20 de Setembro de 2021

25a semana comum Segunda-feira

- por Pe. Alexandre

SEGUNDA FEIRA – SANTOS ANDRÉ, PAULO E COMPANHEIROS – MÁRTIRES

(vermelho, pref. comum ou dos mártires – ofício da memória)

 

Antífona da entrada 

 

– Alegremo-nos todos no Senhor. celebrando este dia festivo em honra dos santos mártires. Conosco alegram-se os anjos e glorificam o Filho de Deus

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, criador e salvador de todas as raças, por vossa bondade, chamastes à fé a muitos irmãos na região da Coréia e os fizestes crescer pelo testemunho glorioso dos mártires André, Paulo e seus companheiros. Concedei que, pelo exemplo e intercessão deles, possamos perseverar até a morte na observância de vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Es 1, 1-6

 

– Início do livro de Esdras: 1No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor pronunciada pela boca de Jeremias, o Senhor moveu o espírito de Ciro, rei da Pérsia, que mandou publicar em todo o seu reino, de viva voz e por escrito, a seguinte proclamação:
2“Assim fala Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus do Céu, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe construir um templo em Jerusalém, na terra de Judá. 3Quem, dentre vós todos, pertence a seu povo? Que o Senhor, seu Deus, esteja com ele, e que se ponha a caminho e suba a Jerusalém, e construa o templo do Senhor, Deus de Israel, o Deus que está em Jerusalém. 4E a todos os sobreviventes, onde quer que residam, as pessoas do lugar proporcionem prata, ouro, bens e animais, além de donativos espontâneos para o templo de Deus, que está em Jerusalém”. 5Então se levantaram os chefes de família de Judá e de Benjamim, os sacerdotes e os levitas, todos aqueles que se sentiram inspirados por Deus para ir edificar o templo do Senhor, que está em Jerusalém. 6E todos os seus vizinhos lhes trouxeram toda espécie de ajuda em prata, ouro, bens, animais e objetos preciosos, sem falar em todas as doações espontâneas.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 126,1-2ab.2cd-3.4-5.6 (R: 3a)

 

– Maravilhas fez conosco o Senhor!
R: Maravilhas fez conosco o Senhor!

– Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar; encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios de canções.

R: Maravilhas fez conosco o Senhor!

– Entre os gentios se dizia: “Maravilhas fez com eles o Senhor!” Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria.

R: Maravilhas fez conosco o Senhor!

– Mudai a nossa sorte, ó Senhor, como torrentes no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria.

R: Maravilhas fez conosco o Senhor!

– Chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes!

R: Maravilhas fez conosco o Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Vós sois a luz do mundo; brilhe a todos a vossa luz. Vendo eles vossas obras, deem glória ao Pai Celeste! (Mt 5,16).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 8,16-18

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 16“Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama; ao contrário, coloca-a no candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam a luz. 17Com efeito, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto. 18Portanto, prestai atenção à maneira como vós ouvis! Pois a quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; e àquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

Santo André Kim e companheiros mártires

- por Pe. Alexandre

Tornamos célebre, neste dia, o testemunho dos 103 mártires coreanos que foram canonizados pelo Papa João Paulo II, na sua visita a Seul em maio de 1984.

Tudo começou, no Século XVII, com o interesse pelo Cristianismo por parte de um grupo de letrados que ao lerem o livro do missionário Mateus Ricci com o título “O verdadeiro sentido de Deus”, tiveram a iniciativa de encarregar o filho do embaixador coreano na China na busca das riquezas de Jesus Cristo.

Yi Sung-Hun dirigiu-se ao Bispo de Pequim que o catequizou e batizou, entrando por aí a Boa Nova na Coréia, ou seja, por meio de um jovem e ousado leigo cristão que, com amigos, fundaram uma primeira comunidade cristã.

