15 de Julho de 2019

15ª semana comum Segunda-feira

- por Padre Alexandre Fernandes

SEGUNDA FEIRA – SÃO BOA VENTURA – BISPO E DOUTOR

(branco, pref. comum ou dos pastores – ofício da memória)

 

Antífona da entrada

 

– O justo medita a sabedoria e sua palavra ensina justiça, pois traz no coração a lei do seu Deus. (Sl 36,30)

 

Oração do dia

 

– Concedei-nos, Pai todo-poderoso, que, celebrando a festa de são Boa Ventura, aproveitemos seus preclaros ensinamentos e imitemos sua ardente caridade, Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ex 1,8-14.22

– Leitura do livro do Êxodo: Naqueles dias, 8surgiu um novo rei no Egito, que não tinha conhecido José, 9e disse a seu povo: “Olhai como o povo dos filhos de Israel é mais numeroso e mais forte do que nós. 10Vamos agir com prudência em relação a ele, para impedir que continue crescendo e, em caso de guerra, se una aos nossos inimigos, combata contra nós e acabe por sair do país”. 11Estabeleceram inspetores de obras, para que o oprimissem com trabalhos penosos; e foi assim que ele construiu para o Faraó as cidades-entrepostos de Pitom e Ramsés. 12Mas, quanto mais o oprimiam, tanto mais se multiplicava e crescia. 13Obcecados pelo medo dos filhos de Israel, os egípcios impuseram-lhes uma dura escravidão. 14E tornaram-lhes a vida amarga pelo pesado trabalho da preparação do barro e dos tijolos, com toda espécie de trabalhos dos campos e outros serviços que os levavam a fazer à força. 22O Faraó deu esta ordem a todo o seu povo: “Lançai ao rio Nilo todos os meninos hebreus recém-nascidos, mas poupai a vida das meninas”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 124,1-3.4-6.7.8 (R: 8a)

 

– Nosso auxílio está no nome do Senhor.
R: Nosso auxílio está no nome do Senhor.

– Se o Senhor não estivesse ao nosso lado, que o diga Israel neste momento; se o Senhor não estivesse ao nosso lado, quando os homens investiram contra nós, com certeza nos teriam devorado no furor de sua ira contra nós.

R: Nosso auxílio está no nome do Senhor.

 

– Então as águas nos teriam submergido, a correnteza nos teria arrastado, e então, por sobre nós teriam passado essas águas sempre mais impetuosas. Bendito seja o Senhor, que não deixou cairmos como presa de seus dentes!

R: Nosso auxílio está no nome do Senhor.

– Nossa alma como um pássaro escapou do laço que lhe armara o caçador; o laço arrebentou-se de repente, e assim nós conseguimos libertar-nos. O nosso auxílio está no nome do Senhor, do Senhor que fez o céu e fez a terra!

R: Nosso auxílio está no nome do Senhor.

 

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 – Felizes os que são perseguidos por causa da justiça do Senhor, porque o reino do céu há de ser deles! (Mt 5,10).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 10, 34-11,1

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

– Glória a vós, Senhor!

 

– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 10,34“Não penseis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada. 35De fato, vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra. 36E os inimigos do homem serão os seus próprios familiares. 37Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim. 38Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. 39Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim vai encontrá-la. 40Quem vos recebe a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou. 41Quem recebe um profeta, por ser profeta, receberá a recompensa de profeta. E quem recebe um justo, por ser justo, receberá a recompensa de justo.
42Quem der, ainda que seja apenas um copo de água fresca, a um desses pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa”. 11,1Quando Jesus acabou de dar essas instruções aos doze discípulos, partiu daí, a fim de ensinar e pregar nas cidades deles.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

São Boaventura

- por Padre Alexandre Fernandes

São Boaventura era um homem de muita ciência, porém, de maior humildade e conhecimento de Deus

O santo de hoje foi bispo e reconhecido doutor da Igreja do Cristo que chamou pescadores e camponeses para segui-lo no carisma de Francisco de Assis, mas também homens cultos e de ciência. São Boaventura era um destes homens de muita ciência, porém, de maior humildade e conhecimento de Deus, por isto registrou o que vivia.

Escreve ele: “Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circunspecção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça”.

