12 de Junho de 2022
11a Semana do Tempo Comum. Domingo
- por Pe. Alexandre
DOMINGO – SANTÍSSIMA TRINDADE
(branco, glória, creio, prefácio próprio – Ofício da solenidade)
Antífona da entrada
– Bendito seja Deus Pai, bendito o Filho unigênito e bendito o Espírito Santo. Deus foi misericordioso para conosco.
Oração do dia
– Ó Deus, nosso Pai, enviando ao mundo a Palavra da verdade e o Espírito santificador, revelastes o vosso inefável mistério. Fazei que professando a verdadeira fé, reconheçamos a glória da trindade e adoremos a Unidade onipotente. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Pr 8,22-31
– Leitura do livro dos Provérbios: Assim fala a sabedoria de Deus: 22“O Senhor me possuiu como primícias de seus caminhos, antes de suas obras mais antigas; 23desde a eternidade fui constituída, desde o princípio, antes das origens da terra. 24Fui gerada quando não existiam os abismos, quando não havia os mananciais das águas, 25antes que fossem estabelecidas as montanhas, antes das colinas fui gerada. 26Ele ainda não havia feito as terras e os campos, nem os primeiros vestígios de terra do mundo. 27Quando preparava os céus, ali estava eu, quando traçava a abóbada sobre o abismo, 28quando firmava as nuvens lá no alto e reprimia as fontes do abismo, 29quando fixava ao mar os seus limites – de modo que as águas não ultrapassassem suas bordas – e lançava os fundamentos da terra, 30eu estava ao seu lado como mestre-de-obras; eu era seu encanto, dia após dia, brincando, todo o tempo, em sua presença, 31brincando na superfície da terra, e alegrando-me em estar com os filhos dos homens”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 8,4-5.6-7.8-9 (R: 2a)
– Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!
R: Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!
– Contemplando estes céus que plasmastes e formastes com dedos de artista; vendo a lua e estrelas brilhantes, perguntamos:” Senhor, que é o homem, para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?”
R: Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!
– Pouco abaixo de Deus o fizestes, coroando-o de glória e esplendor; vós lhe destes poderes sobre tudo, vossas obras aos pés lhe pusestes:
R: Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!
– as ovelhas, os bois, os rebanhos, todo o gado e as feras da mata; passarinhos e peixes dos mares, todo ser que se move nas águas.
R: Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!
2ª Leitura: Rm 5,1-5
– Leitura da carta de são Paulo aos Romanos: Irmãos: 1Justificados pela fé, estamos em paz com Deus, pela mediação do Senhor nosso, Jesus Cristo. 2Por ele tivemos acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus. 3E não só isso, pois nos gloriamos também de nossas tribulações, sabendo que a tribulação gera a constância, 4a constância leva a uma virtude provada, a virtude provada desabrocha em esperança; 5e a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito divino, ao Deus que é que era e que vem, pelos séculos. Amém (Ap 1,8)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 16,12-15
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 12“Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. 13Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. 14Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. 15Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Gaspar de Búfalo
- por Pe. Alexandre
Gaspar nasceu no dia 6 de janeiro de 1786, em Roma. Filho de Antônio e Anunciata Quarteroni. Foi companheiro de Vicente Strambi nas missões, que o definia como “terremoto espiritual”. O povo o chamava de “anjo da paz”, devido às suas pregações serem pacíficas e caridosas. Com estas armas da paz e da caridade conseguiu conter os bandidos que proliferavam nas periferias de Roma.
O Papa Leão XII recorreu a Gaspar de Búfalo devido à proliferação do banditismo, o qual, conseguiu amansar os mais temíveis bandidos. O Papa João XXIII definiu-lhe como: “Glória toda resplandecente do clero romano, verdadeiro e maior apóstolo da devoção ao Preciosíssimo Sangue de Jesus no mundo”. Em 1810, uma piedosa religiosa dizia que surgiria um zeloso sacerdote que sacudiria o povo da sua indiferença, mediante a propagação da devoção ao Precioso Sangue de Cristo. Naquele ano Gaspar de Búfalo, com dois anos de sacerdócio, tinha sido preso por ter rejeitado o juramento de fidelidade a Napoleão. Libertado do cárcere, após a queda de Napoleão, Gaspar recebeu de Pio VII a incumbência de se dedicar às missões populares pela restauração religiosa e moral do Estado Pontifício. Ele empreendeu essa nova cruzada em nome do Precioso Sangue de Jesus, tornando-se o ardoroso apóstolo desta devoção.
Faleceu no dia 28 de dezembro de 1837, em Roma, em um quarto em cima do Teatro Marcelo, São Vicente Palloti, seu contemporâneo, teve a visão de sua alma que subia ao encontro de Cristo, como uma estrela luminosa. A fama de sua santidade não demorou a atingir o mundo todo. Beatificado em 1904, foi canonizado por Pio XII em 1954.
São Gaspar de Búfalo, rogai por nós!
Meditaçao
- por Pe. Alexandre
O Espírito vos guiará… (Jo 16,12-15)
Na solenidade da Santíssima Trindade, a liturgia nos põe em contato com breve passagem do Evangelho de São João, onde Jesus – o Filho – nos fala do Pai e do Espírito Santo. Estamos diante do mistério da Trindade: o Deus Uno e Trino. A mesma Trindade que se manifesta no batismo de Jesus, quando o Filho encarnado está nas águas do Jordão, desce sobre ele o Espírito, na forma visível de uma pomba, e ouve-se da nuvem a voz do Pai, num momento de identificação: “Eis o meu Filho bem-amado” (cf. Mt 3,16-17; Mc 1,9-11).
As palavras de Jesus têm a intenção explícita de impedir que a fé dos discípulos seja abalada (cf. Jo 16,1) com a sua despedida. Ele, o Mestre, aponta para outro Guia, outro Condutor: “O Espírito da Verdade vos guiará em toda a verdade”. Trata-se do Espírito Santo.
Comenta o monge André Scrima: “Jesus não diz ‘ele vos ensinará’ do modo como um mestre ensina um aluno, da boca ao ouvido; o Espírito não fala como eu, mas ‘ele vos guiará’ [do grego “agôgê, donde a mistagogia, termo utilizado pelos Padres em seus escritos] por uma diferente maneira. O Espírito conduz o homem de dentro, ele não dialoga como Cristo (pois não tem boca!), mas sua atuação é profunda, interior, opera-se em plenitude. Ele guia e põe em movimento por um agir íntimo, toma o homem e o impele e faz avançar. É uma presença íntima que conduz no caminho, que conhece o caminho. Quem conhece o caminho de Deus como o Espírito de Deus? Este Espírito que está em nós é que nos conduz para onde ele está: para toda a verdade”.
Ora, a Verdade inteira é o próprio Jesus, que nos garante: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Caminho para o Pai (cf. Jo 14,6). Vida em plenitude (Jo 10,10b). E sem o Espírito Santo, é impossível aceitar o senhorio de Jesus em nossas vidas (1Cor 12,4).
Na Exortação apostólica “Evangelii Gaudium” (nº 267), o Papa Francisco nos exorta: “Unidos a Jesus, procuramos o que Ele procura, amamos o que Ele ama. Em última instância, o que procuramos é a glória do Pai, vivemos e agimos ‘para que seja prestado louvor à glória da sua graça’ (Ef 1,6). Se queremos entregar-nos a sério e com perseverança, esta motivação deve superar toda e qualquer outra. O movente definitivo, o mais profundo, o maior, a razão e o sentido último de tudo o resto é este: a glória do Pai que Jesus procurou durante toda a sua existência”.
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