20 de Fevereiro de 2020

6a Semana Comum Quinta-feira

- por Padre Alexandre Fernandes

QUINTA-FEIRA DA VI SEMANA DO TEMPO COMUM
(cor verde – ofício do dia)

 

Antífona de entrada

 

– Sede o rochedo que me abriga, a casa bem defendida que me salva. Sois minha fortaleza e minha rocha; para a honra do vosso nome, vós me conduzis e alimentais (Sl 30,3).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Tg 2,1-9

– Leitura da carta de são Tiago: 1Meus irmãos, a fé que tendes em nosso Senhor Jesus Cristo glorificado não deve admitir acepção de pessoas. 2Pois bem, imaginai que na vossa reunião entra uma pessoa com anel de ouro no dedo e bem vestida, e também um pobre, com sua roupa surrada, 3e vós dedicais atenção ao que está bem vestido, dizendo-lhe: “Vem sentar-te aqui, à vontade”, enquanto dizeis ao pobre: “Fica aí, de pé”, ou então: “Senta-te aqui no chão, aos meus pés”, 4não fizestes, então, discriminação entre vós? E não vos tornastes juízes com critérios injustos? 5Meus queridos irmãos, escutai: não escolheu Deus os pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam? 6Mas vós desprezais o pobre!
7Ora, não são os ricos que vos oprimem e vos arrastam aos tribunais? Não são eles que blasfemam contra o nome sublime invocado sobre vós? 8Entretanto, se cumpris a lei régia, conforme a Escritura: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, estais agindo bem. 9Mas se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e a Lei vos acusa como transgressores.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 34,2-3.4-5.6-7 (R: 7a)

 

– Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
R: Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.

– Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem!

R: Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.

– Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome! Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, e de todos os temores me livrou.

R: Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.

– Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia.

R: Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
 

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna! (Jo 6,63.68)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 8,27-33

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

– Glória a vós, Senhor!

 

– Naquele tempo, 27Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesaréia de Filipe. No caminho perguntou aos discípulos: "Quem dizem os homens que eu sou?" 28Eles responderam: "Alguns dizem que tu és João Batista; outros que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas".  29Então ele perguntou: "E vós, quem dizeis que eu sou?" Pedro respondeu: "Tu és o Messias".30 esus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu respeito. 31Em seguida, começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia padecer muito , ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, devia ser morto, e ressuscitar depois de três dias. 32Ele dizia isso abertamente. Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo. 33Jesus voltou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: "Vai para longe de mim, Satanás!" Tu não pensas como Deus, e sim como os homens".

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

Santo Francisco e Santa Jacinta - irmãos videntes de Fátima

- por Padre Alexandre Fernandes

No ano de 1908, nasceu Francisco Marto. Em 1910, Jacinta Marto. Filhos de Olímpia de Jesus e Manuel Marto. Eles pertenciam a uma grande família; e eram os mais novos de nove irmãos. A partir da primavera de 1916, a vida dos jovens santos portugueses sofreria uma grande transformação: as diversas aparições do Anjo de Portugal (o Anjo da Paz) na “Loca do Cabeço” e, depois, na “Cova da Iria”. A partir de 13 de maio de 1917, Nossa Senhora apareceria por 6 vezes a eles.

O mistério da Santíssima Trindade, a Adoração ao Santíssimo Sacramento, a intercessão, o coração de Jesus e de Maria, a conversão, a penitência… Tudo isso e muito mais foi revelado a eles pelo Anjo e também por Nossa Senhora, a Virgem do Rosário. Na segunda aparição, no mês de junho, Lúcia (prima de Jacinta e Francisco) fez um pedido a Virgem do Rosário: que ela levasse os três para o Céu. Nossa Senhora respondeu-lhe: “Sim, mas Jacinta e Francisco levarei em breve”. Os bem-aventurados vivenciaram e comunicaram a mensagem de Fátima. Esse fato não demorou muito. Em 4 de abril de 1919, Francisco, atingido pela grave gripe espanhola, foi uma das primeiras vítimas em Aljustrel. Suas últimas palavras foram: “Sofro para consolar Nosso Senhor. Daqui, vou para o céu”.

Jacinta Marto, modelo de amor que acolhe, acolheu a dor na grave enfermidade, tendo até mesmo que fazer uma cirurgia sem anestesia. Tudo aceitou e ofereceu, como Nossa Senhora havia lhe ensinado, por amor a Jesus, pela conversão dos pecadores e em reparação aos ultrajes cometidos contra o coração imaculado da Virgem Maria. Por conta da mesma enfermidade que atingira Francisco, em 20 de fevereiro de 1920, ela partiu para a Glória. No dia 13 de maio do ano 2000, o Papa João Paulo II esteve em Fátima, e do ‘Altar do Mundo’ beatificou Francisco e Jacinta, os mais jovens beatos cristãos não-mártires.

