14 de Julho de 2020

15a Semana Comum Terça-feira

- por Pe. Alexandre

TERÇA FEIRA – XV SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

– Contemplarei, justificado, a vossa face; e serei saciado quando manifestar a vossa glória. (Sl 1615)

 

Oração do dia

– Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é digno desse nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Is 7,1-9

– Leitura do livro do profeta Isaías: 1No tempo de Acaz, filho de Joatão, filho de Ozias, rei de Judá, aconteceu que Rason, rei da Síria, e Facéia, filho de Romelias, rei de Israel, puseram-se em marcha para atacar Jerusalém, mas não conseguiram conquistá-la. 2Foi dada a notícia à casa de Davi: “Os homens da Síria estão acampados em Efraim”. Tremeu o coração do rei e de todo o povo, como as árvores da floresta diante do vento. 3Então disse o Senhor a Isaías: “Vai ao encontro de Acaz com teu filho Sear-Iasub (isto é, ‘um resto voltará’) até a ponta do canal, na piscina superior, na direção da estrada do Campo dos pisadores; 4e dirás ao rei: Procura estar calmo; não temas nem estremeça o teu coração por causa desses dois pedaços de tição fumegantes, diante da ira furiosa de Rason e da Síria, e do filho de Romelias, 5por terem a Síria, Efraim e o filho de Romelias conjurado contra ti, dizendo: 6‘Vamos atacar Judá, enchê-lo de medo e conquistá-lo para nós, e nomear novo rei, o filho de Tabeel’. 7Isto diz o Senhor Deus: ‘Este plano fracassará, nada disso se realizará! 8Que seja Damasco a capital da Síria e Rason o chefe de Damasco; dentro de sessenta e cinco anos deixará Efraim de ser povo; 9que seja a Samaria capital de Efraim e o filho de Romelias chefe de Efraim. De resto, se não confiardes, não podereis manter-vos firmes’.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 48,2-3a.3b-4.5-6.7-8 (R: 9d)

 

– O Senhor estabelece sua cidade para sempre.
R: O Senhor estabelece sua cidade para sempre.

– Grande é o Senhor e muito digno de louvores na cidade onde ele mora; seu Monte santo, esta colina encantadora é a alegria do universo.

R: O Senhor estabelece sua cidade para sempre.

– Monte Sião, no extremo norte situado, és a mansão do grande Rei! Deus revelou-se em suas fortes cidadelas um refúgio poderoso.

R: O Senhor estabelece sua cidade para sempre.

– Pois eis que os reis da terra se aliaram, e todos juntos avançaram; mal a viram, de pavor estremeceram, debandaram perturbados.

R: O Senhor estabelece sua cidade para sempre.

– Como as dores da mulher sofrendo parto, uma angústia os invadiu; semelhante ao vento leste impetuoso, que despedaça as naus de Társis.

R: O Senhor estabelece sua cidade para sempre.

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

– Oxalá ouvísseis hoje a sua voz. Não fecheis os corações como em Meriba ! (Sl 94,8).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 11,20-24

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 20Jesus começou a censurar as cidades onde fora realizada a maior parte de seus milagres, porque não se tinham convertido. 21Ai de ti, Corazim!  Ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres que se realizaram no meio de vós, tivessem sido feitos em Tiro e Sidônia, há muito tempo elas teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza. 22Pois bem! Eu vos digo: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia serão tratadas com menos dureza do que vós. 23E tu, Cafarnaum! Acaso serás erguida até o céu? Não! Serás jogada no inferno! Porque, se os milagres que foram realizados no meio de ti tivessem sido feitos em Sodoma, ela existiria até hoje! 24Eu, porém, vos digo: no dia do juízo, Sodoma será tratada com menos dureza do que vós!”

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

São Camilo de Léllis

- por Pe. Alexandre

Nasceu no ano de 1550 na Itália. Filho de pai militar, também seguiu essa carreira, mas não pode prosseguir devido a um tumor em um dos pés. Recorreu ao hospital de São Tiago em Roma, onde viveu sua compaixão pelos outros doentes.

Porém, ele deu um ‘sim’ ao pecado, entregando-se ao vício do jogo, onde perdeu tudo e ficou na miséria total. Saiu do hospital devido o seu temperamento. Foi de hospital em hospital para cuidar de sua ferida, até bater na porta dos franciscanos capuchinhos e ali quis trabalhar na obra de Deus.

Com 25 anos começou o seu processo de conversão. No hospital em Roma, Deus suscitou nele a santidade de ver nos doentes a pessoa de Cristo e também o carisma dos ‘Camilianos’. Camilo também viveu uma bela amizade com São Felipe Néri.

