15 de Agosto de 2019

19ª semana comum Quinta -feira

- por Padre Alexandre Fernandes

QUINTA FEIRA – XIX SEMANA DO TEMPO COMUM

(Verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Considerai, Senhor, vossa aliança, e não abandoneis para sempre o vosso povo. Lembrai-vos, Senhor, defendei vossa causa e não desprezeis o clamor de quem vos busca (Sl 73,20.19.22).

 

Oração do dia

 

– Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança prometida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Js 3,7-11,13-17

 

– Leitura do livro de Josué: Naqueles dias 7o Senhor disse a Josué: “Hoje começarei a exaltar-te diante de todo Israel, para que saibas que estou contigo assim como estive com Moisés. 8Tu, ordena aos sacerdotes que levam a arca da aliança, dizendo-lhes: Quando chegardes à beira das águas do Jordão, ficai parados ali”. 9Depois Josué disse aos filhos de Israel: “Aproximai-vos para ouvir as palavras do Senhor vosso Deus”. 10aE acrescentou: “Nisto sabereis que o Deus vivo está no meio de vós e que ele expulsará da vossa presença os cana­neus. 11Eis que a arca da aliança do Senhor de toda a terra vai atravessar o Jordão adiante de vós. 13E logo que os sacerdotes, que levam a arca do Senhor de toda a terra, tocarem com a planta dos pés as águas do Jordão, elas se dividirão: as águas da parte de baixo continuarão a correr, mas as que vêm de cima pararão, formando uma barragem”. 14Quando o povo levantou acampamento para passar o rio Jordão, os sacerdotes que levavam a arca da aliança puseram-se à frente de todo o povo. 15Quando chegaram ao rio Jordão e os pés dos sacerdotes se molharam nas águas da margem – pois o Jordão transborda e inunda suas margens durante todo o tempo da colheita –, 16então as águas que vinham de cima pararam, formando uma grande barragem até Adam, cidade que fica ao lado de Sartã, e as que estavam na parte de baixo desceram para o mar da Arabá, o mar Salgado, até secarem completamente.
Então o povo atravessou, defronte a Jericó. 17E os sacerdotes que levavam a arca da aliança do Senhor conservaram-se firmes sobre a terra seca, no meio do rio, e ali permaneceram até que todo Israel acabasse de atravessar o rio Jordão a pé enxuto.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 114,1-2.3-4.5-6 (R: 3x Aleluia)

 

– Aleluia, aleluia, aleluia.
R: Aleluia, aleluia, aleluia.

– Quando o povo de Israel saiu do Egito, e os filhos de Jacó, de um povo estranho, Judá tornou-se o templo do Senhor, e Israel se transformou em seu domínio.

R: Aleluia, aleluia, aleluia.

– O mar, à vista disso, pôs-se em fuga, e as águas do Jordão retrocederam; as montanhas deram pulos como ovelhas, e as colinas, parecendo cordeirinhos.

R: Aleluia, aleluia, aleluia.

– Ó mar, que tens tu, para fugir? E tu, Jordão, por que recuas deste modo? Por que dais pulos como ovelhas, ó montanhas? E vós, colinas, parecendo cordei­rinhos?

R: Aleluia, aleluia, aleluia.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Fazei brilhar vosso semblante ao vosso servo e ensinai-me vossas leis e mandamentos!  (Sl 118,135).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 18,21-19,1

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 18,21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão, e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo! e eu te pagarei tudo’. 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. 29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo! e eu te pagarei’. 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muitos tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Servo perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’ 34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”. 19,1Ao terminar estes discursos, Jesus deixou a Galileia e veio para o território da Judeia além do Jordão.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

Assunção de Nossa Senhora

- por Padre Alexandre Fernandes

O Senhor reconheceu e recompensou com antecipada glorificação todos os méritos da Mãe

Hoje, solenemente, celebramos o fato ocorrido na vida de Maria de Nazaré, proclamado como dogma de fé, ou seja, uma verdade doutrinal, pois tem tudo a ver com o mistério da nossa salvação. Assim definiu pelo Papa Pio XII em 1950 através da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus: “A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre foi assunta em corpo e alma à glória celestial.”

Antes, esta celebração, tanto para a Igreja do Oriente como para o Ocidente, chamava-se “Dormição”, porque foi sonho de amor. Até que se chegou ao de “Assunção de Nossa Senhora ao Céu”, isto significa que o Senhor reconheceu e recompensou com antecipada glorificação todos os méritos da Mãe, principalmente alcançados em meio às aceitações e oferecimentos das dores.