Papa Francisco canonizou os dois pastorinhos no dia 13 de Maio, durante a sua visita a Portugal por ocasião das comemorações do Jubileu de 100 anos das aparições de Nossa Senhora em Fátima.

Santo Francisco e Santa Jacinta, rogai por nós!

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

49. A MISSA, CENTRO DA VIDA CRISTÃ

– Participação dos fiéis no sacrifício eucarístico.

– A “alma sacerdotal” do cristão e a Santa Missa.

– Viver a Missa ao longo do dia. Preparação.

I. JESUS CAMINHAVA com os seus discípulos em direção às aldeias de Cesaréia de Filipe e, a meio do caminho, perguntou aos que o acompanhavam: Quem dizem os homens que eu sou?1 E os Apóstolos, com toda a simplicidade, contam-lhe o que se dizia dEle: uns, que era João Batista, outros Elias, e outros um dos Profetas. Corriam as opiniões mais variadas sobre Jesus. Então o Senhor dirigiu-se aos seus de uma maneira aberta e amável e perguntou-lhes: E vós quem dizeis que eu sou? Não lhes pede uma opinião mais ou menos favorável, mas a firmeza da fé. Depois de tanto tempo com eles, haviam de saber quem Ele era, com toda a certeza. Pedro respondeu imediatamente: Tu és o Cristo.

O Senhor também tem o direito de pedir-nos uma clara confissão de fé – com palavras e com obras –, num mundo em que parecem moeda corrente a confusão, a ignorância e o erro. Mantemos com Jesus um laço estreito, que nasceu no dia em que fomos batizados. A partir desse instante, estabeleceu-se e foi crescendo entre nós e Cristo uma união íntima e profunda, porque recebemos então o seu Espírito e fomos elevados à dignidade de filhos de Deus.

Trata-se de uma comunhão de vida muito mais profunda do que qualquer outra que possa dar-se entre dois seres humanos. Assim como a mão unida ao corpo está cheia da torrente de vida que flui de todo o corpo, assim o cristão está impregnado da vida de Cristo2. Ele mesmo nos mostrou por meio de uma bela imagem a forma como lhe estamos unidos: Eu sou a videira; vós os ramos…3 E é tão forte a união a que podemos chegar com Ele, se lutamos por ser santos, que mais cedo ou mais tarde haveremos de poder dizer com o Apóstolo: Vivo, mas não sou eu; é Cristo que vive em mim4. Esta perspectiva de íntima fusão com Jesus Cristo deve encher-nos de alegria, porque, se somos parte viva do Corpo Místico de Cristo, participamos de tudo o que Cristo realiza.

Em cada Missa, Cristo oferece-se todo inteiro, juntamente com a Igreja, que é o seu Corpo Místico formado por todos os batizados. Sobre o altar, apresenta a Deus Pai os padecimentos redentores e meritórios que suportou na Cruz, bem como os dos seus irmãos. Pode haver maior intimidade, maior união com Ele? A Santa Missa, bem vivida, pode mudar toda a nossa existência.

E vós, quem dizeis que eu sou? No sacrifício eucarístico, robustece-se a nossa fé e ganhamos coragem para confessar abertamente que Jesus Cristo é o Messias, o Unigênito de Deus, que veio para a salvação de todos.

II. É UNICAMENTE pelas palavras do sacerdote no momento da Consagração que Cristo se torna presente sobre o altar, mas todos os fiéis participam dessa oblação que se oferece a Deus Pai para bem de toda a Igreja. Todos os presentes oferecem, pois, o sacrifício juntamente com o sacerdote, unindo-se às suas intenções de petição, de reparação, de adoração e de ação de graças; mais ainda, unem-se ao próprio Cristo, Sacerdote eterno, e a toda a Igreja5.

Em cada Missa a que assistimos, podemos oferecer a Deus todas as coisas criadas6 e todas as nossas obras: o trabalho, a dor, a vida familiar, a fadiga e o cansaço, as iniciativas apostólicas que queremos levar adiante nesse dia… O Ofertório é um momento muito adequado para apresentarmos ao Senhor as nossas oferendas pessoais, que se unem então ao sacrifício de Cristo. O que é que colocamos cada dia na patena do sacerdote? O que é que Jesus encontra ali? Levados por essa “alma sacerdotal” que nos move a identificar-nos mais com Cristo no meio da vida diária, não só oferecemos a Deus as realidades da nossa existência, mas nos oferecemos a nós mesmos no mais íntimo do nosso ser. Participamos, portanto, da Missa por um duplo título: não só como oferentes, mas também como oferendas.

