22 de Maio de 2020

6a Semana de Páscoa Sexta-feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA – SANTA RITA DE CÁSSIA
 (Branco, Pref.          – ofício da memória)

 

Antífona da entrada

– Repousa sobre mim o espírito do senhor; ele me ungiu para levar a boa nova aos pobres e curar os corações contritos (Lc 4,18).

 

Oração do dia

– Ó Deus, grandeza dos humildes, que fizestes santa Rita de Cássia distinguir-se pela caridade e paciência, dai-nos por suas preces eméritos, a graça de amar-vos sempre carregando a cruz de cada dia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: At 18,9-18

– Leitura dos Atos dos Apóstolos: Estando Paulo em Corinto, 9uma noite, o Senhor disse-lhe em visão: “Não tenhas medo; continua a falar e não te cales, 10porque eu estou contigo. Ninguém te porá a mão para fazer mal. Nesta cidade há um povo numeroso que me pertence”. 11Assim Paulo ficou um ano e meio entre eles, ensinando-lhes a Palavra de Deus. 12Na época em que Galião era procônsul na Acaia, os judeus insurgiram-se em massa contra Paulo e levaram-no diante do tribunal, 13dizendo: “Este homem induz o povo a adorar a Deus de modo contrário à Lei”. 14Paulo ia tomar a palavra, quando Galião falou aos judeus, dizendo: “Judeus, se fosse por causa de um delito ou de uma ação criminosa, seria justo que eu atendesse a vossa queixa. 15Mas, como é questão de palavras, de nomes e da vossa Lei, tratai disso vós mesmos. Eu não quero ser juiz nessas coisas”. 16E Galião mandou-os sair do tribunal. 17Então todos agarraram Sóstenes, o chefe da sinagoga, e espancaram-no diante do tribunal. E Galião nem se incomodou com isso. 18Paulo permaneceu ainda vários dias em Corinto. Despedindo-se dos irmãos, embarcou para a Síria, em companhia de Priscila e Áquila. Em Cencreia, Paulo raspou a cabeça, pois tinha feito uma promessa.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 47,2-3.4-5.6-7 (R: 8a)

– O Senhor é o grande Rei de toda a terra.
R: O Senhor é o grande Rei de toda a terra.– Povos todos do universo batei palmas, gritai a Deus aclamações de alegria! Porque sublime é o Senhor, o Deus Altíssimo, o soberano que domina toda a terra.

R: O Senhor é o grande Rei de toda a terra.– Os povos sujeitou ao nosso jugo e colocou muitas nações aos nossos pés. Foi ele que escolheu a nossa herança, a glória de Jacó, seu bem-amado.

R: O Senhor é o grande Rei de toda a terra.– Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta. Salmodiai ao nosso Deus ao som da harpa, salmodiai ao som da harpa ao nosso Rei!

R: O Senhor é o grande Rei de toda a terra.

 

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

– Era preciso que Cristo sofresse e ressuscitasse dos mortos para entrar em sua glória (Lc 24,46.26).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 16,20-23a

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Em verdade, em verdade vos digo: Vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria. 21A mulher, quando deve dar à luz, fica angustiada porque chegou a sua hora; mas, depois que a criança nasceu, ela já não se lembra dos sofrimentos, por causa da alegria de um homem ter vindo ao mundo. 22Também vós agora sentis tristeza, mas eu hei de ver-vos novamente e o vosso coração se alegrará, e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria. 23aNaquele dia, não me perguntareis mais nada”.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

Santa Rita de Cássia

- por Pe. Alexandre

Nasceu na Itália, em Cássia, no ano de 1381. Seu grande desejo era consagrar-se à vida religiosa. Mas, segundo os costumes de seu tempo, ela foi entregue em matrimônio para Paulo Ferdinando.

Tiveram dois filhos, e ela buscou educá-los na fé e no amor. Porém, eles foram influenciados pelo pai, que antes de se casar se apresentava com uma boa índole, mas depois se mostrou fanfarrão, traidor, entregue aos vícios. E seus filhos o acompanharam.

Rita então, chorava, orava, intercedia e sempre dava bom exemplo a eles. E passou por um grande sofrimento ao ter o marido assassinado e ao descobrir depois que os dois filhos pensavam em vingar a morte do pai. Com um amor heroico por suas almas, ela suplicou a Deus que os levasse antes que cometessem esse grave pecado. Pouco tempo mais tarde, os dois rapazes morreram depois de preparar-se para o encontro com Deus.

