12 de Janeiro de 2020

1a Semana Comum - Domingo

- por Padre Alexandre Fernandes

DOMINGO – BATISMO DO SENHOR  
(branco, glória, creio, pref. próprio – ofício da festa)

 

Antífona da entrada

 

– Batizado o Senhor, os céus se abriram e o Espírito Santo pairou sobre ele sob forma de pomba. E a voz do Pai se fez ouvir: este é meu Filho muito amado, nele está todo o meu amor!  (Mt 3, 16).

 

Oração do dia

 

– Deus eterno e todo-poderoso, que, sendo o Cristo batizado no Jordão e pairando sobre ele o Espírito Santo, o declaraste solenemente vosso Filho, concedei aos vossos filhos adotivos, renascidos da água e do Espírito Santo, perseverar constantemente em vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Is 42,1-4.6-7

 

– Leitura do livro do profeta Isaías: Assim fala o Senhor: 1“Eis o meu servo – eu o recebo; eis o meu eleito – nele se compraz minha alma; pus meu espírito sobre ele, ele promoverá o julgamento das nações. 2Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas. 3Não quebra uma cana rachada nem apaga um pavio que ainda fumega; mas promoverá o julgamento para obter a verdade. 4Não esmorecerá nem se deixará abater, enquanto não estabelecer a justiça na terra; os países distantes esperam seus ensinamentos. 6Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, 7para abrires os olhos dos cegos, tirares os cativos da prisão, livrares do cárcere os que vivem nas trevas”.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 29,1a.2.3ac-4.3b.9b-10 (R 11b)

 

– Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!
R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

– Filhos de Deus, tributai ao Senhor, tributai-lhe glória e poder! Dai-lhe a glória devida ao seu nome; adorai-o com santo ornamento!

R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

– Eis a voz do Senhor sobre as águas, sua voz sobre as águas imensas! Eis a voz do Senhor com poder! Eis a voz do Senhor majestosa!

R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

– Sua voz no trovão reboando! No seu templo os fiéis bradam: “Glória!” É o Senhor que domina os dilúvios, o Senhor reinará para sempre!

R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!
 

2ª Leitura: At 10, 34-38

 

– Leitura dos Atos dos Apóstolos: Naqueles dias, 34Pedro tomou a palavra e disse: “De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas. 35Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença. 36Deus enviou sua palavra aos israelitas e lhes anunciou a Boa Nova da paz, por meio de Jesus Cristo, que é o Senhor de todos.37Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João: 38como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele”.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 – Abriram-se os céus e fez-se ouvir a voz do Pai: eis meu Filho muito amado; escutai-o todos vós  (Mc 9,7).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 3,13-17

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

– Glória a vós, Senhor!  

– Naquele tempo, 13Jesus veio da Galileia para o rio Jordão, a fim de se encontrar com João e ser batizado por ele. 14Mas João protestou, dizendo: “Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?” 15Jesus, porém, respondeu-lhe: “Por enquanto deixa como está, porque nós devemos cumprir toda a justiça!” E João concordou. 16Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água. Então os céu se abriram e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e vindo pousar sobre ele. 17E do céu veio uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus o meu agrado”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

São Bernardo, modelo de vida na pobreza

- por Padre Alexandre Fernandes

São Bernardo, discerniu um chamado à vida religiosa, tornou-se irmão religioso

O santo de hoje nasceu no ano de 1605 em Corleone, Sicília, na Itália. Como é belo poder perceber o testemunho de hoje! Como a misericórdia de Deus fez maravilhas a partir do arrependimento!

