22 de Novembro de 2021

34a semana do tempo comum Segunda-feira

- por Pe. Alexandre

SEGUNDA FEIRA – SANTA CECILIA – VIRGEM E MÁRTIR

(vermelho, pref. comum ou das santas – ofício da memória)

 

Antífona da entrada

 

– Louvem as virgens o nome do Senhor, porque só ele é excelso; sua glória excede a terra e o céu (Sl 148,12).

 

Oração do dia

 

-Ó Deus, sede favorável às nossas súplicas e dignai-vos atender às nossas preces pela intercessão de Santa Cecília. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Dn 1, 1-6.8-20

– Início da profecia de Daniel – 1No terceiro ano do reinado de Joaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei da Babilônia, avançou sobre Jerusalém e pôs-lhe cerco; 2o Senhor entregou em suas mãos Joaquim, rei de Judá, e parte dos vasos da casa de Deus, e ele os levou para a terra de Senaar, para o templo de seus deuses, depositando os vasos no tesouro dos deuses. 3Então o rei ordenou ao chefe dos eunucos, Asfenez, para que trouxesse, dentre os filhos de Israel, alguns jovens de estirpe real ou de família nobre, 4sem defeito físico e de boa aparência, preparados com boa educação, experientes em alguma ciência e instruídos, e que pudessem estar no palácio real, onde lhes deveriam ser ensinadas as letras e a língua dos caldeus. 5O rei fixou-lhes uma ração diária da comida e do vinho de sua mesa, de tal modo que, assim alimentados e educados durante três anos, eles pudessem no fim entrar para o seu próprio serviço. 6Havia, entre esses moços, filhos de Judá, Daniel, Ananias, Misael e Azarias. 8Ora, Daniel decidiu secretamente não comer nem beber da mesa do rei por convicções religiosas, e pediu ao chefe dos eunucos que o deixasse abster-se para não se contaminar. 9Deus concedera que Daniel obtivesse simpatia e benevolência por parte do mordomo. Este disse-lhe: “Tenho medo do rei, meu Senhor, que determinou alimentação e bebida para todos vós; 10se vier a perceber em vós um aspecto mais abatido que o dos outros moços da vossa idade, estareis condenando minha cabeça perante o rei”. 11Mas disse Daniel ao guarda que o chefe dos eunucos tinha designado para tomar conta dele, de Ananias, Misael e Azarias: 12“Por favor, faze uma experiência com estes teus criados por dez dias, e nos sejam dados legumes para comer e água para beber; 13e que à tua frente seja examinada nossa aparência e a dos jovens que comem da mesa do rei, e, conforme achares, assim resolverás com estes teus criados”. 14O homem, depois de ouvir esta proposta, experimentou-os por dez dias. 15Depois desses dez dias, eles apareceram com melhor aspecto e mais robustos do que todos os outros jovens que se alimentavam com a comida do rei. 16O guarda, desde então, retirava a comida e bebida deles para dar-lhes legumes. 17A esses quatro jovens Deus concedeu inteligência e conhecimento das letras e das ciências, e a Daniel, o dom da interpretação de todos os sonhos e visões. 18Terminado, pois, o prazo que o rei tinha fixado para a apresentação dos jovens, foram estes trazidos à presença de Nabucodonosor pelo chefe dos eunucos. 19Depois de o rei lhes ter falado, não se achou ninguém, dentre todos os presentes, que se igualasse a Daniel, Ananias, Misael e Azarias. E passaram à companhia do rei. 20Em todas as questões de sabedoria e entendimento que lhes dirigisse, achava o rei neles dez vezes mais valor do que em todos os adivinhos e magos que haviam em todo o reino.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl (Dn 3), 52.53.54.55.56 (R: 52b)

 

– A vós louvor, honra e glória eternamente!

R: A vós louvor, honra e glória eternamente!

 

– Sede bendito, Senhor Deus de nossos pais. A vós louvor, honra e glória, eternamente! Sede bendito, nome santo e glorioso. A vós louvor, honra e glória, eternamente!

R: A vós louvor, honra e glória eternamente!

 

– No templo santo onde refulge a vossa glória. A vós louvor, honra e glória, eternamente! Em vosso trono de poder vitorioso. A vós louvor, honra e glória, eternamente!

R: A vós louvor, honra e glória eternamente!

 

– Sede bendito, que sondais as profundezas. A vós louvor, honra e glória, eternamente! E superior aos querubins vos assentais. A vós louvor, honra e glória, eternamente!

R: A vós louvor, honra e glória eternamente!

 

– Sede bendito no celeste firmamento. A vós louvor, honra e glória, eternamente! Obras todas do Senhor, glorificai-o. A ele louvor honra e glória eternamente!

R: A vós louvor, honra e glória eternamente!

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Vigiai, diz Jesus, vigiai, pois no dia em que não esperais, o vosso Senhor há de vir (Mt 24,42.44)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 21, 1-4

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

– Glória a vós, Senhor!

– Naquele tempo, 1Jesus ergueu os olhos e viu pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do Templo. 2Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas. 3Diante disso, ele disse: “Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos. 4Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou, da sua penúria, tudo quanto tinha para viver”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

Santa Cecília

- por Pe. Alexandre

Hoje, celebramos a santidade da virgem que foi exaltada como exemplo perfeitíssimo de mulher cristã, pois em tudo glorificou a Jesus. Santa Cecília é uma das mártires mais veneradas durante a Idade Média, tanto que uma basílica foi construída em sua honra no século V. Embora se trate da mesma pessoa, na prática fala-se de duas santas Cecílias: a da história e a da lenda. A Cecília histórica é uma senhora romana que deu uma casa e um terreno aos cristãos dos primeiros séculos. A casa transformou-se em igreja, que se chamou mais tarde Santa Cecília no Trastévere; o terreno tornou-se cemitério de São Calisto, onde foi enterrada a doadora, perto da cripta fúnebre dos Papas.

