19 de Dezembro de 2021

4a semana do Advento Domingo

- por Pe. Alexandre

DOMINGO DA IV SEMANA DO ADVENTO ANO C
(roxo, creio, pref. do Advento II – ofício do Saltério)

 

Antífona da entrada

 

– Céus, deixai cair o orvalho, nuvens, chovei o justo; abrase a terra e brote o Salvador (Is 45,8)

 

Oração do dia

 

– Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossos corações para que, conhecendo pela mensagem do anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Mq 5, 1-4a

 

– Leitura da profecia de Miqueias – Assim diz o Senhor: 1Tu, Belém de Éfrata, pequenina entre os mil povoados de Judá, de ti há de sair aquele que dominará em Israel; sua origem vem de tempos remotos, desde os dias da eternidade. 2Deus deixará seu povo ao abandono, até o tempo em que uma mãe der à luz; e o resto de seus irmãos se voltará para os filhos de Israel. 3Ele não recuará, apascentará com a força do Senhor e com a majestade do nome do Senhor seu Deus; os homens viverão em paz, pois ele agora estenderá o poder até os confins da terra, 4ae ele mesmo será a Paz.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 80, 2ac-3b.15-16.18-19 (R: 4)

 

– Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos!

R: Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos!

 

– Ó Pastor de Israel, prestai ouvidos. Vós que sobre os querubins vos assentais, aparecei cheio de glória e esplendor! Despertai vosso poder, ó nosso Deus, e vinde logo nos trazer a salvação!

R: Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos!

 

– Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao rebento que firmastes!

R: Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos!

 

– Pousai a mão por sobre o vosso Protegido, o filho do homem que escolhestes para vós! E nunca mais vos deixaremos Senhor Deus! Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome!

R: Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos!

 

2ª Leitura: Hb 10, 5-10

 

– Leitura da carta aos Hebreus: Irmãos: 5Ao entrar no mundo, Cristo afirma: “Tu não quiseste vítima nem oferenda, mas formaste-me um corpo. 6Não foram do teu agrado holocaustos nem sacrifícios pelo pecado. 7Por isso eu disse: ‘Eis que venho. No livro está escrito a meu respeito: Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade’”. 8Depois de dizer: “Tu não quiseste nem te agradaram vítimas, oferendas, holocaustos, sacrifícios pelo pecado” – coisas oferecidas segundo a Lei –, 9ele acrescenta: “Eu vim para fazer a tua vontade”. Com isso suprime o primeiro sacrifício, para estabelecer o segundo. 10É graças a esta vontade que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Eis a serva do Senhor; cumpra-se em mim a tua palavra!  (Lc 1,38)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 1, 39-45

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

– Glória a vós, Senhor!  

 

39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

Santo Urbano V

- por Pe. Alexandre

Nascido em 1310, no castelo de Grisac, nas Cevenas, França, Guilherme de Grimoard, filho do cavaleiro do mesmo nome e de Anfelisa de Montferrand, mostrou-se, desde a infância, hostil a toda frivolidade. Vendo-o fugir dos jogos próprios da sua idade e recolher-se à capela, sua mãe dizia: “Eu não o compreendo; mas, enfim, basta que Deus o compreenda”. Entrou na abadia beneditina de Chirac, perto de Mende; proferiu os votos no convento de S. Vítor de Marselha e, a seguir, entrou na Congregação de Cluny. Formou-se em Direito Canônico em outubro de 1342; ensinou nas Universidades de Toulouse, Montpellier, Paris e Avignon; exerceu as funções de Vigário Geral em Clermon e Uzés; foi nomeado Abade de S. Germano de Auxerre em 13 de fevereiro de 1352 e, no dia 26 de julho do mesmo ano, Clemente VI nomeou-o Legado Pontifício na Lombardia. Mais tarde, sendo Abade de S. Vítor de Marselha, foi encarregado da mesma missão no reino de Nápoles, por Inocêncio VI.