Sem o marido e filhos, Santa Rita entregou-se à oração, penitência e obras de caridade e tentou ser admitida no Convento Agostiniano em Cássia, fato que foi recusado no início. No entanto, ela não desistiu e manteve-se em oração, pedindo a intercessão de seus três santos patronos – São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolas de Tolentino – e milagrosamente foi aceita no convento. Isso aconteceu por volta de 1441.

Seu refúgio era Jesus Cristo. A santa de hoje viveu os impossíveis de sua vida se refugiando no Senhor. Rita quis ser religiosa. Já era uma esposa santa, tornou-se uma viúva santa e depois uma religiosa exemplar. Ela recebeu um estigma na testa, que a fez sofrer muito devido à humilhação que sentia, pois cheirava mal e incomodava os outros. Por isso teve que viver resguardada.

Morreu com 76 anos, após uma dura enfermidade que a fez padecer por 4 anos. Hoje ela intercede pelos impossíveis de nossa vida, pois é conhecida como a “Santa dos Impossíveis”.

Santa Rita de Cássia, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

87. O DOM DO ENTENDIMENTO

– Mediante este dom, chegamos a um conhecimento mais profundo dos mistérios da fé.

– Concede-se a todos os cristãos, mas o seu desenvolvimento exige que nos purifiquemos.

– O dom do entendimento e a vida contemplativa.

I. CADA PÁGINA da Sagrada Escritura é uma manifestação da solicitude com que Deus se inclina para nós a fim de nos guiar para a santidade. O Senhor mostra-se no Antigo Testamento como a verdadeira luz de Israel, sem a qual o povo se extravia e tropeça na escuridão. Os grandes personagens do Antigo Testamento dirigem-se constantemente a Javé pedindo-lhe que os conduza nas horas difíceis. Dá-me a conhecer os teus caminhos1, pede Moisés para guiar o povo até a Terra da Promissão. Sem o ensinamento divino, sente-se perdido. E o rei Davi suplica: Ensina-me a observar a tua lei e a guardá-la de todo o coração2.

Jesus promete o Espírito de verdade, que terá a missão de iluminar toda a Igreja3. Com o envio do Paráclito, “completa a revelação e a culmina e confirma com testemunho divino”4. Os próprios Apóstolos compreenderão mais tarde o sentido das palavras do Senhor que antes do Pentecostes se lhes apresentavam obscuras. “Ele é a alma desta Igreja – ensina Paulo VI –. É Ele quem explica aos fiéis o sentido profundo dos ensinamentos de Jesus e o seu mistério”5.

O Paráclito conduz-nos das primeiras luzes da fé à “inteligência mais profunda da Revelação”6. Mediante o dom do entendimento, concede ao fiel cristão um conhecimento mais profundo dos mistérios revelados, iluminando-lhe a inteligência com uma luz poderosíssima. “Conhecemos esses mistérios há muito tempo; ouvimo-los e até meditamos neles muitas vezes, mas, num dado momento, sacodem o nosso espírito de uma maneira nova, como se até então nunca tivéssemos compreendido a verdade”7. Sob este influxo, a alma adquire uma certeza muito maior das verdades sobrenaturais, que se lhe tornam mais claras, e experimenta uma alegria indescritível, que é antecipação da visão beatífica.

O dom do entendimento permite que a alma participe com facilidade desse olhar de Jesus que tudo penetra e que incita a reverenciar a grandeza de Deus, a dedicar-lhe um afeto filial, a ponderar adequadamente o valor das coisas criadas… “Pouco a pouco, à medida que o amor vai crescendo na alma, a inteligência do homem resplandece mais e mais sob a própria luz de Deus”8 e dá-nos uma grande familiaridade com os mistérios divinos.

Para chegarmos a este conhecimento, não nos bastam as luzes habituais da fé; precisamos de uma especial efusão do Espírito Santo, que recebemos na medida em que correspondemos à graça, começando por purificar o coração. Neste dia do Decenário do Espírito Santo, podemos examinar como são os nossos desejos de purificação, se nos levam especialmente a aproveitar muito bem as graças de cada confissão, a recorrer a ela com periodicidade, a pedir ajuda ao Paráclito para fomentar a contrição e um grande desejo de nos afastarmos de todo o pecado e das faltas deliberadas.

