22 de Setembro de 2021

25a semana comum Quarta-feira

- por Pe. Alexandre

QUARTA FEIRA – XXV SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Eu sou a salvação do povo, diz o Senhor. Se chamar por mim em qualquer provação, eu o ouvirei e serei seu Deus para sempre.

 

Oração do dia

 

– Ó Pai, que resumistes toda lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Esd 9,5-9

 

– Leitura do livro de Esdras: 5Na hora da oblação da tarde, eu, Esdras, levantei-me da minha prostração. E, com as vestes e o manto rasgados, caí de joelhos, estendi as mãos para o Senhor, meu Deus. 6E disse: “Meu Deus, estou coberto de vergonha e confusão ao levantar a minha face para ti, porque nossas iniquidades multiplicaram-se acima de nossas cabeças e nossas faltas se acumularam até o céu. 7Desde os tempos de nossos pais até este dia, uma grande culpa pesa sobre nós: por causa de nossas iniquidades, nós, nossos reis e nossos sacerdotes, fomos entregues às mãos dos reis estrangeiros, à espada, ao cativeiro, à pilhagem e à vergonha, como acontece ainda hoje. 8Mas agora, por um breve instante, o Senhor nosso Deus concedeu-nos a graça de preservar dentre nós um resto, e de permitir que nos fixemos em seu lugar santo. Assim o nosso Deus deu brilho aos nossos olhos e concedeu-nos um pouco de vida no meio de nossa servidão. 9Pois éramos escravos, mas em nossa servidão o nosso Deus não nos abandonou. Antes, conseguiu para nós o favor dos reis da Pérsia, deu-nos bastante vida para podermos reconstruir o templo de nosso Deus e restaurar suas ruínas, e concedeu-nos um abrigo seguro em Judá e em Jerusalém.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl (Tb) 13,2.3-4.5.8 (R: 2a)

 

– Bendito seja Deus que vive eternamente!

R: Bendito seja Deus que vive eternamente!

 

– Vós sois grande, Senhor, para sempre, e vosso reino se estende nos séculos! Porque vós castigais e salvais, fazeis descer aos abismos da terra, e de lá nos trazeis novamente: de vossa mão nada pode escapar.

R: Bendito seja Deus que vive eternamente!

 

– Vós que sois de Israel, dai-lhe graças e por entre as nações celebrai-o! O Senhor dispersou-vos na terra para narrardes sua glória entre os povos, e fazê-los saber, para sempre, que não há outro Deus além dele.

R: Bendito seja Deus que vive eternamente!

 

– Castigou-nos por nossos pecados, seu amor haverá de salvar-nos. Compreendei o que fez para nós, dai-lhe graças com todo o respeito!

R: Bendito seja Deus que vive eternamente!

 

– Bendizei o Senhor, seus eleitos, fazei festa e alegres louvai-o!

R: Bendito seja Deus que vive eternamente!

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Convertei-vos e crede no Evangelho, pois o reino de Deus está chegando!

(Mc 1,15)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 9,1-6

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 1Jesus convocou os Doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios e para curar doenças, 2e enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos. 3E disse-lhes: “Não leveis nada para o caminho: nem cajado nem sacola nem pão nem dinheiro nem mesmo duas túnicas. 4Em qualquer casa onde entrardes, ficai aí; e daí é que partireis de novo. 5Todos aqueles que não vos acolherem, ao sairdes daquela cidade, sacudi a poeira dos vossos pés, como protesto contra eles”. 6Os discípulos partiram e percorriam os povoados, anunciando a Boa Nova e fazendo curas em todos os lugares.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

São Maurício e companheiros mártires

- por Pe. Alexandre

Roma é chamada de ‘Cidade Eterna’, onde encontramos a Cátedra de São Pedro, ocupada pelo atual Papa Francisco.

Roma é considerada pelos católicos como sinal visível do Sacramento Universal da Salvação, a Igreja; porém, para que isso ocorresse, muitos mártires deram a vida para “comprarem”, com o sangue, a vitória do Cristianismo sobre o Império Romano que, em 381, dobrou os joelhos diante do verdadeiro Deus e verdadeiro homem: Jesus Cristo.

