17 de fevereiro de 2023

sexta semana tempo comum- Sexta-feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA DA VI SEMANA DO TEMPO COMUM.

(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Sede o rochedo que me abriga, a casa bem defendida que me salva. Sois minha fortaleza e minha rocha; para honra do vosso nome, vós me conduzis e alimentais (Sl 30,3).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Gn 11,1-9

 

– Leitura do livro do Gênesis: 1Toda a terra tinha uma só linguagem e servia-se das mesmas palavras. 2E aconteceu que, partindo do oriente, os homens acharam uma planície na terra de Senaar, e ali se estabeleceram. 3E disseram uns aos outros: “Vamos, façamos tijolos e cozamo-los ao fogo”. Usaram tijolos em vez de pedra, e betume em lugar de argamassa. 4E disseram: “Vamos, façamos para nós uma cidade e uma torre cujo cimo atinja o céu. Assim, ficaremos famosos, e não seremos dispersos por toda a face da terra”.
5Então o Senhor desceu para ver a cidade e a torre que os homens estavam construindo. 6E o Senhor disse: “Eis que eles são um só povo e falam uma só língua. E isto é apenas o começo de seus empreendimentos. Agora, nada os impedirá de fazer o que se propuserem. 7Desçamos e confundamos a sua língua, de modo que não se entendam uns aos outros”. 8E o Senhor os dispersou daquele lugar por toda a superfície da terra, e eles cessaram de construir a cidade. 9Por isso, foi chamada Babel, porque foi lá que o Senhor confundiu a linguagem de todo o mundo, e de lá dispersou os homens por toda a terra.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 33,10-11.12-13.14.15 (R: 12b)

 

– Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!
R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

– O Senhor desfaz os planos das nações e os projetos que os povos se propõem. Mas os desígnios do Senhor são para sempre, e os pensamentos que ele traz no coração, de geração em geração, vão perdurar.

R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

– Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, e a nação que escolheu por sua herança! Dos altos céus o Senhor olha e observa; ele se inclina para olhar todos os homens.

R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

– Ele contempla do lugar onde reside e vê a todos os que habitam sobre a terra. Ele formou o coração de cada um e por todos os seus atos se interessa.

R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Eu vos chamo meus amigos, pois vos dei a conhecer o que o Pai me revelou (Jo 15,15).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 8,34-9,1

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

– Glória a vós, Senhor!  


Naquele tempo, 34chamou Jesus a multidão com seus discípulos e disse: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 35Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho vai salvá-la. 36Com efeito, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perde a própria vida? 37E o que poderia o homem dar em troca da própria vida? 38Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras diante dessa geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará dele quando vier na glória do seu Pai com seus santos anjos”. 9,1Disse-lhes Jesus: “Em verdade vos digo, alguns dos que aqui estão não morrerão sem antes terem visto o Reino de Deus chegar com poder”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

Sete Santos fundadores dos Servitas: ministros da unidade e da paz

- por Pe. Alexandre

Fundação da Instituição Religiosa
A Ordem dos Frades Servos de Maria (OSM), cujos membros são conhecidos como “Servitas”, foi fundada em Florença, Itália, em 1233, por sete ricos comerciantes.

 

Os setes santos eram:

  1. Bonfiglio Monardi, guia do grupo leigo e prior da futura comunidade;
  2. Bonagiunta Manetti, segundo futuro prior, entre 1256 e 1257;
  3. Manetto d’Antela, responsável pelas primeiras fundações na França;
  4. Amádio de Amadei, conhecido como quem tinha “a alma do grupo”;
  5. Sostegno de Sosteni, comerciante de tecidos e lã;
  6. Ugoccio de Uguccione, comerciante de tecidos e lã;
  7. Aleixo Falconieri, também comerciante de tecidos e lã.

O que tinham em comum
Eles nutriam uma particular devoção a Nossa Senhora e eram membros de uma companhia leiga de fiéis, chamada Associação-mor de Santa Maria. A pertença ao mesmo ramo de negócios, à mesma classe social e à comum devoção a Virgem Maria os uniram com laços de profunda amizade.

