18 de novembro de 2022

33a Semana do Tempo Comum - sexta-feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA – XXXIII SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. Vós me invocareis, e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso cativeiro, de onde estiveres (Jr 29,11.14).

 

Oração do dia

 

– Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ap 10,8-11

 

– Leitura do livro do Apocalipse de são João: 8Aquela mesma voz do céu, que eu, João, já tinha ouvido, tornou a falar comigo: “Vai. Pega o livrinho aberto da mão do anjo que está de pé sobre o mar e a terra”. 9Eu fui até o anjo e pedi que me entregasse o livrinho. Ele me falou: “Pega e come. Será amargo no estômago, mas na tua boca, será doce como mel”. 10Peguei da mão do anjo o livrinho e comi-o. Na boca era doce como mel, mas quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo. 11Então ele me disse: “Deves profetizar ainda contra outros povos e nações, línguas e reis”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 119,14.24.72.103.111,131 (R: 103a)

 

– Como é doce ao paladar vossa palavra, ó Senhor!
R: Como é doce ao paladar vossa palavra, ó Senhor!

– Seguindo vossa lei me rejubilo muito mais do que em todas as riquezas.

R: Como é doce ao paladar vossa palavra, ó Senhor!

– Minha alegria é a vossa Aliança, meus conselheiros são os vossos mandamentos.

R: Como é doce ao paladar vossa palavra, ó Senhor!

– A lei de vossa boca, para mim, vale mais do que milhões em ouro e prata.

R: Como é doce ao paladar vossa palavra, ó Senhor!

– Como é doce ao paladar vossa palavra, muito mais doce do que o mel na minha boca!

R: Como é doce ao paladar vossa palavra, ó Senhor!

– Vossa palavra é minha herança para sempre, porque é ela que me alegra o coração!

 R: Como é doce ao paladar vossa palavra, ó Senhor!

– Abro a boca e aspiro largamente, pois estou ávido de vossos mandamentos.

R: Como é doce ao paladar vossa palavra, ó Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem

(Jo 10,27).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 19,45-48

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

– Naquele tempo, 45Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. 46E disse: “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões”. 47Jesus ensinava todos os dias no Templo. Os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os notáveis do povo procuravam um modo de matá-lo. 48Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

Dedicação das basílicas de São Pedro e de São Paulo

- por Pe. Alexandre

Celebra-se o aniversário de duas grandes Basílicas pontifícias: a de São Pedro, no Vaticano, e a de São Paulo fora dos Muros, em Roma. A dedicação da Basílica de São Pedro foi feita pelo Papa Silvestre, que governou a Igreja entre o ano 314 a 335; e a Basílica de São Paulo foi dedicada pelo Papa Sirício, cujo pontificado ocorreu entre 384 a 399. Na cripta da Basílica de São Pedro de Roma, a maior do mundo, descansam os restos mortais do primeiro Vigário de Cristo, São Pedro Apóstolo.

Nesta celebração são ressaltadas a importância dos dois apóstolos, chamados “as duas colunas da Igreja”. Um foi o grande condutor e primeiro Papa da Igreja, o outro desbravou a evangelização e levou Cristo aos gentios. Celebrando essa memória, deseja-se ressaltar a fraternidade entre os apóstolos e a unidade dentro da Igreja. São locais importantíssimos para o catolicismo por terem os corpos (relíquias) dessas grandes personalidades. Essa data, faz pensar que cada qual em seu chamado, mesmo que diverso em vocações, tem seu papel fundamental dentro do contexto eclesial.

Basílica de São Pedro

No ano 323, o imperador Constantino começou a construir a Basílica de São Pedro, a pedido da sua mãe, Santa Helena, sobre o lugar da sepultura do apóstolo Pedro. Durante o pontificado de Júlio II, a antiga igreja de São Pedro foi demolida e construída outra, em memória do Príncipe dos Apóstolos, desenhada por Bramante, em forma de uma Cruz grega, que correspondia aos ideais da Renascença.

Em 1506, a pedido do Papa Paulo III, o gênio imortal de Michelangelo construiu a famosa Cúpula, entre 1546 e 1564, mas não conseguiu completá-la antes da sua morte, em 1564. Carlos Maderno construiu a fachada e terminou a nave a pedido do Papa Paulo V, entre 1607 e 1614. Enfim, Bernini levantou o grande baldaquino do altar-mor, em 1623, continuou a decoração interior e desenhou as Colunas da Praça São Pedro.

