18 de Dezembro de 2022

4a Semana do Advento ano A - Domingo

- por Pe. Alexandre

DOMINGO DA IV SEMANA DO ADVENTO
(roxo, creio, pref. do Advento IIA – IV semana do saltério)

 

Antífona da entrada

 

– Céus, deixai cair o orvalho, nuvens, chovei o justo; abra-se a terra e brote o Salvador! (Is 45,8)

 

Oração do dia

 

– Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossos corações para que, conhecendo pela mensagem do anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ªLeitura: Is 7,10-14

 

– Leitura do livro do profeta Isaías: Naqueles dias, 10o Senhor falou com Acaz, dizendo: 11“Pede ao Senhor teu Deus que te faça ver um sinal, quer provenha da profundeza da terra, quer venha das alturas do céu”. 12Mas Acaz respondeu: “Não pedirei nem tentarei o Senhor”. 13Disse o profeta: “Ouvi então, vós, casa de Davi; será que achais pouco incomodar os homens e passais a incomodar até o meu Deus? 14Pois bem, o próprio Senhor vos dará um sinal: Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 24,1-2.3-4ab.5-6 (R: 7c.10ab)

 

– O rei da glória é o Senhor onipotente; abri as portas para que ele possa entrar!
R: O rei da glória é o Senhor onipotente; abri as portas para que ele possa entrar!

– Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, o mundo inteiro com os seres que o povoam; porque ele a tornou firme sobre os mares, e sobre as águas a mantém inabalável.

R: O rei da glória é o Senhor onipotente; abri as portas para que ele possa entrar!

– “Quem subirá até o monte do Senhor, quem ficará em sua santa habitação? ” “Quem tem mãos puras e inocente coração, quem não dirige sua mente para o crime.

R: O rei da glória é o Senhor onipotente; abri as portas para que ele possa entrar!

– Sobre este desce a bênção do Senhor e a recompensa de seu Deus e Salvador”. “É assim a geração dos que o procuram, e do Deus de Israel buscam a face”.

R: O rei da glória é o Senhor onipotente; abri as portas para que ele possa entrar!

2ª Leitura: Rm 1,1-7

 

– Leitura da carta de são Paulo aos Romanos: 1Eu, Paulo, servo de Jesus Cristo, apóstolo por vocação, escolhido para o Evangelho de Deus, 2que pelos profetas havia prometido, nas Sagradas Escrituras 3e que diz respeito a seu Filho, descendente de Davi segundo a carne, 4autenticado como Filho de Deus com poder, pelo Espírito de Santidade que o ressuscitou dos mortos, Jesus Cristo, Nosso Senhor. 5É por ele que recebemos a graça da vocação para o apostolado, a fim de podermos trazer à obediência da fé todos os povos pagãos, para a glória de seu nome. 6Entre esses povos estais também vós, chamados a ser discípulos de Jesus Cristo. 7A vós todos, que morais em Roma, amados de Deus e santos por vocação, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e de nosso Senhor Jesus Cristo.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Chamar-se-á Emanuel, que significa: Deus conosco (Mt 1,23)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 1,18-24

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

– Glória a vós, Senhor!  

 

18A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. 20Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo de seus pecados”. 22Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 23“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco”. 24Quando acordou, José fez como o anjo do Senhor havia mandado e aceitou sua esposa.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

 

Nossa Senhora do Ó

- por Pe. Alexandre

Festa católica de origem claramente espanhola, a festa de hoje é conhecida na liturgia com o nome de “Expectação do parto de Nossa Senhora”, e entre o povo com o título de “Nossa Senhora do Ó”. Os dois nomes têm o mesmo significado e objetivo: os anelos santos da Mãe de Deus por ver o seu Filho nascido. Anelos de milhares e milhares de gerações que suspiraram pela vinda do Salvador do mundo, desde Adão e Eva, e que se recolhem e concentram no Coração de Maria, como no mais puro e limpo dos espelhos. A Expectação (expectativa) do parto não é simplesmente a ansiedade, natural na mãe jovem que espera o seu primogênito; é o desejo inspirado e sobrenatural da “bendita entre as mulheres”, que foi escolhida para Mãe Virgem do Redentor dos homens, para corredentora da humanidade. Ao esperar o Seu Filho, Nossa Senhora ultrapassa os ímpetos afetivos de uma mãe comum e eleva-se ao plano universal da Economia Divina da Salvação do mundo.

