14 de Agosto de 2020

19a semana comum Sexta-feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA – SÃO MAXIMILIANO KOLBE – PRESBÍTERO E MÁRTIR
(vermelho, pref. comum ou dos mártires – ofício da memória)

 

Antífona da entrada

– Vinde, benditos de meu Pai, diz o Senhor. Em verdade vos digo, tudo o que fizestes ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes (Mt 25,34.40).

 

Oração do dia

-Ó Deus, inflamastes são Maximiliano Kolbe, presbítero e mártir, com amor à Virgem Imaculada e lhe destes grande zelo pastoral e dedicação ao próximo. Concedei-nos, por sua intercessão, que trabalhemos intensamente pela vossa glória no serviço do próximo, para que nos tornemos semelhantes ao vosso Filho até a morte. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ez 16,1-15.60.63

– Leitura da profecia de Eze­quiel: 1A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 2“Filho do homem, mostra a Jerusalém suas abominações. 3Dirás: Assim fala o Senhor Deus a Jerusalém: Por tua origem e nascimento és do país de Canaã. Teu pai era um amorreu e tua mãe uma hitita. 4E como foi o teu nascimento? Quando nasceste, não te cortaram o cordão umbilical, não foste banhada em água, nem es­fre­gada com salmoura nem envolvida em faixas.
5Ninguém teve dó de ti, nem te prestou algum desses serviços por compaixão. Ao contrário, no dia em que nasceste, eles te deixaram exposta em campo aberto, porque desprezavam a tua vida. 6Então, eu passei junto de ti e vi que te debatias no próprio sangue. E enquanto estavas em teu sangue, eu te disse: “Vive!” 7Eu te fiz crescer exuberante como planta silvestre. Tu cresceste e te desenvolveste, e chegaste à puberdade. Teus seios se firmaram e os pêlos cresceram; mas estavas inteiramente nua. 8Passando junto de ti, percebi que tinhas chegado à idade do amor. Estendi meu manto sobre ti para cobrir tua nudez. Fiz um juramento, estabelecendo uma aliança contigo — oráculo do Senhor —, e tu foste minha. 9Banhei-te na água, limpei-te do sangue e ungi-te com perfume. 10Eu te revesti de roupas bordadas, calcei-te com sandálias de fino couro, cingi-te de linho e te cobri de seda. 11Eu te enfeitei de joias, pus braceletes em teus braços e um colar no pescoço. 12Eu te pus um anel no nariz, brincos nas orelhas e uma coroa magnífica na cabeça. 13Estavas enfeitada de ouro e prata, tuas ves­timentas eram de linho finíssimo, de seda e de bordados. Eu te nutria com flor de farinha, mel e óleo. Ficaste cada vez mais bela e chegaste à realeza. 14Tua fama se espalhou entre as nações por causa de tua beleza perfeita, devido ao esplendor com que te cobri — oráculo do Senhor. 15Mas puseste tua confiança na beleza e te prostituíste graças à tua fama. E sem pudor te oferecias a qualquer passante. 60Eu, porém, me lembrarei de minha aliança contigo, quando ainda eras jovem, e vou estabelecer contigo uma aliança eterna. 63É para que te recordes e te envergonhes, e na tua confusão não abras mais a boca, quando eu te houver perdoado tudo o que fizeste, – oráculo do Senhor Deus”.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl (Is) 12,2-4.5.6 (R: 1c)

 

– Acalmou-se a vossa ira e enfim me consolastes.
R: Acalmou-se a vossa ira e enfim me consolastes.

– Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo; o Senhor é minha força, meu louvor e salvação. Com alegria bebereis no manancial da salvação. E direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor, invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, dentre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.

R: Acalmou-se a vossa ira e enfim me consolastes.

– Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!”

R: Acalmou-se a vossa ira e enfim me consolastes.

