13 de Dezembro de 2021

3a semana do Advento Segunda-feira

- por Pe. Alexandre

SEGUNDA FEIRA – SANTA LUZIA, VIRGEM E MÁRTIR.

(vermelho, pref. do Advento I ou das virgens – ofício da memória)

 

Antífona da entrada

 

– Vem, esposa de Cristo, receber a coroa que o Senhor te preparou para a eternidade.

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que a intercessão da gloriosa virgem santa Luzia reanime o nosso fervor, para que possamos hoje celebrar o seu martírio e contemplar, um dia, a sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Nm 24,2-7.15-17a

– Leitura do livro dos Números: Naqueles dias, 2Balaão levantou os olhos e viu Israel acampado por tribos. O espírito de Deus veio sobre ele, 3e Balaão pronunciou seu poema: “Oráculo de Balaão, filho de Beor, oráculo do homem que tem os olhos abertos; 4oráculo daquele que ouve as palavras de Deus, que vê o que o Poderoso lhe faz ver, que cai, e seus olhos se abrem. 5Como são belas as tuas tendas, ó Jacó, e as tuas moradas, ó Israel! 6Elas se estendem como vales, como jardins ao longo de um rio, como aloés que o Senhor plantou, como cedro junto das águas. 7A água transborda de seus cântaros, e sua semente é ricamente regada. Seu rei é mais poderoso do que Agag, seu reino está em ascensão”. 15E Balaão continuou pronunciando o seu poema: “Oráculo de Balaão, filho de Beor, oráculo do homem que tem os olhos abertos, 16oráculo daquele que ouve as palavras de Deus, e conhece os pensamentos do Altíssimo, que vê o que o Poderoso lhe faz ver, que cai, e seus olhos se abrem. 17aEu o vejo, mas não agora; e o contemplo, mas não de perto. Uma estrela sai de Jacó, e um cetro se levanta de Israel”.

 

Salmo Responsorial: Sl 25,4bc-5ab.6-7bc.8-9 (R: 4b)

 

– Fazei-me conhecer a vossa estrada, ó Senhor!
R: Fazei-me conhecer a vossa estrada, ó Senhor!

– Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação.

R: Fazei-me conhecer a vossa estrada, ó Senhor!

– Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e a vossa compaixão que são eternas! De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia e sois bondade sem limites, ó Senhor!

R: Fazei-me conhecer a vossa estrada, ó Senhor!

– O Senhor é piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os pecadores. Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o seu caminho.

R: Fazei-me conhecer a vossa estrada, ó Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade e a vossa salvação nos concedei!

(Sl 84,8)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 21,23-27

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!

 

– Naquele tempo, 23Jesus voltou ao Templo. Enquanto ensinava, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se dele e perguntaram: “Com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu tal autoridade?” 24Jesus respondeu-lhes: “Também eu vos farei uma pergunta. Se vós me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. 25Donde vinha o batismo de João? Do céu ou dos homens?” Eles refletiam entre si: “Se dissermos ‘do céu’, ele nos dirá: ‘Por que não acreditastes nele?’ 26Se dissermos: ‘Dos homens’, temos medo do povo, pois todos têm João Batista na conta de profeta”. 27Eles então responderam a Jesus: “Não sabemos”. Ao que Jesus também respondeu: “Eu também não vos direi com que autoridade faço estas coisas”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

Santa Luzia

- por Pe. Alexandre

O nome de Santa Luzia deriva do latim e significa: Portadora da luz. Ela é invocada pelos fiéis como a protetora dos olhos, que são a “janela da alma”, canal de luz.

Ela nasceu em Siracusa, na Itália, no fim do século III. Conta-se que pertencia a uma família italiana e rica, que lhe deu ótima formação cristã, a ponto de ter feito um voto de viver a virgindade perpétua. Com a morte do pai, Luzia soube que sua mãe, chamada Eutícia, a queria casada com um jovem de distinta família, porém, pagão.

Ao pedir um tempo para o discernimento e tendo a mãe gravemente enferma, Santa Luzia inspiradamente propôs à mãe que fossem em romaria ao túmulo da mártir Santa Águeda, em Catânia, e que a cura da grave doença seria a confirmação do “não” para o casamento.

Milagrosamente, foi o que ocorreu logo com a chegada das romeiras e, assim, Santa Luzia voltou para Siracusa com a certeza da vontade de Deus quanto à virgindade e quanto aos sofrimentos pelos quais passaria, assim como Santa Águeda.