Com a eficácia do Espírito, começaram a evangelizar de aldeia em aldeia, a ponto de somarem, em dez anos, dez mil testemunhas da presença do Ressuscitado. Várias vezes solicitaram do Bispo de Pequim o envio de sacerdotes, a fim de organizarem a Igreja. Roma, porém, era de difícil acesso, e o Papa sofria com a prepotência de Napoleão. Resultado: somente a Igreja pôde socorrer aos cristãos coreanos trinta anos depois quando os cristãos coreanos tinham sido martirizados aos milhares, juntamente com os 103 mártires, dentre estes: André Kim, o primeiro padre coreano morto em 1845; dez clérigos e 92 leigos.

Alguns testemunhos ficaram gravados, e dentre tantos: “Dado que o Senhor do céu é o Pai de toda a humanidade e o Senhor de toda a criação, como podeis pedir-me para o trair? Se neste mundo aquele que trair o pai ou a mãe não é perdoado, com maior razão, não posso nunca, trair aquele que é o Pai de todos nós!” (Teresa Kwon).

Os primeiros mártires coreanos escreveram, com sangue, as primeiras páginas da história na Igreja da própria pátria. Na data da canonização, bicentenária do início da evangelização da Coréia, esta nação contava com 1.4000.000 católicos, 14 Dioceses, 1.200 sacerdotes, 3.500 religiosos e 4.500 catequistas, atestando mais uma vez a frase de Tertuliano: “O sangue dos mártires é sangue de novos cristãos!”

Santo André Kim e companheiros mártires, rogai por nós!

 

Meditação

- por Pe. Alexandre

Ceifarão com alegria… (Sl 126 [125])

 

A alegria é uma colheita. A seu tempo, é claro. Nos trabalhos do campo, não se começa pela colheita. Antes, trabalha-se a terra: retirar as pedras, arrancar os tocos de velhas árvores, arar, adubar, semear. Daí em diante, reina a esperança. Não dependem de nós o sol e a chuva, que podem vir ou não vir…

 

Durante todo esse tempo, ninguém riu. Era tempo de lágrimas e suor. A ilusão de nosso tempo, marcado por extrema ânsia hedonista, é a expectativa de colher o que não foi plantado. Claro, na próxima estação, fracasso e desilusão.

 

Santo Agostinho reflete: “Semeemos nesta vida, que é repleta de lágrimas. O que semearemos? Boas obras. As obras de misericórdia são nossas sementes. Destas sementes fala o Apóstolo: ‘Não desanimemos na prática do bem, pois, se não desfalecermos, a seu tempo colheremos. Por conseguinte, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos, mas sobretudo com os irmãos na fé’. (Gl 6,8-10)”

 

O homem urbano, longe da terra e das sementes, vai perdendo a percepção dos vínculos entre as lágrimas e o riso, ou melhor, entre o sacrifício da semeadura e o ofertório da colheita. Com isso, já não consegue celebrar, dar graças, ser agradecido. As crianças chegam a pensar que o frango já nasce na embalagem de plástico…

 

Prossegue o Bispo de Hipona: “Ao partirem, iam chorando, lançando suas sementes. Por que choravam? Por se acharem entre infelizes e eram infelizes. Seria melhor, irmãos, se não existissem infelizes do que precisardes praticar a misericórdia. […] No entanto, enquanto existam os que necessitam de misericórdia, não desanimemos nesta tribulação de espalhar sementes. Apesar de semearmos com lágrimas, colheremos com alegria”.

 

Penso de modo especial nos educadores, sejam eles os próprios pais, os professores, os evangelizadores. Sei que a realidade brasileira torna bem áspero o seu trabalho. No entanto, é deles que depende a colheita de amanhã. As lágrimas de seu esforço fecundarão o solo de nossa sociedade. E os frutos serão de alegria…

Que alegria é maior que participar da formatura dos filhos? Ver que os filhos educam os netos na fé que receberam dos pais? Perceber a competência que os alunos adquiriram através de seus estudos? Ouvir de um jovem evangelizado sua decisão de consagrar-se a Jesus Cristo?

 

São grandes alegrias. Alegrias sem preço. Mas custam lágrimas. E quem se recusa a chorar, jamais conhecerá a verdadeira alegria…

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