19 de Novembro de 2019

33ª semana comum Terça-feira

- por Padre Alexandre Fernandes

TERÇA FEIRA – SANTOS ROQUE, AFONSO E JOÃO – PRESBÍTEROS E MÁRTIRES

 (vermelho, pref. comum ou dos mártires – ofício da memória)

 

Antífona da entrada

 

– Por amor de Cristo, o sangue dos mártires foi derramado na terra. Por isso, sua recompensa é eterna.

 

Oração do dia

 

– Senhor, que a vossa palavra cresça nas terras onde os vossos mártires a semearam e seja multiplicada em frutos de justiça e de paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 2 Mc 6,18-31

 

– Leitura do segundo livro dos Macabeus: 18Eleazar era um dos principais doutores da Lei, homem de idade avançada e de venerável aparência. Quiseram obrigá-lo a comer carne de porco, abrindo à força sua boca. 19Mas ele, preferindo morrer gloriosamente a viver desonrado, caminhou espontaneamente para a tortura da roda, 20depois de ter cuspido o que lhe haviam posto na boca. Assim deveriam proceder os que têm a coragem de recusar aquilo que nem para salvar a vida é lícito comer. 21Os encarregados desse ímpio banquete ritual, que conheciam Eleazar desde muito tempo, chamaram-no à parte e insistiram para que mandasse trazer carnes cujo uso lhes era permitido e que ele mesmo tivesse preparado, apenas fingisse comer carnes provenientes do sacrifício, conforme o rei ordenara. 22Agindo assim evitaria a morte, aproveitando esta oportunidade que lhe davam em consideração à velha amizade. 23Mas ele tomou uma nobre resolução digna da sua idade, digna do prestígio de sua velhice, dos seus cabelos embranquecidos com honra, e da vida sem mancha que levara desde a infância. Uma resolução digna, sobretudo, da santa legislação instituída pelo próprio Deus. E respondeu coerentemente, dizendo que o mandassem logo para a mansão dos mortos. 24E acrescentou: “Usar desse fingimento seria indigno da nossa idade. Muitos jovens ficariam convencidos de que Eleazar, aos noventa anos, adotou as normas de vida dos estrangeiros; 25seriam enganados por mim, por causa do fingimento que eu usaria para salvar um breve resto de vida. De minha parte eu atrairia sobre minha velhice a vergonha e a desonra. 26E ainda que escapasse por um momento ao castigo dos homens, eu não poderia, nem vivo nem morto, fugir das mãos do Todo-poderoso. 27Se, pelo contrário, eu agora renunciar corajosamente a esta vida, vou mostrar-me digno de minha velhice, 28e deixarei aos jovens o nobre exemplo de como se deve morrer, com entusiasmo e generosidade, pelas veneráveis e santas leis”. Ditas estas palavras, caminhou logo para o suplício. 29Os que o conduziam, transformaram em brutalidade a benevolência manifestada pouco antes. E consideraram loucas as palavras que ele acabara de dizer. 30Eleazar, porém, estando para morrer sob os golpes, disse ainda entre os gemidos: “O Senhor, em sua santa sabedoria, vê muito bem que eu, podendo escapar da morte, suporto em meu corpo as dores cruéis provocadas pelos açoites, mas em minha alma suporto-as com alegria, por causa do temor que lhe tenho”. 31Assim Eleazar partiu desta vida. Com sua morte deixou um exemplo de coragem e um modelo inesquecível de virtude, não só para os jovens, mas também para toda a nação.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 3,2-3.4-5.6-7 (R: 6b)

 

– É o Senhor quem me sustenta e me protege!
R: É o Senhor quem me sustenta e me protege!

– Quão numerosos, ó Senhor, os que me atacam; quanta gente se levanta contra mim! Muitos dizem, comentando a meu respeito: “Ele não acha a salvação junto de Deus!”

R: É o Senhor quem me sustenta e me protege!

– Mas sois vós o meu escudo protetor, a minha glória que levanta minha cabeça! Quando eu chamei em alta voz pelo Senhor, do Monte santo ele me ouviu e respondeu.

R: É o Senhor quem me sustenta e me protege!

– Eu me deito e adormeço bem tranquilo; acordo em paz, pois o Senhor é meu sustento. Não terei medo de milhares que me cerquem e furiosos se levantem contra mim. Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!
R: É o Senhor quem me sustenta e me protege!

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Por amor, Deus enviou-nos seu Filho como vítima por nossas transgressões (1Jo 4,10b).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 19,1-10

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 1Jesus tinha entrado em Jericó e estava atravessando a cidade. 2Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos e muito rico. 3Zaqueu procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia, por causa da multidão, pois era muito baixo. 4Então ele correu à frente e subiu numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali.
5Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: “Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa”. 6Ele desceu depressa, e recebeu Jesus com alegria. 7Ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo: “Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!” 8Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais”. 9Jesus lhe disse: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. 10Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

São Roque González e companheiros mártires - Jesuítas

- por Padre Alexandre Fernandes

Celebramos a santidade destes Jesuítas que deram a vida pela fé

Roque González nasceu em Assunção do Paraguai, em 1576, e estudou com os Padres Jesuítas, que muito ajudaram-no a desenvolver seus dotes humanos e espirituais.

