22 de Dezembro de 2020
4a semana do Advento - Ano B. Terça-feira
- por Pe. Alexandre
TERÇA FEIRA DA IV SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento II – ofício do dia)
Antífona da entrada
– Ó portas, levantai vossos frondões! Levantai-vos, portas eternas: que ele entre, o rei da glória (Sl 23,7).
Oração do dia
– Deus de misericórdia, vendo o ser humano entregue à morte, quisestes salvá-lo pela vinda do vosso Filho; fazei que, ao proclamar humildemente o mistério da encarnação, entremos em comunhão com o Redentor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: 1 Sm 1,24-28
– Leitura do primeiro livro de Samuel – Naqueles dias, 24Ana, logo que o desmamou, levou consigo Samuel à casa do Senhor em Silo, e mais um novilho de três anos, três arrobas de farinha e um odre de vinho. O menino, porém, era ainda uma criança. 25Depois de sacrificarem o novilho, apresentaram o menino a Eli. 26E Ana disse-lhe: ‘Ouve, meu senhor, por tua vida, eu sou a mulher que esteve aqui orando ao Senhor, na tua presença. 27Eis o menino por quem eu pedi, e o Senhor ouviu a minha súplica. 28Portanto, eu também o ofereço ao Senhor, a fim de que só a ele sirva em todos os dias da sua vida’. E adoraram o Senhor.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: (Sl) 1Sm 2,1.4-5.6-7.8abcd (R: 1a)
– Meu coração exultou no meu Senhor, Salvador.
R: Meu coração exultou no meu Senhor, Salvador.
– Exulta no Senhor meu coração, e se eleva a minha fronte no meu Deus; Minha boca desafia os meus rivais porque me alegro com a vossa salvação!
R: Meu coração exultou no meu Senhor, Salvador.
– O arco dos fortes foi dobrado, foi quebrado, mas os fracos se vestiram de vigor. Os saciados se empregaram por um pão, mas os pobres e os famintos se fartaram. Muitas vezes deu à luz a que era estéril, mas a mãe de muitos filhos definhou.
R: Meu coração exultou no meu Senhor, Salvador.
– É o Senhor quem dá a morte e dá a vida, faz descer à sepultura e faz voltar; é o Senhor quem faz o pobre e faz o rico, é o Senhor quem nos humilha e nos exalta.
R: Meu coração exultou no meu Senhor, Salvador.
– O Senhor ergue do pó o homem fraco, e do lixo ele retira o indigente, para fazê-los assentar-se com os nobres num lugar de muita honra e distinção.
R: Meu coração exultou no meu Senhor, Salvador.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Ó rei e Senhor das nações e pedra angular da Igreja, vinde salvar a mulher e o homem, que, um dia, formastes do barro.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 1,46-56
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 46Maria disse: ‘A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem. 51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre.’ 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Santa Francisca Xavier
- por Pe. Alexandre
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Hoje a Igreja celebra a memória de Santa Francisca Xavier Cabrini. Ela nasceu em 17 de julho de 1850 em São Ângelo, na Itália. De uma família de agricultores, desde cedo experimentou uma fé autêntica, vivida cotidianamente.
Francisca Cabrini foi a penúltima de quinze filhos de Antônio e Estela. Desde pequena se entusiasmava ao ler a vida dos santos. A preferida era a de são Francisco Xavier, a quem venerou tanto que assumiu seu sobrenome, se auto-intitulando Xavier.
Santa Francisca Cabrini viveu sua infância e sua adolescência em meio a muitos sacrifícios e dificuldades. Foi vítima da miséria que reinava na região norte da Itália. Sempre teve saúde fraca, sendo bastante franzina. Porém, mesmo estando na miséria, aprendeu a ler e desenvolveu grande capacidade intelectual. Tinha tal apreço pela leitura e gostava tanto de estudar que seus pais, com muito sacrifício, conseguiram forma-la professora.
Mal tinha acabado de se formar, Francisca Cabrini ficou órfã. Em apenas um ano seu pai e sua mãe faleceram. Francisca começou, então, a trabalhar dando aulas e ajudando em obras de caridade muito necessárias principalmente na paróquia em que ela vivia. Ao mesmo tempo, alimentava o sonho de se tornar religiosa.
Aos poucos, Francisca Cabrini foi alimentando a coragem e, finalmente, decidiu pedir admissão em dois conventos. Porém, em nenhum deles foi aceita por causa da sua saúde frágil e debilidade física. Por outro lado, o padre da paróquia em que ela atuava queria que ela continuasse trabalhando ali, pois sua caridade fazia grande diferença na paróquia.
