19 de Maio de 2019

5ª Semana da Páscoa - Domingo

- por Padre Alexandre Fernandes

DOMINGO – V SEMANA DA PÁSCOA

(Branco,glória, creio, I semana do saltério)

 

Antífona da entrada

 

– Cantai ao Senhor um canto novo, porque ele fez maravilhas; e revelou sua justiça diante das nações, aleluia!  (Sl 97,1).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que crêem no Cristo a liberdade verdadeira e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: At 14,21b-27

 

– Leitura dos Atos dos Apóstolos: Naqueles dias, Paulo e Barnabé 21bvoltaram para as cidades de Listra, Icônio e Antioquia. 22Encorajando os discípulos, eles os exortavam a permanecerem firmes na fé, dizendo-lhes: “É preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus”. 23Os apóstolos designaram presbíteros para cada comunidade. Com orações e jejuns, eles os confiavam ao Senhor, em quem haviam acreditado. 24Em seguida, atravessando a Pisídia, chegaram à Panfília. 25Anunciaram a palavra em Perge, e depois desceram para Atália. 26Dali embarcaram para Antioquia, de onde tinham saído, entregues à graça de Deus, para o trabalho que haviam realizado. 27Chegando ali, reuniram a comunidade. Contaram-lhe tudo o que Deus fizera por meio deles e como havia aberto a porta da fé para os pagãos.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 145,8-9.10-11.12-13ab (R: 1)

 

– Bendirei o vosso nome, ó meu Deus, meu Senhor e meu Rei para sempre.
R: Bendirei o vosso nome, ó meu Deus, meu Senhor e meu Rei para sempre.

– Misericórdia e piedade é o Senhor, ele é amor, é paciência, é compaixão. O Senhor é muito bom para com todos, sua ternura abraça toda criatura.

R: Bendirei o vosso nome, ó meu Deus, meu Senhor e meu Rei para sempre.

– Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder!

R: Bendirei o vosso nome, ó meu Deus, meu Senhor e meu Rei para sempre.

– Para espalhar vossos prodígios entre os homens e o fulgor de vosso reino esplendoroso. O vosso reino é um reino para sempre, vosso poder, de geração em geração.

R: Bendirei o vosso nome, ó meu Deus, meu Senhor e meu Rei para sempre.

 

2ª Leitura: Ap 21,1-5a

 

– Leitura do livro do Apocalipse de São João: Eu, João, 1vi um novo céu e uma nova terra. Pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. 2Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, vestida qual esposa enfeitada para o seu marido. 3Então, ouvi uma voz forte que saía do trono e dizia: “Esta é a morada de Deus entre os homens. Deus vai morar no meio deles. Eles serão o seu povo, e o próprio Deus estará com eles. 4Deus enxugará toda lágrima dos seus olhos. A morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem choro, nem dor, porque passou o que havia antes”. 5Aquele que está sentado no trono disse: “Eis que faço novas todas as coisas”. Depois, ele me disse: “Escreve, porque estas palavras são dignas de fé e verdadeiras”.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

-Eu vos dou um novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado (Jo 13,34).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 13,31-35

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

– Glória a vós, Senhor!  

 

31Depois que Judas saiu do cenáculo, disse Jesus: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. 32Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. 33aFilhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. 34Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. 35Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

 

Santo Ivo

- por Padre Alexandre Fernandes

Ivo, ou melhor, Yves Hélory de Kermartin, filho de um nobre, nasceu em 17 de outubro de 1253, no castelo da família, na Baixa Bretanha, França.

Educado e orientado por sua mãe, muito religiosa, até a idade de catorze anos, recebeu uma sólida formação religiosa e cultural. Nessa ocasião, decidiu continuar os estudos em Paris, acompanhado de seu professor, João de Kernhoz. 
 

Os próximos doze anos foram dedicados aos estudos de teologia e filosofia na escola de são Boaventura e de direito civil e canônico, cursados na cidade de Orleans, junto ao famoso jurista Peter de la Chapelle. Era muito respeitado no meio acadêmico, por sua aplicação nos estudos e devido à sua vida de piedade muito intensa. Dessa forma, atender o chamado do Senhor pelo sacerdócio seria apenas uma questão de tempo para Ivo. 
 

Atuou como destacado advogado, tanto na corte civil quanto na corte eclesiástica. Aos vinte e sete anos, passou a trabalhar para o diaconato da diocese de Rennes, onde foi nomeado juiz eclesiástico. Pouco tempo depois, o bispo o convocou para trabalhar junto dele na mesma função, mas antes o consagrou sacerdote. 
 

