19 de Novembro de 2020

33a semana do tempo comum Quinta-feira

- por Pe. Alexandre

QUINTA FEIRA – SANTOS ROQUE, AFONSO E JOÃO – PRESBÍTEROS E MÁRTIRES
 (vermelho, pref. comum ou dos mártires – ofício da memória)

 

Antífona da entrada

– Por amor de Cristo, o sangue dos mártires foi derramado na terra. Por isso, sua recompensa é eterna.

 

Oração do dia

– Senhor, que a vossa Palavra cresça nas terras onde os vossos mártires a semearam e seja multiplicada em frutos de justiça e de paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ap 5,1-10

– Leitura do livro do Apocalipse de são João: Eu, João, 1vi um livro na mão direita daquele que estava sentado no trono. Era um rolo escrito por dentro e por fora, e estava lacrado com sete selos. 2Vi então um anjo forte, que proclamava em voz alta: “Quem é digno de romper os selos e abrir o livro?” 3Ninguém no céu nem na terra nem debaixo da terra era digno de abrir o livro ou de ler o que nele estava escrito. 4Eu chorava muito, porque ninguém foi considerado digno de abrir ou de ler o livro. 5Um dos anciãos me consolou: “Não chores! Eis que o Leão da tribo de Judá, o Rebento de Davi, saiu vencedor. Ele pode romper os selos e abrir o livro”. 6De fato, vi um Cordeiro. Estava no centro do trono e dos quatro Seres vivos, no meio dos Anciãos. Estava de pé como que imolado. O Cordeiro tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus, enviados por toda a terra. 7Então, o Cordeiro veio receber o livro da mão direita daquele que está sentado no trono. 8Quando ele recebeu o livro, os quatro Seres vivos e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro. Todos tinham harpas e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. 9E entoaram um cântico novo: “Tu és digno de receber o livro e abrir seus selos, porque foste imolado, e com teu sangue adquiriste para Deus homens de toda a tribo, língua, povo e nação. 10Deles fizeste para o nosso Deus um reino de sacerdotes. E eles reinarão sobre a terra”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 149,1-2.3-4.5-6a.9b (R: Ap 5,10)

 

– Fizestes de nós, para Deus, sacerdotes e povo de reis.
R: Fizestes de nós, para Deus, sacerdotes e povo de reis.

– Cantai ao Senhor Deus um canto novo, e o seu louvor na assembleia dos fiéis! Alegre-se Israel em Quem o fez, e Sião se rejubile no seu Rei!

R: Fizestes de nós, para Deus, sacerdotes e povo de reis.

– Com danças glorifiquem o seu nome, toquem harpa e tambor em sua honra! Porque, de fato, o Senhor ama seu povo e coroa com vitória os seus humildes.

R: Fizestes de nós, para Deus, sacerdotes e povo de reis.

– Exultem os fiéis por sua glória, e cantando se levantem de seus leitos, com louvores do Senhor em sua boca. Eis a glória para todos os seus santos.

R: Fizestes de nós, para Deus, sacerdotes e povo de reis.

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os corações como em Meriba! (1Jo 4,10).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 19,41-44

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 41quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: 42“Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos! 43Dias virão em que os inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados. 44Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada”.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

São Roque González e companheiros mártires

- por Pe. Alexandre

Roque González nasceu em Assunção do Paraguai, em 1576, e estudou com os Padres Jesuítas, que muito ajudaram-no a desenvolver seus dotes humanos e espirituais.

O coração de Roque González sempre se compadeceu com a realidade dos indígenas oprimidos, por isso ao se formar e ser ordenado Sacerdote do Senhor, aos 22 anos de idade, foi logo trabalhar como padre diocesano numa aldeia carente. São Roque, sempre obediente à vontade do Pai do Céu, entrou no noviciado da Companhia de Jesus, com 33 anos, e acompanhado com outros ousados missionários, aceitou a missão de pacificar terríveis indígenas.

São Roque González fez de tudo para ganhar a todos para Cristo, portanto aprendeu além das línguas indígenas, aprofundou-se em técnicas agrícolas, manejo dos bois e vários outros costumes da terra. Os Jesuítas – bem ao contrário do que muitos contam de forma injusta – tinham como meta a salvação das almas, mas também a promoção humana, a qual era e é a consequência lógica de toda completa evangelização.

Certa vez numa dessas reduções que levavam os indígenas para a vida em aldeias bem estruturadas e protegidas dos
colonizadores, Roque González com seus companheiros foram atacados, dilacerados e martirizados por índios ferozes fechados ao Evangelho e submissos a um feiticeiro, que matou o corpo mas não a alma destes que, desde 1628, estão na Glória Celeste.

Em 1988, o Papa João Paulo II canonizou os três primeiros mártires sul-americanos: São Roque González, Santo Afonso Rodríguez e São João del Castillo.

São Roque González e companheiros mártires, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

 

Chorou sobre ela… (Lc 19,41-44)

Qual é a nossa reação diante de um Deus-que-chora? Que sentimentos brotam em nós ao contemplar a cena das lágrimas de Jesus diante da cidade que ele tanto amava? Algo nos comove? Ou ainda permanecemos indiferentes à sua comoção?

Jerusalém – a Cidade da Paz, aquela cidade que inclui um shalom em seu nome – abrigava o Templo, a “casa de meu Pai” (cf. Lc 2,49), disse Jesus adolescente. Na visão judaica, era aquele o único lugar em todo planeta onde a presença de Deus se manifestava na Arca da Aliança, com seu triplo testemunho: as tábuas da Lei, a vara de Aarão e a amostra incorruptível do maná. O Monte Sião era o único espaço onde Deus podia ser adorado.

Em sua visão profética, no entanto, Jesus de Nazaré prevê a ruína da cidade que ele amava. Diante de seu olhar interior, o fogo vai destruindo os ricos ornatos do Templo, as grossas muralhas vão caindo por terra, os vasos sagrados são saqueados pela soldadesca romana. De fato, pouco depois de sua morte, no ano 70 d.C., as legiões de Tito, filho de Vespasiano, arrasariam Jerusalém, deixando de pé apenas um muro, onde hoje se lamentam os judeus ortodoxos.

Que teria cegado os olhos de Jerusalém? Por que não tomara consciência do tempo de sua visitação? Mistérios de Deus… A mesma cidade, que era alvo de um amor de predileção, conhecerá o impacto do ódio destruidor. O tempo dela tinha passado…

Hoje, nós somos Jerusalém. O novo Israel, o Povo de Deus que é a Igreja, também recebe do Senhor um amor de predileção, que deve ser correspondido com um amor de juventude (cf. Jr 2,2). Enquanto correm os séculos e a areia escorre na ampulheta, temos tempo para amar e corresponder a Deus.

Mas o tempo vai passar. Exatamente por ser “tempo”, história, ele é finito e cederá lugar ao eterno. Enquanto há tempo, tudo é possível. Findo o tempo, congela-se a imagem da história, e nada mais pode ser mudado. Mergulhados no tempo, todos nós somos capazes de (co)rresponder ao Amor infinito que O Senhor derrama sobre nós.

Até quando teremos tempo? Quando virá o Senhor? Quando soará a trombeta que anuncia o fim da história?

Não o sabemos. Daí a urgência de amar. A premência de acolher o Visitante que se aproxima em seu advento sempre renovado. E se o acolhemos entre nós, mentes abertas, corações amantes, Jesus não precisará chorar outra vez…

 

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