18 de Agosto de 2021

20a semana comum Quarta-feira

- por Pe. Alexandre

QUARTA FEIRA DA XX SEMANA COMUM
(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Ó Deus, nosso protetor, volvei para nós o vosso olhar e contemplai a face do vosso ungido, porque um dia em vosso templo vale mais que outros mil (Sl 83, 10)

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, preparastes para quem vos amam bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas, que superam todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Jz 9,6-15

 

– Leitura do livro dos Juízes: Naquele tempo, 6todos os habitantes de Siquém e os de Bet-Melo se reuniram junto a um carvalho que havia em Siquém e proclamaram rei a Abimelec. 7Informado disso, Joatão foi postar-se no cume do monte Garizim e se pôs a gritar em alta voz, dizendo: “Ouvi-me, moradores de Siquém, e que Deus vos ouça. 8Certa vez as árvores resolveram ungir um rei para reinar sobre elas, e disseram à oliveira: ‘Reina sobre nós’. 9Mas ela respondeu: Iria eu renunciar ao meu azeite, com que se honram os deuses e os homens, para me balançar acima das árvores?’ 10Então as árvores disseram à figueira: ‘Vem e reina sobre nós’. 11E ela lhes respondeu: ‘Iria eu renunciar à minha doçura e aos saborosos frutos, para me balançar acima das outras árvores?’ 12As árvores disseram então à videira: ‘Vem e reina sobre nós’. 13E ela lhes respondeu: ‘Iria eu renunciar ao meu vinho, que alegra os deuses e os homens, para me balançar acima das outras árvores?’ 14Por fim, todas as árvores disseram ao espinheiro: ‘Vem tu reinar sobre nós’. 15O espinheiro respondeu-lhes: ‘Se deveras me constituís vosso rei, vinde e repousai à minha sombra; mas se não o quereis, saia fogo do espinheiro e devore os cedros do Líbano!’

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 21,2-3.4-5.6-7 (R: 2a)

 

– Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra.
R: Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra.

 

– Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra; quanto exulta de alegria em vosso auxílio! O que sonhou seu coração, lhe con­cedestes; não recusastes os pedidos de seus lábios.

R: Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra.

 

– Com bênção generosa o pre­parastes; de ouro puro coroastes sua fronte. A vida ele pediu e vós lhe destes, longos dias, vida longa pelos séculos.

R: Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra.

 

– É grande a sua glória em vosso auxílio; de esplendor e ma­jestade o revestistes. Trans­for­mastes o seu nome numa bênção, e o cobristes de alegria em vossa face.

R: Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– A palavra do Senhor é viva e eficaz: ela julga os pensamentos e as intenções do coração (Hb 4,12).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 20,1-16a

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 1“O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. 3Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo’. 5E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. 6Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’ 7Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O patrão lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. 8Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!’ 9Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. 10Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles recebeu uma moeda de prata. 11Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: 12Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro’. 13Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? 14Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. 15Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’ 16aAssim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

Santa Helena

- por Pe. Alexandre

Nascida no ano de 255 em Bitínia, de família plebeia, no tempo da juventude trabalhava numa pensão, até conhecer e casar-se com o oficial do exército romano, chamado Constâncio Cloro.

Fruto do casamento de Helena foi Constantino, o futuro Imperador, o qual se tornou seu consolo quando Constâncio Cloro deixou-a para casar-se com a princesa Teodora e governar o Império Romano. Diante do falecimento do esposo, o filho que avançava na carreira militar substituiu o pai na função imperial, e devido à vitória alcançada nas portas de Roma, tornou-se Imperador.

Aconteceu que Helena converteu-se ao Cristianismo, ou ainda tenha sido convertida pelo filho que decidiu seguir Jesus e proclamar, em 313, o Édito de Milão, o qual deu liberdade à religião cristã, isso depois de vencer uma terrível batalha a partir de uma visão da Cruz. Certeza é que, no Império Romano, a fervorosa e religiosa Santa Helena foi quem encontrou a Cruz de Jesus e ajudou a Igreja de Cristo, a qual, saindo das catacumbas, pôde evangelizar e, com o auxílio de Santa Helena, construir basílicas nos lugares santos.

Faleceu em 327 ou 328 em Nicomédia, pouco depois de sua visita à Terra Santa. Os seus restos foram transportados para Roma, onde se vê ainda agora, no Vaticano, o sarcófago de pórfiro que os inclui.

Santa Helena, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Dar-vos-ei o que for justo… (Mt 20,1-16a)

 

Desconcertante esta parábola! Uma das muitas que Jesus usou para nos passar algo que está além da humana capacidade de compreensão: a natureza do Reino dos Céus. A raiz do problema é que nossos idiomas foram construídos para recortar o mundo material: seres, qualidades, dimensões e quantidades DESTE MUNDO. Ao usar nossa linguagem para falar do ALÉM, das realidades espirituais, tudo cai por terra. Nesta parábola – a dos trabalhadores da vinha -, o que deve cair por terra é o nosso senso de justiça humana.

 

`          Os operários começam a labuta ao clarear do sol. Outros, às 9 da manhã. Outros ao meio-dia e às três da tarde. E ainda chamou outros restando apenas uma hora de luz para o trabalho: a undécima hora, 5 da tarde. Aos primeiros, o patrão prometeu salário normal: um denário. Aos outros, “o que fosse justo”.

 

Finda a jornada, hora do acerto, surpresa! O patrão pagava a jornada integral a todos, mas ainda (não é uma provocação do próprio narrador, Jesus?) começava pelos que trabalharam apenas uma hora, já na sombra do pôr do sol…

 

Natural, os demais começam a “chiar!” Não era justo! Ao menos segundo a “justiça” humana, distributiva, toda cálculos e aritmética. Reunidos em piquete diante da casa do patrão, que ignora as regras elementares da isonomia salarial, os operários gritam em altas vozes o seu descontentamento.

 

E Jesus Cristo sorri do impacto que suas histórias causavam no auditório. Afinal, eram judeus, herdeiros das promessas da Aliança. Sim, esse povo esperava pelo Messias, “labutando” desde a madrugada da história da salvação. Agora, em novos tempos, vem a reles samaritana ou a siro-fenícia “impura” e se habilita a receber o mesmo “salário”, isto é, a mesma salvação?! Não era justo!

 

Sim, parece desigual e injusto a quem não conhece o coração de Deus. Um coração que ama a todos, sem distinção. Não porque são bons, mas porque Ele – Deus – é bom. Não os salva por méritos de gente esforçada que suou a camisa “toda a jornada”, a vida inteira, mas porque aceitam as condições do dono da vinha, ainda que o façam na prorrogação da partida que está em jogo…

 

Se alguém duvida do “sistema de retribuição” do Patrão, favor recordar que o Reino em questão foi inaugurado por um vil ladrão, crucificado após uma vida de crimes. Aquele que nós – com boa dose de preconceito – chamamos de BOM ladrão, tentando fazer dele uma exceção.

 

Vamos para a vinha do Senhor? Ainda é tempo!

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