21 de Novembro de 2020
33a semana do tempo comum Sábado
- por Pe. Alexandre
SABADO – APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA
(branco, pref. de Maria – ofício da memória)
Antífona da entrada
– O Senhor Deus vos abençoou, Virgem Maria, mais que a todas as mulheres. Ele exaltou o vosso nome: que todos os povos cantem vosso louvor (Jt ,23.25).
Oração do dia
– Ao celebrarmos, ó Deus, a gloriosa memória da Santa Virgem Maria, concedei-nos, por sua intercessão, participar da plenitude da vossa graça. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura: Zc 2,14-17
– Leitura da profecia de Zacarias: 14“Rejubila, alegra-te, cidade de Sião, eis que venho para habitar no meio de ti, diz o Senhor. 15Muitas nações se aproximarão do Senhor, naquele dia, e serão o seu povo. Habitarei no meio de ti, e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a ti. 16O Senhor entrará em posse de Judá, como sua porção na terra santa, e escolherá de novo Jerusalém. 17Emudeça todo mortal diante do Senhor, ele acaba de levantar-se de sua santa habitação”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl Lc 1, 46-47.48-49.50-51.52-53.54-55 (R: Lc 1,49)
– O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome.
R: O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome.
– A minha alma engrandece o Senhor, e se alegrou o meu espírito em Deus, meu salvador.
O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome.
– Pois ele viu a pequenez de sua serva, desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita. O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome!
O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome.
– Seu amor, de geração em geração, chega a todos os que o respeitam. Demonstrou o poder de seu braço, dispersou os orgulhos.
O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome.
– Derrubou os poderosos de seus tronos e os humildes exaltou. De bens saciou os famintos e despediu, sem nada, os ricos.
O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome.
– Acolheu Israel, seu servidor, fiel ao seu amor, como havia prometido aos nossos pais em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre.
O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Feliz quem ouve e observa a palavra de Deus! (Lc 11,28)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 12,46-50
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 46enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”. 48Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Apresentação de Nossa Senhora no Templo
- por Pe. Alexandre
A memória que a Igreja celebra hoje não encontra fundamentos explícitos nos Evangelhos Canônicos, mas algumas pistas no chamado proto-evangelho de Tiago, livro de Tiago, ou ainda, História do nascimento de Maria. A validade do acontecimento que lembramos possui real alicerce na Tradição que a liga à Dedicação da Igreja de Santa Maria Nova, construída em 543, perto do templo de Jerusalém.
Os manuscritos não canônicos, contam que Joaquim e Ana, por muito tempo não tinham filhos, até que nasceu Maria, cuja infância se dedicou totalmente, e livremente a Deus, impelida pelo Espírito Santo desde sua concepção imaculada. Tanto no Oriente, quanto no Ocidente observamos esta celebração mariana nascendo do meio do povo e com muita sabedoria sendo acolhida pela Liturgia Católica, por isso esta festa aparece no Missal Romano a partir de 1505, onde busca exaltar a Jesus através daquela muito bem soube isto fazer com a vida, como partilha Santo Agostinho, em um dos seus Sermões:
“Acaso não fez a vontade do Pai a Virgem Maria, que creu pela fé, pela fé concebeu, foi escolhida dentre os homens para que dela nos nascesse a salvação; criada por Cristo antes que Cristo nela fosse criado? Fez Maria totalmente a vontade do Pai e por isto mais valeu para ela ser discípula de Cristo do que mãe de Cristo; maior felicidade gozou em ser discípula do que mãe de Cristo. E assim Maria era feliz porque já antes de dar à luz o Mestre, trazia-o na mente”.
A Beata Maria do Divino Coração dedicava devoção especial à festa da Apresentação de Nossa Senhora, de modo que quis que os atos mais importantes da sua vida se realizassem neste dia.
Foi no dia 21 de novembro de 1964 que o Papa Paulo VI, na clausura da 3ª Sessão do Concílio Vaticano II, consagrou o mundo ao Coração de Maria e declarou Nossa Senhora Mãe da Igreja.
Nossa Senhora da Apresentação, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
42. APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA
Memória
– O sentido da festa. A entrega de Maria.
– A nossa entrega. Correspondência à graça.
– Imitar Nossa Senhora. Renovar a entrega.
Neste dia, recorda-se a consagração da igreja de Santa Maria Menina, construída perto do Templo de Jerusalém para comemorar a dedicação que a Virgem – conforme uma piedosa tradição – fez de si própria ao Senhor, desde a sua primeira juventude, movida pelo Espírito Santo, de cujas graças estava repleta desde a sua Conceição Imaculada. A festa foi introduzida no Ocidente no século XIV.
