17 de Setembro de 2021

24a semana comum Sexta-feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA DA XXIV SEMANA COMUM
(verde – ofício do dia da II semana)

 

Antífona da entrada

– Ouvi, Senhor, as preces do vosso servo e do vosso povo eleito: dai a paz àqueles que esperam em vós, para que os vossos profetas sejam verdadeiros (Eclo 36,18).

 

Oração do Dia

– Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1 Tm 6,2c-12

– Leitura da primeira carta de são Paulo a Timóteo: Caríssimo, 2ensina e recomenda estas coisas. 3Quem ensina doutrina estranhas e discorda das palavras salutares de nosso Senhor Jesus Cristo e da doutrina conforme à piedade, 4é um obcecado pelo orgulho, um ignorante que morbidamente se compraz em questões e discussões de palavras. Daí é que nascem invejas, contendas, insultos, suspeitas, 5porfias de homens com mente corrompida e privada da verdade que fazem da piedade assunto de lucro. 6Sem dúvida, grande fonte de lucro é a piedade, mas quando acompanhada do espírito de desprendimento. 7Porque nada trou­xemos ao mundo como tampouco nada poderemos levar. 8Tendo alimento e vestuário, fiquemos satisfeitos. 9Os que desejam enriquecer caem em tentação e armadilhas, em muitos desejos loucos e perniciosos que afundam os homens na perdição e na ruína, 10porque a raiz de todos os males é a cobiça do dinheiro. Por se terem deixado levar por ela, muitos se extraviaram da fé e se atormentam a si mesmos com muito sofrimentos. 11Tu que és um homem de Deus, foge das coisas perversas, procura a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza, a mansidão. 12Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e pela qual fizeste tua nobre profissão de fé diante de muitas testemunhas.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 49,6-7.8-10.17-18.19-20 (R: Mt 5,3)

 

– Felizes os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos céus.

R: Felizes os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos céus.

 

– Por que temer os dias maus e infelizes, quando a malícia dos perversos me circunda? Por que temer os que confiam nas riquezas e se gloriam na abundância de seus bens?

R: Felizes os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos céus.

 

– Ninguém se livra de sua morte por dinheiro nem a Deus pode pagar o seu resgate. A isenção da própria morte não tem preço; não há riqueza que a possa adquirir, nem dar ao homem uma vida sem limites e garantir-lhe uma existência imortal.

R: Felizes os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos céus.

 

– Não te inquietes, quando um homem fica rico e aumenta a opulência de sua casa; pois ao morrer não levará nada consigo, nem seu prestígio poderá acompanhá-lo.

R: Felizes os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos céus.

 

– Felicitava-se a si mesmo enquanto vivo: “Todos te aplaudem, tudo bem, isto é que é vida!” Mas vai-se ele para junto de seus pais, que nunca mais e nunca mais verão a luz!

R: Felizes os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos céus.

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 8,1-3

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 1Jesus andava por cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus. Os doze iam com ele; 2e também algumas mulheres que haviam sido curadas de maus espíritos e doenças: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios; 3Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes; Susana, e várias outras mulheres que ajudavam a Jesus e aos discípulos com os bens que possuíam.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

São Roberto Belarmino

- por Pe. Alexandre

Celebramos o grande santo jesuíta Belarmino, que nasceu em Montepulciano, no centro da Itália, em 1542. Querido pelos pais e de muitas qualidades, era irmão de cinco religiosos, dentre os doze, que enriqueciam a família dos dedicados pais.

Quando os padres da Companhia de Jesus abriram um colégio em Montepulciano, Roberto foi um dos primeiros alunos na matrícula e no desempenho. O contato com os padres fez com que o jovem mudasse sua primeira ideia de ser médico para inclinar-se em favor da vida religiosa jesuíta.

Depois de conseguir a permissão do pai, que ao contrário da mãe apresentava uma certa resistência frente a opção do amável filho, Belarmino, com 18 anos, iniciou e concluiu de maneira brilhante sua formação religiosa e seus estudos de filosofia e teologia, tanto que, antes de ser ordenado sacerdote, foi enviado como professor e pregador em Lovaina, na Bélgica, onde ficou dez anos.

