12 de Abril de 2020

1a Semana da Páscoa Domingo

- por Padre Alexandre Fernandes

DOMINGO – PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO

(Branco, glória, sequência, pref. da Páscoa1, I semana do saltério)

 

Antífona da entrada

 

– Ressuscitei, ó Pai, e sempre estou contigo: pousaste sobre mim a tua mão, tua sabedoria é admirável, aleluia!  (Sl 138,18.5).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, por vosso Filho unigênito, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da eternidade. Concedei que, celebrando a ressurreição do Senhor, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos na luz da vida nova. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: At 10,34a.37-43

 

– Leitura dos Atos dos Apóstolos: Naqueles dias, 34aPedro tomou a palavra e disse: 37“Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João: 38como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele. 39E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, pregando-o numa cruz. 40Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se 41não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos. 42E Jesus nos mandou pregar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos. 43Todos os profetas dão testemunho dele: “Todo aquele que crê em Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 118,1-2.16ab-17.22-23 (R: 24)

 

– Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!
R: Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!

– Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! ‘Eterna é a sua misericórdia!’ A casa de Israel agora o diga: “Eterna é a sua misericórdia!“.

R: Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!

– A mão direita do Senhor fez maravilhas, a mão direita do Senhor me levantou. Não morrerei, mas, ao contrário, viverei para cantar as grandes obras do Senhor!

R: Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!

– A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular. Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: Que maravilhas ele fez a nossos olhos!

R: Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!
 

2ª Leitura: 1Cl 3,1-4

 

– Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses: Irmãos: 1Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, 2onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. 3Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. 4Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

 

SEQUÊNCIA

 

– Cantai, cristãos, afinal: “Salve, ó vítima pascal”! Cordeiro inocente, o Cristo abriu-nos do Pai o aprisco.

 

– Por toda ovelha imolado, do mundo lava o pecado. Duelam forte e mais forte: é a vida que enfrenta a morte.

 

– O rei da vida, cativo, é morto, mas reina vivo! Responde, pois, ó Maria: no teu caminho o que havia?

 

– Vi Cristo ressuscitado, o túmulo abandonado. Os anjos da cor do sol, dobrado ao chão o lençol…

 

– O Cristo, que leva aos céus, caminha à frente dos seus! Ressuscitou de verdade. Ó rei, ó Cristo, piedade!

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– O nosso Cordeiro pascal, Jesus Cristo, já foi imolado. Celebremos, assim, esta festa na sinceridade e verdade! (1Cor 5,7)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 20,1-9

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

– Glória a vós, Senhor!  

 

1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido tirada do túmulo.  2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou. 9De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

São Vitor

- por Padre Alexandre Fernandes

Nasceu na aldeia de Passos, perto de Braga (Portugal), onde viveu toda sua juventude para Deus. Era catecúmeno, e se preparava para receber a graça do Batismo.

Jovem muito dado, encontrou um grupo de pagãos que prestava culto a um ídolo. Eles o chamavam a adorar este ídolo, e ele se recusou. Então, Vitor foi levado diante do governador e questionado.

Por não renunciar a sua fé, foi preso numa árvore e flagelado. E em seguida, decapitado. São Vitor foi fiel a Cristo em todos os momentos, entregando-se a Jesus desde a juventude.

São Vitor, rogai por nós!

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

VIGÍLIA PASCAL. DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR

47. RESSUSCITOU DOS MORTOS

– A Ressurreição do Senhor, fundamento da nossa fé. Jesus Cristo vive: esta é alegria de todos os cristãos.

– A luz de Cristo. A ressurreição, uma forte chamada ao apostolado.

– Aparições de Jesus: o encontro com sua Mãe, a quem aparece em primeiro lugar. Viver este tempo litúrgico muito perto da Virgem.

I. O SENHOR RESSUSCITOU verdadeiramente, aleluia. A Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos1.

“Ao cair a tarde de Sábado, Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para irem embalsamar o corpo morto de Jesus. – No outro dia, de manhã cedo, chegaram ao sepulcro, nascido já o sol (Marc., XVI, 1 e 2). E entrando, ficam consternadas, porque não encontram o corpo do Senhor. – Um jovem, coberto de vestes brancas, diz-lhes: Não temais; sei que procurais Jesus Nazareno. Non est hic, surrexit enim sicut dixit – não está aqui porque ressuscitou, como tinha anunciado (Math., XXVIII, 5). – Ressuscitou! – Jesus ressuscitou. Não está no sepulcro. A vida pôde mais do que a morte”2.

