19 de junho

19 de junho

- por Denise Gomes

Primeira leitura: Deuteronômio 8, 2-3.14-16
Leitura do Livro do Deuteronômio:

Moisés falou ao povo, dizendo: 2Lembra-te de todo o caminho por onde o Senhor teu Deus te conduziu, esses quarenta anos, no deserto, para te humilhar e te pôr à prova, para saber o que tinhas no teu coração, e para ver se observarias ou não seus mandamentos. 3Ele te humilhou, fazendo-te passar fome e alimentando-te com o maná que nem tu nem teus pais conheciam, para te mostrar que nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca do Senhor. 14bNão te esqueças do Senhor teu Deus que te fez sair do Egito da casa da escravidão, 15e que foi teu guia no vasto e terrível deserto, onde havia serpentes abrasadoras, escorpiões, e uma terra árida e sem água nenhuma. Foi ele que fez jorrar água para ti da pedra duríssima, 16ae te alimentou no deserto com maná, que teus pais não conheciam.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus

Salmo 147 (147B)

– Glorifica o Senhor, Jerusalém! Â Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou.

R: Glorifica o Senhor, Jerusalém; celebra teu Deus, ó Sião!

– A paz em teus limites garantiu e te dá como alimento a flor do trigo. Ele envia suas ordens para a terra, e a palavra que ele diz corre veloz.

R: Glorifica o Senhor, Jerusalém; celebra teu Deus, ó Sião!

– Anuncia a Jacó sua palavra, seus preceitos suas leis a Israel. Nenhum povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos.

R: Glorifica o Senhor, Jerusalém; celebra teu Deus, ó Sião!

Segunda leitura: Coríntios 10, 16-17
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios:

Irmãos: 16O cálice da bênção, o cálice que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? E o pão que partimos, não é comunhão com o corpo de Cristo? 17Porque há um só pão, nós todos somos um só corpo, pois todos participamos desse único pão.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus

Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 6, 51-58

– Aleluia, Aleluia, Aleluia!
– Eu sou o pão vivo descido do céu; quem deste pão come, sempre há de viver! (Jo 6,51);

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João:

Naquele tempo: disse Jesus às multidões dos judeus: 51’Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo’. 52Os judeus discutiam entre si, dizendo: ‘Como é que ele pode dar a sua carne a comer?’ 53Então Jesus disse: ‘Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. 56Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 57Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim. 58Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre.’

– Palavra da Salvação
– Glória a Vós, Senhor

Corpus Christi

- por Denise Gomes

A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (popularmente conhecida como Corpus Christi), na quinta-feira após o Domingo da Santíssima Trindade, é uma das quatro celebrações do Rito Romano a possuir uma sequência, composição poética recitada ou cantada antes da aclamação ao Evangelho [1].

Trata-se da sequência Lauda Sion (“Louva Sião” que na tradução oficial brasileira tornou-se “Terra exulta”), que teria sido composta por Santo Tomás de Aquino (†1274) a pedido do Papa Urbano IV, que instituiu a celebração de Corpus Christi em 1264.

A métrica do hino é inspirada em composições dos séculos XI e XII atribuídas a Adão de São Vítor (†1146). Basta comparar o Lauda Sion, por exemplo, com a sequência Laudes crucis attollamus (Elevemos louvores à Cruz).

As 24 estrofes do Lauda Sion podem ser divididas em cinco partes:

– Estrofes 1-5 (Lauda Sion Salvatorem): Convite a louvar o Sacramento da Eucaristia;

– Estrofes 6-10 (Dies enim solemnis agitur): Comemoração da instituição da Eucaristia;

– Estrofes 11-20 (Dogma datur christianis): Explanação da teologia eucarística;

– Estrofes 21-22 (Ecce panis Angelorum): A Eucaristia prefigurada nos sinais do Antigo Testamento;

– Estrofes 23-24 (Bone Pastor, panis vere): súplica final a Cristo, Bom Pastor.

Embora a sequência Lauda Sion seja facultativa (isto é, pode ser entoada ou omitida, a juízo do sacerdote e da comunidade celebrante), é muito recomendável entoá-la, dada sua profundidade teológica.

Vale recordar também que esta sequência pode ser entoada em sua forma longa, na íntegra, ou em sua forma breve, composta pelas últimas quatro estrofes (a partir de “Ecce panis Angelorum…” – “Eis o pão…”).