I. NADA SABEMOS DA VIDA de Nossa Senhora até o momento em que o Arcanjo lhe apareceu para anunciar-lhe que tinha sido escolhida para ser a Mãe de Deus. Cheia de graça desde o primeiro momento da sua concepção, Maria teve uma existência completamente singular – Deus guardou-a em cada instante com um amor único e irrepetível – e ao mesmo tempo foi uma criança normal, que encheu de alegria todos os que conviveram com ela.
São Lucas, tão diligente em examinar todas as fontes que pudessem trazer-lhe notícias e dados, omite qualquer referência à meninice da Virgem. Muito provavelmente, Nossa Senhora nada lhe disse dos seus primeiros anos porque pouco tinha a contar: tudo se passou na intimidade da sua alma, num diálogo contínuo com seu Pai-Deus, que esperava, sem pressas, o momento inefável e único da Encarnação. “Mãe! Por que nos ocultaste os anos da tua primeira juventude? Virão depois os evangelhos apócrifos e inventarão mentiras; mentiras piedosas, sim, mas, ao fim e ao cabo, imagens falsas do teu verdadeiro ser. E dir-nos-ão que vivias no Templo, que os anjos te traziam de comer e falavam contigo… Sempre milagres, milagres… E assim te afastam de nós”1, quando estás tão perto da nossa vida cotidiana!
A festa que celebramos hoje não tem a sua origem no Evangelho, mas numa antiga tradição. A Igreja não quis aceitar as narrações apócrifas segundo as quais Nossa Senhora teria passado a viver no Templo desde os três anos de idade, consagrada a Deus por um voto de virgindade. Mas aceita o núcleo essencial da festa2, a dedicação que a Virgem fez de si própria, já desde a infância, movida pelo Espírito Santo, cuja graça a inundava desde o primeiro instante da sua concepção. Do que não há dúvida é de que foi absolutamente real a plena entrega de Maria a Deus, conforme foi crescendo.
Hoje é, pois, a festa da total entrega da Virgem a Deus e da sua plena dedicação aos planos divinos. Por essa plena entrega, que inclui a dedicação virginal, Nossa Senhora pôde dizer ao Anjo: Não conheço varão3. Essas palavras descobrem delicadamente uma história de entrega que teve lugar na sua alma. Maria é já o primeiro fruto do Novo Testamento, em que a excelência da virgindade sobre o casamento alcançará todo o seu sentido, sem com isso diminuir o valor santificante da união conjugal, que o próprio Cristo elevará à dignidade de sacramento4.
Hoje pedimos à nossa Mãe que nos ajude a tornar realidade essa entrega do nosso coração, segundo a peculiar vocação que cada um tenha recebido. “Tens de entrar em colóquio com Santa Maria e confiar-lhe: – Ó Senhora, para viver o ideal que Deus meteu no meu coração, preciso voar… muito alto, muito alto!
“Não basta que te desprendas, com a ajuda divina, das coisas deste mundo, sabendo que são terra. Mais ainda: mesmo que coloques o universo inteiro num montão debaixo dos teus pés, para estares mais perto do Céu…, isso não basta!
“Precisas voar, sem te apoiares em nada daqui de baixo, pendente da voz e do sopro do Espírito. – Mas, dizes-me, as minhas asas estão manchadas!: de barro de anos, sujo, pegajoso…
“E insisti contigo: recorre à Virgem. – Senhora – repete-lhe –, mal consigo levantar vôo!, a terra atrai-me como um imã maldito! – Senhora, Tu podes fazer que a minha alma se lance em vôo definitivo e glorioso, que tem o seu termo no Coração de Deus.
“Confia, que Ela te escuta”5.
II. A VIRGEM MARIA foi a criatura que teve maior intimidade com Deus, a que dEle recebeu o maior amor; foi a cheia de graça6. Nunca negou nada a Deus, e a sua correspondência à graça e às moções do Espírito Santo foi sempre plena. Devemos aprender dEla a dar-nos por inteiro ao Senhor, com uma plenitude de correspondência generosa, no estado e na vocação que Deus nos deu, no meio dos afazeres cotidianos no mundo. Ela é o exemplo que temos de imitar. “Tal foi Maria – ensina a este respeito Santo Ambrósio –, que a sua vida, por si mesma, é para todos um ensinamento”. E conclui: “Tende, pois, diante dos olhos, pintadas como uma imagem, a virgindade e a vida da Bem-aventurada Virgem, na qual se reflete como num espelho o brilho da pureza e a própria força da virtude”7.