São Bernardo foi crescendo numa vida longe do relacionamento com Deus e com a Igreja. Logo, distante de si e do amor aos irmãos, o orgulho foi tomando conta do seu coração. Então, decidiu entrar para a vida militar; não para servir a sociedade, mas para dominá-la. De fato, ele estava longe de Deus. Resultado: numa das muitas discussões que viraram briga, ele acabou num duelo, ferindo de morte um companheiro seu da vida militar. Foi neste momento trágico de sua história que ele abriu o coração para Deus, pois sua consciência foi pesando. Embora ele tenha fugido e recorrido a um chamado “direito de asilo”, não foi preso, mas estava preso a uma vida de pecado. Quem poderia resgatá-lo? Nosso Senhor Jesus Cristo, o Verbo encarnado que veio nos assumir na nossa fragilidade e nos revelar este amor que redime, que salva e é a nossa esperança.

Assim, arrependeu-se e começou a busca de uma vida em Deus, uma vida de Igreja, sacramental. Discerniu um chamado à vida religiosa, buscou a família franciscana e ali tornou-se irmão religioso, fiel às regras. De fato, se antes expressava arrogância, agora comunicava paz, penitência, luta contra o pecado.

Ele foi se santificando também no serviço ao próximo. “Santidade sem serviço aos outros pode ser apenas um ideal, mas, no concreto, esta luta, este bom combate é para sermos melhores em Deus, melhores uns para os outros”.

Religioso, capuchinho, modelo de vida na pobreza, na castidade e na obediência. Este santo do século XVII nos convida, neste novo milênio, a sermos sinais no poder que a misericórdia divina tem de, com a nossa ajuda e nosso sim, fazer-nos santos.

São Bernardo, rogai por nós!

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

Cumprir toda a justiça… (Mt 3,13-17)

 

            Nós temos problemas com a palavra “justiça”. Para muitos, fazer justiça é um acerto de contas. Para outros, pura vingança. Para tantos, repor as coisas em seu devido lugar. Para Jesus, porém, a “justiça” a ser feita consiste simplesmente em morrer pelos nossos pecados. A vítima inocente pelos réus empedernidos…

 

            Este Evangelho registra a primeira aparição pública de Jesus, em duro contraste com os golpes de trombeta que eram as palavras de ameaça com que João anunciara a sua vinda. O Messias fora anunciado como um “justiceiro”, encarregado de executar o extremo juízo de Deus. A imagem usada pelo Batista fora um “machado posto nas raízes” (cf. Mt 3,10): uma amputação radical!

 

            Ora, eis que chega às margens do Jordão o Cordeiro de Deus (cordeiro = vítima!) e entra na fila da multidão, misturando-se aos pecadores. O “batismo de João”, óbvio, não era um sacramento cristão, mas mero rito de purificação, ao qual o povo era convidado como sinal de adesão ao Messias e a seu Reino que se faziam próximos, isto é, ao alcance de todos.

 

            A reação do Batista diante de Jesus não podia ser outra: “Que está fazendo aqui? Este não é o seu lugar!” Como observa Hébert Roux, o Único qualificado para operar o batismo purificador aparece inesperadamente, e sua primeira atitude parece contradizer diretamente a expectativa do próprio Precursor. Jesus não vem para batizar, mas para ser batizado!

 

            “Se o batismo de João significa a confissão de uma culpabilidade, se ele é dado para levar ao arrependimento os pecadores que se reconhecem passíveis do julgamento de Deus, como poderia recebê-lo o Senhor, o próprio Rei da Justiça? João não parece pôr em dúvida, como faria mais tarde (cf. Mt 11,3), a autenticidade de Jesus enquanto Messias; simplesmente ele está desconcertado por sua atitude.”

 

            E Jesus o tranquiliza: “Deixa assim… por enquanto… pois convém cumprir toda a justiça”. Só mais tarde será possível compreender estas palavras. Os eventos posteriores lhes darão todo o seu sentido. Cristo veio para identificar-se com uma humanidade “maldita”, deteriorada pelo pecado. E é no seio dela que ele se mostra plenamente humano, sem fugir ao cansaço, à condenação e à morte sangrenta, aquele “batismo no qual devo ser batizado” (cf. Mc 10,38).

 

Orai sem cessar: “Ele fará que a multidão se torne justa…” (Is 53,11)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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