A Ressurreição gloriosa do Senhor é a chave para interpretarmos toda a sua vida e o fundamento da nossa fé. Sem essa vitória sobre a morte, diz São Paulo, toda a pregação seria inútil e a nossa fé vazia de conteúdo3. Além disso, na Ressurreição de Cristo apóia-se a nossa ressurreição futura. Porque Deus, rico em misericórdia, impelido pelo grande amor com que nos amou, deu-nos a vida ao mesmo tempo que a Cristo, quando estávamos mortos em conseqüência dos nossos pecados… Com Ele nos ressuscitou4.

A Ressurreição do Senhor é uma realidade central da nossa fé católica, e como tal foi pregada desde os começos do cristianismo. A importância deste milagre é tão grande que os Apóstolos são, antes de mais nada, testemunhas da Ressurreição de Jesus5. Este é o núcleo de toda a sua pregação, e isto é o que, depois de vinte séculos, nós anunciamos ao mundo: Cristo vive! A Ressurreição é a prova suprema da divindade de Nosso Senhor.

Depois de ressuscitar pelo seu próprio poder, Jesus glorioso foi visto pelos discípulos, que puderam certificar-se de que era Ele mesmo: puderam falar com Ele, viram-no comer, verificaram as marcas dos pregos e da lança no seu corpo… Os Apóstolos declaram que Jesus se manifestou com muitas provas6, e muitos deles morreram em testemunho dessa verdade.

“Apareceu a sua Mãe Santíssima. – Apareceu a Maria de Magdala, que está louca de amor. – E a Pedro e aos demais Apóstolos. – E a ti e a mim, que somos seus discípulos e mais loucos que Madalena. Que coisas lhe dissemos!

“Que nunca morramos pelo pecado; que seja eterna a nossa ressurreição espiritual. – E, antes de terminar a dezena, beijaste as chagas dos seus pés…, e eu, mais atrevido – por ser mais criança –, pus os meus lábios no seu lado aberto”7.

II. SÃO LEÃO MAGNO diz de uma forma muito bela que Jesus se apressou a ressuscitar porque tinha pressa em consolar sua Mãe e os discípulos8: esteve no sepulcro o tempo estritamente necessário para cumprir os três dias profetizados. Ressuscitou ao terceiro dia, mas o mais cedo que pôde, ao amanhecer, quando ainda estava escuro9, antecipando o amanhecer com a sua própria luz.

O mundo tinha ficado às escuras. Só a Virgem Maria era um farol no meio de tantas trevas. A Ressurreição é a grande luz para todo o mundo: Eu sou a luz10, tinha dito Jesus; luz para o mundo, para cada época da história, para cada sociedade, para cada homem.

Ontem à noite, enquanto participávamos – se nos foi possível – na liturgia da Vigília pascal, vimos como no começo da cerimônia reinava no templo uma escuridão total, que era imagem das trevas em que a humanidade jaz sem Cristo, sem a revelação de Deus. Pouco depois, o celebrante proclamou a comovedora e feliz notícia: A luz de Cristo, que ressuscita glorioso, dissipe as trevas do coração e do espírito11. E da chama do círio pascal, que simbolizava Cristo, todos os fiéis receberam a luz: o templo ficou iluminado com a luz do círio pascal e a de todos os fiéis. É a luz que a Igreja derrama generosamente sobre a terra mergulhada em trevas.

A Ressurreição de Cristo é uma forte chamada ao apostolado, isto é, a que sejamos luz a fim de levarmos a luz aos outros. Para isso devemos estar unidos a Cristo. “Instaurare omnia in Christo, é o lema que São Paulo dá aos cristãos de Éfeso (Ef 1, 10): informar o mundo inteiro com o espírito de Jesus, colocar Cristo na entranha de todas as coisas. Si exaltatus fuero a terra, omnia traham ad meipsum (Jo 12, 32), quando for levantado ao alto sobre a terra, tudo atrairei a mim. Cristo, com a sua encarnação, com a sua vida de trabalho em Nazaré, com a sua pregação e milagres pelas terras da Judéia e da Galiléia, com a sua morte na Cruz, com a sua Ressurreição, é o centro da Criação, Primogênito e Senhor de toda a criatura.