As antífonas maiores que põe a Igreja nos lábios dos seus sacerdotes, desde hoje até a Véspera do Natal, e começam sempre pela interjeição exclamativa Ó (“Ó Sabedoria… vinde ensinar-nos o caminho da salvação”; “Ó rebento da Raiz de Jessé… vinde libertar-nos, não tardeis mais”; “Ó Emanuel…, vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus”), como expoente altíssimo do fervor e ardentes desejos da Igreja, que suspira pela vinda de Jesus, inspiraram ao povo espanhol a formosa invocação de “Nossa Senhora do Ó”. É ideia grande e inspirada: a Mãe de Deus, posta à frente da imensa caravana da humanidade, peregrina pelo deserto da vida, que levanta os braços suplicantes e abre o coração enternecido, para pedir ao céu que lhe envie o Justo, o Redentor.

A festa de Nossa Senhora do Ó foi instituída no século VI pelo décimo Concílio de Toledo, ilustre na História da Igreja pela dolorosa, humilde, edificante e pública confissão de Potâmio, Bispo bracarense, pela leitura do testamento de São Martinho de Dume e pela presença simultânea de três santos de origem espanhola: Santo Eugênio III de Toledo, São Frutuoso de Braga e o então abade agaliense Santo Ildefonso.

Primeiro, comemorava-se hoje a Anunciação de Nossa Senhora e Encarnação do Verbo. Santo Ildefonso estabeleceu-a definitivamente e deu-lhe o título de “Expectação do parto”. Assim ficou sendo na Hispânia e passou a muitas Igrejas da França etc. Ainda hoje é celebrada na Arquidiocese de Braga.

Nossa Senhora do Ó, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Não tenhas receio… (Mt 1,18-24)

 

Os ícones da Natividade sempre incluem a figura de José. Ele aparece como alguém que enfrenta uma tentação: a dúvida que seria desvanecida pela revelação em sonhos. No romance “A Sombra do Pai”, que tive a alegria de traduzir, o escritor polonês Jan Dobraczynski narra a “anunciação” a José:

 

“- Não temas, acolhe-a em tua casa…

 

José ouviu estas palavras como se alguém as tivesse pronunciado bem ao seu lado, em voz alta. Voltou-se bruscamente. Mas nada havia mudado à sua volta. A noite continuava prateada e gélida. A claridade das estrelas era tão viva, que podia ver tudo ao seu redor. Não havia ninguém. Apenas ali perto brotara uma flor branca que difundia intenso perfume. Não a tinha visto antes. É possível que a flor estivesse fechada e só tivesse aberto suas pétalas na obscuridade.

 

– Aceita-a em tua casa como esposa. Não foi um homem quem a arrebatou de ti… Foi Ele quem se inclinou sobre ela. O que há de nascer será o Salvador esperado por todos. O profeta falou sobre ela e sobre Ele. Virá para ensinar o maior dos amores. Não tenho palavras para sequer expressar o quanto Ele vos ama… Ele mesmo o dirá a vós, gênero humano. Ele vo-lo mostrará. Mas até que isto aconteça, tudo terá de permanecer oculto. Ele o quer assim, para não cegar com sua luz. Para não fazer violência. Quer conquistar-vos como um jovem conquista sua amada, vestindo-se de mendigo e depositando seu coração a seus pés. Exatamente tu deverias entender isto…

 

– Poderei fazê-lo? – Sussurrou. Eu a amo tanto!

 

– Acolhe-a em tua casa…

 

As últimas palavras diluíram-se no silêncio. Quando José se pôs de pé, a flor tinha desaparecido.

 

José sacudiu fortemente a cabeça, como se quisesse com esse movimento lançar para longe todos os ressentimentos humanos.

Bem ao longe, por cima do cume reluzente do Hermon, quebrou-se a cortina da noite. Uma franja clara de luz apareceu sobre a coroa dos picos.

Diante do dia nascente, ele estava como Josué no umbral da Terra Prometida e, como ele, sussurrou uma antiga oração:

 

– Aceito o peso de teu Reino, Senhor nosso…”

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