Publicamos a seguir o texto oficial da sequência em português para o Brasil, conforme consta no Lecionário Romano, bem como o original em latim e uma tradução mais literal (que não deve ser utilizada na Liturgia, mas pode nos ajudar em nossa meditação pessoal).

Texto oficial em português para o Brasil:

  1. Terra, exulta de alegria,

louva teu pastor e guia

com teus hinos, tua voz!

  1. Tanto possas, tanto ouses,

em louvá-lo não repouses:

sempre excede o teu louvor!

  1. Hoje a Igreja te convida:

ao pão vivo que dá vida

vem com ela celebrar!

  1. Este pão que o mundo creia!

por Jesus, na santa ceia,

foi entregue aos que escolheu.

  1. Nosso júbilo cantemos,

nosso amor manifestemos,

pois transborda o coração!

  1. Quão solene a festa, o dia,

que da Santa Eucaristia

nos recorda a instituição!

  1. Novo Rei e nova mesa,

nova Páscoa e realeza,

foi-se a Páscoa dos judeus.

  1. Era sombra o antigo povo,

o que é velho cede ao novo:

foge a noite chega a luz.

  1. O que o Cristo fez na ceia,

manda à Igreja que o rodeia

repeti-lo até voltar.

  1. Seu preceito conhecemos:

pão e vinho consagremos

para nossa salvação.

  1. Faz-se carne o pão de trigo,

faz-se sangue o vinho amigo:

deve-o crer todo cristão.

  1. Se não vês nem compreendes,

gosto e vista tu transcendes,

elevado pela fé.

  1. Pão e vinho, eis o que vemos;

mas ao Cristo é que nós temos

em tão ínfimos sinais…

  1. Alimento verdadeiro,

permanece o Cristo inteiro

quer no vinho, quer no pão.

  1. É por todos recebido,

não em parte ou dividido,

pois inteiro é que se dá!

  1. Um ou mil comungam dele,

tanto este quanto aquele:

multiplica-se o Senhor.

  1. Dá-se ao bom como ao perverso,

mas o efeito é bem diverso:

vida e morte traz em si…

  1. Pensa bem: igual comida,

se ao que é bom enche de vida,

traz a morte para o mau.

  1. Eis a hóstia dividida…

Quem hesita, quem duvida?

Como é toda o autor da vida,

a partícula também.

  1. Jesus não é atingido:

o sinal que é partido;

mas não é diminuído,

nem se muda o que contém.

*Começa aqui a forma breve:

  1. Eis o pão que os anjos comem

transformado em pão do homem;

só os filhos o consomem:

não será lançado aos cães!

  1. Em sinais prefigurado,

por Abraão foi imolado,

no cordeiro aos  pais foi dado,

no deserto foi maná…

  1. Bom Pastor, pão de verdade,

piedade, ó Jesus, piedade,

conservai-nos na unidade,

extingui nossa orfandade,

transportai-nos para o Pai!

  1. Aos mortais dando comida,

dais também o pão da vida;

que a família assim nutrida

seja um dia reunida

aos convivas lá do céu!

Homilia

- por Denise Gomes

Comentário do dia por São João-Maria Vianney (1786-1859)
Presbítero, Cura de Ars
«Pensamentos escolhidos do Santo Cura d’Ars»

A Eucaristia abre a porta do Paraíso

Se fôssemos capazes de compreender todos os bens que a sagrada comunhão encerra, nada mais seria preciso para contentar o coração do homem.

Nosso Senhor afirmou: «Tudo o que pedirdes a meu Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá» (Jo 16,23). Nunca nos teríamos lembrado de pedir a Deus o seu próprio Filho. Mas Deus faz aquilo que o homem não seria capaz de imaginar. Deus, no seu amor, concebeu e executou aquilo que o homem não é capaz de dizer nem de conceber, e que não teria jamais ousado desejar.

Sem a divina Eucaristia, não haveria felicidade neste mundo, a vida seria insuportável. Quando recebemos a sagrada comunhão, recebemos a nossa alegria e a nossa felicidade. Querendo dar-Se a nós no sacramento do seu amor, Deus deu-nos um desejo enorme, que só Ele pode satisfazer. […] Ao lado deste belo sacramento, somos como uma pessoa que morre de sede à beira de um rio – e contudo, bastava-lhe baixar a cabeça!… Somos como uma pessoa que permanece pobre ao lado de um tesouro – e bastava-lhe estender a mão!

Se fôssemos capazes de compreender todos os bens que a sagrada comunhão encerra, nada mais seria preciso para contentar o coração do homem.

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