15 de Novembro de 2019
32ª semana comum Sexta-feira
- por Padre Alexandre Fernandes
SEXTA FEIRA DA XXXII SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde, ofíco do dia)
Antífona da entrada
– Chegue até vós a minha súplica; inclinai vosso ouvido à minha prece
(Sl 87,3).
Oração do dia
– Deus de poder e misericórdia, afastai de nós todo obstáculo para que, inteiramente disponíveis, nos dediquemos ao vosso serviço. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Sb 13,1-9
– Leitura do livro da Sabedoria: 1São insensatos por natureza todos os homens que ignoram a Deus, os que, partindo dos bens visíveis, não foram capazes de conhecer aquele que é; nem tampouco, pela consideração das obras, chegaram a reconhecer o Artífice. 2Tomaram por deuses, por governadores do mundo, o fogo e o vento, o ar fugidio, o giro das estrelas, a água impetuosa, os luzeiros do dia. 3Se, encantados por sua beleza, tomaram estas criaturas por deuses, reconheçam quanto o seu Senhor está acima delas: pois foi o autor da beleza quem as criou. 4Se ficaram maravilhados com o seu poder e a sua atividade, concluam daí quanto mais poderoso é aquele que as formou: 5de fato, partindo da grandeza e da beleza das criaturas, pode-se chegar a ver, por analogia, aquele que as criou. 6Contudo, estes merecem menor repreensão: talvez se tenham extraviado procurando a Deus e querendo encontrá-lo. 7Com efeito, vivendo entre as obras dele, põem-se a procurá-lo, mas deixam-se seduzir pela aparência, pois é belo aquilo que se vê! 8Mesmo assim, nem a estes se pode perdoar: 9porque, se chegaram a tão vasta ciência, a ponto de investigarem o universo, como é que não encontraram mais facilmente o seu Senhor?
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 19A,2-3.4-5 (R: 2a)
– Os céus proclamam a glória do Senhor!
R: Os céus proclamam a glória do Senhor!
– Os céus proclamam a glória do Senhor, e o firmamento, a obra de suas mãos; o dia ao dia transmite esta mensagem, a noite à noite publica esta notícia.
R: Os céus proclamam a glória do Senhor!
– Não são discursos nem frases ou palavras, nem são vozes que possam ser ouvidas; seu som ressoa e se espalha em toda a terra, chega aos confins do universo a sua voz.
R: Os céus proclamam a glória do Senhor!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Levantai vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima!
(Lc 21,28).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 17,26-37.
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 26“Como aconteceu nos dias de Noé, assim também acontecerá nos dias do Filho do Homem. 27Eles comiam, bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então chegou o dilúvio e fez morrer todos eles. 28Acontecerá como nos dias de Ló: comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam. 29Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, Deus fez chover fogo e enxofre do céu e fez morrer todos. 30O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do Homem for revelado. 31Nesse dia, quem estiver no terraço, não desça para apanhar os bens que estão em sua casa. E quem estiver nos campos não volte para trás. 32Lembrai-vos da mulher de Ló. 33Quem procura ganhar a sua vida vai perdê-la; e quem a perde vai conservá-la. 34Eu vos digo: nesta noite, dois estarão numa cama; um será tomado e o outro será deixado. 35Duas mulheres estarão moendo juntas; uma será tomada e a outra será deixada. 36Dois homens estarão no campo; um será levado e o outro será deixado”. 37Os discípulos perguntaram: “Senhor, onde acontecerá isso?” Jesus respondeu: “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Santo Alberto Magno
- por Padre Alexandre Fernandes
Santo Alberto Magno, devotíssimo da Virgem Maria, optou pelos desejos do coração de Deus
Celebramos neste dia a santidade de um grande santo da nossa Igreja, o qual foi digno de ser intitulado de Magno (Grande). Nascido na Alemanha em 1206, numa família militar que desejava para Alberto a carreira militar ou administrativa.
