21 de setembro de 2022

25a Semana do Tempo Comum- Quarta-feira

- por Pe. Alexandre

QUARTA FEIRA – SÃO MATEUS APÓSTOSTOLO E EVANGELISTA

(vermelho, glória, pref. dos apóstolos – ofício da festa)

 

Antífona da entrada

 

– Ide e de todas as nações fazei discípulos, diz o Senhor, batizando-os e ensinando-os a observar todos os mandamentos que vos dei (Mt 28,19)

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que na vossa inesgotável misericórdia escolhestes o publicano Mateus para torná-lo Apóstolo, dai-nos, por sua oração e exemplo, a graça de vos seguir e permanecer sempre convosco. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ef 4,1-7.11-13

 

– Leitura da carta de são Paulo aos Efésios: Irmãos, 1eu, prisioneiro no Senhor, vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes: 2com toda a humildade e mansidão, suportai-vos uns aos outros com paciência, no amor. 3Aplicai-vos a guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz. 4Há um só Corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados. 5Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, 6um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos. 7Cada um de nós recebeu a graça na medida em que Cristo lha deu. 11E foi ele quem instituiu alguns como apóstolos, outros como profetas, outros ainda como evangelistas, outros, enfim, como pastores e mestres. 12Assim, ele capacitou os santos para o ministério, para edificar o corpo de Cristo, 13até que cheguemos todos juntos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao estado do homem perfeito e à estatura de Cristo em sua plenitude.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 19A,2-3.4-5 (R: 5a)

 

– Seu som ressoa e se espalha em toda a terra!
R: Seu som ressoa e se espalha em toda a terra!

– Os céus proclamam a glória do Senhor, e o firmamento, a obra de suas mãos; o dia ao dia transmite esta mensagem, a noite à noite publica esta notícia.

R: Seu som ressoa e se espalha em toda a terra!

– Não são discursos nem frases ou palavras, nem são vozes que possam ser ouvidas; seu som ressoa e se espalha em toda a terra, chega aos confins do universo a sua voz.

R: Seu som ressoa e se espalha em toda a terra!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos, vos louva, ó Senhor, o coro dos apóstolos.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 9,9-13

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 9Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus.
10Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. 11Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?” 12Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. 13Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

São Mateus, apóstolo e evangelista

- por Pe. Alexandre

“Depois disso, Jesus saiu e viu um publicano, sentado na coletoria de impostos. Disse-lhe: ‘Segue-me’. Deixando tudo, levantou-se e seguiu-o” (Lc 5,27).

A Igreja celebra hoje, de forma especial, a vida de São Mateus apóstolo e evangelista, cujo nome antes da conversão era Levi. Morava e trabalhava como coletor de impostos em Cafarnaum, na Palestina. Quando ouviu a Palavra de Jesus: “Segue-me” deixou tudo imediatamente, pondo de lado a vida ligada ao dinheiro e ao poder para um serviço de perfeita pobreza: a proclamação da mensagem cristã!

Mateus era um rico coletor de impostos e respondeu ao chamado do Mestre com entusiasmo. Encontramos no Evangelho de São Lucas a pessoa de Mateus que prepara e convida o Mestre para a grande festa de despedida em sua casa. Assim, uma numerosa multidão de publicanos e outros tantos condenados aos olhos do povo sentaram-se à mesa com ele e com Aquele que veio, não para os sãos, mas sim para os doentes; não para os justos, mas para os pecadores. Chamando-os à conversão e à vida nova.

Por isso, tocado pela misericórdia d’Aquele a quem olhou e amou, no silêncio e com discrição, livrou-se do dinheiro fazendo o bem.

Autor do primeiro Evangelho, escrito não em grego, mas, quase que certamente, em aramaico. Os destinatários do Evangelho de Mateus são os cristãos de origem judaica: no texto ele coloca em realce o fato de que Jesus é o Messias, que cumpre as promessas do Antigo Testamento.

É no Evangelho de Mateus que contemplamos mais amplamente trechos referentes ao uso do dinheiro, tais como: “Não ajunteis para vós, tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os destroem.” e ainda: “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.”

Com Judas, porém, ficou o encargo de “caixa” da pequena comunidade apostólica que Jesus formava com os seus. Mateus deixa todo seu dinheiro para seguir Jesus; Judas, ao contrário, trai Jesus por trinta moedas!

Esse apóstolo a quem festejamos hoje com toda a Igreja, cujo significado do nome é “Dom de Deus”, ficou conhecido no Cristianismo nem tanto pela sua obra missionária no Oriente, mas sim pelo Evangelho que, guiado pelo carisma extraordinário da inspiração, pôde escrever, entre 80-90 na Síria e Palestina, grande parte da vida e ensinamentos de Jesus. Celebramos também seu martírio que acabou fechando com a palma da vitória o testemunho deste apóstolo, santo e evangelista.

Uma tradição antiga recorda que Mateus sofreu o martírio, apedrejado, queimado e decapitado na Etiópia, de onde as relíquias do santo teriam sido transportadas, primeiro para Paestum, no Golfo de Salerno; e, no século X, para Salerno, onde até hoje são honradas.

São Mateus, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Vieram pôr-se à mesa com Jesus… (Mt 9,9-13)

Quando participamos da Eucaristia, nós fazemos parte da mesa de Jesus. E isto é uma honra para todos nós. Quando os publicanos e pecadores se sentaram à mesa com Jesus, sua presença foi considerada uma desonra para o Mestre de Nazaré. É que sentar-se à mesa com alguém significa situar-se no mesmo nível que ele. Entrar em comunhão com ele. Dize-me com quem comes, e te direi quem és…

Ora, os publicanos eram judeus que, sob a ocupação romana na Palestina, prestavam-se ao servicinho sujo de cobrar os impostos que seriam repassados aos dominadores. Não é preciso muita imaginação para adivinhar os apelativos com os quais eram tratados por seus compatriotas. Além do mais, pelo fato de estarem em permanente contato com os “cães” romanos, os publicanos eram considerados ritualmente “impuros”, isto é: anátemas, intocáveis…

Pior ainda: No Evangelho de hoje, está registrado que Jesus chegou ao extremo de convidar um deles – Levi-Mateus – para integrar o seleto grupo dos Doze. Mal ouviu aquele imperativo convite – Segue-me! -, o publicano abandonou seu telônio e seguiu o Mestre. E achando que a ocasião merecia uma comemoração, organizou um banquete em sua casa, com a presença de seus colegas de profissão;

Os judeus mais “religiosos” – aqueles fariseus que se julgavam superiores, traziam fragmentos da Lei em suas filactérias e rezavam de pé nos portais do Templo (onde poderiam ser vistos em sua piedade por todos os passantes) – aproveitaram a ocasião para condenar em alta voz o comportamento nada canônico do Galileu.

 

Novidade? Creio que não. Ainda hoje, entre cristãos, os cidadãos mais honestos sentem grande dificuldade em entrar em diálogo e se aproximar dos decaídos do sistema, como os presidiários, os mendigos, os drogados e aqueles que exercem outras atividades menos nobres… Também nós corremos o risco de considerar que somos melhores que os demais, ignorando que qualquer coisa boa em nossa vida é, no fundo, pura graça de um Deus bondoso.

Por isso mesmo, foi imediata a resposta de Jesus: quem precisa de médico são os doentes. Quem precisa de salvação são os pecadores.

Talvez seja útil lembrar a frase de um santo: “Se eu pequei, Deus me perdoou. Se eu não pequei, Deus me sustentou.”

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