Recebeu o Sacramento por volta dos 20 anos.

Por 20 anos, ele continuou a servir o exército de Roma, dando testemunho da sua fé em um ambiente tão distante dos seus sonhos de adolescente. Mas ele ainda tinha uma longa vida para ser vivida. Logo que pôde, ao ser dispensado do exército, foi ter com Dom Hilário, bispo de Poitiers, firme opositor da heresia ariana. Esta oposição do purpurado custou-lhe o exílio, pois o imperador Constâncio II era um seguidor da doutrina de Ário. No entanto, Martinho tinha ido visitar a sua família na Panônia. Ao saber da notícia, retirou-se para um mosteiro perto de Milão. Quando o Bispo voltou do exílio, Martinho foi visitá-lo, obtendo dele a permissão para fundar um mosteiro perto de Tours, e por ele foi ordenado diácono e presbítero. Assim, vivendo uma vida austera em cabanas, o ex-soldado — que havia dado seu manto a Jesus — tornou-se pobre como desejava. Rezava e pregava a fé católica em terras francesas, onde ficou conhecido por muitos.

Cerca de 10 anos mais tarde, os cristãos de Tours, tendo ficado sem Pastor, aclamaram-no seu Bispo em 371. Desde então, Martinho dedicou-se com zelo fervoroso à evangelização no campo e à formação do clero. Martinho aceitou, mas com seu estilo próprio de vida: não quis viver como príncipe da Igreja, para que as pessoas – pobres, presos e enfermos – continuassem a encontrar abrigo sob seu manto. São Martinho viveu nas adjacências dos muros da cidade, no mosteiro de Marmoutier, o mais antigo da França. Dezenas de monges o seguiram, muitos deles pertenciam à casta nobre.

Em 397, em Condate, atual Candes de Saint Martin, o Bispo de 80 anos partiu com a missão de reconstituir um cisma surgido entre o clero local. Em virtude do seu carisma, pacificou os ânimos. Mas, antes de regressar para Tours, foi acometido por uma série de febres violentas. São Martinho de Tours faleceu, deitado na terra nua, conforme o seu desejo. Uma grande multidão participou do enterro de um homem tão querido, generoso e solidário como um verdadeiro cavaleiro de Cristo.

Sobre ele, disse o Papa Emérito no Angelus em 11 de novembro de 2007: “Queridos irmãos e irmãs, o gesto caritativo de São Martinho inscreve-se na mesma lógica que levou Jesus a multiplicar os pães para as multidões famintas, mas sobretudo a deixar-se a si mesmo como alimento para a humanidade na Eucaristia, Sinal supremo do amor de Deus, Sacramentum caritatis. É a lógica da partilha, com a qual se expressa de modo autêntico o amor ao próximo. Ajude-nos, São Martinho, a compreender que só através de um compromisso comum de partilha é possível responder ao grande desafio do nosso tempo: isto é, de construir um mundo de paz e de justiça, no qual cada homem possa viver com dignidade. Isso pode acontecer se prevalecer um modelo mundial de autêntica solidariedade, capaz de garantir a todos os habitantes do planeta o alimento, as curas médicas necessárias, mas também o trabalho e os recursos energéticos, assim como os bens culturais, o saber científico e tecnológico”.

São Martinho de Tours, rogai por nós! 

Meditaçao

- por Pe. Alexandre

Os homens festejavam… (Lc 17,26-37)

 

Tudo vai bem? Então, vamos festejar! Mesa farta, vinhos finos, boa música. Novelas, campeonatos, entertainment… No tempo de Noé, o dilúvio afogou a festa. No tempo de Ló, o fogo do céu assou os convivas. Seria hoje diferente?

 

Ouçamos a homilia de São João Crisóstomo…

 

“Quanto mais o rei se aproxima, mais é preciso preparar-se. Quanto mais próximo o momento em que será entregue o prêmio ao combatente, melhor é preciso combater. Assim fazemos nas corridas: quando vem o final da prova e nos aproximamos da chegada, estimula-se ainda mais a fuga dos corredores. Por isso é que Paulo diz: ‘Agora a salvação está mais próxima de nós do que quando abraçamos a fé. A noite vai avançada, o dia está bem próximo’. (Rm 3,11-12).”

 

Crisóstomo prossegue: “Já que a noite se desfaz e o dia aparece, façamos as obras do dia; deixemos as obras das trevas. É assim que fazemos nesta vida: quando vemos que a noite cede o passo à aurora e ouvimos cantar a andorinha, nós nos despertamos mutuamente, mesmo que ainda seja noite. Quando esta se dissipa, mais nos apressamos: ‘Eis o dia!’ E nos dedicamos às tarefas do dia; vestimo-nos depois de ser arrancados do sono para que o sol nos encontre prontos. […]

 

Mas ainda não é tudo! Indo ainda mais fundo, como não ser tomado por um arrepio sagrado? Paulo nos dá como manto o próprio Rei. Quem está envolvido por ele possui todas as virtudes. E quando Paulo diz: ‘Revesti-vos do Senhor Jesus’ (Rm 13,14), ele recomenda nos envolver por completo.

 

No mesmo sentido, ele diz em outro lugar: ‘Se Cristo está em vós’ (Rm 8,10) e, ainda, ‘Cristo habita em nosso homem interior’ (Ef 3,17). É que ele quer ter sua morada em nossa alma e se revestir de nós como de uma vestimenta, de modo que ele seja tudo em nós, tanto dentro como fora.

 

De fato, não é ele a nossa plenitude? Ele é nosso Caminho, nosso Esposo. Ele é nossa Fonte, nossa Bebida, nosso Alimento, nossa Vida. Ele é o Apóstolo, o Doutor, nosso Pai, nosso Irmão, nosso Coerdeiro! Que bem não deseja ele em nós, desde que a nós ele se une, apega-se a nós de todas as maneiras? Não é a prova de seu amor?”

 

Nunca será demais recordar: estamos a fim de con-versão? Ou de di-versão? Como nos achará o Senhor no dia de sua Vinda: di-vertidos ou con-vertidos? Só o tempo o dirá. E o tempo, você sabe… o tempo passa…

 

Utilizamos seus dados para analisar e personalizar nossos conteúdos e anúncios durante a sua navegação em nossa plataforma e em serviços de terceiros parceiros. Ao navegar pelo nosso site, você nos autoriza a coletar tais informações e utilizá-las para estas finalidades. Em caso de dúvidas, acesse nossa Política de Privacidade.