17 de janeiro de 2023

Segunda semana tempo comum- Terça-feira

- por Pe. Alexandre

TERÇA FEIRA – SANTO ANTÃO – PAI DA VIDA MONACAL

(branco, pref. comum ou dos santos – ofício da memória)

 

Antífona da entrada

 

– O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro do Líbano, plantado na casa do senhor, nos átrios de nosso Deus (Sl 91,13).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que chamastes ao deserto santo Antão, pai dos monges, para vos servir por uma vida heroica, dai-nos, por suas preces, a graça de renunciar a nós mesmos e amar-vos acima de tudo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Hb 6,10-20

 

– Leitura da carta aos Hebreus: Irmãos, 10Deus não é injusto, para esquecer aquilo que estais fazendo e a caridade que demons­trastes em seu nome, servindo e continuando a servir aos santos. 11Mas desejamos que cada um de vós mostre até o fim este mesmo empenho pela plena realização da esperança, 12para não serdes lentos à compreensão, mas imitadores daqueles que, pela fé e a perseverança, se tornam herdeiros das promessas. 13Pois quando Deus fez a promessa a Abraão, não havendo alguém maior por quem jurar, jurou por si mesmo, 14dizendo: “Eu te cumularei de bênçãos e te multiplicarei em grande número”. 15E assim, Abraão foi perseverante e alcançou a promessa. 16Os homens juram, de fato, por alguém mais importante, e a garantia do juramento põe fim a qualquer contestação. 17Por isso, querendo Deus mostrar, com mais firmeza, aos herdeiros da promessa, o caráter irrevogável da sua decisão, interveio com um juramento. 18Assim, por meio de dois atos irrevogáveis, nos quais não pode haver mentira por parte de Deus, encontramos profunda consolação, nós que tudo deixamos para conseguir a esperança proposta. 19A esperança, com efeito, é para nós qual âncora da vida, segura e firme, penetrando para além da cortina do santuário, 20aonde Jesus entrou por nós, como precursor, feito sumo sacerdote eterno na ordem de Melqui­sedec.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 111,1-2,4-5, 9.10c (R: 5c)

 

– O Senhor se lembra sempre da Aliança.
R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.

– Eu agradeço a Deus de todo o coração junto com todos os seus justos reunidos! Que grandiosas são as obras do Senhor, elas merecem todo o amor e admiração!

R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.

– O Senhor bom e clemente nos deixou a lembrança de suas grandes maravilhas. Ele dá o alimento aos que o temem e jamais esquecerá sua Aliança.

R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.

– Enviou libertação para o seu povo, confirmou sua Aliança para sempre. Seu nome é santo e é digno de respeito. Permaneça eternamente o seu louvor.

R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Que o Pai do Senhor Jesus Cristo vos dê do saber o Espírito Santo; para que conheçais a esperança, reservada para vós como herança!  (Ef 1,17s).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 2,23-28

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

– Glória a vós, Senhor!  


23Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam. 24Então os fariseus disseram a Jesus: “Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?” 25Jesus lhes disse: “Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? 26Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães”. 27E acrescentou: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem para o sábado. 28Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

 

Santo Antão, o santo que vivia no Cemitério

- por Pe. Alexandre

Origens
Pai do monaquismo cristão, Santo Antão nasceu no Egito em 251 . Com apenas 20 anos, Santo Antão havia perdido os pais; ficou órfão com muitos bens materiais, mas o maior bem que os pais lhe deixaram foi uma educação cristã.

Abdicou dos Bens
Ao entrar numa Igreja, ele ouviu a proclamação da Palavra e se colocou no lugar daquele jovem rico, o qual Cristo chamava para deixar tudo e segui-Lo na radicalidade. Antão vendeu parte de seus bens, garantiu a formação de sua irmã, a qual entrou para uma vida religiosa.

Eremita
Enfim, Santo Antão foi passo a passo buscando a vontade do Senhor. Antão deparou-se com outra palavra de Deus em sua vida: “Não vou preocupeis, pois, com o dia de amanhã. O dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”(Mt 6,34). O Espírito Santo o iluminou e ele abandonou todas as coisas para viver como eremita.

Santo Antão: aprendeu o que precisava para ser santo e atendeu seu chamado

Estudou
Sabendo que na região existiam homens dedicados à leitura, meditação e oração, ele foi aprender. Aprendeu a ler e, principalmente a orar e contemplar. Assim, foi crescendo na santidade e na fama também.

