12 de janeiro de 2023

Primeira semana tempo comum - Quinta-feira

- por Pe. Alexandre

QUINTA FEIRA – I SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde, ofício do dia da I semana)

 

Antífona da entrada

 

– Ergamos os nossos olhos para aquele que tem o céu como trono; a multidão dos anjos o adora, cantando a uma só voz: Eis aquele cujo o poder é eterno.

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, atendei como o Pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Hb 3,7-14

 

–  Leitura da carta aos Hebreus: Irmãos, 7escutai o que declara o Espírito Santo: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, 8não endureçais os vossos corações, como aconteceu na provocação, no dia da tentação, no deserto, 9onde vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, 10embora vissem as minhas obras, durante quarenta anos. Por isso me irritei com essa geração e afirmei: sempre se enganam no coração e desconhecem os meus caminhos. 11Assim jurei na minha ira: não entrarão no meu repouso”. 12Cuidai, irmãos, que não se ache em algum de vós um coração transviado pela incredulidade, levando-o a afastar-se do Deus vivo. 13Antes, animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ainda se disser “hoje”, para que nenhum de vós se endureça pela sedução do pecado – 14pois nos tornamos companheiros de Cristo, contanto que mantenhamos firme até o fim a nossa confiança inicial.

 

 Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 95,6-7.8-9.10-11 (R: 8)

 

– Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os vossos corações.
R: Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os vossos corações.

– Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão.

R: Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os vossos corações.

– Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: “Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras”.

R: Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os vossos corações.

– Quarenta anos desgostou-me aquela raça e eu disse: “Eis um povo transviado, seu coração não conheceu os meus caminhos! ” E por isso lhes jurei na minha ira: “Não entrarão no meu repouso prometido!”

R: Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os vossos corações.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Jesus pregava a Boa-nova, o reino anunciando, e curava toda espécie de doenças entre o povo (Mt 4,23).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 1,40-45

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

– Glória a vós, Senhor!  


– Naquele tempo, 40um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: “Se queres, Podes limpar-me!”. 41Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero: fica curado!” 42No mesmo instante, a lepra desapareceu, e ele ficou curado. 43Então Jesus o mandou logo embora, 44falando com firmeza: “Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!” 45Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

São Bernardo de Corleone

- por Pe. Alexandre

O santo de hoje nasceu no ano de 1605 em Corleone, Sicília, na Itália. Como é belo poder perceber o testemunho de hoje! Como a misericórdia de Deus fez maravilhas a partir do arrependimento!

São Bernardo foi crescendo numa vida longe do relacionamento com Deus e com a Igreja. Logo, distante de si e do amor aos irmãos, o orgulho foi tomando conta do seu coração. Então, decidiu entrar para a vida militar; não para servir a sociedade, mas para dominá-la. De fato, ele estava longe de Deus. Resultado: numa das muitas discussões que viraram briga, ele acabou num duelo, ferindo de morte um companheiro seu da vida militar. Foi neste momento trágico de sua história que ele abriu o coração para Deus, pois sua consciência foi pesando. Embora ele tenha fugido e recorrido a um chamado “direito de asilo”, não foi preso, mas estava preso a uma vida de pecado. Quem poderia resgatá-lo? Nosso Senhor Jesus Cristo, o Verbo encarnado que veio nos assumir na nossa fragilidade e nos revelar este amor que redime, que salva e é a nossa esperança.

Assim, arrependeu-se e começou a busca de uma vida em Deus, uma vida de Igreja, sacramental. Discerniu um chamado à vida religiosa, buscou a família franciscana e ali tornou-se irmão religioso, fiel às regras. De fato, se antes expressava arrogância, agora comunicava paz, penitência, luta contra o pecado.

Ele foi se santificando também no serviço ao próximo. “Santidade sem serviço aos outros pode ser apenas um ideal, mas, no concreto, essa luta, esse bom combate é para sermos melhores em Deus, melhores uns para os outros”.

Religioso, capuchinho, modelo de vida na pobreza, na castidade e na obediência. Este santo do século XVII nos convida, neste novo milênio, a sermos sinais no poder que a misericórdia divina tem de, com a nossa ajuda e nosso sim, fazer-nos santos.

São Bernardo, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

 

Podes purificar-me… (Mc 1,40-45)

 

Uma cena pungente. Saindo de seu isolamento social, o leproso se aproxima de Jesus e, de joelhos na terra, faz um ato de fé: “Se queres, podes purificar-me!” Não está em questão apenas a cura do seu mal, mas algo mais amplo e mais profundo: a sua purificação. No texto grego de Marcos, lê-se o verbo catharísai, rico de ressonâncias espirituais.

 

Aliás, vivemos em um mundo cada vez mais sujo nos ares e nos mares. O comércio tem purificadores para a água e para o ar. Em alguns países, o excesso de fertilizantes químicos “sujou” até mesmo o solo arável. Em Fukushima e Tchernobyl, a sujeira da radiação atômica tornou vastas áreas inabitáveis.

 

Já nos tempos de Cristo, a lepra carregava consigo o estigma da impureza física e espiritual: seria o pecado a causa da enfermidade. Entre os judeus, a preocupação com a pureza ritual deixa marcas bem visíveis nos textos do Novo Testamento. Túmulos pintados de cal, para evitar que alguém esbarre neles e se torne impuro. Longos rituais de ablução das mãos, dos pratos e vasilhas.

 

Aqui e ali, no entanto, sob o olhar de condenação dos fariseus e dos homens da Lei, Jesus de Nazaré quebra esses preceitos ao estender as mãos a leprosos e paralíticos, ou deixando-se tocar por pecadores públicos e sentando-se à mesa com os publicanos. É que Jesus é puro. O puro purifica. Muito mais que um médico do corpo, Jesus Cristo que purificar nossas almas e nossos corações…

 

E bem que precisamos! Pensamentos sujos macularam nossa mente. Atos sujos mancharam nossas mãos. Palavras sujas emporcalharam nossa língua. Uma enxurrada de sujeira tirou o brilho de nossos olhos, aquele olhar de infância que perdemos no passado… Chegamos ao ponto de avaliar como “natural” a avalanche de lixo que a TV nos oferece à nossa neutra contemplação…

 

Ironicamente, investimos alto em cosmética – a ciência da limpeza: cremes e sabonetes, loções e detergentes, raios infravermelhos e ultravioleta. Mas os corações cheiram mal. Do fundo da cloaca, sobem os miasmas da inveja e da maledicência, o fedor da luxúria e da avareza. Quem nos purificará?

 

O salmista nos aponta o caminho da purificação interior: “Purifica-me com o hissopo e ficarei puro; lava-me e ficarei mais branco do que a neve!” (Sl 51,9)

 

Na Quaresma e no Advento, mas também no início de cada Eucaristia, a Igreja nos convida à penitência: estou sujo, só Deus me pode limpar… E Jesus nos convida à purificação. Até quando iremos conviver com tanta sujeira?

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