Ivo, aos poucos, se despojou de tudo para se conformar de maneira radical a Jesus Cristo, exortando os seus contemporâneos a fazerem o mesmo, por meio de uma existência diária feita de santidade, no caminho da verdade, da justiça, do respeito pelo direito e da solidariedade para com os mais pobres. 
 

Seus conhecimentos legais estavam sempre à disposição dos seus paroquianos, defendendo a todos, ricos e pobres, com igual lisura. Foi o primeiro a instituir, na diocese, a justiça gratuita para os que não podiam pagá-la.

A fama de juiz austero, que não se deixava corromper, correu rapidamente e Ivo se tornou o melhor mediador da França, sempre tentando os acordos fora das cortes para diminuir os custos legais para ambas as partes. 
 

Essa sua dedicação na defesa dos fracos, inocentes, viúvas e pobres lhe conferiu o título de "advogado dos pobres". Muitos foram os casos julgados por ele, registrados na jurisprudência, que mostraram bem seu modo de agir. Ficou constatado que, quando lhe eram denunciados roubos de carneiros, bois e cavalos, com a desculpa de impostos não pagos, Ivo ia pessoalmente aos castelos recuperar os animais. Famosa também era sua caridade. 
 

Contam os devotos que ele tirava a roupa do corpo, mesmo no inverno, e ia distribuindo aos pobres e mendigos, indo para sua casa muitas vezes só com a camisa. Diz a tradição que, certa vez, deu sua cama a um mendigo que dormia na porta de uma casa e foi dormir onde dormia o mendigo. 
 

Por tudo isso, sua saúde ficou comprometida. Em 1298, a doença se agravou e ele se retirou no seu castelo, o qual transformara num asilo para os mendigos e pobres ali tratados com conforto, respeito e fervor. Morreu em 19 de maio de 1303, aos cinqüenta anos de idade. O papa Clemente VI declarou-o santo 1347.

Ele é o padroeiro da Bretanha, dos advogados, dos juízes e dos escrivões.

FONTE: DERRADEIRAS GRAÇAS 

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

Amai-vos! (Jo 13,31-33a.34-35)

 

            Na refeição de despedida – a Última Ceia – Jesus repete o mesmo ensinamento do Sermão da Montanha: “Ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!’ Ora, eu vos digo: ‘Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem!’” (Mt 5,43-44)

 

            Estamos longe disso, não é? Um correr de olhos nas manchetes ou nas redes sociais mostra a avalancha de ódio, tão letal quanto a lama da barragem rompida em Mariana. É um coral que cobra “vendettas”, punições, retaliações contra adversários, inimigos e… ex-aliados.

 

            Neste Evangelho, Jesus já anuncia sua despedida: “Por pouco tempo ainda estou convosco”. De certo modo, ele prenuncia sua volta ao Pai, na Ascensão. Boa oportunidade para propor também a seus discípulos essa difícil ascensão espiritual que exige o amor mútuo, incondicional, universal. O próprio Jesus o define como um “novo mandamento”.

 

            A Primeira Aliança não estava preparada para esta difícil escalada, observa Urs von Balthasar, simplesmente por falta de referencial. Faltava Jesus. Eis o seu comentário:

 

            “É isto que ele chama de ‘mandamento novo’, pois se havia no Antigo Testamento muitos mandamentos, este ainda não podia ser formulado, pois Jesus ainda não havia apresentado o modelo de amor pelo próximo”. Agora, temos apenas de contemplá-lo para conhecer e observar o único mandamento que ele nos dá, e que basta para todos.

 

            Para dizer a verdade, este mandamento nos exige totalmente: já que Jesus deu a vida por nós, seus amigos, também nós devemos dispor toda a nossa vida a serviço do próximo, que deve ser nosso amigo.

 

            Mas este mandamento novo e suficiente para tudo é, também, enquanto substância do cristianismo, o que lhe garante a perseverança: “Nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos”. Nisto e somente nisto. Nenhuma outra característica da Igreja pode convencer o mundo da verdade e da necessidade da pessoa e da doutrina de Cristo. “O amor irradiante vivido pelos cristãos será a justificação de todas as doutrinas, todos os dogmas e todas as prescrições morais da Igreja de Cristo.”

 

            Claro que nos apresentam a mesma objeção: “Mas como amar um inimigo?” Creio que só existe um caminho: torná-lo nosso amigo. Dom Bosco cativou a amizade dos pivetes de Turim que assaltavam os passantes. Damião de Veuster abraçou os leprosos de Molokai que aterrorizavam até os familiares. Jesus deu a vida por nós, cujos pecados o levaram ao Calvário. Uma vez cativados, uma vez amigos, será mais fácil amar os inimigos…

 

Orai sem cessar: “Ele nos amou primeiro…” (1Jo 4,19)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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