Entrou para os estudos, foi ordenado sacerdote, e vendo a realidade dos peregrinos de Roma, que não tinham uma assistência médica digna, foi brotando nele o carisma de servir a Cristo na pessoa do doente, do peregrino. E muitos se juntaram a ele nessa obra. Em cada sofredor está a presença do Crucificado.

São Camilo partiu para o céu em 1614.

São Camilo de Léllis, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

23. DOR DOS PECADOS

– Apesar dos muitos milagres que o Senhor realizou nelas, algumas cidades não fizeram penitência. O Senhor também passa ao nosso lado.

– Frutos que a contrição produz na alma.

– Pedir o dom da contrição. Obras de penitência.

I. AO ABANDONAR NAZARÉ, Jesus escolheu como lugar de residência a cidade de Cafarnaum, designada em algumas passagens do Evangelho como a sua cidade. A partir dela, irradiou a sua pregação pela Galiléia e por toda a Palestina. É possível que se hospedasse em casa de Simão e que fizesse dela o centro das suas viagens apostólicas por toda a região. Como também é muito provável que não tenha havido outro lugar onde Jesus fizesse tantos milagres como nessa cidade.

Na margem norte do lago de Genesaré, não muito longe de Cafarnaum, estavam situadas outras duas cidades em que Jesus também realizou muitíssimos milagres. Mas, apesar de tantos sinais, de tantas bênçãos, de tanta misericórdia, as pessoas desses lugares não se converteram à passagem de Jesus. O Evangelho da Missa menciona as fortes palavras do Senhor a todas essas cidades que não quiseram arrepender‑se dos seus pecados1Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidon se tivessem feito os milagres que se fizeram em vós, há muito tempo que elas teriam feito penitência… E tu, Cafarnaum, elevar‑te‑ás porventura até o céu? Hás de ser abatida até o inferno, porque se em Sodoma se tivessem feito os milagres que se fizeram em ti, talvez existisse até hoje.

Tantas graças e tantos milagres! E, no entanto, muitos dos habitantes dessas cidades não mudaram, não se arrependeram dos seus pecados. Chegaram até a revoltar‑se contra o Senhor. Dirumpamus vincula eorum, et proiciamus a nobis iugum ipsorum2: quebremos os preceitos do Senhor e sacudamos de nós o seu doce jugo. Estas palavras do Salmo II têm‑se repetido em tantas ocasiões!

São incontáveis os momentos e as situações em que o Senhor parou ao nosso lado a fim de nos curar, de nos abençoar e alentar no caminho do bem. Recebemos dEle muitas atenções, e Ele espera de nós correspondência, um arrependimento sincero das nossas faltas, uma verdadeira detestação do pecado venial deliberado e de tudo aquilo que de uma maneira ou de outra nos separa dEle.

O Senhor ouve‑nos sempre, mas de maneira especial quando o procuramos com desejos de mudar, de recuperar o caminho perdido, de começar de novo com um coração contrito e humilhado3. Esta deve ser a nossa atitude habitual, a de um arrependimento humilde, porque têm sido muitas as ocasiões em que, conscientemente ou não, fomos rebeldes à graça divina e porque a ofensa é tanto maior quanto maiores tenham sido as provas do amor de Deus na nossa vida. E quem é tão cego a ponto de não ver Cristo que lhe bateu carinhosamente à porta uma vez e outra?

II. DEUS NÃO DESPREZARÁ um coração contrito e humilhado.

Um coração contrito significa um coração partido – como quando uma pedra se parte e se desfaz em pedaços –, e chama‑se contrição à dor das faltas e pecados para significar que o coração endurecido pelo pecado de certa maneira se despedaça pela dor de ter ofendido a Deus4. Também na linguagem corrente costumamos dizer “partiu‑se o meu coração” para exprimir a nossa reação perante uma grande desgraça que comoveu o mais íntimo do nosso ser.

Coisa parecida deve acontecer‑nos ao contemplarmos os nossos pecados diante da santidade de Deus e do amor que Ele nos tem. Não é tanto o sentimento de fracasso que qualquer pecado produz numa alma que segue a Deus, mas o pesar de nos termos separado por pouco que seja do Senhor.

O que nos deve levar, portanto, a pedir perdão muitas vezes a Deus é sobretudo o amor, pois são incontáveis os momentos em que não correspondemos como deveríamos ao amor divino que nos cumula de graças. “Lembrou‑se o amigo dos seus pecados, e por temor ao inferno quis chorar e não pôde. Pediu lágrimas ao amor, mas a Sabedoria respondeu‑lhe que mais freqüente e fortemente devia chorar por amor do seu Amado do que por temor das penas do inferno, pois agradam‑lhe mais os prantos que são por amor do que as lágrimas que se derramam por temor”5.