Os Papas residiam em Avignon (Avinhão), mas já pensavam em voltar para Roma; para preparar esse regresso, Guilherme desenvolvia grande atividade diplomática na Itália. Nos fins de 1362, sucedeu a Inocêncio VI, com o nome de Urbano V, sendo um dos sete Papas que, de 1309 a 1377, residiram em Avignon. O seu Pontificado assinalou-se pelo envio de missionários para as Índias, a China e a Lituânia; pela pregação de uma nova cruzada; pelo apoio que deu aos estudos eclesiásticos, e por diversas reformas que levou a efeito na administração da Igreja. Depois de renovar a excomunhão pronunciada por Inocêncio VI contra Pedro IV, rei de Castela, assassino de sua mulher e polígamo, autorizou Henrique de Trastâmara, seu irmão, a destroná-lo. Convidou ao mesmo tempo Du Guesclin e as suas “companhias brancas” a prestar-lhe auxílio, assegurando assim o êxito dessa revolução dinástica.

Em 1367, Urbano V entendeu que tinha chegado o momento de regressar a Roma. No dia 19 de maio, embarcou em Marselha, acompanhado de vinte e quatro galeras; no dia 3 de junho, desembarcou em Corneto e em 16 de outubro fez a entrada triunfal na Cidade Eterna. Não conseguiu, porém, manter-se, apesar dos protestos de Santa Brígida, que lhe previu morte próxima se voltasse. Mas voltou no dia 26 de setembro de 1370, regressando a Avignon, onde morreu em 19 de dezembro seguinte, revestido do hábito beneditino. Tempos antes, tinha-se mudado para casa de seu irmão, por não desejar acabar a vida num palácio. Por sua ordem, as portas dessa casa mantinham-se abertas, a fim de que todos pudessem entrar livremente e ver “como morre um Papa”.

Santo Urbano V, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Ela entrou na casa… (Lc 1,39-45)

 

O Evangelho de hoje nos fala de um “encontro”. Isabel – imagem da Antiga Aliança – recebe a visita de Maria – a “arca” da Nova Aliança. Historicamente, é o encontro do passado com o presente. Aos olhos de Deus, o encontro das promessas com o seu cumprimento. Encontro do provisório com o eterno.

Tão logo recebe o anúncio de Gabriel, que lhe revela a sublime missão de ser o canal escolhido para a Encarnação do Filho de Deus, Maria de Nazaré sai às pressas, pelas montanhas de Judá, subindo até Ain Karim, onde morava Isabel de Zacarias, sua parenta idosa, já no sexto mês de gravidez. Ao entrar em casa, Maria saúda Isabel e esta, prontamente, fica cheia do Espírito de Deus.

Estamos aqui diante de uma evidência: a graça de Deus se comunica. A Toda-Santa – a Mãe de Deus – irradia à sua volta o dinamismo espiritual que a inunda. Um abraço apenas, uma palavra – Shalom! – bastam para que o Espírito Santo se derrame do coração de Maria ao coração de Isabel. E esta se espanta diante da honra desmedida de ser visitada pela Mãe de seu Adonai, o Senhor Deus…

Estamos diante de uma situação mais ou menos comum: quem recebeu a visita de uma pessoa santa, experimentou nela uma “presença” que não se explica apenas por fatores humanos. Não é sem motivo que as multidões procuravam pelo Pe. Pio de Pietrelcina, ou fazem romarias ao túmulo do Pe. Eustáquio, e preferem a missa de certos sacerdotes.

Sim. É muito fácil acusar as multidões de simples ignorância ou grosseira superstição. Mas o povo simples possui uma espécie de “sexto sentido” que lhe aponta as pessoas habitadas por Deus. Na Rússia do Séc. XIX, São Serafim de Sarov precisava ocultar-se na floresta para ter um mínimo de solidão que lhe permitisse rezar. Madre Teresa vivia cercada pelos mendigos de Calcutá, além de atrair milhares de vocações. Os discípulos de São José de Calasanz chegavam a espiá-lo pela fechadura, para vê-lo em oração, levitando centímetros acima do solo.

E nós? Sente-se a presença de Deus em nossa vida? Nossos gestos e palavras manifestam a ação de Deus em nós? Quem faz contato conosco também pode louvar e dar graças a Deus, como Isabel visitada pela Virgem Mãe?

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