Boaventura nasceu no centro da Itália em 1218, e ao ficar muito doente recebeu a cura por meio de uma oração feita por São Francisco de Assis, que percebendo a graça tomou-o nos braços e disse: “Ó, boa ventura!”. Entrou na Ordem Franciscana e, pela mortificação dos sentidos e muita oração, exerceu sua vocação franciscana e sacerdócio na santidade, a ponto do seu mestre qualificar-lhe assim: “Parece que o pecado original nele não achou lugar”.

São Boaventura, antes de se destacar como santo bispo, já chamava – sem querer – a atenção pela sua cultura e ciência teológica, por isso, ao lado de Santo Alberto Magno e Santo Tomás de Aquino, caracterizaram o século XIII como o tempo de sínteses teológicas.

Certa vez, um frei lhe perguntou se poderia salvar-se, já que desconhecia a ciência teológica; a resposta do santo não foi outra: “Se Deus dá ao homem somente a graça de poder amá-Lo isso basta… Uma simples velhinha poderá amar a Deus mais que um professor de teologia”. O Doutor Seráfico, assumiu muitas responsabilidades, como ministro geral da Ordem Franciscana, bispo, arcebispo, até que depois de tanto trabalhar, ganhou com 56 anos o repouso no céu.

São Boaventura, rogai por nós!

FONTE: Canção Nova

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

Vim separar o homem de seu pai! (Mt 10,34-11,1)

 

            Seria apenas uma provocação? Não. Jesus está falando sério. Diante da “espada” de sua Palavra, isto é, diante das propostas de seu Evangelho, é inevitável que as pessoas acabem divididas.

 

            Lembram-se de Francisco de Assis, que se apaixonou pela pobreza e pelo pobre? Seu pai, rico mercador de tecidos, não entendeu a atitude do filho que distribuía seus bens aos pobres. Como o pai ameaçasse deserdá-lo, Francisco despe até mesmo a roupa do corpo e, nu, na presença do bispo, abre mão de sua herança para seguir a Jesus de modo radical.

 

            Um de meus professores, Pe. Carlos Morra, pertencia a uma família da antiga nobreza espanhola. Seu avô e seu pai eram destacados arquitetos. Quando o jovem Carlos manifestou seu desejo de ser padre, encontrou a recusa de seu pai. “Teu avô era arquiteto. Eu sou arquiteto. Tu serás arquiteto!”

Obediente, Carlos estudou arquitetura. No dia da formatura, recebeu o canudo e dirigiu-se ao pai: “Aqui está o seu diploma. Hoje, às 18 horas, entro para o seminário.” Entre os meus professores, Pe. Carlos foi um dos mais sábios e mais santos… Entre o desejo humano do pai e o chamado que Deus lhe fazia, ele teve a coragem de fazer uma dolorida ruptura e seguir sua vocação.

 

Neste Evangelho, Jesus contrapõe os verbos “achar” e “perder”. Hoje, em pleno clima de capitalismo, diríamos “ganhar” e “perder”. O mundo pagão dedica-se a ganhar, acumular, fazer sucesso. O seguidor de Jesus aceita perder-se pelo bem do outro, como a mãe que “gasta” a vida pelos filhos.

 

Certa vez, fiz uma palestra na Universidade de Viçosa, MG. Logo na entrada da Universidade, destacam-se quatro grandes colunas, cada uma delas com um verbo latino: EDISCERE, SCIRE, AGERE, VINCERE. Isto é: aprender, saber, agir, vencer.

 

Ao final, manifestei aos ouvintes a minha intenção de dinamitar a quarta coluna, edificando outra em seu lugar. Trocaria o verbo “vencer” (típico de uma mentalidade capitalista, utilitarista, quando o saber é acumulado como uma forma de poder sobre os outros) pelo verbo SERVIR. Assim, a oportunidade de cursar uma Universidade assumiria objetivos inteiramente novos… A ciência adquirida reverteria no bem comum, no serviço ao próximo. Para minha surpresa, o auditório, na maioria universitários, aplaudiu minha proposta…

 

E você? Aplaudiria também?

 

Orai sem cessar: “Senhor, vós sois a minha parte de herança!” (Sl 16,5)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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