São Maurício e companheiros faziam parte da tropa dos valentes guerreiros e mártires do Senhor, que estiveram envolvidos no massacre da Legião Tebana. O imperador Diocleciano, precisando combater as tropas que ameaçavam o Império no Oriente, foi ao amigo Maximiano para que o mesmo organizasse um forte exército. Tendo feito progresso, o imperador mandou que o exército parasse para descansar e oferecer sacrifícios aos deuses em sinal de agradecimento.

Imediatamente os soldados cristãos se opuseram a tal ordem: “Somos teus soldados e não menos servidores de Deus. Sabemos perfeitamente a nossa obrigação como militares, mas não nos é lícito atraiçoar o nosso Deus e Senhor. Estamos prontos a obedecer a tudo que não contrarie a lei de Jesus Cristo”.

Começaram a matar parte desse grupo. O oficial Maurício com os seus companheiros foram os que mais se destacaram, pois acolheram, por amor e fé em Jesus Cristo, a palma do martírio, dando assim, o mais perfeito testemunho.

Providencialmente, ou seja, como sinal da grande fidelidade destes cristãos, o local à beira do Rio Ródano ficou conhecido como Martigny, nome que deriva de mártir. Esse fato ocorreu por volta do ano 286, e é certo que, no século seguinte, foi elevada uma basílica no lugar da execução e que, no ano 520, Sigismundo, rei da Borgonha, construiu lá um mosteiro, que subsiste ainda e deu origem à cidade de São Maurício na Suíça.

São Maurício e companheiros, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

 

O fundo do abismo… (Tb 13,2.3-4ª.5.8)

 

Este salmo é conhecido como o “Cântico de Tobit”, que manifesta seu júbilo pelo “happy end” do périplo de seu filho Tobias, alvo da proteção divina. Ele reconhece que o mesmo Deus que castiga é o Deus que tem compaixão. Nada escapa ao Deus Altíssimo, nem mesmo os abismos do homem.

 

Várias passagens da Escritura revelam marcas de um fundo comum às antigas religiões e teogonias, nas quais se imaginava um mundo inferior – o abismo ou Tehom -, entendido como uma potência do caos, insondável e aterrorizante. Imagina-se uma região sombria, o Xeol, onde os mortos estão encerrados, correspondente ao Hades da mitologia greco-romana. Jó se lamenta: “Como a nuvem se dissipa e desaparece, assim quem desce ao Xeol não subirá jamais”. (Jó 7,9) E o salmista, que não quer morrer, argumenta diante de Deus: “Quem te louvaria no Xeol?” (Sl 6,6)

 

Como observa Maurice Cocagnac, “o sentimento do infinito é para o homem uma sensação física, mas de natureza variada. A perspectiva do alto-mar ou do céu estrelado tende a dilatar a alma, enquanto a vertigem do precipício ou do abismo tende a constringi-la. O medo da queda a impele a se refugiar na concha de sua angústia”.

 

O semita que nos deu o Antigo Testamento, pouco habituado ao mar, vê nele um espaço de vertigens, hostil e ameaçador, morada do Leviatã e de monstros marinhos. A experiência de Jonas no ventre do grande peixe é, nesse caso, exemplar. Com um colar de algas no pescoço, Jonas, “já no ventre da Morte” (Jn 2,3), invoca o Senhor e é arrancado da “fossa”.

 

Com a vinda de Jesus Cristo, uma nova luz invade os abismos da consciência humana. Nem mesmo a “mansão dos mortos” escapa ao poder do Ressuscitado. Os ícones do Oriente cristão mostram a “Anástasis” de Cristo, que desce à caverna abissal, arromba as portas do inferno e resgata pelo pulso os primeiros pais, Adão e Eva. Este ícone respondia às inquietações dos primeiros cristãos a respeito do destino eterno de seus antepassados, que não tiveram a oportunidade de ouvir a Boa Nova da salvação.

Mas tiveram, sim! Já ressuscitado, Cristo desce aos abismos e faz esse anúncio salvador. É o que lemos na 1ª Carta de Pedro: “É nesse mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos no cárcere… […] Pois para isto foi o Evangelho pregado também aos mortos, para que, embora sejam condenados em sua humanidade de carne, vivam segundo Deus quanto ao espírito”. (1Pd 3,19; 4,6)

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