Teve importante papel na aplicação do Concílio de Trento, já que ajudou na formação apologética dos teólogos e pregadores responsáveis na defesa da fé. Nesse sentido, Roberto muito contribuiu ao escrever sua obra de nome “Controvérsia” e o livro chamado “Catecismo”. Em sua obra “Controvérsias”, Belarmino explana os seus três grandes amores. Trata da Palavra de Deus, de Cristo cabeça da Igreja e do Sumo Pontífice.

Era também diretor espiritual do Colégio Romano, tendo sob sua responsabilidade a formação ascética dos alunos que muito o respeitavam e admiravam. O Papa Clemente VIII o elevou a cardeal com esta motivação:

“Nós o escolhemos porque não há na Igreja de Deus outro que possa equiparar-se ele em ciência e sabedoria”.

Quando ficou muito doente, em setembro de 1621, os confrades foram testemunhas do último diálogo dele com Deus: “Ó meu Deus, dai à minha alma asas de pomba, para que possa voar para junto de vós”. Morreu no dia 17 do mesmo mês, e pelos seus escritos recebeu o título de Doutor da Igreja.

São Roberto Belarmino, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Quando alguém se torna rico… (Sl 49 [48])

Aqui e ali, nos salmos, transparece o mal-estar diante do aparente sucesso do homem injusto, como se não valesse a pena seguir os preceitos do Senhor. Creio que o fiel deveria se dar por contente com sua experiência de Deus, sem arregalar os olhos para a fortuna acumulada por outros que parecem lucrar com o mal e a injustiça.

De qualquer modo, o salmista nos exorta a não ter medo, isto é, a não nos inquietarmos com o luxo e a abundância de algum infiel. A aparente felicidade pode ser enganosa. Nestes tempos de políticos e empresários que enriquecem com o dinheiro do povo, é bem atual o comentário de Santo Agostinho:

“O que sucede aos que querem prosperar na terra? Vês um homem malvado progredindo em tudo, e talvez teus pés vacilem, enquanto dizes a ti mesmo: ‘Ó Deus, conheço bem as ações deste homem, os crimes que praticou e, no entanto, progride, causa terror, domina, orgulha-se, não tem dor de cabeça, não sofre perdas em casa; e terás medo de ter acreditado e provavelmente sugere-te o coração: Ai de mim! Nada me adianta ter acreditado, pois Deus não cuida das coisas humanas. Deus, entretanto, nos desperta. Como?”

Agostinho prossegue: “Por que recear se um homem enriquece? Tinhas medo de ter acreditado em vão, de perder o trabalho de tua fé e a esperança de tua conversão. […] Vês que outro obteve lucro fraudulento, e nada sofreu; e tens medo de ser bom. ‘Não temas’ – diz o Espírito de Deus – ‘quando um homem enriquece.’ Queres ter olhos só para as coisas presentes? O Ressuscitado prometeu bens futuros; quanto à paz nesta terra e ao repouso nesta vida, não há promessa. Cada um procura ter repouso; é boa coisa o que deseja, mas não a procura onde se encontra. Não existe paz nesta vida. Foi-nos prometido alcançarmos no céu aquilo por que anelamos na terra. Há promessa de termos no século futuro o que queríamos ter aqui”.

Pessimista o pregador? Não. Apenas realista. O coração humano não pode ser preenchido com moedas de prata nem colares de ouro. Um maço de ações na Bolsa de Valores não pacifica a alma, cuja sede só o amor de Deus pode saciar. Além disso, ouro, prata e ações evaporam num átimo. Na semana em que escrevo, um empresário brasileiro viu cerca de 20 bilhões escorrerem pelo ralo. A traça roeu (Mt 6,19-20).

Agostinho manda contemplar o ricaço: “Tem aqui muito ouro, muita prata, muitos prédios, escravos. Morre. Fica tudo isso, e ele não sabe para quem”.

            São estes os bens que procuramos acumular?

 

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