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Acolhei a palavra de Deus não como palavra humana, mas como mensagem de Deus, o que ela é, em verdade!  (1Ts 2,13).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 19,3-12

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 3alguns fariseus aproximaram-se de Jesus, e perguntaram, para o tentar: “É permitido ao homem despedir sua esposa por qualquer motivo?” 4Jesus respondeu: “Nunca lestes que o Criador, desde o início, os fez homem e mulher? 5E disse: ‘Por isso, o homem deixará pai e mãe, e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne’? 6De modo que eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe”.
7Os fariseus perguntaram: “Então, como é que Moisés mandou dar certidão de divórcio e despedir a mulher?” 8Jesus respondeu: “Moisés permitiu despedir a mulher, por causa da dureza do vosso coração. Mas não foi assim desde o início. 9Por isso, eu vos digo: quem despedir a sua mulher — a não ser em caso de união ilegítima — e se casar com outra, comete adultério”. 10Os discípulos disseram a Jesus: “Se a situação do homem com a mulher é assim, não vale a pena casar-se”. 11Jesus respondeu: “Nem todos são capazes de entender isso, a não ser aqueles a quem é concedido. 12Com efeito, existem homens incapazes para o casamento, porque nasceram assim; outros, porque os homens assim os fizeram; outros, ainda, se fizeram incapazes disso por causa do Reino dos Céus. Quem puder entender entenda”.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

São Maximiliano Maria Kolbe

- por Pe. Alexandre

Raimundo Kolbe nasceu em 1894, na Polônia, numa família operária que o introduziu no seguimento de Cristo e, mais tarde, ajudou-o entrar para a família franciscana, onde tomou o nome de Maximiliano Maria.

Ao ser mandado para terminar sua formação em Roma, Maximiliano, inspirado pelo seu desejo de conquistar o mundo inteiro a Cristo por meio de Maria Imaculada, fundou o movimento de apostolado mariano chamado ‘Milícia da Imaculada’. Como sacerdote foi professor, mas em busca de ensinar o caminho da salvação, empenhou-se no apostolado através da imprensa e pôde, assim, evangelizar em muitos países, isto sempre na obediência às autoridades, tanto assim que deixou o fecundo trabalho no Japão para assumir a direção de um grande convento franciscano na Polônia.

Com o início da Segunda Grande Guerra Mundial, a Polônia foi tomada por nazistas e, com isto, Frei Maximiliano foi preso duas vezes, sendo que a prisão definitiva, ocorrida em 1941, levou-o para Varsóvia, e posteriormente, para o campo de concentração em Auschwitz, onde no campo de extermínio heroicamente evangelizou com a vida e morte. Aconteceu que diante da fuga de um prisioneiro, dez pagariam com a morte, sendo que um, desesperadamente, caiu em prantos:

“Minha mulher, meus filhinhos! Não os tornarei a ver!”. Movido pelo amor que vence a morte, São Maximiliano Maria Kolbe dirigiu-se ao Oficial com a decisão própria de um mártir da caridade, ou seja, substituir o pai de família e ajudar a morrer os outros nove e, foi aceita, pois se identificou: “Sou um Padre Católico”.

A 10 de Outubro de 1982, o Papa João Paulo II canonizou este seu compatriota, já beatificado por Paulo VI em 1971.

São Maximiliano Maria Kolbe, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

 

14. ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

Véspera

– A Virgem Nossa Senhora, Arca da Nova Aliança.

– A esperança do Céu.

– Vale a pena sermos fiéis.

I. TODAS AS NAÇÕES cantam as vossas glórias, ó Maria! Hoje fostes exaltada acima dos Anjos e triunfais com Cristo para sempre1.

A primeira Leitura da Missa2, na Vigília da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, recorda-nos a passagem do Antigo Testamento que narra o traslado da Arca da Aliança para o seu lugar definitivo. Davi convocou todo o povo de Israel, ordenou aos sacerdotes que se purificassem para o traslado, chamou cantores e músicos para que a procissão tivesse o maior realce possível, e, num ambiente de enorme alegria, a Arca foi colocada no meio do Tabernáculo preparado para esse fim na cidade de Davi. Encontrou o seu repouso no monte Sião, que o próprio Deus escolhera para sua perpétua morada3.