Maria contava com 50 anos quando Jesus subiu ao Céu. Tinha sofrido muito: as dúvidas do seu esposo, o abandono e pobreza de Belém, o desterro do Egito, a perda prematura do Filho, a separação no princípio do ministério público de Jesus, o ódio e perseguição das autoridades, a Paixão, o Calvário, a morte do Filho e, embora tanto sofrimento, São Bernardo e São Francisco de Sales é quem nos aponta o amor pelo Filho que havia partido como motivo de sua morte.

É probabilíssima, e hoje bastante comum, a crença de a Santíssima Virgem ter morrido antes que se realizasse a dispersão dos Apóstolos e a perseguição de Herodes Agripa, no ano 42 ou 44. Teria então uns 60 anos de idade. A tradição antiga, tanto escrita como arqueológica, localiza a sua morte no Monte Sião, na mesma casa em que seu Filho celebrou os mistérios da Eucaristia e, em seguida, tinha descido o Espírito Santo sobre os Apóstolos.

Não subiu ao Céu, como fez Jesus, com a sua própria virtude e poder, mas foi erguida por graça e privilégio, que Deus lhe concedeu como a Virgem antes do parto, no parto e depois do parto, como a Mãe de Deus.

Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

O Senhor lhe perdoou a dívida… (Mt 18,21-19,1)

 

            A Boa Nova anunciada por Jesus à humanidade situa o perdão das ofensas bem no coração de sua mensagem. De um lado, Deus nos perdoa; do outro, nós perdoamos nosso próximo. Antoine Bloom, médico, monge e sacerdote ortodoxo, comenta este Evangelho:

 

            “Assim como os hebreus foram chamados por Moisés para fugirem do Egito, segui-lo na noite escura, atravessar o Mar Vermelho, cada um de nós é conduzido ao deserto onde começa uma nova etapa”. Entre o Egito e o deserto, entre a escravidão e a liberdade, estende-se uma linha de demarcação. É o momento do ato decisivo, pelo qual nos tornamos homens novos, estabelecidos em uma situação moral totalmente nova.

 

            Em termos de geografia, esta linha foi o Mar Vermelho, mas na oração do Senhor, ela é o “perdoai nossas ofensas como também nós perdoamos”. Este “como nós perdoamos” representa o exato momento em que tomamos nossa salvação em nossas próprias mãos, pois tudo o que Deus faz depende daquilo que nós fazemos; e isto é de extrema importância na vida cotidiana.

 

            Se as pessoas que saem do Egito levam consigo seus medos, seus ressentimentos, seus ódios, suas queixas, elas permanecerão escravas na Terra Prometida. Não serão homens livres, nem mesmo homens em condições de construir sua liberdade. É por isso que, entre a provação sofrida e a tentação de nossos demônios familiares, encontra-se esta condição absoluta para a qual Deus jamais aceita algum tipo de arranjo: não haverá dois pesos, duas medidas; assim como perdoais, assim sereis perdoados. E o que não perdoais será retido contra vós.

 

            Não é que Deus não nos queira perdoar, mas se recusamos o perdão, transformamos em fiasco o mistério do amor, nós o recusamos e já não há lugar no Reino para nós. Já não podemos ir adiante se não somos perdoados, e não podemos ser perdoados enquanto não perdoarmos a todos aqueles que nos fizeram mal.

 

            Isto fica perfeitamente claro, nítido e preciso; e ninguém pode imaginar-se no Reino, pertence a ele, se permanece em seu coração a recusa de perdoar. Perdoar aos inimigos é a primeira característica do cristão, a mais elementar. Se nós falhamos nisto, não somos inteiramente cristãos e ainda erramos no ardente deserto do Sinai.

 

            A lei do perdão não é um estreito regato na fronteira entre a escravidão e a liberdade; ela é larga e profunda, é o Mar Vermelho. Os judeus não a transpuseram por seus próprios esforços, em barcos feitos pela mão do homem. O Mar Vermelho abriu-se pelo poder de Deus. Foi preciso que Deus os ajudasse a atravessá-lo. “Mas, para sermos conduzido por Deus, devemos entrar em comunhão com essa qualidade de Deus, que é a capacidade de perdoar.”

 

            Então, perdoaremos?

 

Orai sem cessar: “Por amor a meus irmãos, eu direi: paz para ti!” (Sl 122,8)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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