17 de Janeiro de 2019

1ª Semana do Tempo Comum - Quinta-feira

- por Padre Alexandre Fernandes

Antífona da entrada

 

– O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro do Líbano, plantado na casa do senhor, nos átrios de nosso deus  (Sl 91,13).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que chamastes ao deserto santo Antão, pai dos monges, para vos servir por uma vida heroica, dai-nos, por suas preces, a graça de renunciar a nós mesmos e amar-vos acima de tudo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Hb 3,7-14

 

– Leitura da carta aos Hebreus: Irmãos, 7escutai o que declara o Espírito Santo: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, 8não endureçais os vossos corações, como aconteceu na provocação, no dia da tentação, no deserto, 9onde vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, 10embora vissem as minhas obras, durante quarenta anos. Por isso me irritei com essa geração e afirmei: sempre se enganam no coração e desconhecem os meus caminhos. 11Assim jurei na minha ira: não entrarão no meu repouso”. 12Cuidai, irmãos, que não se ache em algum de vós um coração transviado pela incredulidade, levando-o a afastar-se do Deus vivo. 13Antes, animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ainda se disser “hoje”, para que nenhum de vós se endureça pela sedução do pecado – 14pois tornamo-nos companheiros de Cristo, contanto que mantenhamos firme até o fim a nossa confiança inicial.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 95,6-7.8-9.10-11 (R: 8)

 

– Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os vossos corações.
R: Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os vossos corações.

– Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão.

R: Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os vossos corações.

– Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: “Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras”.

R: Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os vossos corações.

– Quarenta anos desgostou-me aquela raça e eu disse: “Eis um povo transviado, seu coração não conheceu os meus caminhos!” E por isso lhes jurei na minha ira: “Não entrarão no meu repouso prometido!”

R: Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os vossos corações.
 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 – Jesus pregava a boa-nova, o reino anunciando, e curava toda espécie de doenças entre o povo (Mt 4,23).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 1,40-45

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

– Glória a vós, Senhor!  

– Naquele tempo, 40um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: “Se queres, podes limpar-me!”. 41Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero: fica curado!” 42No mesmo instante, a lepra desapareceu, e ele ficou curado. 43Então Jesus o mandou logo embora, 44falando com firmeza: “Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!” 45Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

 

Santo Antão

- por Padre Alexandre Fernandes

Santo Antão, construiu muros em um cemitério e lá viveu na penitência e na meditação

Pai do monaquismo cristão, Santo Antão nasceu no Egito em 251 e faleceu em 356; viveu mais de cem anos, mas a qualidade é maior do que a quantidade de tempo de sua vida, pois viveu com uma qualidade de vida santa que só Cristo podia lhe dar. Com apenas 20 anos, Santo Antão havia perdido os pais; ficou órfão com muitos bens materiais, mas o maior bem que os pais lhe deixaram foi uma educação cristã. Ao entrar numa igreja, ele ouviu a proclamação da Palavra e se colocou no lugar daquele jovem rico, o qual Cristo chamava para deixar tudo e segui-Lo na radicalidade. Antão vendeu parte de seus bens, garantiu a formação de sua irmã, a qual entrou para uma vida religiosa.

Enfim, Santo Antão foi passo a passo buscando a vontade do Senhor. Antão deparou-se com outra palavra de Deus em sua vida: “Não vou preocupeis, pois, com o dia de amanhã. O dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”(Mt 6,34). O Espírito Santo o iluminou e ele abandonou todas as coisas para viver como eremita. Sabendo que na região existiam homens dedicados à leitura, meditação e oração, ele foi aprender. Aprendeu a ler e, principalmente a orar e contemplar. Assim, foi crescendo na santidade e na fama também.

