16 de Janeiro de 2021

Primeira semana do tempo Comum - Sábado

- por Pe. Alexandre

SABADO – I SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde, ofício do dia daIi semana)

 

Antífona da entrada

 

– Ergamos os nossos olhos para aquele que tem o céu como trono; a multidão dos anjos o adora, cantando a uma só voz: Eis aquele cujo o poder é eterno.

 

Oração do dia

– Ó Deus, atendei como o Pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Hb 4,12-16

– Leitura da carta aos Hebreus: Irmãos, 12a Palavra de Deus é viva, eficaz e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Ela julga os pensamentos e as intenções do coração. 13E não há criatura que possa ocultar-se diante dela. Tudo está nu e descoberto a seus olhos, e é a ela que devemos prestar contas. 14Temos um sumo sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus. Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos. 15Com efeito, temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado. 16Aproximemo-nos então, com toda a confiança, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 19b,8.9.10.15 (R: Jo6,63c)

 

– Vossas palavras são espírito, são vida, tendes palavras, ó Senhor, de vida eterna.
R: Vossas palavras são espírito, são vida, tendes palavras, ó Senhor, de vida eterna.

– A lei do Senhor Deus é perfeita, conforto para a alma! O testemunho do Senhor é fiel, sabedoria dos humildes.

R: Vossas palavras são espírito, são vida, tendes palavras, ó Senhor, de vida eterna.

– Os preceitos do Senhor são precisos, alegria ao coração. O mandamento do Senhor é brilhante, para os olhos é uma luz.

R: Vossas palavras são espírito, são vida, tendes palavras, ó Senhor, de vida eterna.

– É puro o temor do Senhor, imutável para sempre. Os julgamentos do Senhor são corretos e justos igualmente.

R: Vossas palavras são espírito, são vida, tendes palavras, ó Senhor, de vida eterna.

– Que vos agrade o cantar dos meus lábios e a voz da minha alma; que ela chegue até vós, ó Senhor, meu Rochedo e Redentor!

R: Vossas palavras são espírito, são vida, tendes palavras, ó Senhor, de vida eterna.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o evangelho (Lc 4,18).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 2,13-17

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

– Glória a vós, Senhor!  


– Naquele tempo, 13Jesus saiu de novo para a beira mar. Toda a multidão ia a seu encontro, e Jesus os ensinava. 14Enquanto passava, Jesus viu Levi, o filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Levi se levantou e o seguiu. 15E aconteceu que, estando à mesa na casa de Levi, muitos cobradores de impostos e pecadores também estavam à mesa com Jesus e seus discípulos. Com efeito, eram muitos os que o seguiam. 16Alguns doutores da Lei, que eram fariseus, viram que Jesus comia com pecadores e cobradores de impostos. Então eles perguntaram aos discípulos: “Por que ele come com cobradores de impostos e pecadores?” 17Tendo ouvido, Jesus respondeu-lhes: “Não são as pessoas sadias que precisam de médico, mas as doentes. Eu não vim para chamar justos, mas sim pecadores”.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

 

São Marcelo I

- por Pe. Alexandre

 

São Marcelo I

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém

Hoje a Igreja celebra a memória de São Marcelo. No início do ano 304 com a morte do Papa Marcelino, a Igreja viveu um longo e confuso período de sua história, recheado de incertezas e de perseguições, que a desorganizou, inclusive internamente. Neste quadro, apareceu a singela figura de Marcelo I.

Os anos trezentos, também para o Império Romano não foram nada agradáveis, pois já se delineava a sua queda histórica. O imperador Diocleciano que se mostrava um tirano insensato e insano, também já não governava por si mesmo, era comandado pelo vice Gelásio. Foi a mando dele, que Diocleciano decretou a mais feroz, cruel e sangrenta perseguição aos cristãos, estendida para todos dos domínios do Império. E continuou, após a sua morte, sob o patrocínio do novo imperador.

A Cátedra de São Pedro vivia num período de ‘vicatio’, como é chamado o tempo de ausência entre a eleição legítima e a entrada de um novo pontífice. Foi uma época obscura e de solavancos para toda a Igreja, que agonizava com a confusão generalizada provocada pelas heresias.

Em 27 de maio de 308, foi eleito o Papa Marcelo I, um presbítero de origem romana, humilde, generoso, de caráter firme e fé inabalável. Ele assumiu a direção da Igreja, após quatro anos da morte do seu predecessor e se ocupou da difícil tarefa de sua reorganização.

