18 de Março de 2019

2ª Semana da Quaresma - Segunda-feira

- por Padre Alexandre Fernandes

SEGUNDA FEIRA – II SEMANA DA QUARESMA

(Roxo, ofício do dia da II semana)

 

Antífona da entrada

 

– Tende compaixão de mim, ó Deus, e libertai-me! Meus pés estão firmes no caminho reto, nas assembléias bendirei ao Senhor  (Sl 25,11).

 

Oração do dia

 

– Deus, que para remédio e salvação nossa nos ordenais a prática da mortificação, concedei que possamos evitar todo pecado e cumprir de coração os mandamentos do vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Dn 9,4-10

 

– Leitura da profecia de Daniel –4"Eu te suplico, Senhor, Deus grande e terrível, que preservas a aliança e a benevolência aos que te amam e cumprem teus mandamentos; temos pecado, 5temos praticado a injustiça e a impiedade, temos sido rebeldes, afastando-nos de teus mandamentos e de tua lei; 6não temos prestado ouvidos a teus servos, os profetas, que, em teu nome, falaram a nossos reis e príncipes, a nossos antepassados e a todo povo do país. 7A ti, Senhor, convém a justiça; e a nós, hoje, resta-nos ter vergonha no rosto: seja ao homem de Judá, aos habitantes de Jerusalém e a todo Israel, seja aos que moram perto e aos que moram longe, de todos os países, para onde os escorraçaste por causa das infidelidades cometidas contra ti.8A nós, Senhor, resta-nos ter vergonha no rosto: a nossos reis e príncipes, e a nossos antepassados, pois que pecamos contra ti; 9mas a ti, Senhor, nosso Deus, cabe misericórdia e perdão, pois nos temos rebelado contra ti, 10e não ouvimos a voz do Senhor, nosso Deus, indicando-nos o caminho de sua lei, que nos propôs mediante seus servos, os profetas".

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 79,8.9.11.13 (R: 103,10a)

 

– O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas.

R: O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas.

 

– Não lembreis as nossas culpas do passado, mas venha logo sobre nós vossa bondade,  pois estamos humilhados em extremo.

R: O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas.

 

– Ajudai-nos, nosso Deus e salvador! Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos!  Por vosso nome, perdoai nossos pecados!

R: O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas.

 

– Até vós chegue o gemido dos cativos: libertai com vosso braço poderoso  os que foram condenados a morrer!  Quanto a nós, vosso rebanho e vosso povo,

celebraremos vosso nome para sempre,  de geração em geração vos louvaremos.

R: O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 6,36-38

 

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!

 

– Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna!  (Jo 6,63.68).

 

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!  

 

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos 36Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. 37Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados; 38dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço uma medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

 

São Cirilo de Jerusalém

- por Padre Alexandre Fernandes

São Cirilo ajudou os corações dos fiéis a mergulharem no mistério pascal, que é o coração da fé católica

Nasceu no ano de 315, e foi muito bem formado em Jerusalém. Ordenado sacerdote, poucos anos depois, em 348, já era bispo. Faleceu em 386. Empenhou-se nas catequeses para bem formar o povo de Deus, na verdade e no amor, formando-os também com sua vida. Muitos cristãos cediam às heresias, e Cirilo pagou o preço. Por três vezes foi desterrado sendo que, na última vez, teve que ficar 11 anos fora do seu pastoreio, percorrendo cidades na Ásia, como um peregrino, tendo uma vida cenobítica até que em 362 pôde retornar.

São Cirilo ajudou os corações dos fiéis a mergulharem no mistério pascal, que é o coração da fé católica: o Crucificado que ressuscitou. Deixou muito presente para os cristãos do século IV a verdade da Eucaristia. Ele ensinava que era preciso fazer com as mãos, um trono – mão esquerda apoiada sobre a direita, para receber o Corpo do Senhor. E de estarmos atentos aos fragmentos, onde também há a presença real de Jesus.

São Cirilo, rogai por nós!

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

Uma medida boa… (Lc 6,36-38)

 

            Qual será a medida do amor? Qual a régua do perdão? Qual o gabarito da misericórdia? Estamos sempre atrás de “medidas”, preocupados em fugir de uma entrega total, de uma rendição incondicional. E quando alguém se mostra generoso e apaixonado, agindo fora da medida racional, já não conseguimos evitar as críticas: “Carola! Louco! Fanático!” Não foi assim que o pai comerciante reagiu às esmolas excessivas feitas por Francisco de Assis?

 

            Logo após editar o estranho mandamento do amor aos inimigos (Lc 6,27ss), Jesus (exagerado, não?) acrescenta outro imperativo duro de engolir: ser misericordioso na medida em que o “nosso” Pai também o é.

 

            E para nos fornecer uma “medida” no exercício da misericórdia, Jesus de Nazaré toma de empréstimo o comportamento típico de um comerciante de grãos que deseja conquistar o freguês palestino. É o exemplo da “medida boa” (v. 38). O comerciante oriental está ali no mercado de rua. Costuma ficar agachado enquanto atende o comprador. Poderia ser o trigo, por exemplo. Como age o mercador?

 

            Ele usa uma medida em forma de cone, que está presa entre seus joelhos. Derrama sobre ela os grãos de trigo, até enchê-la. Em seguida, dá umas pancadinhas à sua volta, de modo que os grãos se acamam e surge mais espaço no cone. O vendedor acrescenta mais trigo, para preencher o novo espaço. Gira rapidamente a medida em suas mãos, os grãos se juntam e aparece novo espaço. Torna a enchê-la. Agora, ele usa as duas mãos para apertar o trigo para baixo e o cone volta a oferecer um vazio no alto. Enfim, ele volta a preenchê-la e ainda faz um pequeno monte de grãos na parte superior.

 

            Esta é a “medida boa, socada, sacudida e transbordante”. Não cabe mais nada. Uma medida em plenitude. Muito acima do normal, acima do “legal”, bem acima do sistema métrico.

 

            Que é que Jesus pretende ensinar? Com a imagem do mercador, o Mestre nos ensina: Deus é assim. Assim é o “vosso” Pai. Ele sempre nos servirá além de toda medida humana. Deus é exagerado, pródigo, farturento… Deus não é avarento: jamais fará economia do seu amor por nós!

 

            Depois de termos sido alvo de tanto amor, tanto perdão, tanta misericórdia – nós que estávamos condenados por nossos pecados (cf. Rm 3,23) -, ainda nos parece excessivo o mandamento de amar os inimigos?

 

Orai sem cessar: “O Senhor é bom; eterna é a sua misericórdia!” (Sl 100,5)

Texto e soneto de Antônio Carlos Santini, da Com. Católica Nova Aliança.

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