Os Sete Santos fundadores dos Servitas e a Aparição da Virgem Maria

Um convite da Virgem Maria
Em 15 de agosto de 1233, Assunção de Nossa Senhora, estavam reunidos em oração. Costumavam cantar cânticos dedicados a Virgem Maria. Foi então que, de repente, viram que a imagem de Nossa Senhora se mexeu. Todos ficaram intrigados. Depois disso, quando atravessavam uma ponte voltando para casa, a própria Virgem Maria lhes apareceu vestida toda de luto e chorava. Em seguida, contou-lhes a razão de suas lágrimas: a guerra civil que não cessava em Florença, já fazia dezoito anos. Pediu-lhes, Nossa Senhora, não apenas que reforçassem sua consagração a ela, mas que se empenhassem, num apostolado de reparação, a fazer ver aos homens o quanto ofendiam a Deus com os seus pecados.

Testemunho fraternidade e oração
Diante das intrigas entre facções, os sete acolheram o pedido da Virgem e decidiram dar um testemunho de unidade e de paz, isto é, de que era possível viver como irmãos. Deixaram as suas atividades comerciais e suas famílias e, dispostos a não guardar nada para si, venderam os seus bens, deixando o suficiente para suas famílias e distribuindo o restante aos pobres. Retiraram-se da cidade para dedicarem-se à penitência, à contemplação e ao serviço a Maria.

Túnicas e mantos cinzentos
Vinte dias depois, os sete homens começaram a viver em comunidade numa casa abandonada, na Villa Camarzia, na periferia da cidade, que mais tarde se chamaria “Santa Maria de Cafaggio”, onde está hoje o Santuário da Santíssima Anunciada. Nessa casa, viviam como se fossem “um só coração e uma só alma”, levando uma vida austera, dedicada à oração, à contemplação, à penitência, à mendicância e às obras de caridade em favor dos pobres e doentes. Adotaram um hábito religioso dos “Irmãos da Penitência”: manto e uma túnica de lã bruta de cor cinzenta.

Os Sete Santos estavam de braços abertos para os necessitados

Por causa de um povo
Muitas pessoas, aflitas e angustiadas, dirigiam-se a eles para receber conforto e conselho; sobretudo os mais atônitos, pelo fato de sete jovens, ricos comerciantes, terem escolhido, voluntariamente, a vida de pobreza.

Consolida-se a Ordem do Servos de Maria
O estilo de vida que adotaram logo despertou no povo admiração e respeito. Isso levou à difusão da sua fama de santidade, tanto que, muitos pediam para fazer parte da sua família religiosa. O Bispo da época deu-lhes, no ano seguinte, um terreno no cume do Monte Senário. Lá construíram uma casa rústica para morar e um oratório dedicado a Santa Maria. Com a visita do Cardeal Goffredo Castiglioni – futuro Papa Celestino IV – o cardeal prescreveu a eles a Regra de Santo Agostinho.

Canonização conjunta
Os Sete Santos Fundadores, proclamados pela liturgia como “ministros da unidade e da paz”, foram canonizados juntos, como se fossem um só – exemplo único na história da Igreja – pelo papa Leão XIII, em 1888. Seus restos mortais descansam em Monte Senário, em um único sepulcro.

O Legado dos Setes Santos

Atualidade
Monte Senário é até hoje o ponto de referência de todos os Servos e Servas de Maria espalhados pelo mundo. É lá que se encontram as relíquias dos Sete Santos Fundadores. E é para lá que frades, irmãs e leigos ligados à Ordem acorrem com frequência, a fim de transcorrer momentos de oração, reflexão e estudo, desejosos de colher na fonte original a linfa que nutre a genuína espiritualidade de nossa Ordem.