No século VI, quando os peregrinos começaram a perguntar quem era essa Cecília cujo túmulo e cuja inscrição se encontravam em tão honrosa companhia, para satisfazer a curiosidade deles, foi então publicada uma Paixão, que deu origem à Cecília lendária; esta foi sem demora colocada na categoria das mártires mais ilustres. Segundo o relato da sua Paixão Cecília fora uma bela cristã da mais alta nobreza romana que, segundo o costume, foi prometida pelos pais em casamento a um nobre jovem chamado Valeriano. Aconteceu que, no dia das núpcias, a jovem noiva, em meio aos hinos de pureza que cantava no íntimo do coração, partilhou com o marido o fato de ter consagrado sua virgindade a Cristo e que um anjo guardava sua decisão.

Valeriano, que até então era pagão, a respeitou, mas disse que somente acreditaria se contemplasse o anjo. Desse desafio ela conseguiu a conversão do esposo que foi apresentado ao Papa Urbano, sendo então preparado e batizado, juntamente com um irmão de sangue de nome Tibúrcio. Depois de batizado, o jovem, agora cristão, contemplou o anjo, que possuía duas coroas (símbolo do martírio) nas mãos. Esse ser celeste colocou uma coroa sobre a cabeça de Cecília e outra sobre a de Valeriano, o que significava um sinal, pois primeiro morreu Valeriano e seu irmão por causa da fé abraçada; logo depois, Santa Cecília sofreu o martírio, após ter sido presa ao sepultar Valeriano e Tibúrcio na sua vila da Via Ápia.

Colocada diante da alternativa de fazer sacrifícios aos deuses ou morrer, escolheu a morte. Ao prefeito Almáquio, que tinha sobre ela direito de vida ou de morte, ela respondeu: “É falso, porque podes dar-me a morte, mas não me podes dar a vida”. Almáquio condenou-a a morrer asfixiada; como ela sobreviveu a esse suplício, mandou que lhe decapitassem a cabeça.

Nas Atas de Santa Cecília lê-se esta frase: “Enquanto ressoavam os concertos profanos das suas núpcias, Cecília cantava no seu coração um hino de amor a Jesus, seu verdadeiro Esposo”. Essas palavras, lidas um tanto por alto, fizeram acreditar no talento musical de Santa Cecília e valeram-lhe o ser padroeira dos músicos. Hoje, essa grande mártir e padroeira dos músicos canta louvores ao Senhor no céu.

Santa Cecília, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Tudo o que lhe restava… (Lc 21,1-4)

 

……..Notável o olhar de Jesus! De que minúcias ele se ocupa! Nesta passagem do Evangelho, nós o vemos sentado no Templo, bem à frente do cofre onde os fiéis lançavam moedas. Esmolas para Deus? Pequenas peças de ouro e prata doadas ao Senhor do universo, dono da fórmula de todos os metais e das gemas preciosas?

 

Bem, nem todos tinham ouro e prata para dar de esmola. A pobre viúva sacou da algibeira dois tostões de cobre, tudo o que tinha para seu sustento. E seu gesto provocou a admiração do Filho de Deus, que era rico e se fez pobre para nos salvar.

 

Você é daqueles que acham sem sentido o gesto de dar moedinhas para Deus? Vejamos o que escreve José de Enaton (Séc. V), narrando as palavras de Abba Joseph ao sofista Sofrônio:

 

“Deus prescreveu que as primícias de tudo o que nasce, de todos os frutos e animais puros, lhe sejam oferecidas em vista da bênção do restante e da remissão dos pecados. E mais, ele prescreveu que os primogênitos dos homens lhe sejam consagrados.

 

Os ricos fazem o contrário: os objetos úteis, eles os guardam para si, e aquilo que não serve, eles o dão aos pobres ou a seus irmãos. Por exemplo, o bom vinho, eles o bebem; mas aquele que está ácido ou que é ruim, eles o dão às viúvas e aos órfãos. Um fruto que está conservado, eles mesmos o comem; mas aquele que está podre, eles o dão. As vestes suntuosas e cômodas, guardam para si; aquelas que estão rasgadas e usadas, jogam para os indigentes.

 

Entre os filhos, os que estão com saúde e bem criados, eles os conservam para as uniões e casamentos, e têm com eles muitos cuidados; mas os doentes, os vesgos e os disformes, eles os consagram a Deus e os enviam aos mosteiros. Eis por que não é aceito aquilo que é oferecido por eles.

 

Seria preciso que tais pessoas pensassem assim: quando queremos agradar a homens mortais, nós nos esforçamos por oferecer-lhes o que lhes parece mais precioso; quanto mais nós, se queremos agradar a Deus, nosso Criador, de quem recebemos as mesmas coisas que lhe oferecemos!”

 

Parece uma lição antiga, perdida na penumbra dos primeiros séculos. Creio, porém, que José do mosteiro de Enaton, se viesse a este século, certamente repetiria o mesmo discurso… Somos ruins de esmola!

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