No exame de consciência diário, devemos, pois, ver as nossas faltas sobretudo como ofensa a um Deus que é Pai e nos ama como se fôssemos filhos únicos. Se não relacionamos as nossas faltas e quedas com o amor de Deus, é fácil que nos sobressaltemos ou nos deprimamos por reaparecerem erros ou defeitos que julgávamos ultrapassados; ou que culpemos o ambiente externo ou outras circunstâncias semelhantes pelas nossas fraquezas. Então, não encontraremos motivos para manter essa atitude habitual de contrição, de arrependimento e de reparação pelos pecados, e a alma afastar‑se‑á do caminho da humildade e não chegará a Deus, que está tão próximo de nós precisamente quando nós nos afastamos.

Nunca estamos “quites” com Deus; pelo contrário, somos como aquele devedor que não tinha com que pagar6; sempre estaremos precisados de recorrer à misericórdia divina. Tende piedade de mim, Senhor, porque sou um homem pecador7, dizemos com as palavras daquele publicano que, cheio de humildade, conhecia bem a realidade da sua alma diante da santidade de Deus.

Também não podemos reagir diante dos nossos defeitos e pecados como se se tratasse de algo inevitável, quase natural, “pactuando com eles”, mas pedindo perdão e recomeçando muitas vezes. Diremos ao Senhor: Pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho: trata‑me como a um dos teus jornaleiros8. E o Senhor, “que está perto dos que têm o coração contrito”9, escutará sempre a nossa oração.

Jesus passa constantemente pelas nossas vidas, como por aquelas cidades da Galiléia, e convida‑nos a ir ao seu encontro, abandonando os nossos pecados. Não adiemos essa conversão cheia de amor. Nunc coepi: agora começo, uma vez mais, com a tua ajuda, Senhor.

III. AI DE TI, COROZAIM! Ai de ti, Betsaida!… O Senhor deve ter pronunciado essas palavras com imensa pena, ao ver que a graça por Ele derramada a mãos cheias não penetrava nos seus habitantes. Seguiam‑no uns dias, davam mostras de admiração diante de uma cura, mostravam‑se complacentes…, mas no fundo das suas almas seguiam Cristo de longe.

Nós temos de pedir ao Espírito Santo o dom inefável da contrição. Temos de esforçar‑nos por fazer muitos atos dessa dor de amor que é a essência do arrependimento veraz. E temos de fazê‑lo de modo especial quando ofendemos o Senhor nalgum ponto mais importante e sempre que nos aproximamos do sacramento da Confissão, à hora do exame de consciência e também durante o dia. E para que os atos de contrição estejam à flor da pele, será muito proveitoso fazermos ou meditarmos a Via Sacra e meditarmos ou lermos a Paixão do Senhor – por exemplo, às sextas‑feiras –, e não nos cansarmos jamais de considerar o infinito amor que Jesus tem por nós.

A dor sincera dos pecados não traz necessariamente consigo uma dor emocional. Tal como o amor, a dor é um ato da vontade, não um sentimento. Assim como se pode amar a Deus sem experimentar efeitos sensíveis, pode‑se ter uma profunda dor dos pecados sem uma reação emotiva. Em contrapartida, é preciso cultivar uma atitude da alma que nos leve a afastar‑nos de todas as ocasiões de ofender o Senhor e a praticar obras concretas de penitência pelas vezes em que não fomos fiéis à graça.

Com que obras de penitência podemos desagravar o Senhor e agradar‑lhe? Por meio da oração, dos jejuns e das esmolas, pelos pequenos sacrifícios, pela paciência nos desgostos e contrariedades, pela aceitação dos fardos próprios da profissão, e da fadiga que o trabalho traz consigo. Devemos também esmerar‑nos em receber o melhor possível a graça da Confissão, aproximando‑nos desse sacramento bem preparados e sinceramente arrependidos das nossas faltas e pecados. Não nos esqueçamos de que a contrição reveste a alma de uma particular fortaleza, devolve‑lhe a esperança, a paz e a alegria, faz com que o cristão se esqueça de si mesmo e se entregue ao Senhor com mais delicadeza e finura interior.

“Dirige‑te a Nossa Senhora e pede‑lhe que te faça a dádiva – prova do seu carinho por ti – da contrição, da compunção pelos teus pecados, e pelos pecados de todos os homens e mulheres de todos os tempos, com dor de Amor.

“E, com essa disposição, atreve‑te a acrescentar: – Mãe, Vida, Esperança minha, guiai‑me com a vossa mão…, e se há agora em mim alguma coisa que desagrade a meu Pai‑Deus, concedei‑me que o perceba e que, os dois juntos, a arranquemos.

“Continua sem medo: – Ó clementíssima, ó piedosa, ó doce Virgem Santa Maria!, rogai por mim, para que, cumprindo a amabilíssima Vontade do vosso Filho, seja digno de alcançar e gozar das promessas de Nosso Senhor Jesus Cristo”10.

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