15 de Setembro de 2019

24ª Semana Comum Domingo

- por Padre Alexandre Fernandes

DOMINGO – XXIV SEMANA DO TEMPO COMUM

(Verde, glória, creio – IV semana do saltério)

 

Antífona da entrada

 

– Ouvi, Senhor, as preces de vosso servo e do vosso povo eleito: dai a paz àqueles que esperam em vós, para que vossos profetas sejam verdadeiros

(Eclo 36,18).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ex 32,7-11.13-14

 

– Leitura do livro do Êxodo: Naqueles dias, 7o Senhor falou a Moisés: “Vai, desce, pois corrompeu-se o teu povo que tiraste da terra do Egito. 8Bem depressa desviaram-se do caminho que lhes prescrevi. Fizeram para si um bezerro de metal fundido, inclinaram-se em adoração diante dele e ofereceram-lhe sacrifícios, dizendo: ‘Estes são os teus deuses, Israel, que te fizeram sair do Egito!’”. 9E o Senhor disse ainda a Moisés: “Vejo que este é um povo de cabeça dura. 10Deixa que minha cólera se inflame contra eles e que eu os extermine. Mas de ti farei uma grande nação”. 11Moisés, porém, suplicava ao Senhor seu Deus, dizendo: “Por que, ó Senhor, se inflama a tua cólera contra o teu povo, que fizeste sair do Egito com grande poder e mão forte? 13Lembra-te de teus servos Abraão, Isaac e Israel, com os quais te comprometeste, por juramento, dizendo: ‘Tornarei os vossos descendentes tão numerosos como as estrelas do céu; e toda esta terra de que vos falei, eu a darei aos vossos descendentes como herança para sempre’”. 14E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer a seu povo.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 51, 3-4.12-13.17.19 (R: Lc 15,18)

 

– Vou, agora, levantar-me, volto à casa do meu pai.
R: Vou, agora, levantar-me, volto à casa do meu pai.

– Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!

R: Vou, agora, levantar-me, volto à casa do meu pai.

– Criai em mim um coração que seja puro, dai–me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

R: Vou, agora, levantar-me, volto à casa do meu pai.

– Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, e minha boca anunciará vosso louvor! Meu sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido!

R: Vou, agora, levantar-me, volto à casa do meu pai.

2ª Leitura: 1Tm 1,12-17

 

– Leitura da primeira carta de são Paulo a Timóteo: Caríssimo: 12Agradeço àquele que me deu força, Cristo Jesus, nosso Senhor, pela confiança que teve em mim, ao designar-me para o seu serviço, 13a mim, que antes blasfemava, perseguia e insultava. Mas encontrei misericórdia, porque agia com a ignorância de quem não tem fé. 14Transbordou a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus. 15Segura e digna de ser acolhida por todos é esta palavra: Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. E eu sou o primeiro deles!  16Por isso encontrei misericórdia, para que em mim, como primeiro, Cristo Jesus demonstrasse toda a grandeza de seu coração; ele fez de mim um modelo de todos os que crerem nele para alcançar a vida eterna. 17Ao Rei dos séculos, ao único Deus, imortal e invisível, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– O Senhor reconciliou o mundo em Cristo, confiando-nos sua palavra, a palavra da reconciliação, a palavra que hoje, aqui, nos salva! (2Cor 5,19).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 15,1-32

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 1os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. 2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. 3Então Jesus contou-lhes esta parábola: 4Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? 5Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria, 6e, chegando à casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ 7Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.  8E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e a procura cuidadosamente, até encontrá-la? 9Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!’ 10Por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte”.
11E Jesus continuou: “Um homem tinha dois filhos. 12O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. 13Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. 14Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. 15Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. 16O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam.
17Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. 18Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer–lhe: Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. 20Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. 21O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. 22Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. 23Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. 24Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. 25O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. 27O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’. 28Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. 30Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’. 31Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver;

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

Nossa Senhora das Dores

- por Padre Alexandre Fernandes

Nossa Senhora, aponta-nos para uma Nova Vida

“Quero ficar junto à cruz, velar contigo a Jesus e o teu pranto enxugar!”