A Arca era sinal da presença de Deus entre o seu Povo; no seu interior, guardava-se a sua Palavra, resumida nas Tábuas da Lei4. Menciona-se hoje esta passagem porque Maria é a Arca da Nova Aliança, em cujo seio o Filho de Deus, o Verbo, a Palavra de Deus feita carne, habitou durante nove meses5, e que, com a sua Assunção aos céus, encontrou a sua morada definitiva no seio da Santíssima Trindade. Ali, “levada no meio de aclamações de alegria e de louvor, foi conduzida até Deus, colocada num trono de glória, por cima de todos os santos e anjos do Céu”6.

A Arca do Antigo Testamento estava construída com materiais preciosos, revestida de ouro no seu interior; no caso de Maria, Deus cumulou-a de dons incomparáveis, e a sua beleza externa era o reflexo dessa plenitude de graças com que tinha sido adornada7. Correspondia assim à nova morada de Deus no mundo.

Não esqueçamos hoje que a Arca era para os judeus um lugar privilegiado onde Deus escutava as orações que lhe dirigiam: O meu nome estará ali, lê-se no livro dos Reis8. Maria, Arca da Nova Aliança, é também um lugar privilegiado onde Deus escuta as nossas súplicas, com a vantagem de que Ela soma a sua voz à nossa. Do céu, intercede e corrige as nossas súplicas quando não são totalmente acertadas: “Assunta aos céus […], continua a obter-nos os dons da salvação eterna”9, reafirma o Concílio Vaticano II.

“A nossa Mãe subiu em corpo e alma aos Céus. Repete-lhe que, como filhos, não queremos separar-nos dEla… Ela te escutará!”10 Mãe nossa, que estás em corpo e alma tão perto de Deus Pai, de Deus Filho, de Deus Espírito Santo, não nos largues da tua mão… Não me largues…, não os largues, minha Mãe. Que segurança nos dá em todos os momentos a devoção à Santíssima Virgem! Ela nos escutará em qualquer circunstância em que nos encontremos.

II. CONTA UMA ANTIGA TRADIÇÃO JUDAICA que, quando Jerusalém foi destruída pelos exércitos da Babilônia, o profeta Jeremias retirou a Arca e escondeu-a em algum lugar secreto. Desde então, não se voltou a ter nenhuma notícia dela. São João conta-nos que a viu no Céu, conforme relata uma das Leituras da Missa de amanhã, referindo-se claramente ao corpo de Maria Santíssima: Abriu-se no céu o templo de Deus e a Arca do seu Testamento foi vista no seu templo11.

“Ninguém pode dizer-nos com certeza quando e onde, nem de que maneira a Virgem deixou esta terra. Mas sabemos onde está. Quando Elias foi levado ao céu, os filhos dos profetas de Jericó perguntaram a Eliseu se podiam sair em sua busca. «É possível – disseram-lhe – que o espírito do Senhor o tenha transportado para o alto de uma colina ou o tenha deixado em alguma fenda dos vales». Eliseu consentiu a contragosto, e quando regressaram da sua busca infrutífera, recebeu-os com estas palavras: Não vos tinha dito eu que não fôsseis? (2 Rs 2, 16-18). O mesmo acontece com o corpo da Santíssima Virgem; em nenhum lugar da cristandade ouvireis nem sequer um rumor acerca dele. Há tantas igrejas em tantos lugares do mundo que afirmam com entusiasmo que possuem as relíquias deste ou daquele santo… Mas nunca de Nossa Senhora. E se algum de vós pensava ainda encontrar tão inestimável tesouro, o Santo Padre ordenou há algum tempo que se pusesse fim à busca. Sabemos onde está o seu corpo: no Céu”12.