II. MEDIANTE O DOM DO ENTENDIMENTO, o Espírito Santo faz a alma penetrar de muitas maneiras nos mistérios revelados. De uma forma sobrenatural e portanto gratuita, ensina no íntimo do coração o alcance das verdades mais profundas da fé. “É como se alguém, sem ter aprendido nem trabalhado nada para saber ler, nem mesmo estudado coisa alguma – explica Santa Teresa –, se visse na posse de toda a ciência, sem saber como e donde lhe veio, pois jamais se esforçou sequer por aprender o abecedário. Esta última comparação parece-me explicar em parte este dom celestial, porque, de um momento para outro, a alma se vê tão instruída no mistério da Santíssima Trindade e em outras coisas muito subidas, que não há teólogo com quem não se atreva a discutir sobre a verdade dessas grandezas”9.

O dom do entendimento leva a captar o sentido mais profundo da Sagrada Escritura, a vida da graça, a presença de Cristo em cada sacramento e, de uma maneira real e substancial, na Sagrada Eucaristia. É um dom que confere como que um instinto divino para o que há de sobrenatural no mundo. Ante o olhar daquele que crê, iluminado pelo Espírito, surge um universo totalmente novo. Os mistérios da Santíssima Trindade, da Encarnação, da Redenção, da Igreja, convertem-se em realidades extraordinariamente vivas e atuais, que orientam toda a vida do cristão e influem decisivamente no seu trabalho, na família, nos amigos… Chega-se a ver Deus no meio das tarefas habituais, nos acontecimentos agradáveis ou dolorosos da vida diária.

O caminho para chegarmos à plenitude deste dom é a oração pessoal, em que contemplamos as verdades da fé, bem como a luta, alegre e amorosa, por manter-nos na presença de Deus ao longo do dia. Não se trata de uma ajuda sobrenatural extraordinária, reservada a pessoas muito excepcionais, mas de um dom que o Senhor concede a todos aqueles que queiram ser-lhe fiéis no lugar em que se encontram, santificando as suas alegrias e dores, o seu trabalho e o seu descanso.

III. PARA PROGREDIR neste caminho de santidade, é necessário fomentar o recolhimento interior, a mortificação dos sentidos internos e externos, a procura diligente da presença de Deus nos acontecimentos e percalços de cada dia.

É preciso sobretudo purificar o coração, pois somente os limpos de coração têm capacidade para ver a Deus10. A impureza, o apego aos bens terrenos, a facilidade em conceder ao corpo todos os seus caprichos embotam a alma para as coisas de Deus. O homem não espiritual não percebe as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucura. Nem as pode compreender, porque é segundo o Espírito que se devem ponderar11. Homem espiritual é o cristão que traz o Espírito Santo na sua alma em graça, e tem o pensamento posto em Cristo. A sua vida limpa, sóbria e mortificada é a melhor preparação para ser digna morada do Espírito, que nele habitará com todos os seus dons.

Quando o Espírito Santo encontra uma alma assim, vai-se apossando dela e conduzindo-a por caminhos de uma oração sempre mais profunda, até que “as palavras se tornam pobres…, e se dá passagem à intimidade divina, num olhar para Deus sem descanso e sem cansaço. Vivemos então como cativos, como prisioneiros. Enquanto realizamos com a maior perfeição possível, dentro dos nossos erros e limitações, as tarefas próprias da nossa condição e do nosso ofício, a alma anseia por escapar. Vai-se rumo a Deus, como o ferro atraído pela força do ímã. Começa-se a amar Jesus de forma mais eficaz, com um doce sobressalto”12.

Mons. Escrivá descreve aqui o caminho que as almas percorrem – no meio das ocupações mais normais da sua vida e seja qual for a sua cultura, profissão, estado, etc. – até chegarem à oração contemplativa. Para muitos, esse caminho parte da consideração freqüente da Santíssima Humanidade do Senhor, a que se chega através da Virgem – passando necessariamente pela Cruz –, e que acaba na Santíssima Trindade. “O coração necessita então de distinguir e adorar cada uma das Pessoas divinas. De certa maneira, o que a alma realiza na vida sobrenatural é uma descoberta semelhante às de uma criaturinha que vai abrindo os olhos à existência. E entretém-se amorosamente com o Pai e com o Filho e com o Espírito Santo; e submete-se facilmente à atividade do Paráclito vivificador, que se nos entrega sem o merecermos: os dons e as virtudes sobrenaturais!”13

Ao terminarmos a nossa oração, recorremos à Virgem Nossa Senhora, Àquela que teve a plenitude da fé e dos dons do Espírito Santo, e lhe pedimos que nos ensine a tratar e a amar sempre o Paráclito na nossa alma, especialmente neste Decenário, e que não fiquemos a meio do caminho que conduz à santidade a que fomos chamados.

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