21 de Maio de 2021

7a Semana da Páscoa - Sexta -feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA DA VII SEMANA DA PÁSCOA
(branco, pref. da Ascensão – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

– Cristo nos amou e nos lavou dos pecados com seu sangue, e fez de nós um reino e sacerdotes para Deus, seu Pai, aleluia! (Ap 1,5)

 

Oração do dia

– Ó Deus, pela glorificação de Cristo e pela iluminação do Espírito Santo, abristes para nós as portas da vida eterna. Fazei que, participando de tão grandes bens, nos tornemos mais dedicados a vosso serviço e cresçamos constantemente na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: At 25, 13-21

– Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 13 o rei Agripa e Berenice chegaram a Cesaréia e foram cumprimentar Festo. 14Como ficassem alguns dias aí, Festo expôs ao rei o caso de Paulo, dizendo: “Está aqui um homem que Félix deixou como prisioneiro. 15Quando eu estive em Jerusalém, os sumos sacerdotes e os anciãos dos judeus apresentaram acusações contra ele e pediram-me que o condenasse. 16Mas eu lhes respondi que os romanos não costumam entregar um homem antes que o acusado tenha sido confrontado com os acusadores e possa defender-se da acusação. 17Eles vieram para cá e, no dia seguinte, sem demora, sentei-me no tribunal e mandei trazer o homem. 18Seus acusadores comparece-ram diante dele, mas não trouxeram nenhuma acusação de crimes de que eu pudesse suspeitar. 19Tinham somente certas questões sobre a sua própria religião e a respeito de um certo Jesus que já morreu, mas que Paulo afirma estar vivo. 20Eu não sabia o que fazer para averiguar o assunto. Perguntei então a Paulo se ele preferia ir a Jerusalém, para ser julgado lá. 21Mas Paulo fez uma apelação para que a sua causa fosse reservada ao juízo do Augusto Imperador. Então ordenei que ficasse preso até que eu pudesse enviá-lo a César.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 103, 1-2.11-12.19-20ab (R: 19a)

 

– O Senhor pôs o seu trono lá nos céus.
R: O Senhor pôs o seu trono lá nos céus.

 

– Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores!

R: O Senhor pôs o seu trono lá nos céus.

 

– Quanto os céus por sobre a terra se elevam, tanto é grande o seu amor aos que o temem; quanto dista o nascente do poente, tanto afasta para longe nossos crimes.

R: O Senhor pôs o seu trono lá nos céus.

 

– O Senhor pôs o seu trono lá nos céus, e abrange o mundo inteiro seu reinado. Bendizei ao Senhor Deus, seus anjos todos, valorosos que cumpris as suas ordens.

R: O Senhor pôs o seu trono lá nos céus.

 

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– O Espírito Santo, o paráclito, haverá de lembrar-vos de tudo o que tenho falado (Jo 14,26).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 21, 15-19

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

– Glória a vós, Senhor!

 

– Jesus manifestou-se a seus discípulos e, 15depois de comerem, perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 16Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 17Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me? e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas. 18Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. 19Por estas palavras, ele indicava o gênero de morte com que havia de glorificar a Deus. E depois de assim ter falado, acrescentou: Segue-me!

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

Santo André Bóbola

- por Pe. Alexandre

Santo do século XVII, ele nasceu na Polônia e ficou conhecido como “caçador de almas”. Santo André Bóbola pertenceu à Companhia de Jesus como sacerdote jesuíta dedicado aos jovens e ao anúncio da Palavra de Deus num tempo dos cismas, quando a fé católica não era obedecida. Viveu também dentro de um contexto em que, politicamente, existia um choque entre a Polônia e a Rússia.

Certa vez, com a invasão dos soldados cossacos, ou seja, russos na Polônia, os cismáticos aproveitaram a ocasião para entregar o santo. Ele, que tinha sido instrumento para muito se voltarem ao Senhor, foi preso injustamente e sofreu na mão dos acusadores. Foi violentado, mas não renunciou a sua fé. Renunciou a própria vida, mas não a vida em Deus. No ano de 1657, morreu mártir. Hoje, o “caçador de almas” intercede por nós.

Santo André Bóbola, rogai por nós.

Meditação

- por Pe. Alexandre

Tu sabes que te amo… (Jo 21,1-19)

 

Este Evangelho é uma das passagens habitualmente petrificadas por nossa incapacidade de traduzir… A maioria dos tradutores ignora o essencial da mensagem. Por três vezes, Jesus pergunta a Pedro qual era a qualidade do amor que alimentava pelo Mestre e Senhor. A insistência de Jesus acaba por levar o velho pescador até o pranto. Mas o essencial da passagem permanece na sombra…

O idioma grego tem diferentes verbos para dizer “amar”, designando diferentes “amores”: eros (amor carnal, mais instintivo), stergethron (amor parental), philia (amor de amizade, ternura) e agápe (amor de adoração, de caridade). Ora, nas duas primeiras vezes, ao perguntar se Pedro o amava, Jesus usa (no texto grego original) o verbo agapáo (αγαπάω), mas Pedro responde com o verbo philéo (φιλέω). Era como se Jesus perguntasse: “Tu me amas de amor?” E Pedro respondesse: “Eu te amo de amizade” …

Ao traduzir para o latim, na Vulgata, São Jerônimo foi absolutamente fiel ao texto original, tanto que usou verbos diferentes na pergunta (diliges me? – com o verbo “dilígere”, amor diligente, exigente) e na resposta (amo te – com o verbo “amare”, que não tem aquela conotação de superação no amor).

Comenta o Pe. Spicq, OP: “A distinção dos dois verbos foi notada desde Orígenes, que observa que o agápe evoca algo mais divino e, por assim dizer, um amor espiritual, ao passo que phílein [o verbo amar de amizade] é carnal e mais humano.” Para o mesmo autor, traduzir os dois verbos com igualdade não corresponde à importância da cena.

Mas o mais importante está por vir: na terceira vez, ao insistir na pergunta, Jesus mudou o verbo. Deixou de lado o verbo mais exigente e usou exatamente o verbo que Pedro empregara antes em suas respostas, como se baixasse o nível da exigência para a atual capacidade do velho pescador… Por isso ele chora… Deus sabe muito bem de nossas fraquezas e incapacidades. Nunca nos pedirá algo além de nossas forças. O Senhor aceita o pouco que lhe podemos dar no momento…

Entretanto, se os cristãos de Roma, anos mais tarde, contemplarem o mesmo Simão Pedro crucificado numa cruz, exatamente como seu Mestre se entregara no Calvário, terão compreendido que, enfim, o velho pescador crescera no amor. E poderia, agora, responder: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo de amor!”

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