15 de fevereiro de 2023

sexta semana tempo comum - Quarta-feira

- por Pe. Alexandre

QUARTA FEIRA DA VI SEMANA DO TEMPO COMUM.

(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Sede o rochedo que me abriga, a casa bem defendida que me salva. Sois minha fortaleza e minha rocha; para honra do vosso nome, vós me conduzis e alimentais (Sl 30,3).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Gn 8,6-13.20-22

 

– Leitura do livro do Gênesis: 6Passados quarenta dias, Noé abriu a janela, que tinha feito na arca, e soltou um corvo, 7que ficou revoando, até que secassem as águas sobre a terra. 8Soltou, também, uma pomba para ver se as águas tinham baixado sobre a face da terra. 9Mas a pomba, não achando onde pousar, voltou para junto dele na arca; porque as águas ainda cobriam a superfície de toda a terra. Noé estendeu a mão para fora, apanhou a pomba e recolheu-a na arca. 10Esperou, então, mais sete dias e soltou de novo a pomba. 11Pela tardinha, ela voltou, e eis que trazia no bico um ramo de oliveira com as folhas verdes. Assim, Noé compreendeu que as águas tinham cessado de cobrir a terra. 12Esperou ainda sete dias, e soltou a pomba, que não voltou mais.  13Foi no ano seiscentos e um da vida de Noé, no primeiro dia do primeiro mês, que as águas se retiraram da terra. Noé abriu o teto da arca, olhou e viu que toda a superfície da terra estava seca. 20Então Noé construiu um altar ao Senhor e, tomando animais e aves de todas as espécies puras, ofereceu holocaustos sobre o altar. 21O Senhor aspirou o agradável odor e disse consigo mesmo: “Nunca mais tornarei a amaldiçoar a terra por causa do homem, pois as inclinações do seu coração são más desde a juventude. Não tornarei, também, a ferir todos os seres vivos, como fiz. 22Enquanto a terra durar, plantio e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite, jamais hão de acabar”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 168B,12-13.14-15.18-19 (R: 17a)

 

– Ofereço ao Senhor um sacrifício de louvor.
R: Ofereço ao Senhor um sacrifício de louvor.

– Que poderei retribuir ao Senhor Deus por tudo aquilo que ele fez em meu favor? Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.

R: Ofereço ao Senhor um sacrifício de louvor.

– Vou cumprir minhas promessas ao Senhor na presença de seu povo reunido. É sentida por demais pelo Senhor a morte de seus santos, seus amigos.

R: Ofereço ao Senhor um sacrifício de louvor.

– Vou cumprir minhas promessas ao Senhor na presença de seu povo reunido; nos átrios da casa do Senhor, em teu meio, ó cidade de Sião!

R: Ofereço ao Senhor um sacrifício de louvor.

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Que o Pai do Senhor Jesus Cristo vos dê do saber o Espírito; para que conheçais a esperança, reservada para vós como herança!  (Ef 1,17)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 8,22-26

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

– Glória a vós, Senhor!  


Naquele tempo, 22Jesus e seus discípulos chegaram a Betsaida. Algumas pessoas trouxeram-lhe um cego e pediram a Jesus que tocasse nele. 23Jesus pegou o cego pela mão, levou-o para fora do povoado, cuspiu nos olhos dele, pôs as mãos sobre ele, e perguntou: “Estás vendo alguma coisa?” 24O homem levantou os olhos e disse: “Estou vendo os homens. Eles parecem árvores que andam”. 25Então Jesus voltou a por as mãos sobre os olhos dele e ele passou a enxergar claramente. Ficou curado, e enxergava todas as coisas com nitidez. 26Jesus mandou o homem ir para casa, e lhe disse: “Não entres no povoado!”

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

São Cláudio La Colombiere, apóstolo do Sagrado Coração de Jesus

- por Pe. Alexandre

Origem
Nascido no sul da França, São Cláudio fez parte de uma família de posses. Teve seis irmãos, dentre eles 3 também foram sacerdotes ou religiosos. Em sua juventude, frequentou uma escola da Companhia de Jesus e ingressou na ordem aos 17 anos.

 

Sinceridade
Como noviço, Cláudio admitiu ter uma “terrível aversão” ao rigoroso tratamento requerido pela ordem, mas, durante o noviciado, conseguiu incrementar o seu talento natural, isso o levaria, em seguida, a fazer um voto privado de obedecer às regras o mais perfeitamente possível.

Valor à amizade
Escreve o santo: “Meu Jesus, tenho certeza de ser amado. Por mais miserável que eu seja, não me tirará vossa amizade nenhum indivíduo mais nobre que eu, nem mais culto ou mais santo”.

Após 16 anos de vida religiosa, São Cláudio escreve: “Senti-me inclinado a imitar a simplicidade de Deus nos seus afetos, amando só a Deus, mas meus amigos tem-me a amizade, e eu tenho a amizade deles. Hoje, o sacrifício de deixar meus amigos custa-me mais do que o primeiro que fiz deixando pai e mãe”.

São Cláudio La Colombiere: Confessor de uma religiosa desprezada

Confessor
Padre Cláudio, como confessor do mosteiro da Visitação, conhece uma irmã, com 28 anos de idade e que estava presa ao leito, devido às fortes dores reumáticas. A doente era a Irmã Margarida Maria Alacoque, que, quando rezava diante do Santíssimo Sacramento, em 1675, ouve de Jesus um pedido: a difusão da devoção ao Sagrado Coração, bem como a instituição de sua festa e da consagração reparadora. Entretanto, dentro do convento, essa notícia foi recebida com desprezo.