No dia 18 de novembro de 1626, o Papa Urbano VIII consagrou a Basílica dedicada ao Apóstolo São Pedro. A Basílica de São Pedro, a maior de todas as igrejas católicas do mundo, construída sobre o túmulo do Apóstolo Pedro, ocupa uma área de 23.000 m² e comporta mais de 60 mil pessoas.

Basílica de São Paulo

São Paulo foi enterrado, provavelmente, no lugar do seu suplício, em um cemitério comum dos cristãos, sobre o qual foi construída a Basílica a ele dedicada. Ao longo dos séculos, houve um grande movimento de peregrinações à sua sepultura. A partir do século XIII, data do primeiro Ano Santo, a Basílica de São Paulo fora dos Muros, por se encontrar fora da Porta da Cidade Eterna, fez parte do itinerário do ano jubilar, para se obter indulgência plenária, e contava também uma Porta Santa. Uma enorme estátua do evangelista Paulo na entrada da Basílica, de 131,66 metros de comprimento, 65 de largura e 29,70 de altura.

Trata-se de uma construção imponente, a segunda em grandeza das quatro Basílicas papais. A primeira é a de São Pedro, a segunda de São Paulo e, a seguir, as outras duas: Santa Maria Maior e São João de Latrão, sede da diocese de Roma. A atual Basílica de São Paulo fora dos Muros é uma reconstrução, do século XVIII, da antiga basílica de Constantino. A Basílica, situada em um lugar, que, antes, se encontrava fora dos Muros da Cidade de Roma, foi restaurada entre o ano 440 e 461 pelo Papa São Leão.

Em 15 de julho de 1823, um incêndio destruiu a Basílica paulina, mas a sua reconstrução ficou bem mais formosa. Sob o altar-mor, uma placa de mármore indica o lugar, onde o Apóstolo Paulo foi sepultado, com a seguinte escrita: “Paulo, Apóstolo, mártir”. O Papa Pio IX quis que a Dedicação da Basílica de São Paulo fosse no mesmo dia da Basílica de São Pedro, em 18 de novembro.

Meditação

- por Pe. Alexandre

E começou a expulsar… (Lc 19,45-48)

 

Neste Evangelho, um dos raros – raríssimos! – momentos em que o Cordeiro de Deus manifesta a cólera dos lobos. Por trás de sua cólera, a defesa do sagrado. Jesus vê a “casa do Pai” travestida em “antro de ladrões” e executa ali uma inesperada limpeza, lançando fora todos os sinais de profanação: animais, moedas e vendilhões.

 

Como assim? Estes não são tempos de misericórdia? Não é manso e humilde o pastor que se apresenta a Israel? Como entender que, em lugar de acolher, ele se dedique a expulsar?

 

Ora, por certo a misericórdia não significa uma neutra indiferença diante da infração do maior dos mandamentos: amar a Deus acima de tudo. Acima do lucro, acima do negócio, acima das negociatas.

 

O pátio do Templo – um espaço intermediário entre o mundo profano e o Santo dos Santos – era um limiar que só os israelitas podiam ultrapassar, proibido aos não-povo. Exatamente esse espaço sagrado fora transformado em mercado, em caravançará, onde se mesclavam os balidos das ovelhas e o fedor do estrume, o tinir das moedas e os olhares cúpidos dos mercadores. Na expressão do Mestre, “um covil de ladrões” …

 

O lugar que devia estar cheio da glória de Deus, entre os arpejos das cítaras e as nuvens do incenso, tornara-se vazio de adoração, vazio de louvor, vazio de glória. Em seu lugar, a ambição, a exploração, a cupidez.

 

Ainda hoje, continua permanente o risco de transformar os templos em bazares. Trocar o Senhor por ídolos. Vender a graça de Deus. Fabricar amuletos. Trocar o Senhor dos dons pelos dons do Senhor. Ainda hoje há quem vá ao templo à procura de bens materiais, vantagens econômicas, sucesso profissional. Não mais a terra sagrada onde se descalçam as sandálias, mas o supermercado da graça onde se espreme a divindade para mamar o seu leite…

 

Por tudo isso, é justo indignar-se. Como diz François Trévedy, “muitas vezes nós hesitamos em nos indignar, porque nossa cólera arriscaria em fazer voar aos pedaços, aos olhos do mundo, certa imagem positiva de nós mesmos. E é assim que, traidores de Jesus – que será levado à morte pelo escândalo provocado por sua indignação -, nós sacrificamos a Verdade, a Beleza e a Justiça a um determinado ídolo de nós mesmos”.

 

E deve ser por isso que, às vezes, como naquela carta do Apocalipse (cf. Ap 3,16), Deus começa por nos vomitar…

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