Santa Luzia vendeu tudo, deu aos pobres, e logo foi acusada pelo jovem que a queria como esposa. Não querendo oferecer sacrifício aos falsos deuses nem quebrar o seu santo voto, ela teve que enfrentar as autoridades perseguidoras. Quis o prefeito da cidade, Pascásio, levar à desonra a virgem cristã, mas não houve força humana que a pudesse arrastar. Firme como um monte de granito, várias juntas de bois não foram capazes de a levar (Santa Luzia é muitas vezes representada com os sobreditos bois). As chamas do fogo também se mostravam impotentes diante dela, até que por fim a espada acabou com vida tão preciosa. A decapitação de Santa Luzia se deu no dia 13 dezembro de 304.

Conta-se que antes de sua morte teriam arrancado os seus olhos, fato ou não, Santa Luzia é reconhecida pela vida que levou Jesus – Luz do Mundo – até as últimas consequências, pois assim testemunhou diante dos acusadores: “Adoro a um só Deus verdadeiro, e a Ele prometi amor e fidelidade”.

Santa Luzia, rogai por nós!

Oração:

Ó, Santa Luzia, que preferistes deixar que, os vossos olhos fossem vazados e arrancados, antes de negar a fé e conspurcar vossa alma; e Deus, com um milagre extraordinário, vos devolveu outros dois olhos sãos e perfeitos, para recompensar vossa virtude e vossa fé, e vos constituiu protetora contra as doenças dos olhos, eu recorro a vós para que protejais minhas vistas e cureis a doença dos meus olhos. Ó, Santa Luzia, conservai a luz dos meus olhos para que eu possa ver as belezas da criação. Conservai também os olhos de minha alma, a fé, pela qual posso conhecer o meu Deus, compreender os seus ensinamentos, reconhecer o seu amor para comigo e nunca errar o caminho que me conduzirá onde vós, Santa Luzia, vos encontrais, em companhia dos anjos e santuário. Santa Luzia, protegei meus olhos e conservai minha fé. Amém. 

Meditação

- por Pe. Alexandre

Com que autoridade? (Mt 21,23-27)

 

Um simples aprendiz de carpinteiro comenta as Escrituras e discute a Lei mosaica. Como se isto fosse pouco, cura os doentes e expulsa os demônios. Vai mais além: aponta os desvios cometidos pelos homens do Templo e pelos mestres da sinagoga. Chegará ao extremo de fazer uma limpeza radical no próprio Templo, expulsando cambistas e comerciantes da casa “do meu Pai”! De onde lhe vem tal autoridade?

 

“Ao colocar para Jesus esta interrogação, os anciãos e os sacerdotes estão no seu papel – comenta Hébert Roux. Eles são os representantes oficiais da autoridade legal. Ora, Jesus se recusa a justificar-se diante deles. Este é o ponto capital da passagem evangélica. Sua recusa já é uma resposta. Ele demonstra que não recebe sua autoridade dos homens e não tem de lhes prestar conta alguma: ele é o Senhor do sábado, o Senhor do Templo e da Lei.”

A resposta de Jesus é uma pergunta. Uma pergunta que eles não conseguirão responder sem denunciarem a si mesmos: o batismo de João de onde vem? De Deus ou dos homens? As lideranças religiosas ignoraram a pregação de João. Mas temem o povo e não querem negar abertamente o sopro profético do Batizador. Por isso… “não sabem…”

“No fundo do coração – prossegue H. Roux – sua reserva equivale a uma recusa, pois recusar-se a dizer sim quando Deus fala já é dizer não. Assim os adversários de Jesus condenam a si mesmos e perdem a possibilidade de conhecer a verdadeira autoridade de Jesus, que não se discute nem se demonstra, mas se reconhece somente na obediência da fé.”

Logo a seguir, Jesus vai contar uma parábola (Mt 21,28ss) onde entram em cena dois filhos: o primeiro diz NÃO, mas se arrepende e obedece ao pai. O outro diz SIM, mas sem nenhuma intenção de praticar o sim que proferira. Ao ouvi-la, os fariseus e anciãos saberão que eles são exatamente aquele que fingia o sim e vivia o não.

Nossa vida é um itinerário entre o SIM e o NÃO. Muitos começaram pelo NÃO, como Agostinho de Hipona, mas fizeram uma revisão de vida e obedeceram à voz de Deus. Também são muitos os que dizem um sim da boca para fora, mas seu coração endurecido é uma permanente recusa ao chamado de Deus. Em jogo, a vida eterna…

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