13 de janeiro de 2023

Primeira semana tempo comum- Sexta-feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA – I SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde, ofício do dia daIi semana)

 

Antífona da entrada

 

– Ergamos os nossos olhos para aquele que tem o céu como trono; a multidão dos anjos o adora, cantando a uma só voz: Eis aquele cujo o poder é eterno.

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, atendei como o Pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Hb 4,1-5.11

 

– Leitura da carta aos Hebreus: Irmãos, 1tenhamos cuidado, enquanto nos é oferecida a oportunidade de entrar no repouso de Deus, não aconteça que alguém de vós fique para trás. 2Também nós, como eles, recebemos uma boa nova. Mas a proclamação da palavra de nada lhes adiantou, por não ter sido acompanhada da fé naqueles que a tinham ouvido, 3enquanto nós, que acreditamos, entramos no seu repouso. É assim como ele falou: “Por isso jurei na minha ira: jamais entrarão no meu repouso”. Isso, não obstante as obras de Deus estarem terminadas desde a criação do mundo. 4Pois, em certos lugares, assim falou do sétimo dia: “E Deus repousou no sétimo dia de todas as suas obras”, 5e ainda novamente: “Não entrarão no meu repouso”. 11Esforcemo-nos, portanto, por entrar neste repouso, para que ninguém repita o acima referido exemplo de desobediência.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 78,3.4bc,6c-7.8 (R: 7c)

 

– Não vos esqueçais das obras do Senhor!
R: Não vos esqueçais das o­bras do Senhor!

– Tudo aquilo que ouvimos e aprendemos, e transmitiram para nós os nossos pais, à nova geração nós contaremos: As grandezas do Senhor e seu poder.

R: Não vos esqueçais das o­bras do Senhor!

– Levantem-se e as contem a seus filhos, para que ponham no Senhor sua esperança; das obras do Senhor não se esqueçam, e observem fielmente os seus preceitos.

R: Não vos esqueçais das o­bras do Senhor!

– Nem se tornem, a exemplo de seus pais, rebelde e obstinada geração, uma raça de inconstante coração, infiel ao Senhor Deus, em seu espírito.

R: Não vos esqueçais das o­bras do Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo, aleluia

(Lc 7,16).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 2,1-12

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

– Glória a vós, Senhor!  


1Alguns dias depois, Jesus entrou de novo em Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa. 2Reuniram-se ali tantas pessoas, que já não havia lugar, nem mesmo diante da porta. 3Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens. 4Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão, abriram então o teto, bem em cima do lugar onde ele se encontrava. Por essa abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado. 5 Vendo a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: “Filho, os teus pecados estão perdoados”. 6Ora, alguns mestres da Lei, que estavam ali sentados, refletiam em seus corações: 7“Como este homem pode falar assim? Ele está blasfemando: ninguém pode perdoar pecados, a não ser Deus”. 8Jesus percebeu logo o que eles estavam pensando no seu íntimo, e disse: “Por que pensais assim em vossos corações? 9O que é mais fácil: dizer ao paralítico: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te, pega a tua cama e anda’? 10Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar pecados, — disse ele ao paralítico: 11eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama, e vai para tua casa!” 12O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E ficaram todos admirados e louvavam a Deus, dizendo: “Nunca vimos uma coisa assim”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

 

Santo Hilário de Poitiers, o “Atanásio do Ocidente"

- por Pe. Alexandre

Origens
Santo Hilário de Poitiers nasceu no ano de 315, em Poitiers, na França. Buscava a felicidade; mas a sua família pagã vivia segundo a filosofia hedonista, ligada ao povo grego-romano; ou seja, felicidade como sinônimo de prazeres, com puro bem-estar. Então, aquele jovem dado aos estudos, se perguntava quanto ao fim último do ser humano; pois não poderia acabar tudo, ali, com a morte; ele foi perseguindo a verdade.

Vida Religiosa
O Espírito Santo foi agindo até ele conhecer as Sagradas Escrituras. O Antigo Testamento o levou a proclamar o Deus uno, que merece toda a adoração. Passando para o Novo Testamento, Santo Hilário foi evangelizado e, numa busca constante, ele se viu necessitado do santo batismo, entrar para Igreja de Cristo e se fazer membro deste Corpo Místico. Em 345, foi batizado. Não demorou muito já era sacerdote e, depois, ordenado bispo para o povo de Poitiers.

