16 de janeiro de 2023
Segunda semana tempo comum- Segunda-feira
- por Pe. Alexandre
SEGUNDA FEIRA DA II SEMANA COMUM
(verde, ofício do dia)
Antífona da entrada
– Que toda a terra se prostre diante de vós, ó Deus, e cante louvores ao vosso nome, Deus altíssimo! (Sl 65, 4).
Oração do dia
– Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a nossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Hb 5,1-10
– Leitura da carta aos Hebreus: 1Todo sumo sacerdote é tirado do meio dos homens e instituído em favor dos homens nas coisas que se referem a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. 2Sabe ter compaixão dos que estão na ignorância e no erro, porque ele mesmo está cercado de fraqueza. 3Por isso, deve oferecer sacrifícios tanto pelos pecados do povo, como pelos seus próprios. 4Ninguém deve atribuir-se esta honra, senão o que foi chamado por Deus, como Aarão. 5Deste modo, também Cristo não se atribuiu a si mesmo a honra de ser sumo sacerdote, mas foi aquele que lhe disse: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei”. 6Como diz em outra passagem: “Tu és sacerdote para sempre, na ordem de Melquisedec”. 7Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus. 8Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que ele sofreu. 9Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem. 10De fato, ele foi por Deus proclamado sumo sacerdote na ordem de Melquisedec.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 110,1.2.3.4 (R: 4bc)
– Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedec!
R: Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedec!
– Palavra do Senhor ao meu Senhor: “Assenta-te ao lado meu direito até que eu ponha os inimigos teus como escabelo por debaixo de teus pés! ”
R: Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedec!
– O Senhor estenderá desde Sião vosso cetro de poder, pois Ele diz: “Domina com vigor teus inimigos.
R: Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedec!
– Tu és príncipe desde o dia em que nasceste; na glória e esplendor da santidade, como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei! ”
R: Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedec!
– Jurou o Senhor e manterá sua palavra: “Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem do rei Melquisedec!”
R: Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedec!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– A Palavra do Senhor é viva e eficaz: ela julga os pensamentos e as intenções do coração (Hb 4,12).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 2,18-22
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 18os discípulos de João Batista e os fariseus estavam jejuando. Então, vieram dizer a Jesus: “Por que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, e os teus discípulos não jejuam?” 19Jesus respondeu: “Os convidados de um casamento poderiam, por acaso, fazer jejum, enquanto o noivo está com eles? Enquanto o noivo está com eles, os convidados não podem jejuar. 20Mas vai chegar o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; aí, então, eles vão jejuar. 21Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha; porque o remendo novo repuxa o pano velho e o rasgão fica maior ainda. 22Ninguém põe vinho novo em odres velhos; porque o vinho novo arrebenta os odres velhos e o vinho e os odres se perdem. Por isso, vinho novo em odres novos”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Berardo e companheiros mártires
- por Pe. Alexandre
Em 1219, São Francisco enviou esses missionários para a Espanha, que estava tomada por mouros. Passaram por Portugal a pé, com dificuldades. Dependendo da Divina Providência, chegaram a Sevilha. Ali começaram a pregar, principalmente como testemunho de vida. Eram 3 sacerdotes e dois irmãos religiosos que incomodaram muitas pessoas ao anunciar o Evangelho.
Acompanhado pelo testemunho, teve quem abrisse o coração para Cristo e as conversões começaram a acontecer. Pregaram até para o rei mouro, porque também ele merecia conhecer a beleza do Santo Evangelho. Porém, anunciar o Evangelho naquele tempo, como nos dias de hoje, envolve riscos, e eles foram presos por isso. Por influência do rei mouro, eles foram deportados para Marrocos e, ao chegarem lá, continuaram evangelizando; uma pregação sobre o reino de Deus, sobre o único amor que pode converter.
Graças a Deus, devido aos sinais, principalmente àquele tão concreto de Deus, que é a conversão e a mudança da mentalidade, as pessoas começaram a seguir Cristo e a querer o batismo. Mas isso incomodou também o rei mouro que, influenciado por fanáticos, prendeu os cinco franciscanos, depois os açoitou e decapitou.
Os santos mártires que, em 1220, foram mortos por causa da verdade, hoje, intercedem por nós.
São Francisco, ao saber da morte dos seus filhos espirituais, exultou de alegria, pois eles tinham morrido por amor a Jesus Cristo.
São Berardo e companheiros mártires, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
Vinho novo, odres novos… (Mc 2,18-22)
Cada um de nós pode ser comparado a um odre: uma espécie de cantil para líquidos. Os odres orientais eram feitos com a pele de um pequeno animal, depois de limpa e virada do avesso. Um odre novo conserva a elasticidade da pele e tem mais resistência que um odre velho, de pele já ressequida e rígida.
A graça de Deus e as moções do Espírito Santo também podem ser comparadas ao vinho. Tal como a bebida, os impulsos do Espírito trazem alegria e animação, acabam com o desânimo e a timidez. Durante a fermentação, o vinho novo produz gases, move-se em seu recipiente.
Quando Jesus começou a ensinar no meio judaico, tão apegado à Lei Antiga, muitas de suas lições pareciam vinho novo, borbulhante, e eram vistas como ameaça para a morna estabilidade do sistema religioso de seu tempo.
Hoje também, nós podemos estar acostumados a um tipo de prática religiosa (novenas, procissões, ladainhas, intimismo, devoções particulares) e experimentar espanto ou estranheza diante de alguma “novidade” do Espírito de Deus (orações espontâneas, palmas durante os cânticos, repouso no Espírito ou compromisso político). E aqueles que se veem como “renovados” devem ter caridade suficiente para aceitar que seus irmãos de fé se sintam ameaçados pelo vinho novo, procurando entender sua fixação nas antigas fórmulas.
Por outro lado, os fiéis mais tradicionalistas correm o risco de não acolher autênticas inspirações do Espírito Santo, que sempre sopra onde quer e se manifesta de modo multiforme em lugares e épocas diferentes. O essencial é distinguir entre “formatos” de valor acessório, que mudam naturalmente com o passar dos anos, e a “substância” da fé, esta, sim, essencial.
Rezar em latim ou português não deve ser motivo de inquietação nem de divisões. O importante é rezar. Bater palmas, ou não, durante os cânticos, é apenas detalhe. O importante é cantar. Mas o conteúdo de nossa fé – como está registrado no “Símbolo dos Apóstolos” – exige de todos nós a mais perfeita unidade. Uma falha neste ponto acabaria por levar à divisão e aos cismas.
Que nos ensina Jesus neste Evangelho? É que a pessoa precisa experimentar pessoalmente uma renovação interior – obra da Graça! – antes que alguém tente forçá-la a recolher o vinho borbulhante do Espírito Santo. Sem este cuidado essencial, o remendo (de pano novo, de linho cru, ainda não encolhido) tornará ainda maior o rasgão do velho tecido. Prudência, pois…
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