O seu pontificado, ao contrário do que se imaginava, ficou muito bem atestado pelas fontes da época. Nestes relatos se constatou o comportamento pós-perseguição que a Igreja teve com os ‘renegados’, como eram chamados os cristãos que, por medo, haviam publicamente renunciado a fé em Cristo.

A esse respeito, existe o registro de um elogio feito ao papa Marcelo I pelo papa Damásio I em 366, com muita justiça. Enquanto muitos bispos do Oriente pediam a excomunhão destes cristãos, especialmente para os que faziam parte do clero, ele se mostrou rigoroso mas menos radical. Severo, decidiu que a Igreja iria acolhê-los, depois de um período de penitência. Também, determinou que nenhum concílio podia ser convocado sem a prévia autorização do papa.

Mas acabou sendo preso por ordem do imperador, que o exilou e obrigou a trabalhar na sua própria igreja, a qual foi transformada em estábulo. Morreu em consequência dos maus tratos recebidos, no dia 16 de janeiro de 309.

A Igreja declarou o Papa Marcelo I santo e mártir da fé. As suas relíquias estão guardadas na Cripta dos Papas no cemitério de Santa Priscila, em Roma.

São Marcelo I, rogai por nós.

Benção Final.

Meditação

- por Pe. Alexandre

Ele come com os pecadores… (Mc 2,13-17)

 

Nem precisávamos do Santo Evangelho para saber disso: basta contemplar a fila da comunhão, quando Jesus é nosso pão e alimento, para compreender que ele gosta de sentar-se à mesa conosco, isto é, com os pecadores…

O fato de Jesus “se misturar” aos publicanos (cobravam imposto para os romanos invasores…) e aos pecadores públicos (não frequentavam a sinagoga judaica…) é motivo de críticas e condenações por parte dos escribas e dos fariseus, mui dignos representantes do establishment religioso da época.

Pedro Crisólogo [+450 d.C.] comenta a passagem: “Deus é acusado de se debruçar sobre o homem, de se estender ao pecador, de ter fome de sua conversão e sede de sua volta, de tomar o alimento da misericórdia e o cálice da benevolência. Mas, meus irmãos, Cristo veio para esta refeição, a Vida veio entre esses convivas para que, condenados à morte, eles viçam com a Vida. A Ressurreição se deitou para que os que jaziam se ergam de seus túmulos; a Bondade se abaixou para elevar os pecadores até o perdão; Deus veio ao homem para que o homem chegue a Deus; o Juiz veio ao banquete dos culpados para retirar da humanidade a sentença da condenação; o Médico veio aos doentes para os restabelecer, comendo com eles; o bom Pastor abaixou os ombros para reconduzir a ovelha perdida ao redil da salvação”.

Belíssimas imagens! O Deus Altíssimo baixa, se rebaixa, se diminui, renega suas atribuições de Juiz e – cúmulo do absurdo! – assume nossa humanidade sem excluir uma genealogia (cf. Mt 1,1-6) de trapaceiros e pecadoras, como Jacó e Betsabé, idólatras e estrangeiras, como Acaz e Rute, adúlteros e prostitutas, como Davi e Raab. Mergulhado em nossa carne frágil e mortal, o Filho de Deus quer nos salvar de dentro para fora…

Pedro Crisólogo reflete: “Por que ele come com os publicanos e pecadores? Mas quem é pecador, senão aquele que recusa ver-se como tal? Deixar de se reconhecer pecador não é o mesmo que mergulhar em seu pecado e, em suma, identificar-se com ele? E quem é injusto senão aquele que se estima justo? No entanto, ó fariseu, tu leste a palavra do Salmo: ‘Nenhum ser vivo é inocente diante de Ti”. (Sl 143,2)

E mais: “Por todo o tempo em que estamos neste corpo mortal, a fragilidade domina em nós; mesmo se triunfamos dos pecados de ação, não podemos vencer aqueles do pensamento nem evitar toda injustiça. E mesmo se temos a força de escapar deles materialmente e se somos capazes de vencer toda falta consciente, como poderíamos nós abolir as faltas por negligência e os pecados da ignorância?”

Então, Jesus come com os pecadores? Ainda bem! Graças a Deus! Esta é a garantia de que haverá um lugar para nós na mesa de seu Reino…

 

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