Assim, a Igreja reza a Maria neste dia, pois celebramos sua compaixão, piedade; suas sete dores cujo ponto mais alto se deu no momento da crucificação de Jesus. Esta devoção deve-se muito à missão dos Servitas – religiosos da Companhia de Maria Dolorosa – e sua entrada na Liturgia aconteceu pelo Papa Bento XIII.

A devoção a Nossa Senhora das Dores possui fundamentos bíblicos, pois é na Palavra de Deus que encontramos as sete dores de Maria: o velho Simeão, que profetiza a lança que transpassaria (de dor) o seu Coração Imaculado; a fuga para o Egito; a perda do Menino Jesus; a Paixão do Senhor; crucificação , morte e sepultura de Jesus Cristo.

Nós, como Igreja, não recordamos as dores de Nossa Senhora somente pelo sofrimento em si, mas sim, porque também, pelas dores oferecidas, a Santíssima Virgem participou ativamente da Redenção de Cristo. Desta forma, Maria, imagem da Igreja, está nos apontando para uma Nova Vida, que não significa ausência de sofrimentos, mas sim, oblação de si para uma civilização do Amor.

Nossa Senhora das Dores, rogai por nós!

FONTE: Canção Nova 
 

 

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

 

As três misericórdias… (Lc 15,1-32)

 

            Este Evangelho nos apresenta as três parábolas que Jesus pronunciou para nos falar da misericórdia, ou melhor, do entranhado amor de Deus por nós. O pastor incansável que sai a campo em busca da ovelha tresmalhada. A diligente mulher do povo que varre a casa à procura da moedinha perdida. Enfim, o velho pai que, simplesmente, espera o regresso do filho fujão.

 

            Três diferentes maneiras de ser misericordioso: sair a campo… varrer a casa… esperar…

 

            A primeira é a mais fácil, pois até nos empresta um nimbo de heroísmo. Vai o pastor por brenhas e vales, busca incansavelmente até encontrar a SUA ovelha: ferida, emaranhada na moita de arranha-gato, berne no focinho. Sim, mas é MINHA ovelha. E se alegra ao recuperá-la.

 

            A segunda é mais trivial, uma empreitada caseira. Quantas vezes, quem mais precisa de nossa misericórdia está bem ao lado, debaixo do mesmo teto. O casebre é pequeno, a lamparina de azeite mal o ilumina. A vassoura de folhas de tamareira permite reencontrar a moeda, escapada do véu de moedas que ainda recorda à sua dona a remota cerimônia do casamento. Moedinha pequena, de parco valor, azinhavrada, talvez, mas SUA moeda. Não admira que as vizinhas cheguem a zombar da alegria de sua dona.

 

            A terceira é realmente a mais dura de viver. Um filho não é uma ovelha. Não é moeda de metal. Tem arbítrio, vontade própria. Só resta ao velho pai… esperar… Uma esperança sem garantias, mantida a pulsar no coração, mesmo contra toda evidência. Voltará o filho algum dia? Não há certezas, mas o amor não vive de certezas. O amor é capaz de fazer apostas e… esperar…

 

            De volta à casa do pai, o filho que pecou avalia que não é mais possível recuperar a estatura filial: “Não mereço ser tratado como filho… Trata-me como um dos empregados…” Mal sabe ele que o Pai continua pai. “E enquanto eu for pai, você continua a ser meu filho…” É da natureza de Deus ser um Pai. Nada que possamos fazer apagará sua imagem paterna. Daí o beijo, a roupa nova, os sapatos, o anel…

 

            Sair a campo… Varrer a casa… Esperar… Todos os dias nós temos oportunidades de amar e de exercer a misericórdia. Alguém anda perdido em seus descaminhos e, a qualquer momento, poderá apresentar-se à nossa frente.

 

Quando isso acontecer, como reagiremos?

 

Orai sem cessar: “Todos os caminhos do Senhor são misericórdia” (Sl 25,10)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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