Sentiu-se chamado a viver num local muito abandonado, num cemitério, onde as pessoas diziam que almas andavam por lá. Por isso, era inabitável. Ele não vivia de crendices; nenhum santo viveu. Então, foi viver neste local. Na verdade, eram serpentes que estavam por lá e , por isso, ninguém se aproximava. A imaginação humana vê coisas onde não há. Santo Antão construiu muros naquele lugar e viveu ali dentro, na penitência e na meditação. As pessoas eram canais da providência, pois elas lhe mandavam comida, o pão por cima dos muros; e ele as aconselhava. Até que, com tanta gente querendo viver como Santo Antão, naquele lugar surgiram os monges. Ele foi construindo lugares e aqueles que queriam viver a santidade, seguindo seus passos, foram viver perto dele. O número de monges foi crescendo, mas o interessante é que quando iam se aconselhar com ele, chegavam naquele lugar vários monges e perguntavam: “Onde está Antão?”. E lhes respondiam: “Ande por aí e veja a pessoa mais alegre, mais sorridente, mais espontânea; este é Antão”.

Ele foi crescendo em idade, em sabedoria, graça e sensibilidade com as situações que afetavam o Cristianismo. Teve grande influência junto a Santo Atanásio no combate ao arianismo. Ele percebeu o arianismo também entre os monges, que não acreditavam na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Antão também foi a Alexandria combater essa heresia. Santo Antão viveu na alegria, na misericórdia, na verdade. Tornou-se abade, pai, exemplo para toda a vida religiosa. Exemplo de castidade, de obediência e pobreza.

Santo Antão, rogai por nós!

FONTE: Canção Nova 

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

Se queres, tens o poder… (Mc 1,40-45)

 

            Foi com estas simples palavras que o leproso da Palestina moveu e comoveu a Jesus, abrindo as portas para sua cura. Na frase, duas palavras inseparáveis: “querer” e “poder”. Ora, seria impensável que o Filho do Deus Onipotente não tivesse poder sobre nossas enfermidades. Mais impensável ainda seria pensar que o Filho do Deus da Vida não quisesse nossa saúde e nossa salvação.

 

            Se nossa cegueira não fosse tão acentuada (mais ou menos como nossa indiferença…), perceberíamos com espanto quantas vezes nós temos sido curados por Deus através de seus múltiplos e variados recursos, a saber: os sacramentos da Igreja, a Palavra de Deus, a interação da Comunidade, os méritos dos santos, a oração pessoal e comunitária e – por que não? – os frequentes milagres que passam em silêncio…

 

            Pascásio Radbert, monge medieval, nos ensina: “É preciso dirigir a Deus nossos pedidos com toda a confiança, sem pôr em dúvida absolutamente o seu poder”. E se rezamos com uma fé cheia de amor, certamente somos beneficiados, para chegar à salvação, com o concurso da vontade divina que age na proporção de seu poder e é capaz de produzir seus efeitos.

 

            Esta é a razão pela qual, diante da súplica do leproso, o Senhor logo responde: “Eu o quero”. Assim, mal o pecador começa a rezar com fé, a mão do Senhor se põe a cuidar da lepra de sua alma.

 

            Este leproso nos dá excelente conselho sobre a maneira de rezar. Ele não põe em dúvida a vontade do Senhor, como se recusasse a crer em sua bondade, mas, consciente da gravidade de suas faltas, não quer presumir essa vontade. Quando diz que o Senhor, se o quiser, pode purificá-lo, ele faz bem em afirmar dessa forma o poder que pertence a Deus, bem como a sua fé inquebrantável. É que, para obter uma graça, é normalmente requerida a fé pura e verdadeira, assim como a atuação do poder e da bondade do Criador.

 

            A fé pura, vivida no amor, mantida pela perseverança, paciente na espera, humilde em sua afirmação, firme em sua confiança, cheia de respeito em sua prece e de sabedoria naquilo que ela pede, está certa de ouvir em toda circunstância esta mesma palavra do Senhor: “Eu o quero”.

 

            Nem mesmo nossos pecados – grãos de poeira diante da misericórdia infinita – serão obstáculos para a ação de Deus em nossas vidas.

 

Orai sem cessar: “Lava-me e ficarei mais branco do que a neve!” (Sl 51,9)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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