Viveu em um Cemitério
Sentiu-se chamado a viver num local muito abandonado, num cemitério, onde as pessoas diziam que almas andavam por lá. Por isso, era inabitável. Ele não vivia de crendices; nenhum santo viveu. Então, foi viver neste local. Na verdade, eram serpentes que estavam por lá e , por isso, ninguém se aproximava. A imaginação humana vê coisas onde não há.

Os Muros
Santo Antão construiu muros naquele lugar e viveu ali dentro, na penitência e na meditação. As pessoas eram canais da providência, pois elas lhe mandavam comida, pão por cima dos muros; e ele as aconselhava. Até que, com tanta gente querendo viver como Santo Antão, naquele lugar surgiram os monges.

Santo Antão vivia a verdadeira alegria e sorria para o mundo

Santidade
Ele foi construindo lugares e aqueles que queriam viver a santidade, seguindo seus passos, foram viver perto dele. O número de monges foi crescendo, mas o interessante é que quando iam se aconselhar com ele, chegavam naquele lugar vários monges e perguntavam: “Onde está Antão?”. E lhes respondiam: “Ande por aí e veja a pessoa mais alegre, mais sorridente, mais espontânea; esse é Antão”.

Combateu o Arianismo
Ele foi crescendo em idade, em sabedoria, graça e sensibilidade com as situações que afetavam o Cristianismo. Teve grande influência junto a Santo Atanásio no combate ao arianismo. Ele percebeu o arianismo também entre os monges, que não acreditavam na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Antão também foi a Alexandria combater essa heresia. Santo Antão viveu na alegria, na misericórdia, na verdade. Tornou-se abade, pai, exemplo para toda a vida religiosa. Exemplo de castidade, de obediência e pobreza.

Páscoa
Santo Antão faleceu em 356, viveu mais de cem anos, mas a qualidade é maior do que a quantidade de tempo de sua vida, pois viveu com uma qualidade de vida santa que só Cristo podia lhe dar.

Minha oração

“ Ó pai da vida monástica, pai dos eremitas, formai almas que tenham a mesma generosidade de se dedicar inteiramente a Deus na oração e na penitência. Sustentai aqueles que já vivem assim e tornai-os grandes testemunhas nesse mundo perecível. Amém”

Santo Antão, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Um sábado para o homem… (Mc 2,23-28)

 

Há quem considere a religião como um fardo para o homem. Ou pior: uma escravidão. Já pregaram a morte de Deus para “libertar” o homem, deixando-o “livre” para… obedecer a seus instintos, sua cobiça e seu egoísmo…

 

Não é esta a lição de Jesus. O sábado judaico – isto é, a parada no trabalho – não é para o bem de Deus, é para o bem do homem. Claro, o bem do homem é o bem de Deus!

 

Neste Evangelho, Jesus de Nazaré está sendo acusado de permitir uma profanação do sábado quando seus discípulos, de passagem por um trigal, arrancar espigas para comer os grãos. Claro, o Mestre conhece as Escrituras e lembra aos acusadores que o próprio Davi infringiu a lei, ao comer os pães da proposição, no templo, que era exclusivos para os sacerdotes e levitas.

 

A questão do “shabbat” reaparece várias vezes nos evangelhos. Afinal, o aspecto sagrado do sábado impede que se cure um aleijado nesse dia? (Mt 12,13.) Sim. Impede que se dê água para o jumento? (Lc 13,15.) Neste último caso, NÃO impede, dizem os doutores da lei. Ou seja, o sábado é para os jumentos, mas não é para o homem.

 

Contra a corrente legalista dos fariseus, Jesus está ensinando que um dia “sagrado” – como o nosso domingo cristão – é, sim, um dia muito bom para fazer o bem, como curar doentes ou matar a fome aos famintos. E os adversários de Jesus viram nisso uma inaceitável quebra da norma legal. Aos olhos deles, quem poderia invocar um objetivo humano e terreno para quebrar um mandamento divino?

 

Não sem motivo, o apóstolo Paulo viu na Lei judaica um patrão duro e severo, que tinha sido imposto aos homens por causa de seus pecados. E que os mantinha rigidamente subjugados. Ele aprendeu com Jesus que a própria Lei era um dom de Deus. Tanto ela como o sábado deviam estar a serviço do homem, e não contrário. O espírito paulino mostra a vida da graça como um estado de liberdade para fazer o bem e servir ao próximo.

 

Esta nova visão não é a defesa da libertinagem, nem a ignorância dos preceitos divinos, mas nos leva a ordenar tudo em relação à caridade, aquela forma de amor que está acima de tudo.

 

Aliás, foi este amor que levou Jesus Cristo até a cruz. E ainda é este amor que nos salva…

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