Francisca Cabrini, embora decepcionada com os coventos, nunca abriu mão do sonho de se tornar religiosa e missionária. Ao completar trinta anos, abriu seu coração para um bispo, expondo o quanto almejava abraçar a vida religiosa e um trabalho missionário. O bispo, inspirado por Deus, a aconselhou dizendo: “Quer ser missionária? Pois se não existe ainda um instituto feminino para esse fim, funde um”. Francisca acolheu essas palavras como vindas da parte de Deus e pôs mãos à obra.
Assim, com a ajuda do vigário, ela fundou o Instituto das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, em 1877. Colocou sua obra debaixo da proteção de são Francisco Xavier. Mais tarde, a Congregação recebeu o apelido carinhoso de “Irmãs Cabrinianas”.
E a Obra conseguiu o apoio importante do papa Leão XIII. Este, deu às Cabrinianas um rumo surpreendente para as missões: “O Ocidente, não o Oriente, como fez são Francisco Xavier”.
A época era de grandes migrações com destino às Américas, devido às guerras que maltratavam a Itália. Por isso, a migração era grande para as Américas. O povo chegava nos novos países com total desorientação. Tinham muita necessidade de apoio, amizade, solidariedade e, também, orientação espiritual. Por isso, Santa Francisca formou missionárias cheias de disposição e fé, como ela mesma. A missão delas era a de acompanhar os imigrantes em sua odisseia rumo ao desconhecido.
Nas terras aonde as irmãs Cabrinianas chegavam, elas sempre fundavam hospitais, asilos para os necessitados e escolas para formar pessoas. Elas levavam sempre o calor humano, o amparo, a segurança e o conforto para os imigrantes. Em trinta anos de trabalho intenso, Santa Francisca Cabrini fundou sessenta e sete Casas em países como Itália, França e Américas do Norte e do Sul, inclusive no Brasil. Aquela franzina e frágil professora atravessou oceanos incontáveis vezes. Enfrentou sem medo os perigos, os políticos poderosos, as forças inimigas para defender os imigrantes.
Santa Cabrini viveu da espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus. Passo após passo, a sua existência foi totalmente dedicada a confortar, fazer conhecer e amar o Sagrado Coração.
Madre Cabrini, como era chamada por todos, faleceu na cidade de Chicago, Estados Unidos, no dia 22 de dezembro de 1917. Sua canonização foi celebrada em 1946. Desde então, passou a ser invocada e festejada no mundo inteiro como padroeira dos Imigrantes.
Santa Francisca Xavier Cabrini, rogai por nós.
Benção Final.
Meditação
- por Pe. Alexandre
Conforme prometera… (Lc 1,46-56)
Em seu cântico de louvor e ação de graças – o “Magnificat” – a Virgem Maria realça a fidelidade de Deus manifestada na história dos homens: o Menino que ia nascer, e que já começava a ser formado em seu ventre imaculado, primeiro sacrário da História, era o cumprimento das antigas promessas do Senhor a seu povo.
A promessa de enviar um “descendente” da Mulher (cf. Gn 3,15) que pisaria a cabeça da serpente. A promessa de conceder uma “descendência” a Davi (cf. 2Sm 7,12). A promessa de um filho-Deus conosco, isto é, enxertado na carne dos humanos (cf. Is 7,14). A promessa de um poderoso Governante para Israel, que nasceria na humilde e pequena Bet-lehem Efrata (cf. Mq 5,1ss).
Com a Nova Aliança, desde a o momento da Anunciação, saltamos do tempo das promessas para seu cumprimento na “plenitude dos tempos”. Tudo o que foi dito e prometido aos patriarcas e profetas, tudo o que foi tipificado em Abel (o inocente sacrificado), em Isaac (o filho como oferenda), em José (o irmão entregue por moedas), no Servo sofredor de Isaías (cujas chagas nos salvam) – tudo isto se cumpre na Pessoa de Jesus, o Filho de Deus, o Filho de Maria.
Referindo-se ao precioso dom do Espírito Santo, que Deus prometera desde a Primeira Aliança, promessa que Jesus renovara mais de uma vez, o Apóstolo Pedro afirma em seu primeiro sermão logo após Pentecostes: “Pois a promessa é para vós, para os vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus.” (At 2,39.)
Desde a manhã de Pentecostes, os apóstolos sabiam que eram testemunhas da fidelidade de Deus, do cumprimento das antigas promessas. Foram capazes, então, de reler o Antigo Testamento à luz dos fatos novos que estavam vivendo, conforme no-lo demonstra a leitura alegórica dos Padres da Igreja que chegou até nós.
A Virgem Maria, ao cantar o “Magnificat”, é a Filha de Sião que guardara no coração as antigas promessas. Em outros termos, Maria resume em sua pessoa todo o povo de Israel, a quem Deus fizera as promessas de salvação a serem cumpridas nos tempos do Messias.
Em nossa vida, temos assumido as promessas de Deus para seu povo? Nossa vida permite que Deus cumpra suas promessas de salvação?
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