“Eis o Coração que tanto amou os homens”
Ouvindo o testemunho sobre as revelações de Jesus ao irmão, Santa Maria Margarida Alacoque chegou à conclusão de que as tinha recebido de maneira extraordinária. Os escritos de Cláudio la Colombiere e seu testemunho da realidade das experiências da santa ajudaram a estabelecer o Sagrado Coração como um dos pilares da devoção católica.

Assim, a Santa transcreveu as célebres palavras proferidas por Jesus, enquanto lhe mostrava o seu Divino Coração: “Eis o Coração que tanto amou os homens, que não poupou nada até esgotar-Se e consumir-Se, para manifestar-lhes seu amor. E como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, desprezos, irreverências, sacrilégios, friezas que têm para comigo neste Sacramento de amor. E é ainda mais repugnante, porque são corações a Mim consagrados”.

São Cláudio La Colombiere e a Festa do Sagrado Coração de Jesus

Celebrante da primeira Festa do Sagrado Coração de Jesus
Em obediência a Deus, o Senhor pediu a Santa Maria Margarida Alacoque que a primeira sexta-feira, após a Oitava de Corpus Christi, fosse consagrada como festa especial para honrar seu Coração. A religiosa, sentindo-se indigna e incapaz, recebe de Jesus esta resposta: “Dirige-te a meu servo Cláudio e dize-lhe, de minha parte, que faça todo o possível para estabelecer essa devoção e dar esse gosto a meu Divino Coração. Que não desanime diante das dificuldades que encontrará, pois essas não faltarão, mas ele deve saber que é poderoso quem desconfia de si mesmo para confiar unicamente em Mim”.
Assim, na sexta-feira seguinte, São Cláudio, Santa Margarida e a comunidade da Visitação celebraram, pela primeira vez, a Festa do Sagrado Coração de Jesus, consagrando-se inteiramente a Ele.

Perseguição na Inglaterra
Padre Cláudio também foi enviado à Inglaterra durante tensão religiosa que o país sofria. Uma perseguição aos cristãos levou à execução 35 inocentes, entre eles, oito jesuítas. Padre Cláudio não foi assassinado, mas foi acusado, detido e preso em um calabouço durante várias semanas.

Chamado à vida eterna
Já retornado à França, quando tinha 41 anos, o sacerdote morreu de uma hemorragia interna. Seu falecimento ocorreu no primeiro domingo da Quaresma, no dia 15 de fevereiro.

“Os planos de Deus nunca se realizam senão à custa de grandes sacrifícios” – São Cláudio La Colombiere

Canonização / Esquecimento de si
Quando a Igreja canoniza São Cláudio, em 1992, o Papa São João Paulo II o apresenta como modelo de jesuíta, recordando como “se entregou por completo ao Sagrado Coração, ‘sempre abrasado de amor’. Inclusive, praticou o esquecimento de si mesmo, a fim de alcançar a pureza do amor e de elevar o mundo a Deus”.

Oração
Ó Deus, nosso Pai, que falou no fundo do coração ao vosso fiel servo São Cláudio para testemunhar o Vosso imenso amor, ilumina e conforta a Igreja com os dons de sua graça. Por Cristo, nosso Senhor.

Meditação

- por Pe. Alexandre

Jesus impôs de novo as mãos… (Mc 8,22-26)

 

Esta passagem do Evangelho, exclusiva de São Marcos, registra um fato a ser considerado: uma cura progressiva, que não ocorre no ato, mas evolui passo a passo: da cegueira total para a visão nublada e, enfim, para a plena visão.

 

Do ponto de vista médico, nada mais natural. Os profissionais da saúde estão acostumados a este tipo de terapia, quando o próprio organismo vai colaborando com os medicamentos até o restabelecimento total. Chegam mesmo a estranhar se a cura é súbita, questionando seus próprios diagnósticos.

 

Parece que não exagero se afirmo que também no campo psicoafetivo e espiritual devemos estar preparados para esperar por mudanças graduais, o que não costuma ser o procedimento padrão dos pacientes… impacientes…

 

Na vida de oração, a Igreja nos convida à perseverança. É verdade que os meios de comunicação têm atraído fiéis com a promessa de curas imediatas e transformações ao estalo dos dedos. Naturalmente, uma visão mágica da vida espiritual. Mas a doutrina dos mestres e dos santos é que devemos insistir na oração e esperar com paciência a atuação da graça no tecido de nossa alma. De grau em grau, de etapa em etapa, o Espírito de Deus vai operando em nossas íntimas feridas, restaurando as sequelas de nossos pecados, processo que certamente prosseguirá até o fim, quando o último sacramento dará o toque final.

 

As cartas paulinas insistem este ponto. “Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração.” (Rm 12,12) “Rendei graças sem cessar…” (Ef 5,20) “Intensificai as vossas orações e súplicas.” (Ef 6,18) “Sede perseverantes, sede vigilantes na oração.” (Cl 4,2)

 

Outro ponto que me chama a atenção é que Jesus, antes de curar o cego de Betsaida, levou-o para fora do povoado. E uma vez completada a sua cura, advertiu-o: “Não entres na aldeia!” É que muitas doenças (do corpo e da alma!) podem ser causadas pelo ambiente que frequentamos. Na vida espiritual, a volta ao convívio gerador dos desequilíbrios, depressões e pecados pode reativar os males que nos afligiam.

 

Jesus advertiu sobre a “casa varrida e arrumada” (cf. Lc 11,24) – a pessoa que recebeu uma cura ou libertação – para onde pode voltar o maligno, acompanhado de “outros sete espíritos piores do que ele”.

 

Todo cristão recebeu uma “iluminação” – nome primitivo do Batismo -, mas o pecado pode cegar nossos olhos…

 

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