A nossa Mãe Santa Maria correspondia e crescia em santidade e graça. Tendo sido cumulada dos dons divinos desde o primeiro instante, foi alcançando uma nova plenitude na medida em que era fidelíssima às moções que o Espírito Santo lhe concedia. Só em Nosso Senhor não existiu aumento ou progresso da graça e da caridade, porque Ele tinha a plenitude absoluta no momento da Encarnação8; como ensina o II Concílio de Constantinopla, seria falsa e herética a afirmação de que Jesus Cristo se tornou melhor pelo progresso das boas obras9. Maria, porém, foi crescendo em santidade no decorrer da sua vida terrena. Mais ainda: existiu na sua vida um progresso espiritual sempre crescente, que foi aumentando na medida em que se aproximavam os grandes acontecimentos da sua vida aqui na terra: a Encarnação do seu Filho, a Corredenção no Calvário…, a Assunção aos Céus.
Acontece o mesmo na alma dos santos: quanto mais perto vão estando de Deus, mais fiéis são às graças recebidas e mais rapidamente caminham para Ele. “É o movimento uniformemente acelerado, símbolo do progresso espiritual da caridade numa alma que em nada se atrasa, e que caminha para Deus tanto mais depressa quanto mais se aproxima dEle, quanto mais é atraída por Ele”10. Assim deve ser a nossa vida, pois o Senhor nos chama à santidade no lugar onde nos encontramos. E serão precisamente as alegrias e as penas da vida as que nos servirão para irmos cada vez mais depressa para Deus, correspondendo às graças que recebemos. As dificuldades habituais do trabalho, o convívio com as pessoas, as notícias que recebemos…, devem ser motivo para amarmos cada dia mais o Senhor.
A Virgem convida-nos hoje a não deixarmos escondido no fundo do coração nada que não seja plenamente de Deus: “Senhor, tira a soberba da minha vida; destrói o meu amor próprio, este desejo de me afirmar e me impor aos outros; faz com que o fundamento da minha personalidade seja a identificação contigo”11, que cada dia esteja um pouco mais perto de Ti. Dá-me essa pressa dos santos em crescer no teu Amor.
III. NOSSA SENHORA dedicou-se plenamente a Deus movida pelo Espírito Santo, e talvez o tenha feito nessa idade em que as crianças alcançam o uso da razão, que nEla, cheia de graça, deve ter sido de uma particular luminosidade; ou talvez o tivesse feito desde sempre…, sem que houvesse nenhum ato formal. “A Virgem Maria menina sabia de sobra – afirma Santo Afonso Maria de Ligório – que Deus não aceita corações divididos, antes os quer completamente consagrados ao seu amor, em conformidade com o preceito divino: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e com toda a tua alma, e com todas as tuas forças (cfr. Deut 6, 5), e por isso, desde o momento em que começou a viver, amou a Deus com todas as suas forças e entregou-se completamente a Ele”12. Maria sempre pertenceu a Deus; e cada vez mais conscientemente, com um amor que alcançava em todas as ocasiões e circunstâncias uma nova plenitude.
Hoje, pode ser uma boa oportunidade – todos os dias o são – para que, meditando nesta festa de Maria, na qual se põe de manifesto a sua completa dedicação ao Senhor, renovemos a nossa entrega a Deus no meio dos afazeres cotidianos, no lugar em que o Senhor nos colocou. Mas devemos ter em conta que todo o avanço na nossa união com Deus deve passar necessariamente por um trato mais freqüente com o Espírito Santo, Hóspede da nossa alma, a quem Nossa Senhora foi tão dócil ao longo da sua vida. Para pedirmos essa graça, pode ser-nos útil a oração que o Bem-aventurado Josemaría Escrivá compôs para a sua devoção pessoal:
“Vem, ó Santo Espírito!: ilumina o meu entendimento para conhecer os teus mandatos; fortalece o meu coração contra as insídias do inimigo; inflama a minha vontade… Ouvi a tua voz e não quero endurecer-me e resistir, dizendo: depois…, amanhã. Nunc coepi! Agora!, não aconteça que o amanhã me falte.
“Ó Espírito de verdade e de sabedoria, Espírito de entendimento e de conselho, Espírito de alegria e de paz!: quero o que queres, quero porque o queres, quero como o queres, quero quando o quiseres…”13
Peçamos também a Nossa Senhora que haja muitas pessoas que, dóceis ao Espírito Santo, se entreguem inteiramente a Deus, como Ela, desde a sua primeira juventude.
Utilizamos seus dados para analisar e personalizar nossos conteúdos e anúncios durante a sua navegação em nossa plataforma e em serviços de terceiros parceiros. Ao navegar pelo nosso site, você nos autoriza a coletar tais informações e utilizá-las para estas finalidades. Em caso de dúvidas, acesse nossa Política de Privacidade.