Combateu o Arianismo
Ele sofria com as heresias do arianismo. Santo Hilário, pela sua pregação e seus escritos, foi chamado o “Atanásio do Ocidente”, porque ele combateu o Arianismo do Oriente. No tempo em que o imperador Constâncio começou a apoiar esta heresia, Santo Hilário não teve medo das autoridades. Se era para o bem do povo, ele anunciava com ousadia até ser exilado, mas não deixou de evangelizar nem mesmo na cadeia. Por conselho, o próprio imperador o assumiu de volta em 360, porque os conselheiros sabiam da grande influência desse santo bispo que não ficava apenas em Poitiers, mas percorria toda a França.

Santo Hilário de Poitiers: defendeu a fé sobre a Trindade e a divindade de Cristo

A Defesa da única Verdade
Ele voltou, convocou um Concílio em Paris, participou de tantos outros conselhos no ocidente, mas sempre defendendo essa verdade que é Jesus Cristo, verdadeiro Deus, verdadeiro homem.

Páscoa
Santo Hilário de Poitiers foi consumindo por essa verdade. Pelos seus escritos, que chegam até o tempo de hoje, percebe-se este amor por Jesus Cristo. Não só numa busca pessoal, mas de promover a salvação dos outros. No século IV, ele partiu para a glória.

Minha oração

“Santo Doutor, homem de profunda sabedoria e clareza do Evangelho, defensor do Cristo Deus-Homem, conceda-nos a graça de não desviarmos da fé católica e a sabedoria para ensiná-la aos que nos procuram. Amém.”

Santo Hilário de Poitiers, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Teus pecados são perdoados… (Mc 2,1-12)

 

Já em 1948, Pio XII nos dizia que o grande pecado do século consistia na perda do sentido do pecado. E tinha razão! Um tipo belicoso é louvado como atitude competitiva. Ganância e usura são chamadas de poupança. A pessoa despudorada, elogiada como “sexy”. O homem sóbrio, condenado como “sem ambições”. A jovem pura é “quadrada”. A dedicada esposa-mãe, uma “escrava” …

 

Lamentável inversão de valores: o bem rotulado de mal; o mal mascarado de bem. Perdeu-se a noção de que nossos atos e escolhas refletem sobre os outros, podendo semear alegria ou tristeza, luz ou sombra, vida ou morte. E o pior de tudo: se não reconheço meus pecados, como ser perdoado? Se considero meus erros como atitudes “naturais” (aliás, todo mundo faz…), atribuindo meus vícios a propensões genéticas, como me arrepender e mudar de vida?

 

No Evangelho de hoje, quatro amigos realizam notável esforço para conduzir o amigo paralítico cara a cara com Jesus. Por certo, já conheciam do Nazareno a fama de terapeuta e, movidos de fé e amizade, contavam com a cura do enfermo. Para sua surpresa, no entanto, Jesus segue um roteiro diferente, dizendo: “Filho, teus pecados são perdoados!” (Mc 2,5)

 

Conforme anota o teólogo Hébert Roux, é a primeira vez que vemos Jesus a perdoar pecados de alguém, trazendo à luz do sol um novo aspecto da Boa Nova. E chama o paralítico de “meu filho”! Segundo Roux, esta palavra não significa um encorajamento banal, mas a acolhida de um pai para seu filho ferido pela culpa. E uma acolhida assim reacende esperanças como brasas sob a cinza…

 

Aos olhos humanos, nada aconteceu, pois o enfermo continua preso à sua maca. Só a fé profunda pode ir além das aparências. Os escribas condenam como blasfêmia a frase de Jesus, pois só Deus tem o poder perdoar pecados. Será que Jesus tem tal poder? Exatamente porque duvidam, eles condenam.

 

Jesus aceita o desafio. Vai mostrar que pode curar o corpo, de modo visível, assim como cura a alma de modo invisível. E o milagre vem confundir a falta de fé dos adversários. Jesus junta ao perdão dos pecados a devolução da mobilidade física, para espanto de todos. A cura que se vê, confirma a cura que não se vê. Ergue-se o paralítico, toma sua maca e deixa para trás os seus pecados.

 

É uma pena que tantos pregadores fujam do binômio pecado/perdão… E o sacramento da misericórdia – a confissão – seja praticamente esquecido… E não deixemos Jesus perdoar nossos pecados e mobilizar nossos membros paralíticos…

 

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