21 de Agosto de 2022

21a Semana do Tempo Comum- Domingo

- por Pe. Alexandre

DOMINGO – ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

(verde, glória, creio, pref. próprio – ofício da solenidade)

 

Antífona da entrada

 

– Grande sinal apareceu no céu: uma mulher que tem o sol por manto, a lua sob os pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça (Ap 12,1).

 

Oração do dia

 

– Deus eterno e todo-poderoso, que elevastes à glória do céu, em corpo e alma, a imaculada Virgem Maria, mãe de vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, afim de participarmos da sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ap 11,19a; 12,1.3-6.10

 

– Leitura do livro do Apocalipse de são João: 19aAbriu-se o Templo de Deus que está no céu e apareceu no Templo a Arca da Aliança. 12,1Então apareceu no céu um grande sinal: uma Mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. 3Então apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão, cor de fogo. Tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete coroas. 4Com a cauda, varria a terça parte das estrelas do céu, atirando-as sobre a terra. O Dragão parou diante da Mulher, que estava para dar à luz, pronto para devorar o seu Filho, logo que nascesse. 5E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o Filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. 6aA mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar.  10abOuvi então uma voz forte no céu, proclamando: “Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus, e o poder do seu Cristo”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 45,10bc.11.12ab.16 (R: 10b)

 

– À vossa direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir.
R: À vossa direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir.

– As filhas de reis vêm ao vosso encontro, e à vossa direita se encontra a rainha com veste esplendente de ouro de Ofir.

R: À vossa direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir.

– Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: “Esquecei vosso povo e a casa paterna! Que o Rei se encante com vossa beleza! Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor!

R: À vossa direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir.

– Entre cantos de festa e com grande alegria, ingressam, então, no palácio real”.

R: À vossa direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir.

2ª Leitura: 1Cor 15,20-27a

 

– Leitura da primeira carta de são Paulo apóstolo aos Coríntios: Irmãos: 20Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. 21Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. 22Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão. 23Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: Em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. 24A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. 25Pois é preciso que ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés. 26O último inimigo a ser destruído é a morte. 27aCom efeito, “Deus pôs tudo debaixo de seus pés”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Maria é elevada ao céu, alegrem-se os coros dos anjos.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 1,39-56

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naqueles dias, 39Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.  46Então Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam. 51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

São Pio X

- por Pe. Alexandre

Celebramos, hoje, um Papa que mereceu ser reconhecido por santo, embora, na humildade típica das almas abençoadas, José Sarto respondia àqueles que o chamavam de santo: “Não santo, mas Sarto”.

Nascido em 1835, ao norte da Itália e de família muito simples e religiosa, o pequeno José, com muito esforço e sacrifício, conseguiu – com o apoio dos pais – estudar e entrar para o Seminário. Com sua permanente autodefinição: “um pobre vigário da roça”, José Sarto percorreu com simplicidade o caminho que o Espírito Santo traçou da responsabilidade de vigário de uma pequena aldeia até o Papado.

Tomou o nome de Pio X em 1903. Chamava a atenção pela modéstia e pobreza que o possibilitava à vivência da sua ideia-força: “Restaurar todas as coisas em Cristo”. São Pio X foi Papa de 1903 a 1914. Ocupado com a pastoral, São Pio X realizou reformas na liturgia, favoreceu a comunhão diária e a comunhão das crianças, sendo que, no campo doutrinal, rebateu por amor à Verdade o relativismo moderno.

Sorridente, pai e pastor, São Pio X entrou no Céu com 79 anos, deixando para a Igreja o seu testemunho de pobreza, pois, conta-se o fato, tomou dinheiro emprestado para comprar as passagens de ida e volta rumo ao Conclave que o teria escolhido Papa, pois não acreditava num erro do Espírito Santo. Em 1954, foi canonizado pelo papa Pio XII.

São Pio X, rogai por nós!

Meditaçao

- por Pe. Alexandre

Mãe do meu Senhor… (Lc 1,39-56)

 

Nesta solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria aos céus, elevada e assumida por Deus em corpo e alma, a Santa Igreja atualiza antiga tradição que remonta ao Século VI, quando a liturgia bizantina já celebrava a festa da “Dormição da Mãe de Deus” [em grego, “koimésis tes Theotókou”].

 

Diferentemente da visão artística ocidental, os ícones litúrgicos do Oriente mostram os apóstolos reunidos em torno do ataúde de Maria, enquanto, em segundo plano, Jesus Cristo abraça a alma da Virgem Mãe, sob a forma de uma criança de colo. No alto, em um medalhão, cercada de anjos, Maria, viva, sobe aos céus.

 

Desde o Concílio de Éfeso [431 d.C.], ao condenar a heresia de Nestório, a Igreja reconheceu a Virgem Maria como “Mãe de Deus” – “não porque o Verbo de Deus tirou dela sua natureza divina, mas porque é dela que ele tem o corpo sagrado dotado de uma alma racional, unido ao qual, na sua pessoa, se diz que o Verbo nasceu segundo a carne”. Aliás, a Igreja sempre ensinou que toda a grandeza da Virgem Maria deriva de sua missão única, ao ser escolhida por Deus para gerar na carne o Salvador.

 

Como Evangelho para a liturgia da solenidade de hoje, a Igreja escolheu o episódio da Visitação a Isabel. Esta, cheia do Espírito Santo, ao receber a visita de Maria, pergunta: “De onde me vem esta honra de vir a mim a Mãe do meu Senhor?” Ora, o Senhor de Isabel, filha do povo de Israel, era Adonai, o único Deus. Assim, quando a Igreja invoca a Maria com o título de Mãe de Deus, reconhece o seu papel insuperável na encarnação da Segunda Pessoa da Trindade, por obra do Espírito Santo.

 

De fato, a Bem-aventurada Virgem Maria é a ponte (S. Bernardo de Claraval usava o termo “aqueduto”) pela qual Deus se uniu à humanidade. Jesus Cristo, ao mesmo tempo Deus verdadeiro e Homem verdadeiro, unindo duas naturezas – humana e divina – em sua única Pessoa, realiza em si mesmo a antiga promessa de uma Aliança definitiva entre Deus e os homens. A partir de sua encarnação, a família humana entrou em consórcio com a Família divina. Assim, o Pai do Filho é nosso Pai. O Filho é nosso irmão. O Espírito do Pai e do Filho habita em nós.

 

E Maria é a Mulher especial, preparada por Deus para sua insigne missão. Como espelho e modelo da Igreja, a Mãe de Deus nos ensina e nos anima a ser ponte entre Deus e a humanidade, gerando Cristo para o mundo de hoje e estendendo pontes entre o Senhor e todos os povos e nações. Depois de tudo isso, a Virgem Mãe tem plena razão ao exclamar: “O Senhor fez em mim maravilhas!”

 

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