“A nossa missão de cristãos é proclamar essa realeza de Cristo, anunciá-la com a nossa palavra e as nossas obras. O Senhor quer os seus em todas as encruzilhadas da terra. Chama alguns ao deserto, para que se desentendam dos avatares da sociedade dos homens e com o seu testemunho recordem aos demais que Deus existe. Confia a outros o ministério sacerdotal. Mas quer a grande maioria dos homens no meio do mundo, nas ocupações terrenas. Estes cristãos devem, pois, levar Cristo a todos os ambientes em que as suas tarefas humanas se desenvolvem: à fábrica, ao laboratório, ao cultivo da terra, à oficina do artesão, às ruas das grandes cidades e aos caminhos de montanha”12.

III. A VIRGEM MARIA, que esteve acompanhada pelas santas mulheres nas horas terríveis da crucifixão do seu Filho, não as acompanhou na piedosa tentativa de acabar de embalsamar o corpo morto de Jesus. Maria Madalena e as outras mulheres que haviam seguido Jesus desde a Galiléia tinham esquecido as suas palavras sobre a Ressurreição ao terceiro dia. Mas a Virgem Santíssima sabe que Ele ressuscitará. Num clima de oração que nós não podemos descrever, Maria espera o seu Filho glorificado.

“Os Evangelhos não nos falam de uma aparição de Jesus ressuscitado a Maria. De qualquer maneira, assim como Ela esteve de modo especial junto da Cruz do Filho, também deve ter tido uma experiência privilegiada da sua Ressurreição”13. Uma tradição antiquíssima da Igreja diz-nos que Jesus apareceu em primeiro lugar e a sós à sua Mãe Santíssima. Em primeiro lugar, porque Ela era a primeira e principal corredentora do gênero humano, em perfeita união com o seu Filho. A sós, já que esta aparição tinha uma razão de ser muito diferente da das demais aparições às mulheres e aos discípulos. A estes, o Senhor tinha que reconfortá-los e conquistá-los definitivamente para a fé. A Virgem, que já havia sido constituída Mãe do gênero humano reconciliado com Deus, não deixara em momento algum de estar em perfeita união com a Santíssima Trindade. Toda a esperança na Ressurreição de Jesus que restava sobre a terra tinha-se refugiado no seu coração.

Não sabemos de que maneira Jesus apareceu à sua Mãe. Apareceu a Maria Madalena de uma forma que não permitiu que ela o reconhecesse a princípio. Juntou-se aos dois discípulos de Emaús como um viajante. Apareceu aos Apóstolos reunidos no Cenáculo estando as portas fechadas… À sua Mãe, numa intimidade que nos é impossível imaginar, mostrou-se de uma forma tal que Ela pôde reconhecer o seu estado glorioso e perceber que o seu Filho já não continuaria a mesma vida de antes sobre a terra14.

Depois de tanta dor, a Virgem encheu-se de uma imensa alegria. “A estrela da manhã – diz Frei Luis de Granada – não surge com tanta formosura como a que resplandeceu aos olhos da Mãe naquele rosto cheio de graças e naquele espelho da glória divina. Maria vê o corpo do Filho ressuscitado e glorioso, livre já de todos os maus tratos passados, recuperada a graça daqueles olhos divinos e ressuscitada e aumentada a sua primeira formosura. As feridas das chagas, que tinham sido para a Mãe como espadas de dor, viu-as Ela convertidas em fontes de amor; àquele que vira padecer entre ladrões, vê-o agora acompanhado de anjos e santos; àquele que a confiara do alto da cruz ao discípulo, vê-o agora estender-lhe os seus braços, vê-o ressuscitado diante dos seus olhos. Ela o possui e não o deixa; abraça-o e pede-lhe que não parta; junto da Cruz, emudecida de dor, não soubera o que dizer; agora, emudecida de alegria, não consegue falar”15. Nós nos unimos a essa imensa alegria da nossa Mãe.

Conta-se que, nesta festa, São Tomas de Aquino aconselhava todos os anos os seus ouvintes a não deixarem de felicitar a Virgem pela Ressurreição do seu Filho16. É o que nós fazemos a partir de agora, começando hoje a rezar o Regina Coeli, que ocupará o lugar do Angelus durante o tempo pascal: Rainha do céu, alegrai-vos, aleluia! Porque aquele que merecestes trazer no vosso seio ressuscitou como disse, aleluia!… E lhe pedimos que nos alcance a graça de ressuscitar para sempre de todo o pecado, a fim de permanecermos em íntima união com Jesus Cristo. Façamos o propósito de viver este tempo pascal muito unidos a Santa Maria.

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