Soldado do Senhor e administrador do Reino de Deus, devotíssimo da Virgem Maria, Santo Alberto optou pelos desejos do coração de Deus, por isso depois de estudar ciências naturais em Pádua e Paris entrou na família Dominicana em 1223, a fim de mergulhar nos estudos, santidade e apostolado. Como consequência da sua crescente adesão ao Reino, foram aumentando os trabalhos na “vinha do Senhor”, por isso na Ordem Religiosa foi superior provincial e mais tarde, nomeado pelo Papa, Bispo de Ratisbona, num tempo em que somente um santo e sábio poderia estabelecer a paz entre os povos e cidades, como de fato aconteceu.
Santo Alberto Magno era um apaixonado e vocacionado ao magistério (teve como discípulo São Tomás de Aquino); foi dispensado do Episcopado, para na humildade e pobreza continuar lecionando, pregando e pesquisando e dominando com tranquilidade os assuntos sobre mecânica, zoologia, botânica, meteorologia, agricultura, física, tecelagem, navegação e outras áreas do conhecimento, os quais inseriu no seu caminho de santidade: “Minha intenção última, escrevia, está na ciência de Deus”. Suas obras escritas encheram 38 grossos volumes e com o testemunho impregnou toda a Igreja de santidade e exemplo de quem soube viver com equilíbrio e graça a fé que não contradiz a razão. Entrou no Céu em 1280, proclamado Doutor da Igreja e Patrono dos cultores das ciências naturais.
Santo Alberto Magno, rogai por nós!
Meditação
- por Padre Alexandre Fernandes
Como nos dias de Noé… (Lc 17,26-37)
Não é possível evitar o impacto do versículo 37: “Onde estiver o corpo, ali se juntarão os abutres.” Também os urubus do Brasil têm um “sexto sentido” que os orienta para a carniça, mesmo a grandes distâncias. A imagem é forte – até mesmo desagradável – mas chama nossa atenção para uma espécie de tropismo animal que orienta o predador para sua presa. Não deveria haver também em nós um tropismo para Deus? Uma atração para as coisas espirituais? Não deveríamos ser capazes de ler os “sinais dos tempos” e, a partir deles, achar o melhor caminho em nossa vida?
Nos dias de Noé, Deus alertou a humanidade a respeito do dilúvio. Não é difícil imaginar os contemporâneos de Noé a zombar de sua grande (b)arca, apontando para o céu sem nuvens e a distância do mar. Enquanto isso, casavam-se, comiam e bebiam. Pois veio a inundação e todos pereceram…
Nos dias de Lot, Deus voltou a alertar a humanidade. Os vizinhos devem ter rido de Lot e sua família quando estes fugiram no seu êxodo familiar. Enquanto isso, todos comiam, bebiam e casavam-se. Pois veio subitamente o fogo do céu e foram consumidos. Mais uma vez, os sinais dos tempos foram inúteis.
E em nosso tempo? Temos sinais? Sinais da natureza como furacões e tsunamis, terremotos e graves alterações climáticas? Sinais da sociedade como guerras e revoluções, aborto legal e eutanásia, casamento homossexual e pedofilia na Internet? Sinais socioeconômicos como as legiões de sem-teto e sem-terra, milhões de refugiados e trabalhadores escravos? Sinais biológicos como pestes e epidemias? Sinais religiosos, como heresias, seitas e deserções?
Sim, há sinais para “nosso tempo”. Como placas de trânsito, deveriam orientar o rumo que imprimimos à nossa existência. Deveriam desviar-nos da ambição e da acumulação material, levando-nos à partilha dos bens e à solidariedade. Deveriam fazer de nós anunciadores do amor de Deus e da esperança de um mundo novo. Deveriam impedir que perdêssemos tempo em diversões estéreis, joguinhos eletrônicos e fins de semana marcados pela futilidade e pelo devaneio. Deveriam despertar nossas mentes para o essencial. Aumentar nossa capacidade de amar…
Os fariseus de hoje continuam a repetir a mesma pergunta que faziam no tempo de Cristo: onde será? Quando será? Os tempos são outros, mas seus corações continuam afastados do Senhor.
E o nosso coração?
Orai sem cessar: “Venha a nós o vosso Reino!” (Mt 6,10)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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