15 de Junho de 2020

11a Semana comum Segunda-feira

- por Pe. Alexandre

SEGUNDA FEIRA – XI SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – Ofício do dia)

 

Antífona da entrada

– Ouvi, Senhor, a voz do meu apelo, tende compaixão de mim e atendei-me; vós sois meu protetor, não me deixeis; não me abandoneis, ó Deus, meu salvador!  (Sl 26,7.9)

 

Oração do dia

– Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao meu apelo e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1Rs 21,1-16

– Leitura do primeiro livro dos Reis: Naquele tempo, 1Nabot de Jez­rael possuía uma vinha em Jez­rael, ao lado do palácio de Acab, rei de Samaria. 2Acab falou a Nabot: “Cede-me a tua vinha, para que eu a transforme numa horta, pois está perto da minha casa. Em troca eu te darei uma vinha melhor, ou, se preferires, pagarei em dinheiro o seu valor”. 3Mas Nabot respondeu a Acab: “O Senhor me livre de te ceder a herança de meus pais”. 4Acab voltou para casa aborrecido e irritado por causa desta resposta que lhe deu Nabot de Jezrael: “Não te cederei a herança de meus pais”. Deitou-se na cama, com o rosto voltado para a parede, e não quis comer nada. 5Sua mulher Jezabel aproximou-se dele e disse-lhe: “Por que estás triste e não queres comer?” 6Ele respondeu: “Porque eu conversei com Nabot de Jezrael e lhe fiz a proposta de me ceder a sua vinha pelo seu preço em dinheiro, ou, se preferisse, eu lhe daria em troca outra vinha. Mas ele respondeu que não me cede a vinha”. 7Então sua mulher Jezabel disse-lhe: “Bela figura de rei de Israel estás fazendo! Levanta-te, toma alimento e fica de bom humor, pois eu te darei a vinha de Nabot de Jezrael”.
8Ela escreveu então cartas em nome de Acab, selou-as com o selo real, e enviou-as aos anciãos e nobres da cidade de Nabot. 9Nas cartas estava escrito o seguinte: “Proclamai um jejum e fazei Nabot sentar-se entre os primeiros do povo, 10e subornai dois homens perversos contra ele, que deem este testemunho: ‘Tu amaldiçoaste a Deus e ao rei!’ Levai-o depois para fora e ape­drejai-o até que morra”. 11Os homens da cidade, an­ciãos e nobres concidadãos de Nabot, fizeram conforme a ordem recebida de Jezabel, como estava escrito nas cartas que lhes tinha enviado. 12Proclamaram um jejum e fizeram Nabot sentar-se entre os primeiros do povo. 13Chegaram os dois homens perversos, sentaram-se diante dele e testemunharam contra Nabot diante de toda a assembleia, dizendo: “Nabot amaldiçoou a Deus e ao rei”. Em virtude disto, levaram-no para fora da cidade e mataram-no a pedradas. 14Depois mandaram a notícia a Jezabel: “Nabot foi apedrejado e morto”. 15Ao saber que Nabot tinha sido apedrejado e estava morto, Jezabel disse a Acab: “Levanta-te e toma posse da vinha que Nabot de Jezrael não te quis ceder por seu preço em dinheiro; pois Nabot já não vive; está morto”. 16Quando Acab soube que Nabot estava morto, levantou-se para descer até a vinha de Nabot de Jezrael e dela tomar posse.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 5,2-3.5-7 (R: 2b)

 

– Atendei o meu gemido, ó Senhor!
R: Atendei o meu gemido, ó Senhor!

– Escutai, ó Senhor Deus, minhas palavras, atendei o meu gemido! Ficai atento ao clamor da minha prece, ó meu Rei e meu Senhor!

R: Atendei o meu gemido, ó Senhor!

– Não sois um Deus a quem agrade a iniquidade, não pode o mal morar convosco; nem os ímpios poderão permanecer perante os vossos olhos.

R: Atendei o meu gemido, ó Senhor!

– Detestais o que pratica a iniquidade e destruís o mentiroso. Ó Senhor, abominais o sanguinário, o perverso e enganador.