A Ordem dos Servos de Maria se espalha pelo mundo
Os Servitas cresceram e espalharam-se por vários países, inclusive pelo Brasil, onde fundaram casas em diversas cidades.

Memória
Com memória facultativa, são celebrados todos no mesmo dia, 17 de fevereiro, dia do falecimento do último dos fundadores: Santo Aleixo Falconieri, que recusou ser sacerdote, por se considerar indigno dessa honra então, ficou como irmão religioso; e os demais tornaram-se sacerdotes.

Oração dos sete fundadores da Ordem dos Servos de Maria
Ó Deus, que despertastes no coração desses sete homens as virtudes da humildade, da caridade, da oração, do serviço e do amor à Virgem Maria, dai também a nós, por intercessão dos sete fundadores, a graça de crescermos nas virtudes cristãs para que a tua glória brilhe no mundo. Por Nosso senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Minha oração
“Deus não me chamou para viver a santidade sozinho, Ele mesmo se encarregou de colocar pessoas ao meu redor, sejam elas familiares, colegas de trabalho, irmãos de comunidade, entre outros. Senhor, rendo graças a Ti pela oportunidade de ser santo junto com outros filhos teus que estão ao meu lado, agora! Dai-nos essa graça.”

Sete Santos fundadores da Ordem dos Servitas, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

A sua cruz… (Mc 8,34-9,1))

 

Ao contrário desses grupos que se dizem cristãos, mas anunciam o fim do sofrimento aqui na terra, Jesus nos chama tomar a cruz como condição essencial para segui-lo. Afinal, a legítima religião cristã é a religião do Crucificado.

 

O teólogo ortodoxo Paul Eudokimov comenta este Evangelho:

 

“Salvo raras exceções, a vida espiritual nasce em um acontecimento que chamamos de “conversão”. Pouco importa seu exato conteúdo, ela é sugestiva ocasião, um choque seguido da nítida passagem de um estado para outro. Como luz reveladora das sombras, ela manifesta de um só golpe a insuficiência de um presente inconsistente e orienta para as portas abertas de um mundo novo. Este anúncio de uma promessa inteiramente virginal traz consigo reviravoltas decisivas e inclui o alegre compromisso de todo o nosso ser. Mesmo aqueles que herdam a fé desde sua infância, cedo ou tarde passam pela descoberta consciente, por uma apropriação inteiramente pessoal e sempre perturbadora.

 

“Um leitura, um encontro, uma reflexão fazem brotar uma súbita e grande iluminação. Ao seu clarão, tudo se ordena como em um poema genial, dando a cada coisa um inestimável valor virginal. É a primavera religiosa de alegre tonalidade, mozartiana como os brotos cheios de seiva.

 

“Este tempo é de curta duração. A face do Pai assume a figura do Filho. E sua cruz nos assombra interiormente. Perfila-se nitidamente a nossa própria cruz e já não é mais possível voltar à fé simples e infantil de outrora. Dissonâncias dolorosas rasgam a alma em sua clarividente visão do mal e do pecado: é a extrema tensão entre dois estados que se excluem mutuamente. A experiência brutal das quedas e da impotência pode nos levar à beira do desespero.

 

“Deus nos tocaia neste instante decisivo. Ele espera de nossa fé um ato viril, a aceitação plena e consciente de nosso destino: ele nos pede que o assumamos livremente. Ninguém pode fazê-lo em nosso lugar, nem mesmo Deus. A cruz é feita de nossas fraquezas e de nossas falhas; ela é construída através de impulsos vacilantes e, sobretudo, de nossas trevas profundas onde remói uma surda resistência e apodrece uma feiura cúmplice e inconfessável.

 

“No momento da pesada solidão, só a profunda humildade vem em ajuda. Reconhecendo a radical impotência do humano natural, ela nos inclina a depositar o ser por inteiro ao pé da cruz e, bruscamente, Cristo carrega em nosso lugar o peso esmagador: “Aprendei de mim que meu fardo é leve” (Mt 11,30).

 

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