Naturalmente, já sabíamos disso antes. No dia 1 de novembro de 1950, o Papa Pio XII definia como dogma de fé que “a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta à glória celestial em corpo e alma”13. Mas, desde os começos da fé, os cristãos tiveram a convicção de que Santa Maria não experimentou a corrupção do sepulcro, mas foi levada em corpo e alma aos céus. Como escreve um antigo Padre de Igreja, “convinha que Aquela que guardara ilesa a virgindade no parto, conservasse o seu corpo imune de toda a corrupção mesmo depois da morte. Convinha que Aquela que trouxera no seu seio o Criador feito criança, fosse morar nos tabernáculos divinos […]. Convinha que Aquela que tinha visto o seu Filho na cruz e recebido no seu coração a dor de que estivera livre no parto, o contemplasse sentado à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse tudo o que pertence ao seu Filho e fosse venerada por todas as criaturas como Mãe e Escrava de Deus”14.

A Assunção de Nossa Senhora cumula-nos de alegria e anima-nos a avançar com garbo por esse trecho do caminho que nos falta percorrer até chegarmos ao Céu. Dá-nos forças para alcançarmos a santidade a que fomos chamados por vocação. Mas é necessário que lutemos por ser bons filhos de Deus, “que procuremos manter a alma limpa, pela Confissão sacramental freqüente e pela recepção da Eucaristia. Desta maneira, também chegará para nós o momento de subirmos ao Céu. Não do mesmo modo que a Santíssima Virgem Maria, porque os nossos corpos conhecerão a corrupção do sepulcro, devida ao pecado. No entanto, se morrermos na graça de Deus, as nossas almas irão para o Céu, talvez passando antes pelo Purgatório, a fim de adquirirem a veste nupcial que é indispensável para podermos participar do banquete da vida eterna, a limpeza necessária para sermos dignos de ver a Deus sicuti est (1 Jo 3,2), tal como é. Depois, no momento da ressurreição universal, os nossos corpos ressuscitarão e unir-se-ão às nossas almas, glorificados, para receberem o prêmio eterno”15. E estaremos junto de Jesus e da sua Santíssima Mãe, com uma alegria sem fim.

III. OLHANDO ESSE FINAL FELIZ da vida da Virgem, compreendemos a alegria de sermos fiéis todos os dias. Percebemos que “vale a pena lutar, dizer ao Senhor que sim; vale a pena – no ambiente pagão em que vivemos, e em que por vocação divina temos de santificar-nos e santificar os outros –, vale a pena repelir com decisão tudo o que possa afastar-nos de Deus, e responder afirmativamente a tudo o que nos aproxime dEle. O Senhor ajudar-nos-á, pois não pede impossíveis. Se nos manda que sejamos santos, apesar das nossas inegáveis misérias e das dificuldades do ambiente, é porque nos concede a sua graça. Portanto, possumus (Mc 10, 39), podemos! Podemos ser santos, apesar das nossas misérias e pecados, porque Deus é bom e todo-poderoso, e porque temos por Mãe a própria Mãe de Deus, a quem Jesus não pode dizer «não».

“Vamos, pois, encher-nos de esperança, de confiança: apesar das nossas misérias, podemos ser santos se lutarmos um dia e outro, se purificarmos as nossas almas no Sacramento da penitência, se recebermos com freqüência o pão vivo descido dos céus (cfr. Jo 6, 41), o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, realmente presente na Eucaristia.

“E quando chegar o momento de rendermos a nossa alma a Deus, não teremos medo da morte. A morte será para nós o mesmo que mudar de casa. Virá quando Deus quiser, mas será uma libertação, o princípio da Vida com maiúscula. Vita mutatur, non tollitur (Prefácio I dos defuntos) […]. A vida não nos é arrebatada, mas transformada. Começaremos a viver de um modo novo, muito unidos à Santíssima Virgem, para adorar eternamente a Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, que é o prêmio que nos está reservado”16.

Enquanto não chega esse momento, a nossa Mãe ajuda-nos do Céu, todos os dias, em todas as nossas dificuldades. Não deixemos de recorrer a Ela, com a confiança dos filhos muito pequenos.

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