R: Atendei o meu gemido, ó Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

– Vossa palavra é uma luz para os meus passos e uma lâmpada luzente em meu caminho (Sl 118,105)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 5,38-42

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 38“Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ 39Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! 40Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! 41Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! 42Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

Bem-aventurada Albertina Berkenbrock

- por Pe. Alexandre

A primeira mártir brasileira nasceu em Santa Catarina em 11 de abril de 1919.

Desde cedo despontava na vida de oração, no amor à família e ao próximo. Se unia ao crucificado por meio de penitências. Jovem, mas centrada no mistério da Eucaristia, tinha vida sacramental, penitencial e de oração.

Albertina cuidava do rebanho de seu pai que deu a seguinte ordem: ela devia procurar um boi que se extraviou. No caminho, encontrou um homem de apelido ‘Maneco Palhoça’, que trabalhava para a família. Ela perguntou a ele se sabia onde estaria o boi perdido. Ele indicou um lugar distante, e a surpreendeu lá, tentando estuprá-la, porém, não teve o êxito.

A jovem resistiu, pois não queria pecar. Por não conseguir nada, ele pegou-a pelo cabelo, jogou-a ao chão e cortou seu pescoço, matando-a imediatamente.

Maneco acusou outra pessoa, que foi presa imediatamente. Ele fingia que velava a menina, e ao se aproximar do corpo, o corte vertia sangue. Ele fugiu, mas foi preso e confessou o crime. Maneco deixou claro que ela não cedeu porque não queria pecar.

Tudo isso aconteceu em 15 de junho de 1931. Por causa da castidade, Albertina não cedeu.

Bem-aventurada Albertina Berkenbrock, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Olho por olho! (Mt 5,38-42)

 

Monstros habitam o subsolo do coração humano. Um deles é o ódio. Há muitas formas de despertá-lo: a traição, o abandono, o desprezo, a calúnia, a agressão, o estupro, as diferenças étnicas, políticas e religiosas. E todos nós estamos sujeitos a escolher um adversário, um inimigo, um “diferente” como alvo do sentimento de ódio que vem à tona de nosso lago interior.

 

A palavra “ódio” pode parecer excessiva, mas admite gradações em nosso comportamento: o silêncio da palavra negada, a neutralidade da indiferença, os apelidos zombeteiros, a formação de partidos, a sede de vingança, a campanha pela pena de morte. São degraus de uma escadaria em cujo topo está o assassinato.

 

Não raro, alguém tenta justificar a agressão e a vingança por meio do processo de “redução” de nosso alvo: é só um estrangeiro… é só um negro… é só um embrião… Como os jovens que atearam fogo a um mendigo: “Era só um índio…” E esta redução seria nosso pretexto para legitimar a exclusão, o golpe, o aborto. É como se as vítimas não fossem pessoas como nós; logo, vale tudo!

 

Como a tendência de nossa natureza decaída é a de devolver golpe com golpes, a Lei do Primeiro Testamento sentiu a necessidade de estabelecer algum equilíbrio entre a ofensa e a vingança: dente por dente, olho por olho (cf. Ex 21,24; Lv 24,20). É a conhecida “lei do talião”. Parece bárbaro e primitivo, mas já representava uma evolução, pois se alguém nos quebra um dente, a reação “normal” seria a de quebrar todos os dentes do agressor: uma reação desmedida.

 

Isto mudaria no clima da Nova Aliança assinada no sangue inocente de Jesus que, ao morrer na cruz, rogou ao Pai: “Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem”. Sim, estou falando a cristãos, que conhece esta passagem do Evangelho, dentro do Sermão da Montanha, quando Jesus diz: “Ora, eu vos digo: Não ofereçais resistência ao malvado!” E ainda: “Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem! Assim vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5,39a.44-45)

 

Quando um caricaturista publica uma “charge” de Maomé, sabe que corre risco de vida. Fatos recentes o confirmam. Se, porém, for uma caricatura zombando de Jesus Cristo, ele está seguro de que ninguém o agredirá. Creio ver aqui um sinal concreto de que dos cristãos não se espera uma reação de ódio, pois se sentem filhos do Pai, um Deus Amor, incapaz de vingança e de ódio.

 

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