O coração de Roque González sempre se compadeceu com a realidade dos indígenas oprimidos, por isso ao se formar e ser ordenado Sacerdote do Senhor, aos 22 anos de idade, foi logo trabalhar como padre diocesano numa aldeia carente. São Roque, sempre obediente à vontade do Pai do Céu, entrou no noviciado da Companhia de Jesus, com 33 anos, e acompanhado com outros ousados missionários, aceitou a missão de pacificar terríveis indígenas.

São Roque González fez de tudo para ganhar a todos para Cristo, portanto aprendeu além das línguas indígenas, aprofundou-se em técnicas agrícolas, manejo dos bois e vários outros costumes da terra. Os Jesuítas – bem ao contrário do que muitos contam de forma injusta – tinham como meta a salvação das almas, mas também a promoção humana, a qual era e é a consequência lógica de toda completa evangelização.

Certa vez numa dessas reduções que levavam os indígenas para a vida em aldeias bem estruturadas e protegidas dos
colonizadores, Roque González com seus companheiros foram atacados, dilacerados e martirizados por índios ferozes fechados ao Evangelho e submissos a um feiticeiro, que matou o corpo mas não a alma destes que, desde 1628, estão na Glória Celeste.

Em 1988, o Papa João Paulo II canonizou os três primeiros mártires sul-americanos: São Roque González, Santo Afonso Rodríguez e São João del Castillo.

São Roque González e companheiros mártires, rogai por nós!

FONTE: Canção Nova

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

 

Restituir o quádruplo! (Lc 19,1-10)

 

            Em pleno banquete, cercado de gente conhecida, o publicano Zaqueu é tocado pela presença de Jesus em sua casa e manifesta publicamente a decisão de restituir os valores que arrecadara em excesso, de modo fraudulento. Estamos diante de um caso típico de “reparação”.

 

            Quando nós nos confessamos e recebemos uma “penitência” a ser cumprida, o sentido profundo dessa prática é exatamente a reparação do mal causado por nossos pecados. Todo pecado, por mais íntimo que seja, traz reflexos sobre toda a humanidade. Arrependidos de nossos vícios e crimes, pedimos (e recebemos!) o perdão de Deus, mas ainda estamos obrigados a reparar o mal que cometemos.

 

            Assim nos ensina o “Catecismo da Igreja Católica” (nº 2487): “Toda falta cometida contra a justiça e a verdade impõe o dever de reparação, mesmo que seu autor tenha sido perdoado. Quando se torna impossível reparar um erro publicamente, deve-se fazê-lo em segredo; se aquele que sofreu o prejuízo não pode ser diretamente indenizado, deve-se dar-lhe satisfação moralmente, em nome da caridade. Esse dever de reparação se refere também às faltas cometidas contra a reputação de outrem. Essa reparação, moral e às vezes material, será avaliada na proporção do dano causado e obriga em consciência.”

 

            Garrigou-Lagrange observa: “A virtude da penitência não leva apenas a detestar o pecado enquanto ofensa a Deus, mas também à reparação e, para esta, não basta a cessação do pecado, é preciso uma satisfação oferecida à justiça divina, pois todo pecado merece uma pena, assim como todo ato inspirado pela caridade merece uma recompensa”.

 

            O gesto sincero de reparação é a prova cabal de um coração contrito e arrependido. Tanto que, diante de Zaqueu, Jesus não consegue evitar seu comentário final: “Hoje, a salvação entrou nesta casa!”

 

            Quando os órgãos de imprensa arremessam lama sobre a reputação de gente inocente, raramente procuram reparar os erros cometidos. A manchete de lama vem sempre na primeira página; o “erramos” se esconde no miolo do jornal, em letrinhas bem pequenas. Nós não podemos ser assim.

 

            Conta-se que uma mulher procurou por Santo Afonso de Ligório para se confessar. Seu pecado de estimação era a calúnia. O Santo teria deixado a confissão interrompida, ordenando que a penitente fosse a casa, pegasse uma galinha e voltasse até a igreja, depenando a pobrezinha. Já de volta ao confessionário, recebeu a penitência: recolher todas aquelas penas que viera jogando ao longo das ruas. A infeliz disse: – “Mas isto é impossível! O vento já espalhou todas elas…” E o Santo: “Assim também não há como recolher todas as calúnias que você tem feito contra os outros…”

 

Orai sem cessar: “Feliz o homem cujo pecado foi absolvido!” (Sl 32,1)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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