20 de Agosto de 2022

20a Semana do Tempo Comum- Sábado

- por Pe. Alexandre

SABADO – SÃO BERNARDO – ABADE E DOUTOR

(branco, pref. comum ou dos santos – ofício da memória)

 

Antífona da entrada

 

– O justo medita a sabedoria e sua palavra ensina a justiça, pois traz no coração a lei de seu Deus (Sl 36,30).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus que fizestes do abade são Bernardo, inflamado de zelo por vossa casa, uma luz que brilha e ilumina a Igreja, dai-nos por sua intercessão, o mesmo fervor para caminharmos sempre como filhos da luz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ez 43,1-7a

 

– Leitura da profecia de Ezequiel: 1O homem conduziu-me até a porta da casa do Senhor que dá para o nascente, 2e eu vi a glória do Deus de Israel, vinda do oriente; um ruído a acompanhava, semelhante ao ruído de águas caudalosas, e a terra brilhava com a sua glória. 3A visão era idêntica à visão que tive quando ele veio destruir a cidade, bem como à visão que tive junto ao rio Cobar; e eu caí com o rosto no chão. 4A glória do Senhor entrou no Templo pela porta que dá para o nascente. 5Então o espírito raptou-me e me levou para dentro do pátio interno e eu vi que o Templo ficou cheio da glória do Senhor. 6Ouvi alguém falando-me de dentro do Templo, enquanto o homem esteve de pé junto a mim. 7aEle me disse: “Filho do homem, este é o lugar do meu trono, é o lugar em que coloco a planta dos meus pés, o lugar onde habitarei para sempre no meio dos israelitas”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 85, 9ab-14 (R: 10b)

 

– A glória do Senhor habitará em nossa terra.
R: A glória do Senhor habitará em nossa terra.

– Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar; está perto a salvação dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra.

R: A glória do Senhor habitará em nossa terra.

– A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus.

R: A glória do Senhor habitará em nossa terra.

– O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus.

R: A glória do Senhor habitará em nossa terra.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Vós tendes um só Pai, que está no céu, vosso guia é um somente, é o Messias (Mt 23,9).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 23,1-12

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 1Jesus falou às multidões e aos seus discípulos: 2“Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. 3Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. 4Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo. 5Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Eles usam faixas largas, com trechos da Escritura, na testa e nos braços, e põem na roupa longas franjas. 6Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas. 7Gostam de ser cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de Mestre. 8Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de Mestre, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos. 9Na terra, não chameis a ninguém de pai, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 10Não deixeis que vos chamem de guias, pois um só é o vosso Guia, Cristo. 11Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. 12Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

São Bernardo Claraval

- por Pe. Alexandre

Com muita alegria, celebramos a santidade do abade e doutor da Igreja: São Bernardo Claraval. Nascido no Castelo de Fontaine, em 1090, perto de Dijon (França), pertencia a uma família nobre, a qual se assustou com sua decisão radical de seguir Jesus como monge cisterciense.

São Bernardo Claraval é considerado pela Família Cisterciense um segundo fundador, pois atraía muitos para a Ordem, que as mães e esposas afastavam os filhos e maridos do santo; tamanho era real o poder de atração de Bernardo, que todos os irmãos, primos e amigos o seguiram. Homem de oração, destacou-se como pregador, prior, místico, escritor, fundador de mosteiros, abade, conselheiro de Papas, Reis, Bispos e também polemista, político e pacificador.

Aconteceu que São Bernardo Claraval, mesmo sendo contemplativo, entrou no concreto da realidade da sua época, a ponto de participar de várias polêmicas internas e externas da Igreja da época.

No ano de 1115, o seu abade Estevão mandou-o com doze companheiros fundar, no Vale do Absíntio, aquilo a que São Bernardo chamou Vale Claro (Claraval). Do Mosteiro de Claraval, o santo irradiava a luz do Cristianismo, isto também pelos escritos, como o Tratado do Amor de Deus e o Comentário ao Cântico dos Cânticos; a invocação é fruto de sua profunda e sólida devoção a Nossa Senhora: “Ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria”. Pela Mãe do Céu, foi acolhido na eternidade em 1153.

Escreveu numerosas obras, milhares de cartas, mais de 300 sermões; interveio em todas as disputas doutrinais, em todas as grandes questões religiosas e seculares da época. Por ordem de tempo, considera-se o último dos Padres da Igreja. Um editor, falecido em 1707, Mabillon, escreveu sobre ele: “É o último dos padres mas iguala os maiores”.

Foi canonizado em junho de 1174, pelo Papa Alexandre III e foi declarado Doutor da Igreja em 1830 pelo Papa Pio VIII, por causa de suas pregações e obras escritas.

São Bernardo Claraval, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Quem se exaltar será humilhado… (Mt 23,1-12)

 

Aqui e ali, Jesus acena para o caminho da humildade. Ele mesmo, o humilde exemplar, sendo Filho de Deus, vive por 30 anos uma vida banal, conhecido de todos como “o filho do carpinteiro”. Na Última Ceia, de avental, lavou os pés dos apóstolos. Por tudo isso, por Jesus viver o que ensina, não podemos ignorar o seu ensinamento.

 

Os Padres da Igreja sempre insistiram na virtude da humildade como essencial para o itinerário cristão. É de um deles – São João Clímaco [Séc. VII] – o comentário que segue:

 

“Todo amigo da ostentação é vaidoso. Presta atenção e tu verás que, até o túmulo, a vanglória se multiplica, seja nas vestes, nos aromas, no cortejo dos servidores ou em outras coisas.

 

A vanglória torna orgulhosos aqueles que são honrados, e faz rancorosos os que são deixados de lado. Um espírito elevado suporta a injúria com coragem e alegria. Mas é preciso ser um santo e um bem-aventurado para passar sem prejuízo através de louvores.

Com frequência, Deus esconde aos nossos olhos as virtudes que adquirimos. Mas aquele que nos elogia, ou até nos engana, abre nossos olhos para seus louvores e, quando nossos olhos se abrem, nosso tesouro se dissipa.

Não confies no tentador que te sugere fazer propaganda de tuas virtudes para a edificação do próximo. Nada edifica tanto os outros quanto as maneiras humildes e sinceras e as palavras verdadeiras, pois isto os ajuda a jamais se orgulharem.

 

Não é aquele que se deprecia o que dá provas de humildade, mas aquele que, ofendido por alguém, não permite que diminua seu amor por ele.

Quando nossos aduladores, ou antes, nossos sedutores começam a nos louvar, devemos trazer à memória a multidão de nossos pecados, e iremos reconhecer-nos indignos daquilo que se diz ou se faz em nossa honra.

O jejum do vaidoso fica sem recompensa, e sua oração, sem proveito, porque ele realiza as duas coisas para ser elogiado pelos homens. O sol brilha para todos igualmente, e a vanglória acha um meio de aparecer em todas as nossas atividades.

O vaidoso é um crente idólatra: parece que ele honra a Deus, mas ele busca agradar aos homens, e não a Deus. É certo que, às vezes, os vaidosos dirigem a Deus orações que merecem ser atendidas, mas o Senhor tem o hábito de ignorar suas preces e pedidos, temendo que, ao verem atendidas as suas orações, eles aumentem ainda mais o seu orgulho.

O Senhor muitas vezes liberta os vaidosos da vanglória por meio de alguma humilhação que acontece com eles.”

Em tempo: “humilde” vem de “húmus”, aquela argila na qual fomos amassados…

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