Orai, irmãos, para que o nosso sacrifício seja aceito por Deus Pai todo-poderoso. Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para glória do seu nome, para nosso bem e de toda a santa Igreja7. Devemos encher de conteúdo e de oração pessoal esta e outras orações que se repetem diariamente na Missa. Vamos à Missa para fazermos nosso o Sacrifício único do Filho de Deus. Apropriamo-nos dele e apresentamo-nos diante da Santíssima Trindade revestidos dos incontáveis méritos de Jesus Cristo, aspirando com fé ao perdão, a uma maior graça na alma e à vida eterna; adoramos com a adoração de Cristo, satisfazemos com os méritos de Jesus, pedimos com a sua voz, sempre eficaz. Tudo o que é dEle se torna nosso. E tudo o que é nosso se torna dEle: oração, trabalho, alegrias, pensamentos e desejos, que então adquirem uma dimensão sobrenatural e eterna. “O humano entrelaça-se com o divino na nossa própria vida. Todos os nossos esforços – mesmo os mais insignificantes – adquirem um alcance eterno, porque se unem ao sacrifício de Jesus na Cruz”8.

A nossa participação na Missa culmina na Sagrada Comunhão, numa identificação jamais sonhada. Nos anos em que percorreram a Palestina com Jesus, antes da instituição da Sagrada Eucaristia, os Apóstolos nunca puderam experimentar uma intimidade com Ele tão grande como a que nós alcançamos depois de comungar.

Pensemos agora como é a nossa Missa, como são as nossas comunhões. Pensemos se, no mais íntimo do nosso ser, se torna realidade nesses momentos a exclamação cheia de fé de São Pedro: Tu és o Cristo.

III. A MISSA É “o centro e a raiz da vida espiritual do cristão”9. Assim como os raios de um círculo convergem todos para o seu centro, assim todas as nossas ações, palavras e pensamentos hão de centrar-se no Sacrifício do Altar.

Por isso ajuda-nos tanto a crescer em vida interior renovarmos o oferecimento das obras do nosso dia, unindo-as pela intenção à Missa do dia seguinte ou àquela que naquele momento estiver sendo celebrada no local mais próximo ou em qualquer parte do mundo. Dessa forma, o nosso dia, de um modo misterioso mas real, passa a fazer parte da Missa: é, de certa maneira, um prolongamento do Sacrifício eucarístico; a nossa vida e as nossas ocupações tornam-se como que a matéria do sacrifício, orientando-se para ele e oferecendo-se nele. A Santa Missa passa a catalizar e a ordenar a nossa jornada, com as suas alegrias e tristezas, e as nossas próprias fraquezas se purificam.

O trabalho será mais bem realizado se pensarmos que naquela manhã ou na tarde anterior o pusemos na patena do sacerdote, ou se nesse momento nos unirmos interiormente a uma Missa a que não tenhamos podido assistir fisicamente. Ao mesmo tempo, o próprio trabalho e todos os acontecimentos do dia serão uma excelente preparação para a Missa do dia seguinte, preparação que procuraremos intensificar à medida que se for aproximando o momento em que dela participaremos com a maior vibração possível. “Não vos acostumeis nunca a celebrar ou a assistir ao Santo Sacrifício: fazei-o, pelo contrário, com tanta devoção como se se tratasse da única Missa da vossa vida: sabendo que ali está sempre presente Cristo, Deus e Homem, Cabeça e Corpo, e, portanto, junto de Nosso Senhor, toda a sua Igreja”10.

Para conseguirmos os frutos que o Senhor nos quer dar em cada Missa, devemos além disso cuidar de participar plenamente dos ritos litúrgicos, mediante uma atitude interior consciente, piedosa e ativa11. Começaremos por assegurar a pontualidade, que é a primeira prova de delicadeza para com Deus e para com os demais fiéis; e cuidaremos do arranjo pessoal, do modo de estarmos sentados ou ajoelhados…, como quem está diante do seu maior Amigo, mas também diante do seu Deus e Senhor, com a reverência e o respeito devidos, que são sinal de fé e de amor.

E depois, seguiremos atentamente os ritos da ação litúrgica, fazendo próprias as aclamações, os cantos, os silêncios – oração calada… –, sem pressas, pontilhando de atos de fé e de amor toda a Missa – particularmente o momento da Consagração –, vivendo intensamente cada uma das suas partes (pedindo sinceramente perdão ao rezarmos o ato penitencial, escutando com espírito de oração as leituras…).

Se participarmos com essa piedade e com esse amor do Santo Sacrifício, sairemos à rua imensamente alegres e firmemente decididos a manifestar com obras a vibração da nossa fé: Tu és o Cristo.

E, muito perto de Jesus, encontraremos Santa Maria, que esteve presente ao pé da Cruz e nos comunicará os sentimentos e disposições que teve nesses momentos que se repetem sacramentalmente em cada Missa.

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