23 de Agosto de 2022

21a Semana do Tempo Comum- Segunda-feira

- por Pe. Alexandre

 

TERÇA FEIRA – SANTA ROSA DE LIMA – PADROEIRA DA AMÉRICA LATINA

(branco, glória, pref. das virgens, ofício da festa)

 

Antífona da entrada

 

– Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando este dia festivo em honra da virgem santa Rosa de Lima. Conosco alegram-se os anjos e glorificam o Filho de Deus.

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que inspirastes santa Rosa de Lima, inflamada de amor, a deixar o mundo, a servir os pobres e a viver em austera penitência, concedei-nos, por sua intercessão, seguir na terra os vossos caminhos e gozar no céu as vossas delícias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 2Cor 10,17-11,2

 

– Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios: Irmãos, 17quem se gloria, glorie-se no Senhor. 18Pois é aprovado só aquele que o Senhor recomenda e não aquele que se recomenda a si mesmo. 11,1Oxalá pudésseis suportar um pouco de insensatez, da minha parte. Na verdade, vós me suportais. 2Sinto por vós um amor ciumento semelhante ao amor que Deus vos tem. Fui eu que vos desposei a um único esposo, apresentando-vos a Cristo como virgem pura.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 148,1-2.11-13a.13c-14 (R: 12a.13a)

 

– Vós jovens, vós moças e rapazes, louvai todos o nome do Senhor!
R: Vós jovens, vós moças e rapazes, louvai todos o nome do Senhor!

– Louvai o Senhor Deus nos altos céus, louvai-o no excelso firmamento! Louvai-o, anjos seus, todos louvai-o, louvai-o, legiões celestiais!

R: Vós jovens, vós moças e rapazes, louvai todos o nome do Senhor!

– Reis da terra, povos todos, bendizei-o, e vós, príncipes e todos os juízes; e vós, jovens, e vós, moças e rapazes, anciãos e criancinhas, bendizei-o! Louvem o nome do Senhor, louvem-no todos.

R: Vós jovens, vós moças e rapazes, louvai todos o nome do Senhor!

– A majestade e o esplendor de sua glória ultrapassam em grandeza o céu e a terra! Ele exaltou seu povo eleito em poderio, ele é o motivo de louvor para os seus santos. É um hino para os filhos de Israel, este povo que ele ama e lhe pertence.

R: Vós jovens, vós moças e rapazes, louvai todos o nome do Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Ficai em meu amor, assim fala o Senhor; quem em mim permanece e no qual permaneço, este dá muito fruto! (Jo 15,9.5).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 13,44-46

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo disse Jesus à multidão: 44“O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. 45O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. 46Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

Santa Rosa de Lima

- por Pe. Alexandre

Para todos nós, hoje, é dia de grande alegria, pois podemos celebrar a memória da primeira santa da América do Sul, Padroeira do Peru, das Ilhas Filipinas e de toda a América Latina. Santa Rosa nasceu em Lima (Peru) em 1586; filha de pais espanhóis, chamava-se Isabel Flores, até ser apelidada de Rosa por uma empregada índia que a admirava, dizendo-lhe: “Você é bonita como uma rosa!”.

Rosa bem sabia dos elogios que a envaideciam, por isso buscava ser cada vez mais penitente e obedecer em tudo aos pais, desta forma, crescia na humildade e na intimidade com o amado Jesus. Quando o pai perdeu toda a fortuna, Rosa não se perturbou ao ter que trabalhar de doméstica, pois tinha esta certeza: “Se os homens soubessem o que é viver em graça, não se assustariam com nenhum sofrimento e padeceriam de bom grado qualquer pena, porque a graça é fruto da paciência”.

A mudança oficial do nome de Isabel para Rosa ocorreu quando ela tomou o hábito da Ordem Terceira Dominicana, da mesma família de sua santa e modelo de devoção: Santa Catarina de Sena. A partir dessa consagração, passou a chamar-se Rosa de Santa Maria. Devido à ausência de convento no local em que vivia, Santa Rosa de Lima renunciou às inúmeras propostas de casamento e de vida fácil: “O prazer e a felicidade de que o mundo pode me oferecer são simplesmente uma sombra em comparação ao que sinto”.

Começou a viver a vida religiosa no fundo do quintal dos pais e, assim, na oração, penitência, caridade para com todos, principalmente índios e negros, Santa Rosa de Lima cresceu na união com Cristo, tanto quanto no sofrimento, por isso, tempos antes de morrer, aos 31 anos (em 1617), exclamou: “Senhor, fazei-me sofrer, contanto que aumenteis meu amor para convosco”.

Foi canonizada a 12 de abril de 1671 pelo Papa Clemente X.

Santa Rosa de Lima, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Vende todos os bens… (Mt 13,44-46)

 

Nós já meditamos muitas vezes sobre estas miniparábolas de Jesus. A densidade delas, no entanto, jamais se esgotará diante de nossa humilde reflexão. Ambas falam de um “achado”, de um “encontro” capaz de virar de cabeça para baixo a existência de quem tem a graça de experimentá-lo.

 

É curioso que as duas parábolas nos mostrem diferentes situação: enquanto o negociante estava determinado a procurar por pérolas preciosas, ou seja, tinha uma intenção prévia, já o tesouro do campo foi encontrado por alguém que não o procurava. Puro acaso, diria alguém; pura graça, digo eu. Total iniciativa de Deus que – ele sim! – jamais se cansa de procurar por nós.

Especialmente nestes tempos de um relativismo tão profundo, que chega a se tornar cinismo, este Evangelho nos coloca implacavelmente diante do “absoluto”. Existe alguma coisa que realmente valha a pena? Algo que justifique revirar a própria vida, abrir mão de tudo que nos seduzia até então e, para adquiri-lo, dar em troca todos os tesouros que passamos a vida a acumular?

 

Alguém diria que esta descoberta redunda em “perda” e prejuízo, pois acaba por desvalorizar a vida pregressa e toma da pessoa as velhas seguranças, os seus referenciais e os pontos de apoio. Pois é isto mesmo: a tal “conversão” realiza exatamente isto. Só que não se trata de “prejuízo” quando se ganha a ALEGRIA, esta moeda rara que não se compra com dinheiro, com sucesso e com poder. A alegria inefável que enche a alma, ilumina o espírito e chega a acelerar os batimentos cardíacos. Uma experiência totalizante…

 

Nas palavras de Hans Urs von Balthasar, “aquele que compreende o valor do que Jesus lhe oferece, não hesitará em se despojar de todos os seus bens, em se tornar um pobre em espírito (isto é, aquele que, em sua disposição de espírito, a tudo renuncia), pois deles é o Reino dos Céus”.

 

As duas parábolas nos ensinam que a prudência calculista do mundo dos negócios e das finanças é incompatível com a alegria de quem descobre o absoluto de Deus. Basta ler a vida de Francisco de Assis, de Inácio de Loyola, de Teresa de Calcutá, para entender o “bom negócio” que eles fizeram ao trocar as suas seguranças – dinheiro, glória, conforto – pelo arriscado mergulho em Cristo, que a tantos continua assustando…

 

Um tesouro que vale a vida não pode ser algum tipo de acumulação que fique “do lado de cá” quando nós passarmos para “o lado de lá”. Esta consideração sobre “os fins” (os teólogos falam de vida escatológica…) e sobre a efemeridade dos tesouros materiais deve abrir nossos olhos e reorientar nosso itinerário neste mundo.

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